PESQUISA Mercado local: O comércio de rua e o comércio no shopping. Realização: 14 a 21 de outubro de 2011
APRESENTAÇÃO Nos últimos anos, o desempenho operacional do comércio do varejo tem estimulado o crescimento do número de shopping centers no Brasil, realidade que está mudando os hábitos dos consumidores brasileiros. O comércio de rua, antes absoluto, passou a enfrentar a concorrência das unidades de shoppings, que oferecem vantagens como segurança, variedade, conforto, bom fluxo de visitantes, horários diferenciados, ações de marketing e publicidade conjuntas, estacionamento disponível, ambiente climatizado e praça de alimentação. Entre os fatores negativos, no entanto, destaca-se o fato de alguns setores do comércio não se adaptarem ao perfil do ponto, levando a loja a ser visualizada como mais uma entre as demais do local. O fato sobre o mercado brasileiro está com data de inauguração no Acre. Motivo que levou a Fecomércio/Ac a avaliar o respectivo efeito, sob o ponto de vista do comércio tradicional que passará a conviver com tamanho centro competitivo.
A PESQUISA No período de 17 a 21 de outubro de 2011, a Fecomercio/Ac, realizou entrevistas com 185 empresários dos segmentos do comércio do varejo, com características potenciais para possíveis instalações ou transferências de unidades para funcionamento no Via Verde Shopping, atualmente em fase de preparativos finais para inauguração na Praça de Rio Branco/AC. Mediante a expectativa do mercado de varejo quanto à inauguração e funcionamento do Via Verde Shopping, a pesquisa buscou avaliar o possível impacto sobre o mercado até então restrito ao comércio de rua, especialmente, na opinião dos 88% dos empresários que não estão instalando lojas Shopping. Para surpresa, 69% se mostram otimistas. Desses, 39% acreditam que a novidade deve estimular o desempenho do comércio tradicional, 15% acreditam que vai servir para atrair mais consumidores para o mercado local e outros 15% afirmam que a instalação de um Shopping Center, não prejudicará a atividade econômica em funcionamento. Impacto do comércio do "Via Verde Shopping" sobre o comércio de rua Vai estimular mais concorrência local 3% 11% 5% 15% 39% Vai contribuir para o turismo do consumo local Pode prejudicar o comércio de rua num primeiro instante Passados três meses tudo se arranja 12% 15% O cliente de Shopping é diferente do comércio de rua Vai dificultar mais para o comércio de rua
Instalar uma loja em um shopping significa ter acesso a boas condições de segurança, fluxo garantido de público e boas chances de crescimento. Entretanto, o lojista deve ficar atento. Segundo 62% dos empresários, as condições para instalação de uma loja no Via Verde Shopping não se aplicam à capacidade dos empreendedores locais, haja vista a magnitude dos custos fixos exigidos (32%), aliados aos níveis de exigência a ser aceita pelos postulantes (30%), dentre outras condições impostas, a exemplo do padrão de qualidade dos investimentos. Condições para instalação de uma unidade de comércio no Shopping Center Custos exorbitantes Muita exigência 4% 14% 9% 33% Foge à realidade local O comerciante perde a independência 3% 7% 30% É mais onerado pelas obrigações impostas Nível de investimentos fixos muito alto O empresário que abre loja num shopping terá que arcar com custos altos, que incluem aluguel, taxa de fundo de promoção e de condomínio, além de outras despesas fixas e variáveis a pagar. Conforme os dados levantados pela pesquisa os titulares de lojas e empreendimentos a funcionar no Shopping detêm os conhecimentos necessários quanto ao modo operacional do comércio num ambiente da natureza. Porém, dentre os entrevistados, a pesquisa destaca 19% que acreditam
que muitos dos empreendedores vão sofrer decepções, por falta de experiência em negócios no comércio de varejo. Empreendedores com comércio no Shopping são conscientes das exigências operacionais 6% 2% 7% 19% 8% 2% 56% Provavelmente sim Acredito haver decepções Deve constar em contrato A maioria acha que está Certamente tiveram esclarecimentos Os experientes sim O shopping Center é uma consequência natural do comércio, em razão do crescimento das cidades. O serviço do comércio instalado consegue ofertar ao consumidor horas de satisfação de forma cômoda e segura, com estacionamento e acesso a diversos tipos de produtos e serviços, favorecendo, com isso, as vendas. No que se refere ao fluxo de consumidores aos níveis das necessidades dos resultados esperados pelo do Shopping local, 53% dos entrevistados acreditam que a localização é adequada, no entanto, 17% dos empresários admitem que o êxito dos investidores nos empreendimentos instalados vá depender da capacidade de oferta de bens e serviços a preços competitivos com o comércio de rua. 3% 8% 4% 5% Capacidade de manutenção do fluxo de clientes ao ambiente do Shopping 17% 1% 9% 53% Provavelmente sim Depende da publicidade Depende dos entretenimentos Depende da qualidade dos transportes coletivos Pouco provável Talvez a praça de alimentação
Quanto à preferência do consumidor relacionada ao local para compras, 58% dos empresários acredita que estes ainda vão preferir o comércio de rua, ressaltando que este pode oferecer preços menores, espaços maiores, instalação em ponto estratégico, liberdade de adequação visual e arquitetônica externa e, estacionamento público, muitas vezes gratuito. Preferência do cliente em comprar no Shopping 2% 58% 40% Sim Não A posição dos empresários que asseguram manter a preferência do consumidor tem base na premissa de que as compras no Shopping se tornam mais caras e o comércio de rua tem preços mais atraentes. 18% Motivos para o comércio de rua continuar crescendo mesmo com a instalação do Shopping Center 22% 2% 12% 28% 18% As compras no Shopping se tornam bem mais caras O comércio tradicional tem mais condições de competitividade O hábito do consumidor não muda de uma hora para outra O comércio de rua está mais próximo do consumidor O comércio de rua tem preços mais atraentes
Com relação a promoções, 30% dos empresários afirmam que o comércio de rua tem mais independência, além de conhecimento básico sobre o poder aquisitivo da sociedade. As promoções do Shopping e do comércio de rua 24% 20% 4% 30% 22% A independência do comércio de rua permite promoções mais oportunas A dependência do comércio do Shopping retira estratégias próprias Apenas sobre os aspectos de peças de mídia O poder aquisitivo da sociedade local é mais compatível para o comércio de rua Uma das funções do Shopping Center é a mudança de hábitos do consumidor do Acre. Para tanto, a criatividade dos envolvidos deve ser fértil. Nos períodos de picos de compra e venda, os lojistas do shopping devem contar com ambiente investido de decoração pertinente e atraente. Porém, os custos desses investimentos podem propiciar maior potencialização para certos nichos de comércio de rua, em decorrência da sua capacidade de conceder melhores condições para o consumidor. Superação do movimento no comércio de rua sobre o Shopping nas datas festivas Com certeza 5% 4% 8% 9% 2% 39% 33% O comércio de rua facilita mais para os clientes Grande parte do comércio do Shopping é franqueado e não tem vontade própria Não, o Shopping tem mais promoções para o consumidor O comércio de rua tem mais condições de adequação ao gosto do cliente O comércio de rua é mais flexível a períodos sazonais
Com relação aos empresários contatados, sem lojas no Via Verde Shopping Center, 44% argumentam não considerar atraente tais investimentos para o momento. Outros 21% não foram convidados. Motivos que não estimularam a instalação de uma loja no Shopping 12% 2% 21% Não foi convidada Em função do custo de instalação e permanência 44% 19% 2% Descartou convite Não considera investimento viável para o momento Esta empresa está com instalação no Shopping Conforme observado, pelos indicadores levantados, instalar uma loja em um shopping significa ter acesso a boas condições de segurança, fluxo garantido de público e boas chances de crescimento. Mas, apesar de a proposta ser atraente, o lojista deve ficar atento. Deslocar o comércio de rua para um complexo de compras exige mudanças, inclusive, na gestão da empresa Rio Branco/AC, 26 de outubro de 2011