SISTEMÁTICA DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL. Simone Maria Vieira de Velasco Marcela Tapajós e Silva

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SISTEMÁTICA DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL Simone Maria Vieira de Velasco Marcela Tapajós e Silva

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO: A EXPERIÊNCIA DA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA ESAF/MF BRASIL Carlos Eduardo Uchoa Paulo Mauger Patrícia Aguiar Cunha Vieira Valéria Giorgetti

Painel 51/182 Gestão do Desempenho na Administração Pública Federal AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO: A EXPERIÊNCIA DA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA ESAF/MF BRASIL Carlos Eduardo Uchoa Paulo Mauger Patrícia Aguiar Cunha Vieira Valéria Giorgetti RESUMO No contexto atual da Administração Pública, busca-se tornar as instituições governamentais mais ágeis e flexíveis a fim de atender com eficiência às demandas da sociedade, assim como elevar e manter o país em um patamar competitivo no cenário mundial. Considerando que os servidores públicos são os agentes impulsionadores de resultados dentro dessas organizações, a Avaliação de Desempenho pode ser utilizada como uma excelente ferramenta de gestão. A adoção de tal instrumento como ferramenta de gestão nas organizações privadas não é recente, ao contrário das públicas. Nestas últimas, no entanto, encontram-se avaliações em diversos níveis de complexidade, desde as limitadas ao cumprimento da lei, tal como a avaliação de conclusão do estágio probatório, até notáveis exemplos de avaliações 360 graus inseridas em avançados modelos de gestão por competências e gestão estratégica. Neste contexto, a Escola de Administração Fazendária (ESAF) desenvolveu e implantou a sua avaliação de desempenho considerando seu planejamento estratégico, a necessidade de cumprir determinação legal referente a critérios de distribuição e manutenção de gratificação e a necessidade de se implantar uma ferramenta de gestão capaz de contribuir para uma gestão eficaz. As avaliações das escolas de governo dos Ministérios do Planejamento, da Fazenda e de Relações Exteriores deveriam se basear em três critérios: produtividade, compromisso e assiduidade. Cada critério, por sua vez, foi subdividido em fatores de avaliação. E, considerando a escolha da Escola em adotar o método das escalas gráficas, foram elaborados indicadores que representaram o desempenho ideal do servidor em todos os fatores avaliados. O novo modelo de avaliação de desempenho da ESAF foi instituído pela Portaria nº 184, de 27 de novembro de 2009 e foi implantado em janeiro de 2010 em caráter experimental, após a realização de treinamento com os avaliados e avaliadores. A Portaria nº 200, de 16 de dezembro de 2009, relacionou a Portaria nº 184 com a Gratificação Temporária por Atividade em Escola de Governo (GAEG) e também determinou o período para a realização da primeira avaliação em caráter definitivo. Assim, o presente trabalho teve como objetivos apresentar o modelo de avaliação de desempenho desenvolvido na ESAF, demonstrando analiticamente o caminho percorrido até a implantação de seu novo modelo de avaliação de desempenho profissional. Pretendeu-se, também, discorrer sobre as principais dificuldades encontradas, desde a previsão legal, passando pelo desenvolvimento de um modelo

adaptado às características do órgão, pela sua divulgação e implementação. Fez-se uma análise com a exposição de problemas e respectivas soluções de forma aberta, incluindo os problemas ainda não resolvidos, mesmo alguns que possam ser considerados simples. Discorreu-se sobre possíveis soluções para as dificuldades encontradas, soluções essas válidas não apenas para o órgão onde a pesquisa foi realizada, mas em quaisquer organizações onde se deseje implantar um sistema de avaliação de desempenho. Pretendeu-se, ainda, fornecer respostas para algumas situações que ocorreram na Escola ao longo dos dois ciclos de avaliação de desempenho realizados até meados de 2010, situações essas comuns a diversas organizações. Por fim, ao se fornecer respostas gerais, que sirvam de subsídio para organizações que passem por semelhantes situações, objetivou- se contribuir para a gestão da própria ESAF e de outras instituições. Os obstáculos analizados foram classificados em três espécies, como forma de melhor organizar a disposição das informações: 1) Concepção, que se refere a situações ou dificuldades que precisaram ser resolvidas durante o processo de concepção de um novo modelo de avaliação de desempenho, incluindo aspectos legais e relacionados ao desenvolvimento do instrumento de avaliação; 2) Aplicação, que diz respeito a questões que prejudicaram a atribuição adequada dos conceitos durante a aplicação da avaliação pelo superior em relação ao seu subordinado; e 3) Processo de implementação, que foram situações ou dificuldades que podiam afetar de forma global o processo de implementação da avaliação de desempenho, como a aceitação do modelo e a implementação de ações decorrentes das avaliações. Estas questões se relacionaram ao processo de implantação da avaliação após a realização dos dois primeiros ciclos. Foi possível, assim, verificar que é imprescindível uma análise detalhada das situações ocorridas durante a implantação como parte de um processo de melhoria contínua e concluiu-se pela necessidade de interligação entre o modelo criado para avaliação do desempenho de profissionais e os demais componentes do sistema de gestão de pessoas. As situações levantadas foram analisadas à luz principalmente da legislação e de pesquisas bibliográficas e constatou-se que o modelo de avaliação de desempenho implantado da ESAF teve inúmeras virtudes, representando notável avanço em relação ao modelo anterior. Foram identificados diversos pontos fortes no processo, como a participação na formulação do questionário, a adoção de um instrumento informatizado e a implementação da avaliação dentro de um conceito de gestão, em que a avaliação em si não importa tanto quanto o acompanhamento contínuo do desempenho, a aproximação entre chefes e subordinados e o momento de reflexão proporcionado para que se reflita sobre as melhorias necessárias e os objetivos a serem perseguidos.

3 1 INTRODUÇÃO No contexto atual da Administração Pública, busca-se tornar as instituições governamentais mais ágeis e flexíveis a fim de atender com eficiência às demandas da sociedade, assim como elevar e manter o país em um patamar competitivo no cenário mundial. Considerando que os servidores públicos são os agentes impulsionadores de resultados dentro dessas organizações, a Avaliação de Desempenho pode ser utilizada como uma excelente ferramenta de gestão. A adoção de tal instrumento como ferramenta de gestão nas organizações privadas não é recente, ao contrário das públicas. Nestas últimas, no entanto, encontram-se avaliações em diversos níveis de complexidade, desde as limitadas ao cumprimento da lei, tal como a avaliação de conclusão do estágio probatório, até notáveis exemplos de avaliações 360 graus inseridas em avançados modelos de gestão por competências e gestão estratégica. Neste contexto, a Escola de Administração Fazendária (ESAF) desenvolveu e implantou a sua Avaliação de Desempenho considerando seu planejamento estratégico, a necessidade de cumprir determinação legal referente a critérios de distribuição e manutenção de gratificação e a necessidade de se implantar uma ferramenta de gestão capaz de contribuir para uma gestão eficaz. A ESAF é um órgão do Ministério da Fazenda, cuja missão é desenvolver pessoas para o aperfeiçoamento da gestão das finanças públicas e a promoção da cidadania. Suas linhas de ação são: 1) Organização de concursos, em todo o território nacional, para a seleção de servidores públicos, incluindo, quando solicitada, a condução de cursos de formação. 2) Planejamento e a realização de cursos de curta e longa duração e de pós graduação a fim de atender às necessidades do Ministério da Fazenda; 3) Promoção de pesquisa básica e aplicada nas áreas de atuação do Ministério da Fazenda; 4) Desenvolvimento e a manutenção de programas de cooperação técnica com organismos nacionais e internacionais sobre matérias de interesse do Ministério da Fazenda.

4 Sua sede situa-se em Brasília e a Escola é integrada por dez Centros Regionais de Treinamento (centresafs) localizados nas seguintes cidades: Belo Horizonte (MG), Belém (PA), Brasília (DF), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP). A ESAF conta com aproximadamente com 440 pessoas em sua força de trabalho, sendo pouco mais da metade constituída de servidores efetivos do quadro do Ministério da Fazenda ou cedida de outros Ministérios e entidades públicas, servidores temporários e ocupantes de cargo em comissão. A outra metade é composta de colaboradores eventuais, como são chamados os profissionais contratados por projeto, com limitações de período e valor de contratação, funcionários de empresas terceirizadas e estagiários. 1.1 Avaliação de Desempenho e Gestão A avaliação de desempenho na administração pública brasileira não é uma inovação da administração gerencial, instituída a partir de 1995. No Brasil, ela foi instituída pela Lei do Reajustamento, de 1936. Dentre inúmeras inovações, essa lei lançou as bases de uma administração de pessoal racional, institucionalizando o sistema de mérito e fincando as diretrizes do primeiro plano de classificação de cargos. Atualmente, a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, regulamenta as avaliações de desempenho do estágio probatório no âmbito do Poder Executivo Federal e determina a realização de uma avaliação de desempenho ao final desse estágio. Tal obrigatoriedade não afetou a ESAF nos anos de 2008 a 2010, uma vez que a Escola não dispunha, nesses anos, de profissionais em estágio probatório. No entanto, a ESAF submete-se a duas normas legais pertinentes ao tema em questão: a Lei nº 11.907, de 2 de fevereiro de 2009, que instituiu a Gratificação Temporária por Atividade em Escola de Governo (GAEG) e a vinculou ao desempenho do servidor; e o decreto nº 7.133, de 19 de março de 2010, que regulamentou os critérios e procedimentos gerais a serem observados para a realização das avaliações de desempenho individual e institucional para o pagamento de gratificações de desempenho em diversas entidades da administração direta e indireta, fundacional e autárquica do Poder Executivo Federal.

5 Adicionalmente, a Escola considera a Avaliação de Desempenho um instrumento de gestão, a qual tem sido utilizada para contribuir no alcance das metas organizacionais e satisfação dos servidores. Um dos aspectos importantes advindos desta ferramenta é o aprimoramento das competências organizacionais e individuais. Assim, considera-se importante discorrer brevemente o modelo de gestão por competências, o qual abarca a metodologia de avaliação de desempenho adotada pela ESAF. A gestão por competências, segundo Chiavenato (2008), consiste em um programa sistematizado no sentido de definir perfis profissionais que proporcionem maior produtividade e adequação ao negócio e a identificação dos pontos de excelência e de carência, tendo por base objetivos mensuráveis. Portanto, tem como foco uma visão das necessidades futuras do negócio e de como as pessoas poderão agregar valor. Assim, a base da gestão por competências é fazer com que o indivíduo contribua para a consolidação da visão de sua organização, valorizando suas competências, direcionando-as e desenvolvendo-as de forma alinhada aos objetivos estratégicos organizacionais. Martins (2010) aponta que a gestão por competências é um processo contínuo que, a partir da missão, visão e valores, se inicia com a implantação de uma agenda estratégica com os resultados a serem alcançados, incluindo os objetivos, metas e indicadores. Inclui, ainda, o plano estratégico de ação e os projetos. Tais elementos estruturantes possibilitam, esntão, identificar as competências necessárias para concretizar os resultados esperados e, a partir das competências essenciais que a organização deve possuir, identificam-se as lacunas entre as competências necessárias e as existentes. Este diagnóstico embasa os processos de aquisição, desenvolvimento, retenção e avaliação. Para o correto entendimento deste modelo de gestão, faz-se necessário melhor compreender o conceito de competência. Assim, diversos autores definem competência de um indivíduo como decorrência da articulação de seus conhecimentos, habilidades e atitudes nas situações enfrentadas no trabalho. Isso significa que não basta a um profissional profundo conhecimento de determinado tema, pois, além de saber (ter conhecimento), ele precisa saber fazer (ter habilidade) e querer fazer (ter atitude).

6 A gestão de pessoas é uma forma moderna de a organização se relacionar com seus profissionais. Enquanto as formas tradicionais de gestão de recursos humanos são burocratizadas, centralizadas e focadas no controle, a moderna gestão de pessoas é focada na estratégia, caracterizando-se pela flexibilidade, descentralização e autonomia dos profissionais. E é nesse contexto que se insere a Avaliação de Desempenho implantada pela ESAF. Araújo (2006) defende haver quatro motivos para a utilização da avaliação de desempenho: alicerçar a ação do gestor, nortear e mensurar o processo de treinamento e desenvolvimento, facilitar o feedback do desempenho para as pessoas e, por fim, facilitar o progresso das organizações por meio do conhecimento de seu pessoal, da identificação de seus pontos negativos e positivos a fim de que obter um diagnóstico para elaboração de sua estratégia. Com pensamento similar, Brandão (2008) relaciona a avaliação de desempenho com a gestão por competências, afirmando que os resultados alcançados na avaliação são comparados com os que eram esperados, gerando informações para retroalimentar o processo de gestão por competências. E completa, afirmando que qualquer que seja o modelo de avaliação de desempenho adotado em uma organização, é imprescindível a descrição do perfil de competências básicas que sirvam de paradigma para uma comparação com as existentes. 1.2 A avaliação de desempenho: questionamentos e vícios Sempre que se está em contato com uma pessoa, de alguma forma ela é avaliada. Da mesma forma, sempre se obtém algum tipo de informação sobre alguém quando se deseja. Contudo, as informações obtidas dessa forma são confiáveis? Elas podem ser comparadas objetivamente ao longo do tempo? Podem servir de base sistemática para a identificação de necessidades de capacitação? Pode-se dizer, então, que a avaliação de desempenho, seja ela formal ou informal, sempre existe, é subjetiva e contém distorções. Assim, sua estruturação objetiva obter informações menos subjetivas e menos distorcidas do que as obtidas por meio de processos sem nenhuma estruturação. Segundo Lacombe e Heilborn (2003, p.285), os vícios mais comuns em avaliações de desempenho são: subjetivismo, unilateralidade (avaliar conforme

7 critérios pessoais e não conforme definido pelo instrumento de avaliação), tendência central (atribuir conceito sempre médio), efeito halo (avaliar todos os aspectos da mesma forma, reproduzindo a média da percepção), falta de memória (avaliar conforme apenas os eventos mais recentes), supervalorização da avaliação, desvalorização da avaliação, falta de técnica, força do hábito (não considerar mudanças no comportamento desde a última avaliação) e posições contrárias (assumir uma postura contrária, independente de quaisquer argumentos). 2 OBJETIVOS O presente trabalho tem como objetivos apresentar o modelo de avaliação de desempenho desenvolvido na ESAF, demonstrando analiticamente o caminho percorrido até a implantação de seu novo modelo de avaliação de desempenho profissional. Pretende-se, também, discorrer sobre as principais dificuldades encontradas, desde a previsão legal, passando pelo desenvolvimento de um modelo adaptado às características do órgão, pela sua divulgação e implementação. Faz-se uma análise aprofundada, com a exposição de problemas e respectivas soluções de forma aberta, incluindo os problemas ainda não resolvidos, mesmo alguns que possam ser considerados simples. Discorre-se sobre possíveis soluções para as dificuldades encontradas, soluções essas válidas não apenas no órgão onde a pesquisa foi realizada, mas em quaisquer organizações onde se deseje implantar um sistema de avaliação de desempenho. Essa proposta mostra-se coerente com o desejo da própria administração da ESAF de aprofundar o refinamento do modelo implantado de avaliação de desempenho e alinha-se às finalidades da Escola contidas em seu Regimento Interno de mostrar caminhos para os demais órgãos do Ministério da Fazenda. Assim, experimentando ferramentas de gestão, testando e analisando modelos e possibilidades de ação, a ESAF adquire experiência e condições para melhor implementar sua missão de capacitar a força de trabalho 1 dos órgãos fazendários brasileiros. 1 Força de trabalho: segundo a Fundação Nacional da Qualidade (2008), o conceito de pessoas foi expandido para força de trabalho, definida como pessoas que compõem uma organização e que contribuem para a consecução de suas estratégias, objetivos, metas, tais como empregados em tempo integral ou parcial, temporários, autônomos e contratados terceirizados que trabalham sob a coordenação direta da organização.

8 Pretende-se, ainda, fornecer respostas para algumas situações que ocorreram na ESAF ao longo dos dois ciclos de avaliação de desempenho realizados até meados de 2010, situações essas comuns a diversas organizações. Ao se fornecer respostas gerais, que sirvam de subsídio para organizações que passem por semelhantes situações, objetiva-se contribuir para a gestão da própria ESAF e de outras instituições. 3 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NA ESAF 3.1 A implantação da avaliação de desempenho O Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2006, instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal, definindo que a Administração Pública Federal, Direta, Autárquica e Fundacional deveria adotar um sistema de gestão por competência. A partir de dezembro de 2008 a ESAF começou a trabalhar com a metodologia BSC Balanced Scorecard, a partir do qual o sistema de gestão por competências foi idealizado dentro do objetivo Desenvolver competências técnicas e gerenciais: liderança, gestão do conhecimento e de competência, trabalho em redes, metodologias educacionais. Segundo Kaplan e Norton (2001), no BSC, todos os objetivos são dispostos em um Mapa Estratégico, conforme uma ordenação lógica: pessoas e inovação conduzem a processos internos eficazes, os quais conduzem a resultados. Na mesma época, em dezembro de 2008, a ESAF decidiu implantar um sistema formal de avaliação de desempenho, momento em que cresciam as perspectivas da necessidade de atendimento a exigências legais. A Portaria nº 170, instituindo a avaliação de desempenho da ESAF, foi assinada em 15 de dezembro de 2008, tendo sido implantada em março de 2009, com período avaliativo de janeiro a fevereiro desse ano. A avaliação foi aplicada apenas a servidores, realizada com base em um formulário com sete perguntas e foi efetivada com uma autoavaliação e uma avaliação pelo superior imediato, única considerada para registro, uma vez que a autoavaliação tinha sido planejada para servir apenas como referência. A

9 implantação da avaliação de desempenho na ESAF decorreu mais diretamente da então previsão de vínculo entre a Gratificação Temporária por Atividade em Escola de Governo e a avaliação de desempenho, conforme texto da lei nº 11.907, de 2 de fevereiro de 2009. A partir dessa época, fevereiro de 2009, passou-se então a se aguardar a publicação de uma Portaria Interministerial, dos Ministérios do Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão, de Relações Exteriores e da Fazenda. No decorrer desse ano, a ESAF foi chamada a participar da elaboração da referida Portaria. Assim, antes da publicação da Portaria Interministerial, já foi possível conhecer os critérios da avaliação de desempenho que iriam vigorar. 4 O NOVO MODELO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO Em julho de 2009 foram iniciadas ações para o desenvolvimento de um novo instrumento de avaliação de desempenho mais objetivo e que contivesse os indicadores para avaliar todos os critérios estabelecidos na Portaria Interministerial que estava em processo de elaboração. Foi formada uma equipe de trabalho composta de duas psicólogas organizacionais e um engenheiro, cuja ação inicial foi definir os componentes do sistema de gestão de pessoas da ESAF. Figura 1: Componentes do Sistema de Gestão de Pessoas da ESAF

10 Em seguida, foi elaborado um plano de trabalho que conteve os objetivos da nova avaliação de desempenho, a saber, identificar oportunidades de melhoria no desempenho do trabalhador (conhecimentos, habilidades e atitudes), assim como melhoria na relação entre o trabalhador e suas responsabilidades, disseminar o desempenho esperado, identificar as competências fortes e as que mais necessitavam de melhorias, avaliar o trabalhador de forma objetiva, com critérios técnicos definidos, claros e conhecidos, estabelecer uma base técnica critérios para concessão de gratificações e manter um canal de comunicação transparente entre o servidor e sua chefia. Adicionalmente, a direção da Escola demandava uma avaliação que fosse menos subjetiva, de fácil aplicação, rápida elaboração e que servisse como instrumento de gestão 4.1 Fatores de avaliação e indicadores A Portaria Interministerial MP/MF/MRE nº 438/2009 definiu que as avaliações das escolas de governo dos Ministérios do Planejamento, da Fazenda e de Relações Exteriores deveriam se basear em três critérios: produtividade, compromisso e assiduidade. Cada critério, por sua vez, deveria ser subdividido em fatores de avaliação. Mas, segundo Encinas e Albernaz (2009), a fim de possibilitar a utilização do método da escala gráfica, os fatores de avaliação precisam representar o desempenho ideal. E como cada fator de avaliação abrange diversos conceitos, concluiu-se que precisavam ser subdivididos em indicadores, tantos quantos necessários para abranger de forma completa tais fatores. Os indicadores foram elaborados de forma a representar o comportamento considerado ideal para os padrões de desempenho necessários à ESAF, aplicáveis a qualquer servidor, colaborador, terceirizado ou estagiário. Foram todos concebidos com base em uma pesquisa de campo realizada previamente com os servidores da Escola, na qual estes descreveram os fatores avaliados em termos de comportamentos observáveis. Esta pesquisa possibilitou a participação dos servidores na elaboração da nova avaliação de desempenho, representando fielmente a cultura organizacional da ESAF.

11 4.2 A construção do novo instrumento de avaliação de desempenho A Portaria Interministerial permitiu liberdade para que cada escola de governo dividisse a pontuação entre os diversos critérios, desde que a pontuação máxima prevista para cada critério não fosse ultrapassada. A equipe de trabalho distribuiu a pontuação com base em sua própria experiência: Produtividade: 45 pontos; Compromisso: 45 pontos; Assiduidade: 10 pontos Decidiu-se atribuir peso igual a cada indicador dentro de seu fator de avaliação. Assim, quanto maior a quantidade de indicadores, menor a pontuação de cada um deles. Em paralelo, foi concebida a escala de avaliação, considerada importante para conferir simplicidade e precisão ao instrumento de avaliação. Assim, tomando por base a experiência de outras organizações e o modelo definido pela Portaria Interministerial, o método de escala gráfica foi naturalmente o selecionado. A escala escolhida foi: evidência muito forte do indicador, boa evidência do indicador, alguma evidência do indicador, pouca evidência do indicador e nenhuma evidência do indicador. O termo evidência não foi escolhido por acaso. Objetivou-se atribuir responsabilidade ao profissional avaliado, que passou a ter de mostrar indícios de atendimento ao indicador. O instrumento de avaliação foi desenvolvido no aplicativo Excel a fim de agilizar o preenchimento e fornecer a pontuação de maneira automática. Também facilitou a compreensão dos passos necessários para se realizar a avaliação, a segurança do programa e a rapidez de preenchimento da avaliação. Uma vez concluída a programação e formatação, seguiram-se apresentações para a Direção e para o Comitê de Gestão com pessoas (COGEP) para aprovação e sugestão de melhorias. 4.4 Ações de implementação do novo modelo de avaliação A periodicidade da aplicação da avaliação foi determinada pela Direçãogeral. Seria trimestral a fim de facilitar a memória sobre o desempenho do servidor no período avaliativo e para permitir a rápida recuperação da gratificação, caso um servidor a perdesse, pois a Portaria Interministerial estabelecia a sua caso a nota na avaliação fosse inferior a sessenta.

12 Este novo modelo de avaliação de desempenho foi instituído pela Portaria nº 184, de 27 de novembro de 2009 e foi implantado em janeiro de 2010 em caráter experimental, após a realização de treinamento com todos os avaliandos e avaliadores. A Portaria nº 200, de 16 de dezembro de 2009, relacionou a Portaria nº 184 com a Gratificação Temporária por Atividade em Escola de Governo (GAEG) e também determinou o período para a realização da primeira avaliação em caráter definitivo, não experimental: início de abril, com período de avaliação de 11 de janeiro de 2010 a 31 de março de 2010. A realização da avaliação em caráter experimental foi importante, pois diversas sugestões e críticas foram recebidas pela equipe de trabalho de avaliação de desempenho, havendo oportunidades para ajustes, erros no formulário eletrônico foram corrigidos e distorções no entendimento do processo de avaliação e do próprio questionário foram identificadas e as informações necessárias foram comunicadas. Além dos treinamentos realizados, foi elaborado um POP Procedimento Operacional Padrão - com o objetivo de servir como referência em caso de dúvidas durante qualquer etapa do processo de avaliação de desempenho, desde a preparação para a avaliação, passando pelo preenchimento do questionário, orientações para feedback e a elaboração de recurso. Cabe destacar a obrigatoriedade da realização de feedback. O objetivo foi proporcionar uma oportunidade para avaliação do alcance dos objetivos estabelecidos entre superior e subordinado, para a pactuação de novos objetivos, para analisar erros e acertos de ambas as partes, identificar satisfações e insatisfações, enfim incentivar uma cultura de comunicação aberta, comprometimento e transparência. 5 ANÁLISE DOS OBSTÁCULOS IDENTIFICADOS DURANTE A IMPLANTAÇÃO NO NOVO MODELO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO Este tópico apresenta uma análise das dificuldades e situações ocorridas durante a implantação do novo modelo de avaliação de desempenho. Nem todas as situações foram resolvidas, mas todas foram analisadas e, em relação a cada obstáculo cujas dificuldades não tenham sido transpostas, foram propostas ações. Os obstáculos foram classificados em três espécies, como forma de melhor organizar a disposição das informações.

13 a) Concepção: Situações ou dificuldades que precisam ser resolvidas durante o processo de concepção de um novo modelo de avaliação de desempenho, incluindo aspectos legais e relacionados ao desenvolvimento do instrumento de avaliação. b) Aplicação: Questões que prejudicam a atribuição adequada dos conceitos durante a aplicação da avaliação pelo superior em relação ao seu subordinado. c) Processo de implementação: Situações ou dificuldades que podem afetar de forma global o processo de implementação da avaliação de desempenho, como a aceitação do modelo e a implementação de ações decorrentes das avaliações. 5.1 Obstáculos relacionados à concepção da avaliação 5.1.1 Prazo para implantação Em organizações públicas, é necessária a publicação de atos normativos que definam os critérios, as responsabilidades e a forma de execução das avaliações de desempenho. Em vista disso, o prazo para implantação da avaliação pode se tornar significativamente maior. Para a regulamentação de sua avaliação de desempenho, a ESAF precisava aguardar a publicação de uma portaria interministerial, conforme disposto no artigo nº 295 da Lei 11.907, de 2 de fevereiro de 2009, que estabelece que os critérios e procedimentos para a avaliação precisam ser definidos em ato conjunto dos Ministros de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão, das Relações Exteriores e da Fazenda. Diante da incerteza sobre a data de publicação de tal ato, a ESAF decidiu implementar a avaliação de desempenho, que teria caráter exclusivo de gestão, dissociado da concessão de gratificações. Assim, publicou a Portaria nº 184, em 27 de novembro de 2009. Como a publicação da Portaria Interministerial nº 438 ocorreu logo em seguida, em 4 de dezembro, decidiu-se finalizar a regulamentação com a Portaria nº 200, publicada em 16 de dezembro de 2009. A decisão de implementar a avaliação de desempenho para fins exclusivos de gestão, sem implicações legais, foi oportuna e efetivamente utilizada, tendo servido para resolver dúvidas e resolver situações operacionais encontradas.

14 5.1.2 Imprecisões da Portaria Interministerial Tecnicamente, a Portaria Interministerial continha fatores de avaliação com mais de um elemento a ser avaliado, o que prejudica a atribuição de pontuação. Por exemplo: fator Organização das tarefas e atendimento dos prazos. Quando mais de um indicador é envolvido no mesmo questionamento, os avaliadores tendem a optar pela atribuição de conceito considerando apenas um dos indicadores. Diante dessa situação, foi decidido simplesmente subdividir os fatores de avaliação definidos na Portaria, o que não a contrariava, tendo apenas o propósito de facilitar a interpretação por avaliadores e avaliados. 5.1.3 Distribuição da pontuação A fim de representar fielmente o desempenho de um avaliado, a pontuação de cada critério e fator de avaliação deve ser cuidadosamente planejada. Conforme disposto na Portaria Interministerial MP/MF/MRE nº 438, de 2009, a seguinte pontuação deveria ser respeitada: critério produtividade: máximo de setenta pontos; critério compromisso: máximo de cinquenta pontos; critério assiduidade: máximo de quarenta pontos. Em função da decisão da alta direção de privilegiar a eficiência e os resultados, foi definido que o critério assiduidade deveria ter um peso significativamente menor, sendo-lhe atribuído dez pontos. A pontuação restante foi distribuída igualmente: quarenta e cinco pontos, tanto para produtividade como para compromisso. Cada critério de avaliação era dividido em fatores de avaliação que, por sua vez, foram subdivididos em indicadores de desempenho. A distribuição da pontuação de cada critério em cada um dos fatores de avaliação decorreu da importância relativa de cada fator e foi testada posteriormente durante as simulações. Ajustes foram realizados como resultado desses testes. Por sua vez, a pontuação dos indicadores de cada fator de avaliação foi distribuída por igual: todos os indicadores com o mesmo peso dentro de cada fator. Em razão da significativa quantidade de indicadores (42), desempenhos excepcionais ou péssimos em um ou em poucos indicadores não têm a capacidade de alterar fortemente a pontuação, o que deve ser melhor analisado. Há indicadores de elevadíssima relevância em um setor de trabalho. Nesse caso, um desempenho péssimo de um profissional em um, apenas um indicador, pode afetar fortemente o