TRE/RS TRE/RS DIREITO CIVIL. Glauka Archangelo.

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Transcrição:

TRE/RS DIREITO CIVIL.. EMENTA: DOS CONTRATOS: Noções gerais; classificação, formação. Regras especiais: vícios redibitórios, evicção. Dos contratos em espécie: Da prestação de serviço. DOS CONTRATOS: CONCEITO: é o acordo de vontades celebrado para criar, modificar ou extinguir direitos e obrigações de índole patrimonial entre as partes. È negócio jurídico e para sua existência necessita de elementos essenciais. Sendo elas. - Capacidade das partes; - Consentimento das partes; - Objeto lícito, possível, certo e apreciável em dinheiro; - Forma prescrita e não defesa em lei. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE é estabelecida no artigo 426 do CC, em relação ao seu objetivo dos contratos, não sendo permitido o contrato que envolva herança de pessoa viva, conhecido como pacto corvina (pacto sucessório). Os contratos são pautados pelos seguintes princípios: Autonomia da vontade: informa este princípio que entre as partes contratantes existe a liberdade contratual, consistindo no poder de estipular livremente, como melhor lhes convier, mediante acordo de vontades, a disciplina de seus interesses. Importante observar que a vontade de contratar sofre limitações perante a norma de ordem pública, a liberdade vai então até onde esta permitir. Princípio da relatividade dos contratos o contrato só vincula aqueles que dele participa, assim, não podem em princípio, nem aproveita nem prejudica terceiros. A não ser nos casos estipulados em lei, por exemplo a estipulação em favor de terceiros (art. 1098 a 1100 do CC) Princípio da boa fé: importa em exigir das partes que contratantes o dever de agir de forma correta antes, durante e depois do contrato, se caracteriza por um dever de agir de acordo com determinados padrões sociais estabelecidos e reconhecidos, pode acontecer que o sentido literal da linguagem não prevalecerá sobre a intenção inferida da declaração de vontade das partes e aí entra o princípio da boa-fé, para fazer valer a real intenção das partes. (Art. 422 CC) Os contratos podem classificados: a) De acordo com as obrigações assumidas pelas partes: - Unilaterais: apenas uma das partes assume obrigações contratuais. Ex: doação pura e simples, o comodato e o mútuo que são os contratos de empréstimos, onde somente a pessoa que recebe a coisa assume obrigações, como conservar o bem como se fosse seu, restituir o que recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. - Bilaterais: as duas partes assumem obrigações contratuais recíprocas. Ex. compra e venda (obriga o vendedor a transferir o domínio, enquanto o vendedor se obriga a pagar certo preço em dinheiro), a empreitada (empreiteiro se obriga a realizar a obra, recebendo pela remuneração do dono da obra o comitente). b) Quanto a denominação. - Nomidados: nominados são aqueles que possuem denominação legal, obedecem a um padrão definido e regulado em lei; Princípio da força obrigatória dos contratos: todo contrato válido e eficaz deve ser cumprido pelas partes ( pacta sunt servanda), sob pena de execução patrimonial contra o inadimplente. - Inominados são aqueles que não se enquadram em nenhum diploma legal e não têm denominação legal própria; surgem, geralmente, na vida cotidiana, pela fusão de dois ou mais tipos contratuais, uma vez presente 1

a vontade de contratar entre as partes. Sua previsão legal encontra-se no artigo 425 do CC. Ex: cessão de clientela. já definida em todos os seus termos. Ex. contrato de seguro. c) Em relação às vantagens patrimoniais. e) Quanto a forma: - onerosos: quando ambas as partes têm proveito no contrato. Ex: locação. - gratuitos: quando somente uma das partes têm proveito no contrato. Ex:comodato. d) Quanto ao conhecimento (certeza) das prestações. - consensuais, ou não solenes, são aqueles que independem de forma especial, para cujo aperfeiçoamento basta o consentimento das partes. Ex: compra e venda de bem móvel - formais ou solenes, são os que somente se perfazem se for obedecida forma especial; ex: compra e venda de bem imóvel que depende de escritura pública e também transcrição do ato no Registro Imobiliário. Há quem diga que seja uma subdivisão dos contratos onerosos, vamos adotar como classificação individual. - comutativos: são aqueles em que os contraentes conhecem suas respectivas prestações, como por exemplo, nos contratos de compra e venda - aleatórios: são aqueles cujas prestações somente serão cumpridas pela ocorrência de evento futuro e imprevisível, sendo, portanto, incertas quanto à quantidade ou extensão. Ex: contratos de seguro; jogo e aposta. - reais são aqueles que, para se aperfeiçoaram, necessitam não apenas do consentimento mútuo dos contratantes, mas também da entrega da coisa; ex: depósito. - principais são aqueles que podem existir independentemente de quaisquer outros; ex: compra e venda. - acessórios são aqueles que têm por finalidade assegurar o cumprimento de outro contrato, denominado principal; ex: fiança que pressupõe, por exemplo, o contrato de locação. e) Em relação a autonomia da vontade (liberdade de convencionar os pactos); - paritários: são aqueles em que as partes interessadas discutem os termos contratuais em igualdade de condições. FORMAÇÃO DOS CONTRATOS: A formação dos contratos passa por algumas fases específicas para sua total concretização. - adesão: excluem a possibilidade de qualquer debate e transigência entre as partes, um dos contratantes se limita a aceitar as cláusulas e condições previamente redigidas e impressas pelo outro, aderindo a uma situação contratual a) Negociações preliminares: fase onde as partes consideram a possibilidade de contratar, via de regra não gera obrigatoriedade, entre as partes. 2

b) Proposta ou oferta se dá quando se apresenta os termos de um negócio jurídico, convidando a outra parte a com eles concordar, uma vez formulada, vincula aquele que a formulou (proponente) Há exceções onde a proposta deixa de ser obrigatória: I) Proposta formulada com prazo: - Se a pessoa ausente não expediu a resposta dentro do prazo dado. - Se antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da parte a retratação do proponente. CONTRATOS EPISTOLARES: são os realizados por meio de comunicação escrita entre ausentes. Celebrados por exemplo: por carta, por e-mail, é considerada aceita a partir do momento da sua expedição. Exceções: Artigo 434. Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: I - no caso do artigo antecedente; II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; III - se ela não chegar no prazo convencionado. II) Proposta formulada sem prazo: - Se formulada a uma pessoa presente (que contrata diretamente), esta não a aceita imediatamente. - Se, feita a uma pessoa ausente (que contrata por meio de um intermediário), decorreu prazo suficiente se chegar a resposta ao proponente. LOCAL DA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO. Segundo artigo 435, no local onde foi proposto. c) Aceitação é a formulação da vontade concordante daquele à quem a proposta é formulada (oblato), feita dentro do prazo e envolvendo a adesão integral a proposta recebida. A aceitação se submete às seguintes regras: - Entre presentes é imediata; - Entre ausentes (mediante a intermediação de um terceiro) deve ser expressa no prazo; - Nos negócios onde não se exige a aceitação expressa ou for dispensada, o negócio se tem por concluído se a recusa não chegar a tempo (art. 432 CC). - Considera-se inexistente a aceitação se antes dela ou simultaneamente, o aceitante se retratar perante o oponente. (art. 433 CC). ATENÇÃO: A aceitação fora do prazo com adições ou modificações não implica em aceitação propriamente dita, mas em uma nova proposta (CC 431) Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. REGRAS ESPECIAIS: Nos contratos bilaterais há uma série de institutos relevantes, os quais, faremos sua análise. - Vícios Redibitórios: Vícios Redibitórios ou oculto: são os defeitos que aparecem no bem e que diminuem a sua qualidade ou quantidade até mesmo impedindo, a sua utilização. Ex.: compro um boi reprodutor portador de um vírus mortal. Poucos dias depois o boi vem a morrer. Se eu soubesse do defeito oculto, NÃO teria realizado o negócio. É utilizado o critério do Homem Médio para apurar se o adquirente poderia ou não saber dos vícios ocultos. 3

O alienante (que realiza a venda) é responsável, mesmo que desconheça o defeito, exceto se o contrário previr o contrato; Nas hipóteses do artigo 443 CC. Se o alienante: Conhecia do defeito restituirá o que recebeu, mais perdas e danos; Não conhecia do defeito restituirá o valor recebido, mais despesas do contrato; Ocorrendo os vícios redibitórios, os contratantes poderão propor as seguintes ações: Ação redibitória o adquirente pleitea a extinção do contrato e uma indenização por perdas e danos; Ação quanti minoris o adquirente pode exigir um abatimento do preço contratado; Para que se obtenha o valor de volta ou seu abatimento o ordenamento jurídico determina estes em razão da natureza do bem. Estes são prazos decadenciais se não observados, a parte perderá o direito em questão. Vejamos como isto se dá: Vícios constatáveis Móvel 30 dias As partes são assim nominadas: Evicto - O adquirente que vem a perder a coisa adquirida. Alienante: O que transferiu a coisa mediante contrato oneroso. Evictor: O terceiro que move a ação e vem a ganhar a coisa. O alienante responde pelos riscos da evicção se o contrário não previr o contrato; A responsabilidade pela evicção decorre da lei, não precisando, pois, estar prevista no contrato; Esta responsabilidade pode ser excluída expressamente do contrato, mas se isto ocorrer, o alienante responde por ela, exceto se o adquirente sabia do risco e expressamente o assumiu. Neste caso a responsabilidade consiste na devolução do preço acertado. Direitos do Evicto : Restituição integral do preço pago; das despesas com o contrato; dos prejuízos decorrentes da evicção; da indenização dos frutos que for obrigado a restituir; das custas judiciais. desde logo (aparente) Vícios constatáveis só mais tarde Imóvel 01 ano Móvel até 180 dias Não pode ser demandado o alienante por evicção: - Se a perda da coisa se deu por caso fortuito, força maior, roubo ou furto; - Se o adquirente sabia que a coisa era alheia ou litigiosa; Da Exceção de Contrato não Cumprido (oculto) prazo contado da ciência do defeito - Evicção: Imóvel 01 ano Evicção é a perda da posse ou da propriedade de um bem para terceiro, em razão de ato jurídico anterior e de uma decisão judicial. Dispõe o art. 476 do código civil que nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. Dispõe ainda o artigo 477 que se depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la. 4

Formas de Extinção dos Contratos O contrato pode ser extinto de diversas formas. Sendo que o termo rescisão (gênero) dividi-se em duas espécies: Resolução Contratual Extinção do contrato toda vez que houver o não cumprimento de uma obrigação (inadimplemento contratual). Ex.: Compra de uma mercadoria a prazo, em 02 parcelas. O adquirente não pagou nenhuma das parcelas e fica com a posse do bem. O Alienante entra com uma ação de Resolução Contratual contra o adquirente. Resilição É a extinção do contrato onde, apenas uma ou de ambas as partes manifestam a vontade de finalizar o pactuado. Pode ser realizada pelo Distrato ou da Denuncia. Distrato - é um acordo de vontade de ambas as partes de extinguir o contrato. Ex.: A aluga um imóvel por 30 meses. Com 12 meses de vigência do contrato, resolve sair do imóvel. Procura o locatário e propõe sair do imóvel sem pagar a multa ou pagando somente 50 % da multa. Se o locatário aceitar a proposta, os contratantes assinarão um Distrato, onde ambos colocarão fim ao contrato. Denuncia - é um ato unilateral que põe fim a um contrato; é a ação de uma única vontade. Ex.: Denuncia Vazia. Morte Com a morte extingue-se todos os contratos pessoais, salvo se existir a previsão de continuidade válido para os sucessores. Caso Fortuito (Força Maior): quando ocorrerem fatos imprevisíveis e incontroláveis (fenômenos da natureza). Toda vez que o contrato se tornar excessivamente oneroso para uma das partes, este contrato poderá ser revisto (teoria da imprevisão). DOS CONTRATOS EM ESPÉCIE Contrato Prestação Serviços mediante certa remuneração, obriga-se perante o outro a realizar determinada atividade consistente, essencialmente, num fazer, que não esteja sujeita às leis trabalhistas ou a lei especial. Toda espécie de trabalho que seja lícito, material ou imaterial pode ser contratado mediante retribuição. São partes no contrato de prestação de serviços: o prestador de serviços e o dono do serviço. Em relação às características do contrato, estas podem ser assim elencadas: é bilateral; onerosa e consensual, intuito personae art. 605. O Objeto do contrato consiste na realização de atividade humana que pode ser tanto intelectual como física. Em relação aos requisitos, é necessário a emissão de vontades simultâneas ou sucessivas quanto conteúdo do contrato, que não precisa ser exteriorizado de forma especial. O contrato deve prever o tempo de duração da prestação de serviços. Há um prazo máximo de 4 (quatro) anos que não pode ser ultrapassado em beneficio do prestador do serviço e instituído com fundamento na inalienabilidade da liberdade humana. Em relação às obrigações são estipuladas das seguintes formas: gera para o prestador de serviço gera essencialmente a obrigação de prestar o serviço com cuidado e segundo as regras da arte para quem contrata o serviço cria a obrigação de pagar a remuneração no tempo e modo ajustados e a obrigação de fornecer condições mínimas de proteção ao prestador de serviços, permitindolhe desenvolver sua atividade em um ambiente que não ofereça riscos à sua saúde ou à sua vida 5 Conceito: o contrato pelo qual alguém, O pagamento será realizado na forma

ajustada pelas partes, não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade. Salvo convenção entre as partes ou costume, a retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se não houver de ser adiantada, ou paga em prestações. A extinção do contrato pode se dar por justa causa, sem justa causa com ou sem culpa das partes. Se despedido sem justa causa o prestador de serviço, a outra parte (dono do serviço) será obrigado a pagar-lhe por inteiro a retribuição vencida, e por metade a que lhe tocaria de então ao termo legal do contrato. Terminado o contrato, o prestador de serviço tem direito a exigir da outra parte a declaração de que o contrato está findo. Igual direito lhe cabe, se for despedido sem justa causa, ou se tiver havido motivo justo para deixar o serviço. Se não houver prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o contrato, sendo que o aviso deve ser dado nos seguintes prazos: I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou mais; qualquer serviço compatível com as suas forças e condições. Em razão de serem considerados intuito personae - nem aquele a quem os serviços são prestados, poderá transferir a outrem o direito aos serviços ajustados, nem o prestador de serviços, sem aprazimento da outra parte, dar substituto que os preste. Se o serviço for prestado por quem não possua título de habilitação, ou não satisfaça requisitos outros estabelecidos em lei, não poderá quem os prestou cobrar a retribuição normalmente correspondente ao trabalho executado. Mas se deste resultar benefício para a outra parte, o juiz atribuirá a quem o prestou uma compensação razoável, desde que tenha agido com boafé. Não se aplica a segunda parte deste artigo, quando a proibição da prestação de serviço resultar de lei de ordem pública. A extinção do contrato de prestação de serviço se dá com a morte de qualquer das partes; pelo escoamento do prazo; pela conclusão da obra; pela rescisão do contrato mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a outra, pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, pelo prazo de dois anos. Em havendo alienação do prédio agrícola, onde a prestação dos serviços se opera, não haverá a rescisão do contrato, salvo ao prestador opção entre continuá-lo com o adquirente da propriedade ou com o primitivo contratante. II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena; III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias. O prestador de serviço contratado por tempo certo, ou por obra determinada, não se pode ausentar, ou despedir, sem justa causa, antes de preenchido o tempo, ou concluída a obra, despedindo-se sem justa causa, terá direito à retribuição vencida, mas responderá por perdas e danos. O mesmo dar-se-á, se despedido por justa causa. Não sendo o prestador de serviço contratado para certo e determinado trabalho (exemplo serviços gerais), entender-se-á que se obrigou a todo e 6

TÍTULO V Dos Contratos em Geral CAPÍTULO I Disposições Gerais Seção I Preliminares Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código. Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. Seção II Da Formação dos Contratos Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada. Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos. Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta. Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa. Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante. Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: I - no caso do artigo antecedente; II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; III - se ela não chegar no prazo convencionado. Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. Seção III Da Exceção de Contrato não Cumprido Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. 7

Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la. Seção V Dos Vícios Redibitórios Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas. Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço. Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato. Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição. Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. 1 o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis. 2 o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicandose o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria. Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência. Seção VI Da Evicção Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção. Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu. Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou: I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente. Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizálas, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante. 8

Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante. Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida. Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização. Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo. Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos. Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa. CAPÍTULO II Da Extinção do Contrato Seção I Do Distrato Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. CAPÍTULO VII Da Prestação de Serviço Art. 593. A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis trabalhistas ou a lei especial, reger-se-á pelas disposições deste Capítulo. Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante retribuição. Art. 595. No contrato de prestação de serviço, quando qualquer das partes não souber ler, nem escrever, o instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito por duas testemunhas. Art. 596. Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade. Art. 597. A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou costume, não houver de ser adiantada, ou paga em prestações. Art. 598. A prestação de serviço não se poderá convencionar por mais de quatro anos, embora o contrato tenha por causa o pagamento de dívida de quem o presta, ou se destine à execução de certa e determinada obra. Neste caso, decorridos quatro anos, dar-se-á por findo o contrato, ainda que não concluída a obra. Art. 599. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o contrato. Parágrafo único. Dar-se-á o aviso: I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou mais; II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena; III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias. Art. 600. Não se conta no prazo do contrato o tempo em que o prestador de serviço, por culpa sua, deixou de servir. 9 Art. 601. Não sendo o prestador de serviço contratado para certo e determinado trabalho, entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com as suas forças e condições.

Art. 602. O prestador de serviço contratado por tempo certo, ou por obra determinada, não se pode ausentar, ou despedir, sem justa causa, antes de preenchido o tempo, ou concluída a obra. Parágrafo único. Se se despedir sem justa causa, terá direito à retribuição vencida, mas responderá por perdas e danos. O mesmo dar-se-á, se despedido por justa causa. Art. 603. Se o prestador de serviço for despedido sem justa causa, a outra parte será obrigada a pagar-lhe por inteiro a retribuição vencida, e por metade a que lhe tocaria de então ao termo legal do contrato. Art. 604. Findo o contrato, o prestador de serviço tem direito a exigir da outra parte a declaração de que o contrato está findo. Igual direito lhe cabe, se for despedido sem justa causa, ou se tiver havido motivo justo para deixar o serviço. Art. 605. Nem aquele a quem os serviços são prestados, poderá transferir a outrem o direito aos serviços ajustados, nem o prestador de serviços, sem aprazimento da outra parte, dar substituto que os preste. Art. 606. Se o serviço for prestado por quem não possua título de habilitação, ou não satisfaça requisitos outros estabelecidos em lei, não poderá quem os prestou cobrar a retribuição normalmente correspondente ao trabalho executado. Mas se deste resultar benefício para a outra parte, o juiz atribuirá a quem o prestou uma compensação razoável, desde que tenha agido com boafé. Parágrafo único. Não se aplica a segunda parte deste artigo, quando a proibição da prestação de serviço resultar de lei de ordem pública. Art. 607. O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das partes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do contrato mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior. Art. 608. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a outrem pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos. Art. 609. A alienação do prédio agrícola, onde a prestação dos serviços se opera, não importa a rescisão do contrato, salvo ao prestador opção entre continuá-lo com o adquirente da propriedade ou com o primitivo contratante. 10