MADEIRA PARA A CONSTRUÇÃO

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A lenda conta que quando o homem abandonou a gruta, o seu refúgio de pedra, abandonou também a escuridão e o medo. Saiu e construiu a sua cabana de madeira, limpa e arejada. Inventou assim a arquitetura. De acordo com a tradição literária, voltará a encontrar a pedra. Uma casa de madeira é uma casa de arvores. A madeira é um material de utilização técnica heterogênea com possibilidades de construção infinitas...evidencia sempre a sua natureza de edifício montado, constituído por elementos preparados com precisão e montados por mãos competentes...

O trabalho de investigação tecnológica dos últimos 40 anos levou a madeira a ser considerada um novo material fundamental ara a construção civil. A confiança cega no processo tecnologico tinha-a deixado, sem verdadeiros motivos racionais, à margem... Nicola Braghieri, in casas de madeira, GG, 2005

Como material de construção, a madeira é resistente, durável, leve e fácil de trabalhar, além de oferecer beleza natural e uma sensação de calor a vista e ao toque. Francis Ghing, in Tecnicas de Construção Ilustradas, Bookman, 2001 Prós: Único material de estrutura que é renovavel; Excelente conforto termico/acustico; Sistema construtivo otimizado; resistência mecanica a esforços de tração, compressão e flexão; resistência a choques e esforços dinamicos; Vida útil prolongada, com baixo custo de manutenção; Grande variedade de padrões estéticos; Fácil manuseio e trabalhabilidade.

Contras combustível; Heterogeneidade decorrente de sua constituição fibrosa; sensível a alterações de umidade; Deterioração pelo desenvolvimento de predadores, como fungos e insetos; Limitação de suas dimensões; Duas classes de madeira: Dura: provém de árvores decíduas ou de folhas grandes e são geralmente usadas para pisos, escadas, paineis e arremates de interior. Macia: são de árvores que perdem as folhas são usadas para construção em geral, com média densidade.

MADEIRA PARA A CONSTRUÇÃO MADEIRA MACIÇA Madeira roliça ou bruta: empregada na forma de troncos, servindo de estacas, postes, coluna e escoramentos. Madeira serrada: A partir do desdobro da tora, as peças são serradas em dimensões padronizadas, passando depois por um período de secagem. As noemas brasileiras fixam espessuras mínimas das seções das peças serradas, que são apresentadas em: Pilares (>15x15) pranchas (>=6x40, 10x50, 10x60), vigas (6x12, 6x16, 8x16, 8x20,10x20, 10x30), caibros (6x8 a 5x6), pontaletes (7x7), tábuas (2,5x20 a 2,5x30), sarrafos (2,5x15, 10, 7.5, 5)

Desdobro normal: Padrões de fibras + bonitos Torce e epenam desigualmente Fibras soltas Retrai e dilata + em largura, - em espessura Desdobro em Quartos: Padrões de fibras + regulares Desgaste uniforme, - fibras soltas e menor empenamento Retrai e dilata em largura, + em espessura Menos rachaduras + cara, produz maior desperdício.

Direção da fibra: fator determinante para uso estrutural. Tração paralelas a direção da fibra. Compressão perpendicular a direção da fibra. Cisalhamento transversal a fibra. + suscetivel ao cisalhamento horizontal do que o vertical. Para bom desempenho, a madeira deverá ser seca, com umidade inferior a 30%. As peças provenientes de cortes periféricos tendem a maiores e irregulares deformação que as próximas do cerne.

A madeira é mais resistente a decomposição com umidade inferior a 20%. Existem tratamentos com conservantes que protegem melhor a madeira. 1- a base de água 2 a base de óleos 3- creotoso para uso marinho e água salgada.

MADEIRAS INDUSTRIALIZADAS Madeira laminada: madeira selecionada cortada em laminas, secadas, coladas umas sob as outras, sob pressão, forando peças de grandes dimensões, com espessuras de 20 a 30cm e comprimento de até 30m e curvaturas pré-determinadas. Madeira compensada: colagem de laminas finas com direções alternadamente ortogonais, coladas sob pressão, sempre em número impar, pois a laminas externas tem de estar com as fibras na mesma direção. Muito utilizada como paineis de vedação. Madeira reconstituida: o tecido lenhoso é desfibardo mecanicamente e suas fibras tratadas e reaglomeradas em mantas, que são prensadas resultando chapa duras e resistentes. Madeira aglomerada: aglomeração de pequenos ragmentos de madeira, impregnadas com substancias preservativas e material ligante.

ELEMENTOS DE UNIÃO (Em)sambladuras: encaixes, macho-femea e entalhes Chapas de união: estribos, braçadeiras. bujões: chaves ou cavilhas tubulares. parafusos: parafusos, pregos, grampos. Colas. TIPOS DE ESTRUTURA Estruturas em peças maciças: simples ou compostas Estrutura em treliças: banzos paralelos ou trapeizodais; Arcos, pórticos; Tesouras. Edificações em madeira: Ossatura; Paredes, pisos e coberturas.

Tesoura simples esquema geométrico Outros tipos de tesouras: Com 5 terças Com lanternin Com dois pontos de suspensão De barracão com assoalho suspenso Com balanço De alpendre com escora

RECOMENDAÇÕES DE VÃOS PRANCHAS DE 1m A 5m VIGAS DE 1m A 7m VIGAS LAMINADAS DE 3m A 25m TRELIÇAS DE 4m A 30m. RELAÇÃO DE ALTURA DE UMA TRELIÇA COM O VÃO. 1/24 H=VÃO/24

Nota: os atuais avanços tecnológicos mudaram a maneira de abordar as estruturas de madeira, combinado-a com o aço e o concreto, otimizando sua capacidade. Peças em aço fornecem conexões esbeltas e de alto desempenho, cabos e tirantes metálicos permitem afinar as seções das peças de madeira