EXPERIMENTANDO A PROPOSTA LÚDICA COMO MÉTODO DE ALFABETIZAR E LETRAR

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Transcrição:

EXPERIMENTANDO A PROPOSTA LÚDICA COMO MÉTODO DE ALFABETIZAR E LETRAR Resumo GUERK, Laís Regina 1 - UEPG PAULA, Erika Caroline Lemes de 2 - UEPG PIRES, Gisele Brandelero Camargo 3 - UEPG Grupo de Trabalho - Didática: Teorias, Metodologias e Práticas Agência Financiadora: CAPES PIBID O presente artigo tem o objetivo de relatar nossas experiências enquanto professora e acadêmicas do curso Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), inseridas no cotidiano de uma escola da rede Municipal de Ponta Grossa, acompanhando as turmas dos 3 s anos do 1 ciclo dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. O PIBID é um Programa financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) que oportuniza a experiência da docência ainda no período de formação inicial. Através da implementação do PIBID de Pedagogia, frequentamos a escola regularmente, três dias por semana, nos quais acompanhamos o cotidiano das salas de aula e do trabalho do professor regente. Além disso, uma vez por semana, assumimos a responsabilidade de organizar e conduzir algumas estratégias de ensino no que respeito a Alfabetização e Letramento, elaborando estratégias metodológicas lúdicas e desenvolvendo projetos de investigação, envolvendo os campos do conhecimento, conforme as problemáticas desencadeadas da prática. Também participamos de Seminários Integradores, palestras, oficinas dentre outras atividades, com temas inerentes à docência e à alfabetização e letramento nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, participamos de grupos de estudos organizados em decorrência das temáticas teórico-práticas, oriundas da vivência na escola. A partir dessa inserção, nos aproximamos da realidade escolar, relacionamos a teoria que 1 Acadêmica do curso: Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Acadêmica do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID/UEPG). Participa do Grupo de Estudos e Pesquisas da Educação Básica (GEPEB). lais_regina06@hotmail.com 2 Acadêmica do curso: Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Acadêmica do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID/UEPG). erikacarolinelp@gmail.com 3 Professora Assistente do quadro de docentes da UEPG, Lotada no Departamento de Pedagogia. Mestre em Educação. Coordenadora do Sub Projeto do PIBID Pedagogia da UEPG. gi_bcp@hotmail.com

17934 aprendemos na universidade com a prática que vivenciamos na escola, assim refletimos sobre as estratégias e métodos que permeiam a ação docente para alfabetizar e letrar enquanto estabelecemos um vínculo entre a universidade e a escola em que estamos atuando. Palavras-chave: Inserção na escola. Estratégias de ensino. Alfabetização e Letramento. Introdução O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência - PIBID teve seu inicio na Universidade Estadual de Ponta Grossa em 2009. Está presente em todas as licenciaturas da instituição. O PIBID oportuniza a inclusão de acadêmicos das licenciaturas e dos docentes das universidades nas escolas públicas, favorecendo a formação dos novos professores e contribuindo com a continuidade da formação dos professores em exercício nas escolas. O PIBID de Pedagogia da UEPG está sendo desenvolvido em uma escola da rede municipal de Ponta Grossa, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. O grupo é composto por dez acadêmicas do curso de Pedagogia que foram selecionadas, por processo seletivo, no primeiro semestre de 2012 e inseridas na escola em agosto do mesmo ano. Desde essa data, as bolsistas realizam observações e levantam questões para aprofundamento de seus estudos na universidade. Na implementação do PIBID Pedagogia nesta escola, a docência está sendo vivenciada e estudada, considerando-se a problematização da Alfabetização e letramento nos anos iniciais. Isso porque, compreendemos que a alfabetização e o letramento, nas suas dimensões de conteúdo e forma, são as questões que mais precisam ser tematizados e compreendidos na formação do professor. Como ensinar a ler e a escrever? Quais os melhores métodos? Quais as compreensões sobre alfabetização? Quais os tempos e espaços no curso, favorecedores de tais compreensões, na relação com a complexidade da docência? O trabalho de alfabetizar e letrar, orientando a criança para fazer o uso consciente da escrita é competência do professor nos anos iniciais do Ensino Fundamental. E, para tanto, são necessários conhecimentos teóricos e práticos. Assim, entendemos que a docência nos anos iniciais tem proporcionado uma experiência significativa para o acadêmico do Curso de Licenciatura em Pedagogia, tomando a questão da alfabetização e do letramento como objeto de estudo, reflexão e formação. Considerando essa premissa, o projeto PIBID Pedagogia está em uma escola

17935 municipal de Ponta Grossa com os seguintes objetivos: promover a vivência dos processos da docência; favorecer o conhecimento teórico-prático da Alfabetização e do Letramento nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental; estimular a reflexão e a pesquisa sobre formação de professores e a aprendizagem da docência; estabelecer vínculos entre a comunidade escolar e a universidade; possibilitar a compreensão da relação entre alfabetização e ludicidade; promover a produção de estratégias e materiais didático-pedagógicos para o ensino da alfabetização e letramento. Com isso, acreditamos no avanço das discussões sobre o significado de ensinar e sobre como o acadêmico poderá reconstruir os conhecimentos adquiridos na formação inicial, a partir da prática pedagógica mediadora e experimentada (NADAL; PAPI, 2007). Nesse artigo relataremos as vivências e experiências de duas bolsistas do PIBID Pedagogia em sua atuação no 3 ano/ 1 ciclo. O Ensino Fundamental obrigatório, tem a duração de nove anos letivos, sendo o 1º ano destinado às crianças a partir de seis anos de idade, organizado em cinco anos iniciais e quatro anos finais. Podemos entender melhor essa reorganização conforme o quadro 1: 8 anos de duração 9 anos de duração Idade correspondente no início do ano letivo ----- 1º ano do Ciclo I 1º ano 6 anos 1º ano do CEB 2º ano do Ciclo I 2º ano 7 anos 2º ano do CEB 3º ano do Ciclo I 3º ano 8 anos 3ª série 1º ano do Ciclo II 4º ano 9 anos 4ª série 2º ano do Ciclo II 5º ano 10 anos 5ª série 6ºano 6ºano 11 anos 6ª série 7º ano 7º ano 12 anos 7ª série 8º ano 8º ano 13 anos 8ª série 9º ano 9º ano 14 anos Quado1: Organização do ensino fundamental de nove anos na cidade de Ponta Grossa Fonte: Elaborado pelas bolsistas com base na organização do ensino na cidade. As vivências de duas bolsistas do PIBID Pedagogia da UEPG Como já foi dito anteriormente, o projeto do PIBID Pedagogia tem seu foco na temática da docência no que respeita a alfabetização e o letramento dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental de uma escola municipal de Ponta Grossa.

17936 A questão da docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental é uma preocupação eminente no curso de Licenciatura em Pedagogia. Entendemos que o ensino deve ser um ofício que se apoia em saberes teórico-práticos adquiridos e acumulados na prática social e coletiva (GIMENO SACRISTÁN; GÓMEZ, 1998). A partir desse pressuposto, consideramos que a inserção dos acadêmicos do curso de Licenciatura em Pedagogia no contexto da escola tem possibilitado o conhecimento da realidade do processo de ensino e aprendizagem escolar, articulando-a com os fundamentos teóricos estudados ao longo do curso de graduação. O acadêmico bolsista adquire muita experiência/conhecimento nas questões que abarcam a profissionalidade docente, que o diferencia dos demais acadêmicos do curso. Além disso, tal processo tem oportunizado uma real articulação da escola com o ensino superior, o que possibilitará aos futuros professores um movimento de ação e reflexão sobre a prática educativa. No primeiro momento da inserção das bolsistas na escola, foi feito o reconhecimento do ambiente escolar, do funcionamento administrativo, dos alunos e professores, bem como das práticas pedagógicas adotadas por elas para o processo de ensino e aprendizagem, mais especificamente da alfabetização e letramento. Após essa iniciação, cada bolsista passou a acompanhar, três dias por semana, uma turma específica com sua referida professora regente. A partir dessa etapa a atuação das bolsistas ultrapassou a observação para assumir a condução de pequenos momentos de docência, sob a supervisão da coordenadora pedagógica da escola (que também assume a função de supervisora do PIBID Pedagogia) e das professoras regentes. A partir disso, levantamos questões problemas para, paralelamente, aprofundar os estudos com a professora coordenadora do PIBID Pedagogia na universidade. As temáticas estudadas dizem respeito às estratégias metodológicas utilizadas na escola, atividades lúdicas, métodos de alfabetização e letramento e dificuldades de aprendizagem. O aprofundamento desses temas foi de grande valia, principalmente pelo fato de que para a maioria das acadêmicas este é o primeiro contato com a realidade escolar, e por estarem nos primeiros anos de formação universitária. Com esse trabalho, feito em parceria entre a escola e a universidade, as bolsistas buscam encontrar alternativas para contribuir com o processo de aprendizagem dos alunos na escola, ampliando a capacidade de reflexão sobre o ser professor e o processo de escolarização. Espera-se que o professor seja aquele que facilita e faz a mediação do conhecimento, que faz seu aluno refletir sobre o que está sendo estudado, e desta forma levar o aluno a um

17937 nível de conhecimento muito maior do que uma simples reprodução. Em nossas observações, percebemos que um número significativo de alunos, não tinha o domínio da leitura e escrita, e infelizmente, Dessa forma, o nosso enfoque acabou se dirigindo pra esses alunos, com maiores necessidades. Com o objetivo de que os mesmos consigam de forma plena acompanhar as suas respectivas turmas. Através das observações em sala de aula, conseguiu-se destacar alguns pontos que chamam bastante atenção, como as dificuldades de aprendizagem que alguns alunos apresentam algo bastante comum nas escolas. Esses alunos acabam por serem muitas vezes rotulados como incapazes de aprender, chegando até mesmo a serem excluídos do processo de aprendizagem. Essa afirmação de que os alunos são incapazes de aprender é falsa, pois todos são capazes, mesmo com suas dificuldades e limitações. Através do trabalho com métodos diferenciados o aprendizado pode ser alcançado, tudo requer técnicas e dedicação, tanto por parte do educando como do educador. Tais dificuldades dos alunos devem ser levados em consideração de forma individual, pois cada um aprende em um tempo e de uma forma especifica. Cada criança segue um ritmo no processo de aquisição do conhecimento, e esse ritmo precisa ser respeitado pelos professores. É um engano pensar que todos os alunos aprendem no mesmo tempo. Através das observações podemos constatar quatro alunos com dificuldade de aprendizagem em uma das turmas do 3 ano/ 1 ciclo, sendo dois deles diagnosticados com um leve retardo mental. Percebemos que algumas vezes os alunos os excluem de brincadeiras e fazem comentários do tipo: Fulano não sabe ler e escrever!. Desta forma procura-se fazer uma trabalho específico com esses alunos, por meio do atendimento individual. Trabalha-se com atividades que realmente atinjam a necessidades deles, materiais concretos como jogos, alfabeto móvel e tampinhas de garrafa. Percebemos um avanço significativo em relação a essa experiência, pois ela nos proporcionou um maior entendimento no que se refere a alfabetização e letramento. Segundo Kraemer (2007), muitos fatores podem estar por trás dessas dificuldades. Dentre eles estão fatores externos e emocionais, dificuldades de adaptação, dificuldades de relação entre professor-aluno ou aluno-aluno, métodos utilizados ou problemas neurológicos. Este último deve ser tratado com muito cuidado. Hoje muitas escolas estão rotulando seus alunos, dando a eles, um diagnóstico de distúrbios de aprendizagem precoce ou errado, uma vez que não são especialistas no assunto. Às vezes é mais fácil para a escola rotular a criança

17938 com dificuldades de aprendizado do que investigar a real causa desse aluno não estar aprendendo, ou procurar outras formas e métodos para ajudar essa criança, fazendo um trabalho diferenciado que atinja essa dificuldade e auxilie no processo de ensinoaprendizagem. Diante de tais situações, a escola precisa adaptar-se aos alunos e não ao contrário. Com métodos diferenciados de modo a atingir a dificuldade de seu aluno, o professor precisa criar estratégias, para chegar até a sua dificuldade, chamando atenção dele, motivando-o e adaptando sempre o conteúdo ao aluno, levando em consideração sempre a realidade de seus alunos. Percebemos que estes alunos com dificuldades de aprendizagem tem à sua disposição uma professora auxiliar para ajudá-los. Suas ações pedagógicas com esses alunos são subsidiadas pelas brincadeiras, atividades lúdicas e utilização de material concreto, a fim de proporcionar aprendizagem significativa. Acerca disso, entendemos que a metodologia utilizada por esse profissional é muito importante no processo da superação de suas dificuldades e na construção de conhecimentos, pois como nos explica Masetto (2003, p. 48): A forma de se apresentar e tratar um conteúdo ou tema é o que de fato ajuda o aprendiz a coletar informações, relacioná-las, organizá-las, manipulá-las, discuti-las e debatê-las, com seus colegas, com o professor e com outras pessoas (interaprendizagem), até chegar a produzir um conhecimento que seja significativo para ele, conhecimento que se incorpore ao seu mundo intelectual e vivencial e o ajude a compreender sua realidade humana e social, e mesmo a interferir nela. Concordando com Masetto (2003), elegemos a proposta lúdica como a forma mais adequada para contribuir com o processo de ensino e aprendizagem das crianças no que respeita a alfabetização e letramento. Nesse sentido, vale explicitar que a atividade lúdica é algo que envolve a criança inteiramente, levando-a à vivência plena da experiência (LUCKESI, 1998). Além disso, entendemos que, para Oliveira (1985, p.74), a ludicidade é: [...] um recurso metodológico capaz de propiciar uma aprendizagem espontânea e natural. Estimula a crítica, a criatividade, a socialização, sendo, portanto reconhecidos como uma das atividades mais significativa senão a mais significativa pelo seu conteúdo pedagógico social. A ludicidade, como alternativa no processo de aquisição da leitura e escrita, e também de conhecimentos diversos em sala de aula, é um método que desperta no aluno o querer

17939 aprender, saindo da rotina em sala de aula, relacionando e refletindo as informações aprendidas com as situações do cotidiano. Apesar disso, infelizmente, o brincar é visto por muitos pais e professores como algo desarticulado da escola, algo que deve acontecer em casa ou na hora do recreio, criando o preconceito que a brincadeira é apenas um divertimento e algo sem finalidade. Acreditamos que isso não é verdade! Através do brincar, a criança se desenvolve, conhece suas limitações, enfrenta suas dificuldades e também aprende (KISHIMOTO, 2011). Considerando que as crianças passam parte do seu tempo fora da escola brincando, a brincadeira anexada ao conteúdo é bastante aceita por elas, tornando o ensino agradável e interessante. Acreditando na ludicidade, como uma forma de despertar nos alunos a vontade de querer aprender, conduzimos algumas atividades de ensino, na escola em que estamos inseridas pelo PIBID Pedagogia, a partir de brincadeiras e jogos, articulando essas atividades lúdicas ao conteúdo curricular. Usamos como referência os materiais do Centro de Estudos em Educação e Linguagem (CEEL) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sendo que esses foram adaptados e ampliados às necessidades encontradas na nossa realidade. Foi desse momento em diante, que o projeto PIBID Pedagogia começou a ser elogiado dentro da escola e na Secretaria Municipal de Educação de Ponta Grossa. Uma experiência muito significativa que vivemos na escola, no final do ano de 2012 foi a oficina de jogos para alfabetização. Nela, a professora e as acadêmicas bolsistas do PIBID Pedagogia, atuaram em duplas e cada uma das duplas se responsabilizou por organizar e conduzir atividades lúdicas, abrangendo produção de texto, jogos matemáticos e atividades relacionadas a ortografia e gramática. Como mobilização inicial da oficina, foi apresentado uma encenação da fábula infantil A Cigarra e a Formiga, servindo como base para desenvolver tais atividades. Nesse momento, as atividades aconteceram durante todo o período, obtendo resultados positivos, pois aconteceram de forma atrativa despertando nos alunos a vontade e motivação de aprender. Em seguida, cada dupla, com suas atividades lúdicas já preparadas, deram sequência à oficina. Foi um dia muito diferente da rotina escolar, no qual as crianças e professoras da escola puderam, através de momentos prazerosos, articular diversão e aprendizagem. Para nós, bolsistas, esse dia foi uma oportunidade de aprimorar nossa formação e constatar a eficiente da proposta lúdica no trabalho docente. Atualmente, outras atividades estão sendo desenvolvidas no cotidiano da escola, com a preocupação de articular as atividades lúdicas com os conteúdos curriculares, tendo como

17940 objetivo o auxilio no processo de aprendizado. Dessa forma, cada bolsista organiza e conduz atividades pedagógicas em sua turma, enfocando a proposta lúdica, sem perder de vista o processo de alfabetização e letramento que o projeto PIBID Pedagogia propõe. Esses momentos de condução de atividades pedagógicas são combinados entre a bolsista e a professora regente. Uma vez por semana, cada bolsista faz uma intervenção em suas respectivas turmas, sendo que essa atividade deve estar diretamente ligada ao conteúdo. Semanalmente, atividades diversificadas vem sendo realizadas, as quais chamam atenção dos alunos, despertando o interesse e curiosidade para o conteúdo. Damos ênfase a mobilização inicial da aula, pois é a partir dela que atingimos o centro de interesse do aluno. Buscamos fazer as intervenções com recursos próprios, que motivem e instiguem a participação dos alunos. Assim, utilizamos, pela proposta lúdica, a contação de histórias, músicas, fantoches, jogos e outros. Partindo disso, objetiva-se o trabalho interligado ao planejamento da professora, de modo que as intervenções ocorram com objetivos específicos de aprendizagem. Em uma dessas intervenções, aplicamos o jogo Dominó de Adição, pois percebemos as fragilidades de alguns alunos em executar essa operação matemática. Acreditando na proposta lúdica como forma de trabalho, investimos na condução desse jogo e pudemos perceber, ao final do momento de intervenção, resultados positivos. Foi possível identificar, por essa experiência, que as crianças aprenderam a ler as operações matemáticas, interpretando-as e executando-as de uma forma divertida. Esse resultado nos trouxe uma sensação muito boa, pois ver aquele aluno aprendendo e fixando aquele conteúdo é muito gratificante. É o que nos motiva em nossa formação acadêmica Na outra turma do 3 ano/ 1 ciclo temos trabalhado com temas sugeridos pela professora regente, os quais tem sido relacionados a datas comemorativas. Em uma das nossas intervenções com essa turma, trabalhamos com atividades relacionadas ao Dia Nacional do Livro Infantil, dando ênfase a Monteiro Lobato, por ser ele o precursor da literatura infantil no Brasil. A partir das atividades organizadas e desenvolvidas nesse dia, os alunos coloriram e brincaram com um jogo da memória, pelo qual (re)conheceram imagens dos principais personagens criados por Monteiro Lobato. Com essa atividade, os alunos puderam brincar e interagir com os colegas, produziram novos textos e socializaram suas criações literárias, quebrando a rotina de sala de aula. Com essa experiência foi possível notar o interesse dos alunos pela proposta lúdica

17941 Considerações finais O trabalho desenvolvido pelo PIBID Pedagogia, tem obtido bons resultados. Como forma de auxílio, atingindo as dificuldades encontradas, utilizamos a proposta lúdica como método de ensino. O Trabalho tem tido grande aceitação tanto pelos alunos quanto pelas profissionais da escola, as quais tendo a cosnciência da nossa real intenção, tiveram uma boa receptividade ao nosso trabalho e propostas. Relatos da pedagoga, também bolsita do programa, confirmam os itens mencionados, afirmando a grande importância e ajuda do projeto para a escola. Com base nos relatos apresentados, conclui-se que as intervenções feitas são de grande valia pra a escola e para nossa formação, pois estamos experimentando a docência e levando novas ideias para a sala de aula. Além disso, o projeto proporciona uma formação difenciada às acadêmicas, que mesmo com pouco tempo de vivência escolar, já se conseguem refletir a realidade escolar e contribuir com o processo de desenvolvimento desse espaço. Assim sendo, com o PIBID Pedagogia percebemos muitas oportunidades de enriquecimento para nossa formação enquanto professoras/pedagogas. REFERÊNCIAS GIMENO SACRISTÁN, J; GOMÉZ, A. I. P. (Orgs.). Compreender e transformar o ensino. Trad. Ernani F. da Fonseca Rosa. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. KISHIMOTO, T. M. Jogo, Brinquedo, brincadeira e a educação. 14 ed. São Paulo: Cortez, 2011. KRAEMER, M. L. Lendo, brincando e aprendendo. Coleção Formação de professores. Campinas, SP: Editora Autores Associados, 2007. LUCKESI, C. C. Desenvolvimento dos estados de consciência e ludicidade. Cadernos de Pesquisa, do Núcleo de FACED/UFBA, vol. 2, n.21, 1998. MASETTO, M. T. Competência pedagógica do professor universitário. São Paulo: Summus, 2003. NADAL, B. G. PAPI, S. de O. G. O trabalho de ensinar: desafios contemporâneos. IN: NADAL, B. G. (org). Práticas pedagógicas nos anos iniciais: concepção e ação. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2007.

ROMANOWSKI, Joana paulin ; SANTOS, luciana. Estilos de aprendizagem: subsídios para o professor!. Curitiba: 2003. 17942