ÍNDICE E FATORES DE RISCO DE DORT EM CABELEIREIROS (AS) NA CIDADE DE BARBALHA, CEARÁ

Documentos relacionados
MOVIMENTE-SE COM O CEREST UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

R e v i s t a C a m p o d o S a b e r I S S N P á g i n a Volume 4 - Número 6 - nov/dez de 2018

INCIDÊNCIA DOS SINTOMAS OSTEOMUSCULARES EM FOTÓGRAFOS DA CIDADE DE TERESINA-PI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ GERSON CARLOS REBESCO JUNIOR

IDENTIFICAR AS PATOLOGIAS OSTEOMUSCULARES DE MAIORES PREVALÊNCIAS NO GRUPO DE ATIVIDADE FÍSICA DO NASF DE APUCARANA-PR

ESTUDO DA PRESENÇA DE SINTOMAS DE DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO (LER/DORT) EM PROFISSIONAIS CABELEIREIROS

PREVALÊNCIA DE DISTÚRBIOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS EM ESTUDANTES DE FISIOTERAPIA

Incidência de dor em funcionárias do setor de Manutenção do Claretiano Centro Universitário

Termo ergonomia. Ergonomia 25/04/2012. Palavra de origem grega. Ergo Trabalho. Nomos - Regra INTERFACE HOMEM AMBIENTE ERGONOMIA

DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO

TÍTULO: INVESTIGAÇAO DE DOENÇAS MUSCULOESQUELETICAS EM UM FRIGORIFICO DE AVES

Índice quantitativo de dor na coluna cervical em trabalhadores no setor de Educação a Distância do Claretiano Centro Universitário

A FISIOTERAPIA DO TRABALHO NA CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O ESTRESSE EM UM SETOR ADMINISTRATIVO

Ergonomia. Profa. Dra. Soraya Ferreira Habr

PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE BANCÁRIOS COM SINTOMAS OSTEOMUSCULARES EM VITÓRIA DA CONQUISTA, BAHIA

INCIDÊNCIA DE DOR EM TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM SANTA MARIA, RIO GRANDE DO SUL 1

Efeitos sobre a saúde da exposição aos agentes ergonômicos

ERGONOMIA. Prof.ª Rosana Abbud

AVALIAÇÃO DA DOR EM TRABALHADORES DE UMA INDÚSTRIA TÊXTIL NO INTERIOR DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL.

Computadores e Sociedade Aula IX: Doenças

ANÁLISE DO POSTO DE TRABALHO DE COLABORADOR DO SETOR DE CONFECÇÕES ESTUDO DE CASO

QUEM SÃO OS INDIVÍDUOS QUE PROCURARAM A AURICULOTERAPIA PARA TRATAMENTO PÓS-CHIKUNGUNYA? ESTUDO TRANSVERSAL

LESÃO POR ESFORÇO REPETITIVO (L.E.R.) Causas, prevenção e tratamento

SAÚDE DO TRABALHADOR - LER. Nome: Silvia Kelly Leão Silva de Freitas Gilvan Carvalho Barbosa

Capítulo 4 PONTOS FUNDAMENTAIS DA ABORDAGEM MÉDICA DOS DORT Estabelecimento do Médico Responsável, Formação da Equipe Assistencial e

PREVALÊNCIA DA DOR EM TRABALHADORES DA DIRETORIA DE SERVIÇOS DA FCT- UNESP

Como identificar as LER/DORT

PREVALÊNCIA DE SINTOMAS OSTEOMUSCULARES EM FUNCIONÁRIOS DE UMA EMPRESA DO RAMO DE AÇO ANTES DA IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL

Sintomas de Ler/Dort em Profissionais Cabeleireiros da Cidade de Cajazeiras, Paraíba

Bem estar e produtividade no trabalho

SINTOMAS OSTEOMUSCULARES EM TRABALHADORES DE UMA INDÚSTRIA DO POLO MOVELEIRO DE ARAPONGAS PR

TÍTULO: ASSOCIAÇÃO DOS SINTOMAS MUSCULOESQUELÉTICOS AO GRAU DE INSTRUÇÃO DOS MOTORISTAS DE ÔNIBUS DE MANAUS-AM

BANCÁRIO. conheça os seus direitos sobre a LER/DORT

Barbara Correia Neves; Laura Motta Fernandes; Maysa Alahmar Bianchin; Bolsa de IC Faculdade de Medicina de S.J.Rio Preto

Evaluation of a protocol exercises for musicians with musculoskeletal problems

TÍTULO: LEVANTAMENTO DE QUEIXAS MUSCULOESQUELÉTICAS EM FUNCIONÁRIOS DOS SERVIÇOS GERAIS DA INSTITUIÇÃO UNIÃO DAS FACULDADES DOS GRANDES LAGOS.

CARACTERIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE COSTURA EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE NO PARANÁ

H - LE L R E /D / OR O T

PROTOCOLO DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DAS LER/DORT

ANÁLISE DO POSTO DE TRABALHO DE UM PROFISSIONAL TATUADOR NO ESTÚDIO

REVISTA PERSPECTIVA: CIÊNCIA E SAÚDE

Paula Rocha Cristina Cunha Enfermeiras Especialistas de Reabilitação Hospital de Sousa Martins, ULS da Guarda, EPE. 4-dez-16

DESCRIÇÃO DO PERFILVOCAL DE PROFESSORES ASSISTIDOS POR UM PROGRAMA DE ASSESSORIA EM VOZ

CARACTERIZAÇÃO DIAGNÓSTICA DAS LER/DORT NA AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

Administração. Higiene, Saúde e Segurança do Trabalho. Professor Rafael Ravazolo.

Marcos Vinicios da Costa Serrador. Fisioterapeuta /Téc. Segurança do Trabalho Pós graduado em Biomecânica do movimento e Sist. de Gestão Integrada

REVISTA PERSPECTIVA: CIÊNCIA E SAÚDE

A prevalência de Síndrome de Burnout ou esgotamento profissional em profissionais do ensino

Estudo epidemiológico das doenças ocupacionais relacionadas aos membros superiores dos intérpretes de surdos.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA ESPECIALIZAÇÃO EM MEDICINA DO TRABALHO

A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA DO TRABALHO PARA A SAÚDE DO COLABORADOR

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ODONTOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA DOUTORADO EM PRÓTESE DENTÁRIA

ASPECTOS ERGONÔMICOS NO TRABALHO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA

ERGONOMIA. Erica Cristina Possoli Técnica em Segurança do Trabalho

CONEXÃO FAMETRO: ÉTICA, CIDADANIA E SUSTENTABILIDADE XII SEMANA ACADÊMICA

CONDIÇÕES ERGONÔMICAS: AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO DE COLABORADORES DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE UM HOSPITAL DA CIDADE DE PELOTAS/RS

Ergonomia para Professores, com cuidados preventivos para LER/DORT

AS DOENÇAS OCUPACIONAIS QUE ACOMETEM OS DOCENTES NA REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES LABORAIS

ENTREVISTA NO ÂMBITO DO RISCO DE LESÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS

LESÃO POR ESFORÇO REPETITIVO (LER)

Saúde do Trabalhador. Fabrício Augusto Menegon Doutor em Saúde Pública FSP/USP Professor do Departamento de Saúde Pública - UFSC

AVALIAÇÃO DO RISCO DE LOMBALGIA EM TRABALHADORES ENVOLVIDOS NA ATIVIDADE DE CAPINA QUÍMICA

Relato de atendimentos realizados no projeto de extensão NH no Bairro pelos acadêmicos do Curso de fisioterapia

Agradecimentos. Aos meus amigos pela troca de ideias, pelo apoio e ajuda constante ao longo deste percurso académico.

TÍTULO: ESTUDO ERGONÔMICO DA POSTURA SENTADA EM COLABORADORAS DE UMA INDÚSTRIA DE CONFECÇÃO.

TÍTULO: INVESTIGAÇÃO DE DOR E DESCONFORTO MÚSCULO ESQUELÉTICO EM AGENTES DE TRÂNSITO

Educação para a Saúde

O impacto da tecnologia no mercado de trabalho

Não-Ergonomia: organização do trabalho e seus impactos na saúde do trabalhador. Engª. Cristiane Galassi

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DA REDE ESCOLAR ESTADUAL DA PARAÍBA RESUMO

TÍTULO: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE QUEIXAS MUSCULOESQUELÉTICAS EM PILOTOS DE HELICÓPTEROS DO COMANDO DE AVIAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO

Sintomas Osteomusculares em Profissionais Bancários. Musculoskeletal Symptoms in Banking Professionals

Questões assunto 10. 1) (ANAMT, 06/2008) Na adoção de padrões de conforto pela ergonomia, os percentis mais utilizados em Antropometria são:

SINTOMAS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO EM MANICURES E PEDICURES WORK-RELATED SYMPTOMS OF MUSCULOSKELETAL IN MANICURES AND PEDICURES

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO ATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL ENFERMAGEM DO TRABALHO EDÉZIO DE SOUZA SOARES JÚNIOR

Fisioterapeuta Priscila Souza

Prevalência de dor musculoesqueléticos em profissionais de enfermagem: um estudo transversal

GINÁSTICA LABORAL COMO UM RECURSO TERAPÊUTICO PARA A MELHORIA NA QUALIDADE DE VIDA: UMA VISÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL

Sintomas Patológicos na Sociedade Tecnológica

OCORRÊNCIA DE SINTOMA OSTEOMUSCULAR EM TRABALHADORES DA INDÚSTRIA METALÚRGICA

Lesão por esforço Repetitivo

Ergonomia. para. Escritórios

Módulo 5 Riscos Ergonômicos

O PROFISSIONAL TRADUTOR/ INTÉRPRETE DE LIBRAS E O DESENVOLVIMENTO DE SINTOMAS OSTEOMUSCULARES

LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS/DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO EM FISIOTERAPEUTAS NA CIDADE DE GOIÂNIA

CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E RADIOLÓGICA DA ARTROPATIA ASOCIADA AO HTLV-1

XI Encontro de Iniciação à Docência

ÍNDICE LISTA DE QUADROS... III LISTA DE TABELAS... V LISTA DE ANEXOS... VII AGRADECIMENTOS... IX RESUMO... XI INTRODUÇÃO...1

PALAVRAS-CHAVE: Homeopatia. Consumo. Práticas Alternativas.

CONTRIBUIÇÃO DA FISIOTERAPIA PARA A DIMINUIÇÃO DAS QUEIXAS OSTEOMUSCULARES DE DENTISTAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE MEDICINA NATANAEL VINICIUS SENA SANTOS

Mestrado em Sistemas Integrados de Gestão

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Higiene, Segurança a e Saúde no Trabalho MOVIMENTAÇÃO MANUAL DE CARGAS

PRISCILA DE CARVALHO; SORAYA GARCIA AUDI. UNIFIEO, OSASCO, SP, BRASIL INTRODUÇÃO

DENIZE DE LUCENA GOMES - Cursista 1, Turma E HEIDIANY MEDIM DA MOTA - Cursista 2, Turma E

Análise da relação entre os pontos de algia e a avaliação postural em cirurgiões-dentistas, tendo a coluna vertebral como princípio da sintomatologia

Lombalgia Posição do problema Fernando Gonçalves Amaral

Juliana Mary Caldine Garcia Weiss Juliane Ferreira Lourenço Bezerra

Transcrição:

Revista Interfaces: Saúde, Humanas e Tecnologia, Vol. 2, Nº 6, Ano 2, 214. Faculdade Leão Sampaio http://dx.doi.org/1.16891/2317.434x.139 1 ÍNDICE E FATORES DE RISCO DE DORT EM CABELEIREIROS (AS) NA CIDADE DE BARBALHA, CEARÁ *BASÍLIO, Daniele Inácio; LOIOLA, Allyssandro Vieira Pereira; SAMPAIO, João Paulo Garcia; RODRIGUES, Antonio Yony Felipe; LOPES, Cristiane Marinho Uchôa Faculdade Leão Sampaio (CE), Brasil. Recebido em: 8/12/214; Aceito: 16/1/21; Publicado: 24/2/21 RESUMO O termo Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho (DORT) tornou-se uma das principais preocupações apresentadas por empregadores e trabalhadores de qualquer área que tenham carga horária muito extensa. Esta enfermidade afeta quem trabalha com cargas pesadas, ambiente de trabalho que não é propício, ou seja, com os recursos ergométricos não adaptados, terá uma maior susceptibilidade ao desenvolvimento de algum tipo de DORT, e por fatores de risco físicos, psíquicos ou sociais. O objetivo deste trabalho foi conhecer o índice de DORT e os fatores determinantes em cabeleireiros (as) na cidade de Barbalha, Ceará. Foi realizado um estudo transversal, descritivo e de análise quantitativa, com amostra de 37 profissionais cabeleireiros da cidade Barbalha, Ceará, uma vez que os profissionais com tempo de trabalho inferior a um ano não participaram das pesquisas. Para a coleta de dados aplicou-se dois questionários, o primeiro foi o Questionário Bipolar sobre as queixas clínicas dos pacientes, e o segundo foi um questionário semi-estruturado para análise do perfil dos profissionais, seus conhecimentos e hábitos. Os dados foram analisados no programa Excel for Windows Versão 27 para a confecção dos gráficos. Os resultados mostraram que grande parte dos entrevistados era do sexo feminino (81%), onde a maioria tinha faixa etária de 16 a 3 anos (4%), com predominância do ensino médio no quesito grau de escolaridade (62%). No que se refere ao período de trabalho a prevalência foi de quem tem carga de trabalho superior a 8 horas por dia (6%) e vezes por semana (92%). Aos que se referem dores, o ombro (18) é a articulação mais afetada devido aos movimentos repetitivos na maioria da a auto-medicação é feita utilizando medicamento analgésico (9), sem nenhum acompanhamento médico. Em relação à procura da Fisioterapia a maioria não realizou, mesmo aqueles que ainda sentem dores fortes. Os que procuraram auxílios fisioterápicos o principal motivo foi a dor na região lombar (2). Conclui-se que os fatores de risco e os sinais e sintomas da DORT estão presentes no cotidiano das atividades laborais dos cabeleireiros. Palavras-Chave: DORT; Cabeleireiro; Trabalhador ABSTRACT The term Musculoskeletal Disease Work-Related (MSDs) has become one of the main concerns raised by employers and employees from any area that have very long hours. This disease affects those who work with heavy loads, work environment that is not conducive, exercise treadmill features not adapted, will have a greater susceptibility to the development of some kind of MSDs, and risk factors physical, psychological or social. The objective of this study was to know the MSDs index and the determining factors in hairdressers (as) in the city of Barbalha, Ceará. A cross-sectional, descriptive and quantitative analysis of a sample of 37 professional hairdressers city Barbalha, Ceará, since professionals with working time less than one year did not participate in the research. For data collection was applied two questionnaires, the first was the Bipolar Questionnaire on the clinical complaints, and the second was a semi-structured questionnaire for the professional profile analysis, knowledge and habits. Data were analyzed in Excel for Windows Version 27 for drawing the graphs. The results showed that most of the respondents were female (81%), where most were aged 16-3 years (4%), predominantly high school in the item level of education (62%). As regards the working time was whose prevalence has workload exceeding 8 hours per day (6%) and times per week (92%). Which they refer to pain, shoulder (18) is the most affected joint due to repetitive movements in most of the self-medication is made using analgesic (9), without any medical supervision. Over demand of Physiotherapy most did not realize, even those who still feel severe pain. Those who sought physical therapy aid the main reason was the low back pain (2). It is concluded that the risk factors and signs and symptoms of MSDs are present in the daily work activities of hairdressers. Keywords: MSDs; hairdresser; worker Daniele Inácio Basílio Carvalho Curso de Fisioterapia Faculdade Leão Sampaio. Av. Leão Sampaio, Km 3 Lagoa Seca. Juazeiro do Norte, Ceará Brasil. E-mail: dani- -basilio@hotmail.com

2 INTRODUÇÃO A DORT hoje é considerada uma síndrome clinica caracterizada por dor crônica que muitas vezes vem acompanhada ou não por alterações objetivas, sendo mais freqüente no pescoço, cintura escapular e membros superiores em decorrência do trabalho (ASSUNÇÃO, A DORT vem abrangendo uma grande massa da população que se distribui desde a prática médica até a comunicação em massa. O conhecimento dos fatores causadores da DORT é de grande importância merecendo assim uma grande atenção, pois não adianta prevenir uma patologia se não tem conhecimento adequado para a causa dos distúrbios (BARBOSA, 28). Os fatores de risco estão sempre ligados a repetitividade, pois quanto mais se repetitivo for o movimento e menor o tempo o tempo para realizá-los, maior será a probabilidade de surgimento destes distúrbios, outro fator determinante é a força excessiva, pois a mesma agrava o desgaste físico, desta forma entende-se que quanto maior for a força desempenhadas pelos trabalhadores maior o risco dos mesmos, as posturas inadequadas também contribuem para o aparecimento desta patologia, pois posturas inadequadas leva o indivíduo a fadiga muscular pela contração prolongada dos músculos estáticos sendo assim um fator de risco e por fim a compressão e vibração mecânica pois alguns movimentos como apertar parafusos comprimem a palma da mão causando dano assim a mesma e a articulação circunvizinhos como punho e dedos (BARBOSA,28). Outros fatores de risco bem definidos são: hora extra de trabalho, temperatura do ambiente de trabalho, ruídos, ventilação, iluminação, sendo que a maioria dos trabalhadores que apresentam a LER/DORT, a causa é atribuída ao estresse físico e mental (DELIBERATO, O sintoma principal é a dor. A maioria dos pacientes apresenta o inicio do quadro como um desconforto nos membros superiores, vividos como uma decorrência do trabalho fazendo parte de suas profissões. Geralmente, eles procuram a assistência médica quando a dor impede a realização das tarefas (ASSUNÇÃO, O objetivo foi traçar um perfil sócio profissional dos cabeleireiros, conhecer o índice de DORT e os fatores de risco do mesmo em cabeleireiros (as) na cidade de Barbalha, Ceará. METODOLOGIA Esta pesquisa foi do tipo transversal, descritiva e de análise quantitativa. O estudo foi desenvolvido no município da cidade de Barbalha, localizado no sul do Ceará, considerada uma microrregião do cariri e sendo composta por uma população de aproximadamente 43.326 habitantes. A População foi composta por 43 profissionais cabeleireiros e amostra foi composta por (n=37), da cidade de Barbalha, Ceará com o tempo de trabalho igual ou superior a um ano, com ou sem dor referida em coluna vertebral e membros superiores; e/ou amplitude de movimento reduzida nos membros superiores e coluna cervical. A coleta de dados foi feita a partir do Questionário Bipolar sobre as queixas clínicas dos pacientes e um questionário semi-estruturado para análise do perfil dos profissionais, seus conhecimentos e hábitos. Estes foram aplicados durante a sua jornada de trabalho. Os dados foram analisados a partir da estatística descritiva através da utilização de um software estatístico, Excel for Windows. Após a tabulação dos dados, os mesmos foram apresentados por meio de gráficos. RESULTADOS Foram aplicados 37 questionários onde se observou que 81% (3) dos cabeleireiros entrevistados eram do sexo feminino e 19% (7) representavam o sexo masculino como mostra o gráfico acima. Estes dados são confirmados por Dias et al. (27) aonde o mesmo fez estudo que relatou predominância do sexo feminino no trabalho. Os resultados foram que 4% são jovens apresentando faixa etária média de 16 a 3 anos, 3% de 31 a 41 anos, 22% de 42 a 2 anos e 3% apresentam faixa etária maior que 3 anos. Estes dados são confirmados por Carvalho (28) quando o estudo do mesmo mostra que a faixa etária predominante nos trabalhadores é de 26 a 3 anos. No que se refere à freqüência de trabalho, 92% trabalham além de vezes por semana, 8% trabalham 3 vezes por semana e nenhum relatou trabalhar menos de 3 vezes por semana. O gráfico abaixo apresenta a distribuição da carga horária de trabalho.

3 3% 14% 6% Mais que 8 horas 8 horas Menos que 8 horas Gráfico 1 Distribuição da carga horária de trabalho. No que se refere à jornada de trabalho 6% trabalham uma carga horária maior que 8 horas por dia, 3% trabalham 8 horas por dia e apenas 14% menos de 8 horas diárias. Esses dados foram confirmados por Dias et al. (27) quando seu trabalho afirma que a carga horária mais comum na jornada de trabalho é de 9 a 1 horas. O gráfico 2 se refere aos fatores que apresentaram maiores desconfortos aos profissionais cabeleireiros. 3 2 2 1 1 Gráfico 2 Distribuição dos fatores maiores desconfortos aos profissionais cabeleireiros. O gráfico acima mostra que os desconfortos mais apresentados foi o estresse (28), a irritabilidade devido a produtos químicos (8), a ansiedade, náuseas e insônia () e o choro excessivo (1). Esses dados corroboram com Silva (21) quando fala que o principal fator predisponente da DORT é o fator psicológico, dentre eles o estresse. Quanto a satisfação com o trabalho o estudo demonstrou que 9% são satisfeitos e % dos indivíduos relatam que não são satisfeitos devido aos fatores econômicos. Quanto aos relatos de desconforto durante a jornada de trabalho 92% apresentaram algum desconforto e apenas 8% não relataram nenhum tipo de desconforto. O gráfico 3 aborda os sintomas mais comuns sentido pelos cabeleireiros durante o expediente.

Coluna Cervical Coluna Toracica Coluna lombar Região sacral Ombro Cotovelo Punhos Dedos Quadril Joelho Tornozelo Pés Outros 4 3 2 2 1 1 Série 1 Gráfico 3 - Sintomas mais comuns durante a jornada de trabalho O gráfico 3 mostra os tipos de desconfortos mais comuns durante a jornada de trabalho sendo que o de maior destaque foi o cansaço muscular 3 indivíduos, em seguida a dor (22), a cefaléia com (17), cãibras e cefaleia (8), e, seguida veio a diminuição de movimentos (7), (6) referiram dormência e nenhum se queixou de outros desconfortos. O Ministério da Saúde (21) apresenta que o principal sintoma referido como desconfortos no ambiente de trabalho é a dor de forte intensidade, disseminada e contínua. O gráfico abaixo apresenta as regiões acometidas pelos sinais e sintomas da DORT nos profissionais cabeleireiros. 2 1 1 Série 1 Gráfico 4 - Regiões acometidas pelos sinais e sintomas da DORT nos profissionais cabeleireiros. O ombro foi a região mais acometida, seguida pelos punhos e dedos. O quesito referente á busca de algum auxilio em centro de saúde (68%) relatamos não buscar nenhum tipo. de auxilio e (89%) nunca realizou uma fisioterapia; e os que realizaram principal motivo foi a dor lombar (2). Quanto à auto-medicação o estudo mostrou que os entrevistados utilizaram como patologia mais conhecida.

CONCLUSÃO Conclui-se que 6% dos funcionários trabalham mais de 8 horas por dia. O estresse é um dos maiores fatores predisponentes ao desencadear os sinais e sintomas da DORT. O cansaço muscular é o mais relatado dentre os profissionais cabeleireiros, mas 92% apresentam algum tipo de desconforto. As regiões acometidas são muitas pelos sinais e sintomas da DORT, mas o ombro foi a região mais acometida, seguida pelos punhos e dedos. Após o termino do estudo pode-se observar que a grande maioria dos profissionais cabeleireiros não realiza revezamentos de postos de trabalhos, pausas durante a jornada de trabalho, alongamentos antes e após o expediente. A mobília e as posturas adotadas não eram ergonomicamente adequadas, criando assim um ambiente propício ao surgimento de lesões decorrentes do posto de trabalho. Conclui-se que estudos sobre a DORT s em cabeleireiras, necessitam de melhores embasamentos científicos, sendo que os resultados deste estudo revelaram o que os profissionais tendem a apresentarem distúrbios osteomusculares devido aos fatores de risco presentes na jornada de trabalho somados à falta de informação sobre prevenção. Há a necessidade de implementação de medidas preventivas no combate aos fatores de risco e conhecimentos dos profissionais quanto a estes fatores. REFERÊNCIAS ASSUNÇÃO, A.A. Os DORT e a dor dos DORT. In XI Congresso da Associação Nacional de Medicina no Trabalho. Anais do Congresso. Belo Horizonte, 21. BARBOSA, L.G. Fisioterapia Preventiva nos Distúrbios Relacionados ao Trabalho DORT s. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 29. CARVALHO, E.S. A importância da perícia odontológica na saúde do trabalhador com LER/DORT. Sindicato dos odontólogos do Distrito Federal, Brasília, 28. DELIBERATO, P.C.P. Fisioterapia Preventiva: fundamentos e aplicações. São Paulo: Manole, 22. DIAS, L.P. et al. Relato das principais algias em profissionais cabeleireiros no Bairro dos bancários em João Pessoa PB. In IV Congresso Científico Norte- Nordeste CONAFF. Livro de Memórias, 27. MINISTÉRIO DA SAÚDE. LER/DORT. Dilemas, polêmicas e dúvidas, 21. SILVA, E.M. Características sócio-demográficas, situação empregatícia, dor e qualidade de vida em trabalhadoras com LER/DORT. Tese de mestrado, Rio de Janeiro, 21.