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Transcrição:

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.374.127 - CE (2013/0071824-2) RELATOR AGRAVANTE PROCURADOR AGRAVADO ADVOGADO : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES : FAZENDA NACIONAL : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL : COMPANHIA DE ALIMENTOS DO NORDESTE CIALNE : FRANCISCO AMILTON LOPES EMENTA TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. DATAS DAS DECLARAÇÕES ENTREGUES PELO CONTRIBUINTE. APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÕES RETIFICADORAS. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO QUE NÃO SE APLICA À ESPÉCIE. INEXISTÊNCIA DA ALEGADA OFENSA AO ART. 174, PARÁGRAFO ÚNICO, IV, DO CTN. ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE ORIGEM EM CONSONÂNCIA COM A ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DO STJ. 1. Esta Segunda Turma do STJ, ao julgar o REsp 1.044.027/SC, sob minha relatoria, proclamou que a retificação de declaração de impostos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, nas hipóteses em que admitida, tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e interrompe o prazo prescricional para a cobrança do crédito tributário, no que retificado (DJe de 16.2.2009). Posteriormente, a Primeira Turma, ao julgar o AgRg no AgRg no Ag 1.254.666/RS (Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe de 8.4.2011), deixou consignado que a retificação tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada mas, no entanto, somente interrompe o prazo prescricional para a cobrança do crédito tributário que foi retificado. 2. No caso concreto, o Tribunal de origem anotou no acórdão recorrido que não se pode afirmar que a apresentação das declarações retificadoras modificaram o dies a quo da prescrição, tendo em vista que não ficou comprovada a alteração dos créditos já constituídos pelas declarações originais. Em assim decidindo, o Tribunal de origem não violou o art. 174, parágrafo único, IV, do CTN; muito pelo contrário, o acórdão recorrido encontra-se em conformidade com a orientação jurisprudencial do STJ. 3. Agravo regimental não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, o seguinte resultado de julgamento: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a), sem destaque e em bloco." A Sra. Ministra Eliana Calmon, os Srs. Ministros Castro Meira, Humberto Martins e Documento: 1250320 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/08/2013 Página 1 de 11

Herman Benjamin votaram com o Sr. Ministro Relator. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Mauro Campbell Marques. Brasília (DF), 06 de agosto de 2013. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES, Relator Documento: 1250320 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/08/2013 Página 2 de 11

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.374.127 - CE (2013/0071824-2) RELATOR AGRAVANTE PROCURADOR AGRAVADO ADVOGADO : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES : FAZENDA NACIONAL : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL : COMPANHIA DE ALIMENTOS DO NORDESTE CIALNE : FRANCISCO AMILTON LOPES RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES (Relator): Trata-se de agravo regimental interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional contra a decisão através da qual neguei seguimento ao recurso especial nos termos da seguinte ementa: "PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. DATA DA ENTREGA DA DECLARAÇÃO PELO CONTRIBUINTE. APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÕES RETIFICADORAS. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO QUE NÃO SE APLICA À ESPÉCIE. INEXISTÊNCIA DA ALEGADA OFENSA AOS ARTS. 535, II, DO CPC, E 174, PARÁGRAFO ÚNICO, IV, DO CTN. ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONSONÂNCIA COM A ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DO STJ. RECURSO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO (ART. 557, CAPUT, DO CPC)." Neste agravo regimental, a Procuradoria da Fazenda Nacional sustenta que a declaração retificadora tem a mesma natureza da declaração originalmente apresentada e também possui o efeito de interromper o prazo prescricional, nos moldes do inciso IV do parágrafo único do art. 174 do CPC, sendo irrelevante se a declaração retificadora visa a corrigir vícios formais. Com base nos argumentos acima, a Procuradoria da Fazenda Nacional requer a reconsideração da decisão agravada ou, então, a submissão do feito a julgamento colegiado, a fim de que seja provido o recurso fazendário. É o relatório. Documento: 1250320 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/08/2013 Página 3 de 11

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.374.127 - CE (2013/0071824-2) EMENTA TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. DATAS DAS DECLARAÇÕES ENTREGUES PELO CONTRIBUINTE. APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÕES RETIFICADORAS. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO QUE NÃO SE APLICA À ESPÉCIE. INEXISTÊNCIA DA ALEGADA OFENSA AO ART. 174, PARÁGRAFO ÚNICO, IV, DO CTN. ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE ORIGEM EM CONSONÂNCIA COM A ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DO STJ. 1. Esta Segunda Turma do STJ, ao julgar o REsp 1.044.027/SC, sob minha relatoria, proclamou que a retificação de declaração de impostos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, nas hipóteses em que admitida, tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e interrompe o prazo prescricional para a cobrança do crédito tributário, no que retificado (DJe de 16.2.2009). Posteriormente, a Primeira Turma, ao julgar o AgRg no AgRg no Ag 1.254.666/RS (Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe de 8.4.2011), deixou consignado que a retificação tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada mas, no entanto, somente interrompe o prazo prescricional para a cobrança do crédito tributário que foi retificado. 2. No caso concreto, o Tribunal de origem anotou no acórdão recorrido que não se pode afirmar que a apresentação das declarações retificadoras modificaram o dies a quo da prescrição, tendo em vista que não ficou comprovada a alteração dos créditos já constituídos pelas declarações originais. Em assim decidindo, o Tribunal de origem não violou o art. 174, parágrafo único, IV, do CTN; muito pelo contrário, o acórdão recorrido encontra-se em conformidade com a orientação jurisprudencial do STJ. 3. Agravo regimental não provido. VOTO O SENHOR MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES (Relator): A irresignação não merece acolhida. De acordo com o art. 5º do Decreto-lei 2.124/84 e a Portaria MF 118/84, o Secretário da Receita Federal ficou autorizado a instituir obrigações acessórias relativas a tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal, sendo que, nos termos dos do supracitado art. 5º, o documento que formalizar o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência de crédito tributário, constituirá confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do referido crédito. Não pago no prazo estabelecido pela legislação o crédito, corrigido monetariamente e acrescido da multa e dos juros de mora Documento: 1250320 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/08/2013 Página 4 de 11

devidos, poderá ser imediatamente inscrito em dívida ativa, para efeito de cobrança executiva. De certo, somente pode ser exigido aquele crédito que já foi definitivamente constituído. Outrossim, não se pode confundir constituição definitiva do crédito tributário (art. 145, caput do CTN) com imutabilidade do mesmo crédito (incisos I, II e III do mesmo art. 145 do CTN). Aplicando-se o princípio da actio nata, a constituição definitiva somada à faculdade de exigir (que pode se dar em momento posterior) marcam o termo a quo (inicial) da prescrição, a teor do disposto no art. 174 do Código Tributário Nacional. Sendo assim, no caso dos tributos sujeitos à constituição via DCTF ou documento equivalente, a prescrição tem o seu termo inicial na data da entrega da declaração ou na data do vencimento, considerando-se a data que for posterior, pois somente a partir desta data é que é possível o exercício do direito de ação por parte da Fazenda Nacional. Neste ponto, por sua clareza, cito por precedente o seguinte julgado da Segunda Turma, in litteris: "PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO CONFIGURADA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO VIA DCTF. DÉBITO DECLARADO E NÃO PAGO. AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. OCORRÊNCIA. 1. Configurada a omissão na decisão embargada, impõe-se o acolhimento dos Embargos de Declaração para o devido saneamento, em integração ao julgado. 2. Hipótese em que o acórdão embargado não analisou a prescrição das parcelas devidas. 3. "Divergências nas Turmas que compõem a Primeira Seção no tocante ao termo a quo do prazo prescricional: a) Primeira Turma: a partir da entrega da DCTF; b) Segunda Turma: da data do vencimento da obrigação." (REsp 644.802/PR, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 27.03.2007, DJ 13.04.2007, p. 363). 4. Devem-se distinguir duas situações: a) hipóteses em que a declaração é entregue antes do vencimento do prazo para pagamento (v.g. Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física); e, b) casos em que a entrega da declaração se dá após o vencimento da obrigação (v.g. DCTF). 5. Na hipótese "a" - declaração entregue antes do vencimento do prazo para pagamento -, o lapso prescricional começa a fluir a partir do dia seguinte ao do vencimento da obrigação (postulado da actio nata). Isso porque, "no interregno que medeia a declaração e o vencimento, o valor declarado a título de tributo não pode ser exigido pela Fazenda Pública, razão pela qual não corre o prazo prescricional da pretensão de cobrança nesse período." (REsp 911.489/SP, Rel. Documento: 1250320 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/08/2013 Página 5 de 11

Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJ 10.04.2007, p. 212). 6. Na hipótese "b" - entrega da declaração após o vencimento da obrigação - não se pode cogitar do início da fluência do lapso prescricional antes da entrega da declaração, ainda que já vencido o prazo previsto em lei para pagamento, simplesmente porque não há crédito tributário constituído. É a declaração que constitui o crédito, fluindo, até a sua entrega, apenas o prazo decadencial. 7. A Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF - refere-se sempre a débitos já vencidos, pelo que o prazo prescricional inicia-se a partir do dia seguinte à entrega da declaração. 8. No presente caso, o Tribunal de origem consignou que a entrega da DCTF foi efetuada em 08/06/90 e que a inscrição em dívida ativa, ato que necessariamente antecede o ajuizamento da Execução Fiscal, se deu somente em 27/10/1995, não restando dúvida de que ocorreu a prescrição, tendo em vista o disposto no art. 174 do CTN. 9. Embargos de Declaração parcialmente acolhidos, com efeitos modificativos, para conhecer do Recurso Especial e negar-lhe provimento." (EDcl no REsp 363.259/SC, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 15 de maio de 2007) Contudo, conforme se extrai dos presentes autos, no caso concreto houve apresentação de declarações retificadoras. Em relação à declaração retificadora, sob a égide do art. 880 do Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto n. 1.041/94, que corresponde ao art. 832 do Decreto n. 3.000/99, e a requerimento do sujeito passivo, a autoridade administrativa poderia autorizar a retificação da declaração de rendimentos, quando comprovado erro nela contido, desde que sem interrupção do pagamento do saldo do imposto e antes de iniciado o processo de lançamento de ofício (Decretos-Leis n s 1.967/82, art. 21, e 1.968/82, art. 6 ). Nos termos do parágrafo único da supracitada norma regulamentar, a retificação deveria ser feita por processo sumário, mediante a apresentação de nova declaração de rendimentos, mantidos os mesmos prazos de vencimento do imposto. Outrossim, conforme a previsão contida no art. 882 do Regulamento aprovado pelo Decreto n. 1.041/94, cabia recurso voluntário para o então denominado Primeiro Conselho de Contribuintes, no prazo de trinta dias, contra as decisões exaradas em pedidos de retificação de declaração de rendimentos. Sobreveio o art. 19 da Medida Provisória n. 1.990-26/99, que corresponde ao art. 18 da Medida Provisória nº 2.189-49/2001, segundo o qual a retificação de declaração de impostos e contribuições administrados pela Receita Federal, nas hipóteses em que admitida, Documento: 1250320 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/08/2013 Página 6 de 11

terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, independentemente de autorização pela autoridade administrativa. Nos termos do parágrafo único destas disposições normativas, a Receita Federal estabelecerá as hipóteses de admissibilidade e os procedimentos aplicáveis à retificação de declaração. Esta Segunda Turma do STJ, ao julgar o REsp 1.044.027/SC, sob minha relatoria, proclamou que a retificação de declaração de impostos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, nas hipóteses em que admitida, tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e interrompe o prazo prescricional para a cobrança do crédito tributário, no que retificado (DJe de 16.2.2009). Posteriormente, a Primeira Turma, ao julgar o AgRg no AgRg no Ag 1.254.666/RS (Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe de 8.4.2011), deixou consignado que a retificação tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada mas, no entanto, somente interrompe o prazo prescricional para a cobrança do crédito tributário que foi retificado. No mesmo sentido, confira-se ainda o seguinte precedente da Segunda Turma: "TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO DECLARADO E NÃO PAGO. TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO. ENTREGA DA DECLARAÇÃO. DECLARAÇÃO RETIFICADORA. INTERRUPÇÃO. INAPLICABILIDADE NA HIPÓTESE. 1. A Primeira Seção do STJ, no julgamento do REsp 1.120.295/SP, Rel. Min. Luiz Fux, submetido ao rito dos recursos repetitivos, nos termos do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ, consolidou entendimento segundo o qual a entrega de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS GIA, ou de outra declaração dessa natureza prevista em lei (dever instrumental adstrito aos tributos sujeitos a lançamento por homologação), é modo de constituição do crédito tributário. 2. A termo inicial do prazo prescricional para o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial do crédito tributário declarado, mas não pago, é a data da entrega da declaração ou a data do vencimento, o que for posterior, em conformidade com o princípio da Actio Nata. 3. A entrega de declaração retificadora não tem o condão de, no caso dos autos, interromper o curso do prazo prescricional. 4. Hipótese em que a declaração retificadora não alterou os valores declarados, tão somente corrigiu equívocos formais da declaração anterior, não havendo que falar em aplicação do art. 174, parágrafo único, IV, do CTN. Não houve o reconhecimento de novo débito tributário. Prescrição caracterizada. Agravo regimental improvido." (AgRg no REsp 1.347.903/SC, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJe de 5.6.2013) Documento: 1250320 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/08/2013 Página 7 de 11

razões de decidir: Nos presentes autos, ao julgar a causa, o Tribunal de origem adotou as seguintes "No caso dos autos, e das alegações formuladas pelas partes, bem como dos documentos por elas apresentados, depreende-se que o crédito exequendo refere-se à parcelas do PIS (CDA nº 30 7 08 000133-7) e da COFINS (CDA nº 30 6 08 001208-41), referentes aos 3º e 4º trimestres do ano de 2001 e aos 1º e 2º trimestres do ano de 2002 fls. 453/454. A constituição dos referidos créditos, por seu turno, se deu através da apresentação de Declarações pelo contribuinte, nas seguintes datas: - DCTF relativa ao 3º trimestre de 2001, em 01-11-2001 (fl. 390); - DCTF relativa ao 4º trimestre de 2001, em 31-01-2002 (fl. 399); - DCTF referente ao 1º trimestre de 2002, em 10-05-2002 (fl. 415); e - DCTF referente ao 2º trimestre de 2002, em 06-08-2002 (fl. 422). Tais marcos, portanto, à luz dos precedentes jurisprudenciais acima transcritos, devem ser considerados como termo 'a quo' do prazo prescricional. Assim, considerando-se que a execução fiscal somente foi ajuizada em 30/07/2008, impõe-se a conclusão de que a prescrição, de fato, já se havia consumado. Incide, nesse caso, o disposto na Súmula 409 do Superior Tribunal de Justiça -STJ, que admite a decretação, de ofício, da prescrição ocorrida antes da propositura da ação, verbis: 'Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser decretada de ofício (art. 219, 5º, do CPC).' Registre-se, por oportuno, que a alegação formulada pela Fazenda Nacional, referente à interrupção do prazo prescricional em face da apresentação de Declarações Retificadoras referentes ao 3º trimestre de 2001, não pode ser acolhida. É que, no caso, não se pode afirmar que a apresentação das referidas retificadoras modificaram o 'dies a quo' da prescrição, tendo em vista que não ficou comprovada a alteração do crédito já constituído quando da apresentação da primeira declaração. Nessa diretriz, o Superior Tribunal de Justiça -STJ já decidiu que, quando a declaração retificadora corrige apenas equívocos formais da declaração anterior, descabe cogitar-se de interrupção da prescrição; no particular, confira-se: 'TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. DCTF. PRESCRIÇÃO. DECLARAÇÃO RETIFICADORA. ARTIGO 174, PARÁGRAFO ÚNICO, IV, DO CTN. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO QUE NÃO SE APLICA À ESPÉCIE. 1. A exequente sustenta que o contribuinte entregou a DCTF em 13/6/2000, sendo objeto de retificação em 1º/7/2003, momento em que defende que houve a interrupção do prazo prescricional, nos termos do artigo 174, IV, do CTN. 2. A Primeira Seção do STJ, em sede de recurso especial repetitivo (art. 543-C do CPC), consolidou o entendimento de que, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é suficiente para a cobrança dos valores nela Documento: 1250320 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/08/2013 Página 8 de 11

declarados, dispensando-se qualquer outra providência por parte do Fisco. Resp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Seção, julgado em 22/10/2008, Dje 28/10/2008. 3. Na hipótese de entrega de declaração retificadora com constituição de créditos não declarados na original, não estaria a se falar de prescrição, mas do instituto da decadência, pois estaria a se discutir o prazo para o contribuinte constituir aquele saldo remanescente que não constou quando da entrega da declaração originária. Importa registrar que ainda na hipótese de lançamento suplementar pelo Fisco estaria a se discutir o momento da constituição do crédito e, portanto, de prazo decadencial. 4. Ocorre que não há reconhecimento de débito tributário pela simples entrega de declaração retificadora, pois o contribuinte já reconheceu os valores constantes na declaração original, quando constituiu o crédito tributário. A declaração retificadora, tão somente, corrigiu equívocos formais da declaração anterior, não havendo que se falar em aplicação do artigo 174, parágrafo único, IV, do CTN. 5. Recurso não provido.' (STJ; RESP 200902242332, STJ, PRIMEIRA TURMA, RELATOR MINISTRO BENEDITO GONÇALVES, 17/06/2010) Destaquei. Demais disso, cabe ressaltar que as Certidões de Dívida Ativa CDA s que embasam o presente feito não guardam consonância com os demais documentos juntados pelas partes no curso da lide, pois, enquanto naquelas a natureza da dívida é indicada como 'imposto', a documentação constante dos autos dá conta de que se trata, na verdade, de 'débitos do PIS e da COFINS' (fls. 453/454), cuja natureza deveria ser indicada como 'contribuição social'. Além disso, nas CDA s há a indicação de que o crédito exequendo foi constituído mediante 'termo de confissão espontânea', apresentado em 02/07/2002, data distinta daquelas em que houve a entrega das DCTF s referentes ao período acima (já) discriminadas. Percebe-se, pois, que há uma série de 'incertezas' no título executivo que embasa o feito, as quais não foram devidamente dirimidas pela Exequente, razão pela qual, também por esse motivo, deve ser decretada a extinção da presente Execução Fiscal." Como visto, o Tribunal de origem não violou o art. 174, parágrafo único, IV, do CTN; muito pelo contrário, o acórdão recorrido encontra-se em conformidade com a orientação jurisprudencial do STJ. Portanto, incide na espécie a Súmula 83/STJ, do seguinte teor: "Não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida." Esclareça-se que o óbice enunciado na referida súmula é aplicável também aos recursos especiais fundados na alínea a do permissivo constitucional. À vista do exposto, nego provimento ao agravo regimental. Documento: 1250320 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/08/2013 Página 9 de 11

É como voto. Documento: 1250320 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/08/2013 Página 10 de 11

CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEGUNDA TURMA Número Registro: 2013/0071824-2 AgRg no REsp 1.374.127 / CE Números Origem: 000900507022009 200881000101157 900507022009 PAUTA: 06/08/2013 JULGADO: 06/08/2013 Relator Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES Subprocuradora-Geral da República Exma. Sra. Dra. MARIA CAETANA CINTRA SANTOS Secretária Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI RECORRENTE PROCURADOR RECORRIDO ADVOGADO AUTUAÇÃO : FAZENDA NACIONAL : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL : COMPANHIA DE ALIMENTOS DO NORDESTE CIALNE : FRANCISCO AMILTON LOPES ASSUNTO: DIREITO TRIBUTÁRIO - Dívida Ativa AGRAVANTE PROCURADOR AGRAVADO ADVOGADO AGRAVO REGIMENTAL : FAZENDA NACIONAL : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL : COMPANHIA DE ALIMENTOS DO NORDESTE CIALNE : FRANCISCO AMILTON LOPES CERTIDÃO Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a), sem destaque e em bloco." A Sra. Ministra Eliana Calmon, os Srs. Ministros Castro Meira, Humberto Martins e Herman Benjamin votaram com o Sr. Ministro Relator. Documento: 1250320 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/08/2013 Página 11 de 11