Memória do II Encontro de Rede Curso de produção orgânica de hortaliças

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Transcrição:

Memória do II Encontro de Rede Curso de produção orgânica de hortaliças Evento realizado em Chapecó SC, no Cetrec Centro de Treinamento da Epagri Chapecó, nos dias 08 10 de maio de 2012. O evento foi conduzido por Luiz Augusto F. Verona, pesquisador do Cepaf Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar, Epagri Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina. Lista de presença, por dia de participação, em anexo. Relato do primeiro dia do II Encontro da Rede Consagro 08 de maio de 2010. Período a manhã: Abertura - Visita à Feira do Calçadão Participação do gerente do Cepaf Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar, realizando a abertura oficial do evento, colocou a importância do trabalho que está sendo executado e colocou-se a disposição para dar o apoio necessário. Participação do Prof. Sergio Roberto Martins da UFSC Universidade Federal de Santa Catarina. Ressaltou o trabalho da Rede Consagro, destacou o espaço das feiras agroecológicas, fundamentou historicamente a evolução do conhecimento sobre Agroecologia, salientou o papel da agricultura familiar e as suas relações com o desenvolvimento sustentável. Também fizeram uso da palavra as seguintes pessoas. Professor Manoel Baltasar, UFSCar Universidade Federal de São Carlos, São Paulo. Professora Ines Claudete Burg, UFFS - Universidade Federal Fronteira Sul. Professor Vagner Lopes, Unochapecó Universidade Comunitária da Região de Chapecó. Período da tarde: Palestra de abertura, no Cetre Chapecó, com o professor Baltasar, abordando o assunto: Projeto Pesquisa - Sistemas Agrícolas resilientes a eventos climáticos extremos. Durante a palestra apresentou a Redagres Red Iberoamericana de Agroecología para el Desarollo de Sistemas Agrícolas Resilientes al Cambio Climático. Descreveu o histórico da Socla Sociedad Científica Latinoamericana de Agroecología, citou o desenvolvimento da sociedade no México, relacionou com sua função na Unicamp UFSCar. Discutiu os temas: risco, vulnerabilidade, ameaça, problemática climática, agricultura como construção social, agroecossistemas, contexto cultural, simbólico, organizativo e tecnológico. Abordou aspectos da variabilidade, eventos extremos e secas. O proessor Baltasar, como membro da Redagres, apresentou proposta de trabalho conjunto com a Rede Consagro. O objetivo geral do trabalho seria elucidar razoes, características, mecanismos ecológicos, manejos, que evidenciem resiliência dos agroecossistemas; identificar princípios e mecanismos chave: exemplo de elementos arbóreos; desenvolver modelos matemáticos para avaliação e previsão de impactos dos fenômenos climáticos. Destacou alguns itens dos objetivos específicos tais como: que eventos extremos tem ocorrido; características geomorfologias, solo, clima, vegetação; práticas agropecuárias. variáveis socioculturais, indicadores relativos a paisagens - diversidade, relevo, face, proximidade de bosques, quebra ventos, proximidade cursos d água, autonomia energética dos sistemas; indicadores dos próprios sistemas (solo, raízes, entre outros) indicadores resistentes à seca - matas 1

ciliares, aquíferos, sistemas de cultivo, germoplasmas, variedades locais, policultivos, SAFs Sistemas Agroflorestais, cobertura solo, manejo água (captação e conservação), cercas vivas. Comentou sobre a metodologia de trabalho: enfoque sistêmico e uso da ferramenta Mesmis Marco para la Evaluación de Sistemas de Manejo de recursos naturales incorporando Indicadores de Sustentabilidad ; interação entre participantes: protagonismo de todos os atores. Destacou ainda a importância da divulgação de resultados e sua entrega para os agricultores. Quanto ao encaminhamento de proposta de trabalho em parceria ficou para ser discutido entre as coordenações da Redagres e Rede Consagro. Foi sugerido para andamento da proposta de trabalho conjunto que a Redagres promova seminário em conjunto com a Rede Consagro, e que deve ser enviado o projeto do trabalho proposto para os coordenadores da rede, para que se possa identificar como pode ser realizado o trabalho e qual o papel, exato, desta rede no referido projeto. O grupo concluiu que os projetos em execução e a proposta do trabalho da Rede Consagro, possuem pontos em comum com a proposta de trabalho Redagres, o que facilita o trabalho em conjunto. Na continuidade das atividades do Encontro foram apresentados os seguintes pontos: Luiz Verona - Ceaf/Epagri Chapecó. Abordou o tema Rede Consagro e Projeto, edital Repensa, Avaliação de sustentabilidade de rede de agroecossistemas hortícolas, com base na agroecologia e na agricultura familiar, no oeste da região Sul do Brasil, abordando o funcionamento e os resultados alcançados até o momento. Nayara Pasqualotto e Wilson Godoy UFTPR. Resultados parciais das atividades relacionadas com o referido projeto, desenvolvidas na região sudoeste do Paraná. Marisa Corá - UTFPR - Proposta de trabalho, dissertação de mestrado, sobre canais de comercialização para produção orgânica. Raquel Modesto de Souza - UFSC. Relato de atividades de sua dissertação de mestrado executadas no região oeste de Santa Catarina, relacionadas com o projeto da rede. Salientou que o grupo de trabalho utiliza o termo Pontos de Destaque onde o Mesmis utiliza a denominação Pontos Críticos. Marciane Fachinello UFFS. Apresentação de trabalho sobre perfil do consumidor e funcionamento das feiras públicas de Chapecó SC. Trabalho executado dentro do projeto da rede. Gustavo Crisel Gomes UFPel. Relato do projeto de doutorado sobre florestas e sustentabilidade. Atividade em andamento dentro do projeto da rede. Raul Matos Araujo UFPel. Explanação de proposta de projeto de mestrado sobre o tema: avaliação de sustentabilidade de agroecossistemas na região sul do Rio Grande do Sul. Projeto inserido no trabalho da rede, 2

Relato do segundo dia do II Encontro da Rede Consagro 09 de maio de 2010. Proposta principal deste dia foi de capacitação técnica de agricultores e técnicos, atividade realizada no Cetrec Epagri Chapecó. Lista de presentes em anexo. Período da manhã Palestrantes José Angelo Rebelo e Euclides Schallenberger, pesquisadores da Epagri de Itajaí SC. Euclides Schallenberg destacou os seguintes tópicos: Sistemas de produção orgânica, citando que o foco não é substituir insumos e sim estudar o que as plantas exigem para expressar seu potencial de produção utilizando os conhecimentos que a Agronomia possibilita. Produção insustentável (riscos sociais e ambientais): deteriora o solo, adubação desequilibrada, uso exagerado de agrotóxicos, poucas informações sobre cultivares adaptadas em sistemas orgânicos. Pontos principais de trabalho: manejo solo (adubo, compostagem); preparo mínimo do solo e plantio direto, disponibilizar cultivares (alface, tomate, aipim); Relatou trabalho de pesquisa com cultivo em estufa e céu aberto, com e sem revolver solo, com e sem adubo orgânico. Importância da adubação orgânica: aumento ph, aumento de CTC, sem diferença produção ao longo de 3 anos (repolho), formulações e dosagem de adubação orgânica para cada tipo de hortaliça; Destacou trabalhos com cobertura vegetal: Crotalaria e feijão de porco (leguminosas): alta concentração de N e K. Cama de aviário (rica em P); José Angelo Rebelo, abordou o tema Saúde das Plantas, destacando: Aspectos morfológicos e fisiológicos das plantas. Centro de origem das plantas. Sistemas de adubações e de uso da água (quantidade e qualidade). Importância do manejo do cultivo de plantas. Exemplos: Desbrota no pepineiro na base para haver dominância apical (diminuir brotos para não haver competição entre eles). Condução do tomateiro somente com uma haste (verdadeira); eliminar os brotos axilares (que saem da folha); Linhas de plantio com exposição no sentido norte-sul, arejamento, histórico e escolha do local de plantio de hortaliças. Aproveitamento de água da chuva na estufa: sanidade do ambiente. Tubulação de gotejamento no sulco, controle de turno e lâmina de irrigação de forrna prática através da umidade solo visível no entorno planta e análise do solo ao toque. Pulverizações inúteis e abusivas; equipamentos adequados - bicos regulados para tamanho de gotas e cobertura uniforme, tipo cerâmico e aço inoxidável, tensão superficial da água deve ser quebrada se necessário. Salinização dos solos. Período da tarde: Continuidade do curso com o pesquisador José Angelo Rebelo. Discutiu a terminologia de cultivo em abrigo, diferenciando de estufa. O abrigo não permite acumular calor à noite no inverno, nem ambiente protegido pois na realidade 3

não trata de um ambiente com controle de temperatura, umidade e de outros fatores.. O efeito do abrigo é de guarda-chuva, protege de ventos, protege de insetos (quando contem telas de proteção); ideal para a produção orgânica. Intoxicação por salinização é maior que a produção de campo. Solarização é uma tecnologia adequada. Problemas de Ca nas plantas. Gutação e arraste de minerais imóveis (Ca); quando planta não consegue evapotranspirar (no turno da noite) por excesso de umidade, fechando o abrigo provoca muita umidade no ar e plantas empurra água para cima, e junto arrasta o cálcio. Somente produtos quelatizados podem ser absorvidos pelas folhas (biofertilizantes); Excesso de Potássio impede a absorção de Boro, enquanto a sua deficiência pode causar septoriose em alface. Saúde das plantas está diretamento relacionado com a saúde do solo. Destacou que o ambiente reflete o estado de espírito das plantas e elas lhe agradecem. (Rebelo/Epagri). O palestrante destacou diversos cuidados que dever ser tomados com as caldas manufaturadas nas unidades de produção, como: dosagem, qualidade da água, ph, entre outros. Professora Ines Claudete Burg UFFS. Abordou o tema sobre Legislação de orgânicos. Participa de câmara temática do Ministério de Agricultura, representando a ABA Associação Brasileira de Agroecologia. Explanou como se originou o processo de lei da produção orgânica e como funciona os diferentes métodos de certificação dos produtos orgânicos. Relacionou a elaboração da lei com a necessidade da lei, como exigência de exportação. Destacou o trabalho da Rede Ecovida e o trabalho de certificação participativa. Ainda ressaltou a problemática do uso da semente na produção orgânica. José Angelo Rebelo comentou sobre a questão de sementes crioulas: híbridos são extremamente mais produtivos; a maioria das hortaliças não são crioulas (não são originárias da região/brasil); a lei obriga o tratamento. A lei é deficitária, pois muitas sementes não necessitariam tratamento e quando utilizados não são a garantia da resolução de todos os problemas. O uso de tratamento das sementes com temperatura seria mais importante e mais eficiente. Possibilidade de realização de curso sobre legislação de produção orgânica, o qual poderá ser mobilizado pela Rede Consagro. Celio Haverroth Epagri/UFSM. Apresentou o projeto de dissertação, com o título: Extensão Rural Pública: metodologias, possibilidades e limites para a transição agroecológica. Trabalho inserido no projeto da rede. Adriana Klock Cepaf/Epagri. Apresentou as atividades, dentro do projeto da rede, referente ao ponto de destaque água, Destacou a qualidade da água: legislação específica para produtos orgânicos; Região oeste SC: região crítica quanto a qualidade de águas superficiais; Problemas com coliformes fecais (termotolerantes); Análise microbiológica para água de irrigação, lavagem de hortaliças e consumo; 4

Água utilizada para irrigação é a principal fonte de contaminação de hortaliças; doenças (cólera, malaria, hepatite, febre tifoide, diarreias); Ações para melhoria da água: proteção de nascentes e fontes; limpeza de caixas d agua; cloração (para água de lavagem de hortaliças: produtos devem ser de empresas registradas no Ministério da Saúde); Relato do terceiro dia do II Encontro da Rede Consagro 10 de maio de 2010. Dia dedicado as Organizações Representantes dos Agricultores. Mesa Redonda coordenada por Luiz Verona e Sergio Martins (Rede Consagro). Evento realizado no Cetrec Epagri Chapecó. Lista de presença em anexo. Durante esta etapa do Encontro estiveram participando 32 pessoas, sendo 14 agricultores e membros de diversas instituições, entre elas: APACO Associação dos Pequenos Agricultores do Oeste Catarinense, Cooper Familiar, Cresol - Sistema de Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária, Rede Ecovida, Cooperfronteira, Capa Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor, Emater, Epagri, Embrapa e diversas Universidades. A lista de participantes, deste dia, encontra-se em anexo. Luiz Verona agradeceu a presença de todos e destacou a importância desta ativa participação. Com relação aos convidados confirmados justificou a ausência da professora Ines Burg (UFFS-Universidade Federal Fronteira Sul) e do professor Vagner Lopes (Unochapecó-Universidade Comunitária da Região de Chapecó) e espera pela chegada do Olavo Ghedini (ASCOOPER-Associação das Cooperativas do Oeste de Santa Catarina). Todos os envolvidos nesta mesa redonda demonstraram interesse nesta discussão e aceitaram o convite. Verona realizou um breve histórico da Rede Consagro, a qual tem a responsabilidade sobre a chamada deste grupo de trabalho para a realização desta mesa redonda. Explanou ainda que durante o projeto que a rede está executando, muitas vezes aparece como ponto de destaque o nome das instituições dos agricultores, seja por motivos de assistência técnica, comercialização, certificação de produtos orgânicos e outros. Esta mesa redonda, citou Verona, serve para conversar, dar transparência e procurar um caminho para alcançarmos o nosso objetivo comum: agricultura familiar e produção orgânica de alimentos. Os professores Sergio Martins e Manoel Baltasar, reforçaram o papel da Rede Consagro, destacaram o histórico do movimento agroecológico, a importância de produzir melhor e o papel fundamental da mobilização social. Os professores ainda colocaram que pontos comuns podem ser avançados e trabalhados em conjunto por diversas instituições, esta situação iria reforçar as ações de cada um, e a Rede Consagro pode servir como espaço para este diálogo. José Ernani Schwengber Embrapa Pelotas. O pesquisador relatou a experiência do Fórum de Agricultura Familiar, como espaço não formal (institucional) de organização dos agricultores e suas representações, com forma de discussão de aspectos de interesse comum. 5

Relatou o histórico do Fórum e sua importância para o desenvolvimento das atividades das instituições. Detalhes do Fórum podem ser encontrados na página eletrônica http://www.cpact.embrapa.br/forum/index2.php O Fórum inicialmente foi criado com apoio da Embrapa, mas sem que represente a Embrapa. Esta instituição tem facilitado a reunião do Fórum quanto a espaço físico, logística e outros itens importantes para o funcionamento deste Fórum. Relatou ainda que o Fórum tem se legitimado como espaço para discussão da agricultura familiar e encaminhamento de algumas políticas públicas, a exemplo da criação do CODETER para as políticas de desenvolvimento territorial; Coordenação: representação de quilombolas, pescadores artesanais, ONGs, Assentados, Mulheres da AF, Organizações Governamentais, Agricultores Familiares; Organização não formal: representações dos agricultores se reconhecem, discutem seus problemas e encaminham suas reivindicações; Questões técnicas: linha central de aproximação dos participantes; mas que se desdobram em reforço de captação de recursos; Volnei Marcio Fenner- Emater RS. Relatou a experiência da construção de uma cooperativa para agricultura familiar no Rio Grande do sul. Destacou: Cooperativa de Agricultores Familiares e Agroecologia, um binômio indivisível. Ideologia da descentralização e tamanho limitado. Gestão democrática e participativa transparente. Planejamento estratégico de longo prazo (Mario Guedermetodologias participativas): valores, princípios, missão, metas. Integração entre os associados e os objetivos; identidade da organização. Moacir Bernardi - Cooper Fronteira Explanou sobre a sua experiência com trabalho em cooperatiava. Coordena 12 cooperativas que se reúnem mensalmente, acredita que devemos em pensar desenvolvimento territorial do extremo oeste; Destacou: O modelo de gestão virtual: sem estrutura física; autogestão, economia de proximidade. Apoio aos pequenos: mudança de padrão de vida das pessoas; capital social é o capital da cooperativa. Renda é o elemento fundamental para a fixação dos agricultores (especialmente jovens) no campo: compra coletiva é fundamental. Legalização de empreendimentos e do produto (consórcio Cisme). Nota eletrônica para todos, código de barras; marca sabor do oeste. Citou alguns benefícios do trabalho coopertivo: questão da seguridade pessoal (aposentadoria); via jurídica para os PAs; convênios para capacitação, contratos de pessoal; Deixou claro algumas dificuldades no nível federal, principalmente quanto a limites para atender editais de larga escala. Necessidade de projetos territoriais mais próximos a capacidade instalada na realidade local/regional. Salientou que o foco da cooperativa é a prioridade na comercialização e criaram o vale feira - comprar na feira mediante nota eletrônica; Por fim salientou a importância do mercado na região oeste que em potencial de R$15milhoes e somente 1,5 é de produtos da região. As Ceasas Centrais de Abastecimento, com o famoso passeio das hortaliças por todo o país, detém quase todo o volume da comercialização. 6

Diva Vani Deitos APACO. Relatou o histórico da Apaco que atua 23 anos na região, iniciando com o apoio da Igreja e motivado pelo assunto da exclusão no campo. No início contou com apoio internacional: programas agroecologia, sementes, leite, credito solidário, suínos no campo. O foco atual é a Agroecologia e agroindústria com a marca Sabor Local ). Possui 100 produtos; base de serviços; de 160 cooperativas somente 6 são certificados pela rede Ecovida possuem dificuldades para os produtos derivados de carne. A Apaco funciona como guarda-chuva de cooperativas regionais, colabora com agroindústrias situadas especialmente no meio rural, em uma abrangência de 40 municípios. Trabalha com diversos parceiros. A dificuldade maior quanto a assistência técnica em Agroecologia, possui uma relação de 1 técnico para 20 famílias. Sandra Bergami - Cooper Familiar. Apresentou a estrutura da Cooperfamilia e a sua filosofia de trabalho. Destacou as questões regionais: Agricultura familiar é impactada pelo processo de modernização da agricultura, com os seus pacotes tecnológicos impostos acabaram excluindo as famílias agricultoras. A cooperativa familiar é uma estrutura alternativa que abrigou agricultores familiares em processo de exclusão, com vínculo em movimentos sociais e construindo opçoes para políticas públicas. A cooperativa valoriza o ser humano, citou que historia necessita ser valorizada nos seus aspectos humanos, sociais, culturais. O trabalho conto com programas: agroindústrias familiares, cadeia de suínos, leite, comercialização direta, agroecologia: dificuldades de acompanhamento técnico (técnicos ainda com ideia da agricultura convencional), acompanhamento técnico pago pelos agricultores; Ivo Severino Macagnam CAPA. Relatou o trabalho do CAPA, com origem em movimento religioso, e destacou o assessoramento de grupos e não de famílias. Os excluídos são os grupos prioritários; contexto do contraponto ao processo de modernização conservadora ; Possui diversos núcleos de atuação e não é filiada a órgãos convencionais de cooperativismo, em respeito a sua proposta de atuação. Atua no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Hoje conta com 880 sócios, dos quais 120 são certificados como orgânicos, 80 em processo de certificação. Comercializa produtos em todo o Brasil. Citou que um problema sério é a sucessão na agricultura familiar e mais especificamente com relação a trabalhos com base na agroecologia. Considera a legislação dos orgânicos um avanço para a Agroecologia e para a comercialização. Debates/encaminhamentos: Diversos agricultores, e o plenário em geral, relataram suas experiências, seus pontos fortes e as dificuldades do trabalho a agricultura familiar na produção orgânica de horticultura. Alguns pontos foram citados tais como: Mais incentivos para o produto convencional; 7

Feiras e agricultores de orgânicos desaparecem em função de pouca valorização dos produtos orgânicos: falta de mão de obra, canais de comercialização (importância das feiras), questões de produção (problemas de assistência técnica), Importância dos encontros para fortalecer os agricultores, mas é fundamental estímulos objetivos para a continuidade do processo da produção agroecológica e permanência do agricultor na atividade (especialmente os jovens); O Programa da Epagri de Gestão de Agronegócios e Mercado, através da Elisiane Casaril Friedrich, fica a disposição para colaborar com capacitações com foco nas redes, cooperativismo e aceita o espaço para discussão coletiva com Consagro e programação das atividades futuras. Como proposta final: Os presentes registraram a importância da mesa redonda realizada e indicaram a necessidade de uma próxima reunião a ser mobilizada pela Consagro. Nesta reunião será abordada uma pauta baseada nas questões evidenciadas no presente encontro, especialmente a necessidade de uma estratégia para construção de um espaço coletivo de aproximação dos atores sociais comprometidos com a agricultura familiar e da agroecologia, na perspectiva do desenvolvimento rural sustentável. PROPOSTA APROVADA POR UNANIMIDADE. Foram sugeridas algumas questões da pauta para a futura reunião, tais como assistência técnica e acesso aos editais e que o evento seja realizado em julho, com ampliação de participação de outras instituições com o foco do deste trabalho. Luiz Verona irá fazer o contato com os participantes para definição de pessoas, representações das instituições e organizações sociais a serem convidadas. Também será definida uma data específica, local e pauta final. Sendo o que havia para o momento, os coordenadores da Rede Consagro assinam este documento relato de Encontro da Rede Consagro. Chapecó, 14 de maio de 2012. Sergio Roberto Martins Coordenador da Rede Consagro Luiz Augusto F. Verona Moderador da Rede Consagro 8