REPERCUSSÕES TERRITORIAIS DECORRENTES DA POLÍTICA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL E DA POLÍTICA TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL BRASILEIRAS

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Ângela Carvalhal Leveck
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1 REPERCUSSÕES TERRITORIAIS DECORRENTES DA POLÍTICA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL E DA POLÍTICA TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL BRASILEIRAS Anelise Graciele Rambo UFRGS ane_rambo@yahoo.com.br Tanise Dias Freitas UFSM tanise1208@yahoo.com.br Janete Stoffel UFFS janete.stoffel@uffs.edu.br La Paz, abril de 2017

2 INTRODUÇÃO Este trabalho discute repercussões territoriais decorrentes da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) e da política territorial de desenvolvimento rural Programa Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais (Pronat) e o Programa Territórios da Cidadania (PTC) brasileiros. Essas políticas seguem uma tendência mundial no sentido de criar mecanismos que possibilitem uma participação mais efetiva e direta da comunidade na formulação, implementação e acompanhamento das políticas públicas.

3 GOVERNANÇA como mecanismo de maior participação da comunidade nas políticas públicas GOVERNANÇA: o exercício de poder e autoridade pela sociedade, por meio de mecanismos, processos e instituições para gerenciar interesses públicos (PIRES et al, 2011; DALLABRIDA, 2011). Neste trabalho analisamos as repercussões territoriais decorrentes dos mecanismos de governança criados pela política territorial e de desenvolvimento regional, quais sejam, os Colegiados Territoriais e os Fóruns das Mesorregiões.

4 A Política Nacional de Desenvolvimento Regional/PNDR (2003) OBJETIVO: reduzir as desigualdades regionais e ativar os potenciais de desenvolvimento das regiões no País. Regiões foco da PNDR: foram selecionadas pela combinação de dois indicadores: (1) o rendimento médio mensal por habitante e (2) variação dos PIBs municipais por habitante. Isso originou quatro tipologias: microrregiões de (1) alta renda, (2) dinâmicas, (3) estagnadas, e de (4) baixa renda (primeiras não são alvo da PNDR).

5 A Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) Das 557 microrregiões brasileiras, apenas 140 são caracterizadas como alta renda e não fazem parte do escopo da PNDR (BRASIL, 2015).

6 A Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR)

Programa de Promoção da Sustentabilidade de Espaços Subregionais /Promeso (2000/2003) OBJETIVO: aumentar a autonomia e a sustentabilidade das regiões por meio da organização social, do

7 Programa de Promoção da Sustentabilidade de Espaços Subregionais /Promeso (2000/2003) OBJETIVO: aumentar a autonomia e a sustentabilidade das regiões por meio da organização social, do desenvolvimento dos seus potenciais endógenos e do fortalecimento das suas bases produtivas (BRASIL, 2004). Isso ocorreu por dois eixos: (a) organização social - estímulo e fortalecimento dos fóruns mesorregionais para serem canais de participação da sociedade civil na definição de ações a serem contempladas com investimentos públicos - e (b) ativação econômica - fomento aos arranjos produtivos locais identificados como prioritários nas Mesorregiões Fórum da Mesorregião

8 Mesorregiões do Promeso Na GFM foram definidas como prioridades os setores de pedras semi-preciosas, jóias, pescado, turismo, embutidos de suíno e derivados de leite (CARGIN, 2014). Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul (GFM)

9 A política territorial brasileira: o Programa Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais (Pronat) e o Programa Territórios da Cidadania (PTC) Surge no Brasil no âmbito rural implementando-se o Pronat em 2003 e o PTC em A perspectiva territorial envolve uma visão integradora de espaços, atores sociais, mercados e políticas públicas (BRASIL, 2004).

10 A política territorial brasileira: o Pronat e o PTC Território: espaço que compreende cidades e campos, caracterizado por critérios multidimensionais (ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a política e as instituições) e uma população com grupos sociais distintos onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam identidade e coesão social, cultural e territorial. Território rural: aquele onde os critérios multidimensionais e os elementos mais marcantes que facilitam a coesão social, cultural e territorial têm predominância de elementos rurais (BRASIL, 2004).

11 A política territorial brasileira: o PRONAT e o PTC OBJETO: promover e apoiar iniciativas das institucionalidades que objetivem o incremento sustentável nos níveis de qualidade de vida da população rural. Os territórios rurais foram selecionados com base nas microrregiões geográficas que apresentam densidade demográfica menor que 80 hab/km² e população média por município de até habitantes; 239 territórios rurais foram identificados (BRASIL, 2010).

12 A política territorial brasileira: Pronat e o PTC o PTC decorre da constatação das desigualdades sócioeconômicas entre os territórios rurais. OBJETIVO: superação da pobreza e geração de trabalho e renda no meio rural. Propõe: (a) a inclusão produtiva das populações pobres dos territórios; (b) planejamento e integração de políticas públicas; (c) universalização dos programas básicos de cidadania; (d) ampliação da participação social (BRASIL, 2011).

13 A política territorial brasileira: Pronat e o PTC Dentre os 239 territórios rurais, foram selecionados 120 territórios da cidadania; Em todos os territórios foram constituídos Colegiados Territoriais; Territórios Rurais Territórios da Cidadania

14 Sobreposição da Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul (GFM) e dos Territórios Rurais e da Cidadania

RESULTADOS: os Colegiados Territoriais e o Fórum da GFM e suas repercussões territoriais Há um descompasso entre o número de municípios e membros dos

15 RESULTADOS: os Colegiados Territoriais e o Fórum da GFM e suas repercussões territoriais Há um descompasso entre o número de municípios e membros dos mecanismos de governança; Dos 76 atores que compõem o Fórum, e dos 101 que compõem os Colegiados, apenas 10 fazem parte, ao mesmo tempo, de algum Colegiado e do Fórum.

16 RESULTADOS: os Colegiados Territoriais e o Fórum da GFM e suas repercussões territoriais Os objetivos dos planos convergem ou se complementam; Todos abordam três dimensões: econômico/produtiva, social e ambiental. A diferença maior reside ora num foco mais regional (Mesorregião), ora num foco mais rural (territórios).

17 RESULTADOS: os Colegiados Territoriais e o Fórum da GFM e suas repercussões territoriais O protagonismo dos atores locais/regionais também é comum aos quatro planos. Maior GANHO e DESAFIO: mobilizar e manter mobilizados os atores; O avanço que se teve em torno da governança e da gestão social ainda está sobremaneira, atrelado à existência de recursos destas políticas;

18 RESULTADOS: os Colegiados Territoriais e o Fórum da GFM e suas repercussões territoriais Acesso a Emendas Parlamentares prejudica a gestão social; Há necessidade de avanços para tornar os Planos instrumentos efetivos de desenvolvimento; Mas as avaliações, em geral, são positivas: Gráfico 1: Comparação entre a dinâmica do Fórum da Mesorregião (esquerda) e dos Colegiados territoriais (direita) Fonte: trabalho de campo, 2016.

19 Os projetos regionais/territoriais Mesmo com o término da Promeso/PNDR, e a redução progressiva de recursos do Pronat/PTC, os projetos permanecem sendo executados: PROJETOS PROMESO/PNDR Vitivinicultura Coopevi/Ampere Associação Regional de Artesãos e Artistas Plásticos do Oeste Catarinense Arapoc/Chapecó Cooperativa Ijuí Peixes- Ijuí PROJETOS PRONAT/PTC Vinicola Agroecológica Verê Programa Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária Prosuasa - Chapecó ATER Mulheres Rurais - fortalecimento da produção agroecológica Frederico Westphalen Fortalecimento da Agricultura Familiar através da cadeia produtiva do leite Frederico Westphalen PR SC RS PR SC RS Tem-se a elaboração do Plano de Desenvolvimento Regional Integrado (PDRI) do Sudoeste do Paraná (2015).

20 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Fórum e os Colegiados possibilitam o exercício de poder e autoridade pela sociedade, promovendo ações mais adequadas às realidades locais; Essas políticas passaram a abarcar regiões e atores que anteriormente não eram foco das políticas de desenvolvimento; Não se observou diferenças significativas entre as ações executadas pelas políticas regional e territorial, de modo que fosse possível apontar uma perspectiva territorial no caso da segunda; Apesar da sobreposição de escalas verificamos pouquíssimas ações no sentido de integrar estes espaços de governança.

21 GRACIAS! Anelise Graciele Rambo UFRGS Tanise Dias Freitas UFSM Janete Stoffel UFFS

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