LEGISLAÇÃO COMERCIAL E TRIBUTÁRIA AULA V IV DIREITO CONSTITUCIONAL (continuação) 1. Poder Constituinte Poder Constituinte é o poder que o povo atribui aos Constituintes, pessoas eleitas com o poder-obrigação de elaborar uma Constituição, de elaborar uma Constituição. Mas, o povo também atribui aos congressistas, Senadores e Deputados Federais, um Poder Constituinte, entretanto, não mais de elaborar uma Constituição e sim de poder alterá-la, modificá-la, para atualizá-la ou para que possa ser melhor aplicada. 1.1. Poder Constituinte Originário É o poder que o povo transfere aos constituintes com o objetivo de que este, escolhidos pelo próprio povo, elaborem uma nova Constituição, ou deem origem a uma nova Constituição, daí Poder Constituinte Originário. Uma Constituição plenamente democrática não pode ser elaborada por pessoas que componham os poderes constituídos, que pertençam ao poder legislativo, executivo, ou judiciário. Uma Constituição para ser plenamente democrática tem que nascer do povo, através de Constituintes, que são pessoas eleitas pelo voto direto popular, atribuindo poder a esses Constituintes para elaborar uma nova Constituição. Os Constituintes reunir-se-ão em Assembleia Nacional Constituinte, onde discutirão a nova Constituição e a elaborarão. Aprovado o texto definitivo da nova Constituição esta será Promulgada (entregue ao povo para ser cumprida). A partir da Promulgação da nova Constituição a Assembleia Nacional Constituinte se dissolve e os Constituintes voltam para suas casas, tornando a ser cidadãos comuns. 1.2. Poder Constituinte Derivado O Poder Constituinte Derivado é atribuído pela Constituição (art. 60, 3º, da CF) aos Deputados Federais e aos Senadores da República, que 1
após aprovar Emenda à Constituição EC a promulgarão tornando-a obrigatória a todos os brasileiros. 2. Princípios Fundamentais 2.1. República O Brasil é uma República, cuja característica principal é a transitoriedade do poder. Na República o governante, normalmente eleito, governa por um período determinado previsto na própria Constituição. No Brasil esse período de governo do Presidente da República é de quatro anos. O Brasil é uma República Presidencialista, onde o Presidente da República é ao mesmo tempo chefe de Estado e Chefe de Governo, representando o estado e governando-o. No Brasil o Presidente da República é escolhido pelo voto direto do povo. Nos Estados Unidos da América, por exemplo, a escolha do Presidente da República é feita pelo voto indireto. O povo vota nos convencionais e estes votam no Presidente da República. As repúblicas podem ser presidencialistas e parlamentaristas. O Brasil é uma República Presidencialista, pois como já mencionado, o Presidente da República representa o estado e governa. Nas Repúblicas Parlamentaristas existe a figura do Primeiro Ministro, este governa, enquanto o Presidente da República representa o estado. Assim, no parlamentarismo o poder é divido entre duas pessoas: o Presidente da República e o Primeiro Ministro. Ex.: França, Itália. Nas Monarquias o Rei, o Imperador, governa enquanto viver e transmite o governo ao seu herdeiro direto quando morre ou quando abdica. Portanto na Monarquia o poder é vitalício. As Monarquias também podem ser parlamentaristas, existindo a figura do Primeiro Ministro, que governa o país, enquanto o monarca representa o estado. Ex.: Inglaterra, Espanha. 2.2. Federação Na federação a Nação é formada, composta, de entes políticos independentes, com poderes autônomos. O 2
Brasil é uma Federação, pois é composto pela União, pelos Estados (Membros), pelo Distrito Federal e pelos Municípios. Estes entes políticos têm poderes independentes e autônomos, embora funcionem todos harmonicamente. A União é representada pelo Presidente da República, que exerce o Poder Executivo. Os Estados e Distrito Federal são representados pelos Governadores, que exercem o Poder Executivo. E, os Municípios, são representados pelos Prefeitos, que exercem o Poder Executivo. Cada um desses entes políticos possui também poder legislativo e poder judiciário. Os municípios não possuem Poder Judiciário, considerando que é um poder de custeio caro e inviabilizaria o funcionamento dos muitos municípios. O municípios podem valer-se do Poder Judiciário Estadual ou Federal segundo a matéria e ser examinada. Quando o Estado é unitário, embora existam governadores e prefeitos, todo o poder é centralizado, inexistindo legislativo estadual e municipal. 2.3. Estado Democrático de Direito É a situação política onde todos obedecem a lei, seja o povo, sejam as autoridades constituídas. 3. Divisão dos Poderes 3.1. Poder Executivo Administra o Estado é o poder exercido pelo Presidente da República e auxiliado pelos seus Ministros em nível federal; pelos Governadores e auxiliado pelos seus Secretários em nível estadual de do Distrito Federal e; pelos Prefeitos auxiliados pelos seus Secretários em nível municipal. 3.2. Poder Legislativo Elabora as leis, preponderantemente, é exercido pelo Congresso Nacional, composto pela Câmara Federal e pelo Senado Federal (deputados federais e senadores) em nível federal; pelas Assembleias Legislativas (deputados estaduais) em nível estadual e do Distrito Federal 3
e; pelas Câmaras Municipais (vereadores) em nível municipal. 3.3. Poder Judiciário Aplica a lei ao caso concreto, através de juízes, desembargadores e ministros. O Poder Judiciário é Federal e Estadual, sendo composto de Varas, Câmaras e Turmas. Segundo a matéria que examinam as Varas e as Câmaras podem ser especializadas. Temos na composição da Justiça Federal, por exemplo, o STF, o STJ, o TST, o TSE, os TRFs, TRTs, as Varas Federais Comuns e Especilizadas, além e os Juizados Federais de Pequenas Causas. Na Justiça Estadual Temos os Tribunais e Justiça e as Varas Comuns e Especializadas. 4. Direitos e Garantias Fundamentais (art. 5º CF) 4.1. Direito à vida todos têm direito à vida, pouco importa a origem, a raça, a religião. A vida transcende ao próprio Direito Positivo. Aqueles que aceitam a existência do Direito Natural, afirmam que o direito à vida surge já na concepção. O Direito assegura o direito do nascituro desde a concepção; 4.2. Direito à liberdade todos somos livres em atos, pensamentos, movimentos, desde que não violemos o direito alheio, podendo ir, vir ou ficar de maneira espontânea; 4.3. Direito à igualdade todos somos iguais para a lei, inexistindo diferenças por causa do sexo, religião, raça, cor, etc.; 4.4. Direito à Segurança o Estado deve garantir de forma eficaz a segurança de todas as pessoas, de forma que não lhes sejam violados seus direitos; 4.5. Direito à propriedade todos tem direito a possuir bens, tantos quantos possam adquirir, respeitada a finalidade social da propriedade. 5. Direitos Sociais ( arts. 6/11 da CF) 5.1. Educação; 4
5.2. Saúde; 5.3. Alimentação; 5.4. Trabalho; 5.5. Lazer; 5.6. Segurança; 5.7. Previdência social; 5.8. Proteção à maternidade e à infância; 5.9. Assistência aos desamparados. 6. Esses poucos tópicos examinados, mostram que a Constituição, hodiernamente, visa organizar o Estado e proteger seus cidadãos, bem como todos aqueles que residem no território da Nação, indo muito além das primeiras constituições surgidas, como já se afirmou. Mas, ainda é pouco, é preciso que o povo, através do voto consciente, fiscalizando, de maneira incansável, aqueles que elegeu, controle, de fato, o Estado, para que se possa afirmar, com toda a propriedade, que: Democracia, é o governo do povo, pelo povo e para o povo. (Abraham Lincon) V DIREITO CIVIL 1. Pessoa física ou natural (arts. 1/39 do CC) 1.1. Nascimento Para que a pessoa seja considerada pessoa natural é necessário que nasça com vida. Pouco importa que o bebê seja disforme ou defeituoso, ele será sempre considerado pessoa natural ou física. Esse nascimento com vida desencadeia uma série de consequências no direito, atribuindo direitos e obrigações de toda ordem ao nascente. Ao nascer, todo o indivíduo torna-se sujeito de direitos e obrigações, haja vista, que, nascendo com vida, a pessoa humana já pode herdar, pagar tributos, etc. 1.2. Natimorto - Aquele que nasce morto, para o direito não é pessoa física ou natural, mas coisa, não sendo sujeito de 5
direitos, nem de obrigações. Ao nascer morto não herda, por exemplo. 2. Capacidade 2.1. A capacidade civil plena alcança-se aos 18 anos de idade completos, mas existem outros meios de alcançar a maioridade por fixação, ou autorização, legal, qual seja, através da emancipação. 2.2. Formas de emancipação 2.2.1. Emancipação por concessão dos pais ou do juiz; 2.2.2. Casamento; 2.2.3. Colação de grau em curso superior; 2.2.4. Exercício de emprego público efetivo; 2.2.5. Estabelecimento civil ou comercial com economia própria. 6