Decisão - I - Alega ofensa ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. - II - No caso dos autos, verifico a presença dos dois requisitos. Vejamos.

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Processo nº. ) Classe Impetrante Impetrado : 2100 Mandado de Segurança Individual : : Secretario Geral do UNICEUB Decisão - I - Cuida-se de ação mandamental, com pedido de liminar, ajuizada por contra ato do Secretario Geral do UNICEUB, objetivando seja determinado à autoridade coatora que chame, no momento da Colação de Grau, no dia 10 de agosto de 2016, a impetrante pelo seu nome social. Relata que em setembro de 2015 assumiu sua identidade de gênero (transexual feminino) e iniciou os procedimentos médicos e psicológicos para adequação e que desde abril de 2016 passou a utilizar o nome social nos ambientes sociais e profissionais. Relata, ainda, que requereu junto à instituição que fosse chamada, no momento da solenidade da Colação de Grau festiva, pelo seu nome social, o que foi indeferido pela cerimonialista e pela instituição. Alega ofensa ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. É o relato. Decido. - II - O deferimento do pedido liminar pressupõe os seguintes requisitos previstos no art. 7º, III, da Lei nº 12.016/2009: fundamento relevante (fumus boni iuris) e risco de ineficácia da medida (periculum in mora). No caso dos autos, verifico a presença dos dois requisitos. Vejamos. 1 de 6 09/08/2016 19:48

Consta no documento de fl. 20 que a impetrante solicitou junto à Instituição de Ensino a alteração de seus dados cadastrais, o que foi indeferido sob o fundamento da ausência de documentação que comprove o seu nome social. No documento de fls. 30-31, consta parecer do UNICEUB indeferindo o requerimento da impetrante sob o seguinte fundamento: Em que pese o respeito com a situação do discente, bem como a sensibilidade que compartilhamos com o conturbado momento de sua vida, o UniCEUB não pode, por si só, impulsionado somente por requerimento do aluno, fazer a alteração de seu nome de registro pelo nome social escolhido, haja vista que estaria agindo ao arrepio da lei. É sabido que, de acordo com o Código Civil, o prenome dado ao nascituro nos primeiros dias de vida é mantido até o final dela, a não ser em casos excepcionais (quando, por exemplo, expuser a pessoa ao ridículo) ou em casos como o apresentado pelo requerente, desde que determinado pelo Poder Judiciário. Ora, de antemão, é notória a imutabilidade do nome civil; entretanto, sabe-se que compete exclusivamente à Justiça alterá-lo, o que daria peso a vontade do envolvido, isentando a IES de modificações que não possui legalidade para tal. Ante a ausência de lei que regulamente as hipóteses de alteração do nome constante no registro civil por parte de pessoas Transexuais e Travestis, o caminho que se vislumbra para amparar o direito da impetrante se encontra nos Princípios que norteiam o ordenamento jurídico pátrio. É com esse entendimento que o Superior Tribunal de Justiça registra precedente permitindo a alteração de registro civil de transexual, consoante ementa colacionada abaixo: "- Sob a perspectiva dos princípios da Bioética de beneficência, autonomia e justiça, a dignidade da pessoa humana deve ser resguardada, em um âmbito de tolerância, para que a mitigação do sofrimento humano possa ser o sustentáculo de decisões judiciais, no sentido de salvaguardar o bem supremo e o foco principal do Direito: o ser humano em sua integridade física, psicológica, socioambiental e ético-espiritual. - A afirmação da identidade sexual, compreendida pela identidade humana,encerra a realização da dignidade, no que tange à possibilidade de expressar todos os atributos e características do gênero imanente a cada pessoa. Para o transexual, ter uma vida digna importa em ver reconhecida a sua identidade 2 de 6 09/08/2016 19:48

sexual, sob a ótica psicossocial, a refletir a verdade real por ele vivenciada e que se reflete na sociedade. - A falta de fôlego do Direito em acompanhar o fato social exige, pois, ainvocação dos princípios que funcionam como fontes de oxigenação do ordenamento jurídico, marcadamente a dignidade da pessoa humana, cláusula geral que permite a tutela integral e unitária da pessoa, na solução das questões de interesse existencial humano. - Em última análise, afirmar a dignidade humana significa para cada ummanifestar sua verdadeira identidade, o que inclui o reconhecimento da real identidade sexual, em respeito à pessoa humana como valor absoluto. - Somos todos filhos agraciados da liberdade do ser, tendo em perspectiva atransformação estrutural por que passa a família, que hoje apresenta molde eudemonista, cujo alvo é a promoção de cada um de seus componentes, em especial da prole, com o insigne propósito instrumental de torná-los aptos de realizar os atributos de sua personalidade e afirmar a sua dignidade como pessoa humana. (...) - Conservar o sexo masculino no assento de nascimento do recorrente, em favorda realidade biológica e em detrimento das realidades psicológica e social, bem como morfológica, pois a aparência do transexual redesignado, em tudo se assemelha ao sexo feminino, equivaleria a manter o recorrente em estado de anomalia, deixando de reconhecer seu direito de viver dignamente. (...) - O Direito não pode fechar os olhos para a realidade social estabelecida,notadamente no que concerne à identidade sexual, cuja realização afeta o mais íntimo aspecto da vida privada da pessoa. (STJ - REsp 1008398 / SP - DJe 18/11/2009) Nos dizeres da Ministra Nancy Andrighi em reportagem constante no site Consultor Jurídico, datada de 01 de dezembro de 2014, se o Estado consente com a possibilidade de fazer cirurgia de transgenitalização, deve também prover os meios necessários para que o indivíduo tenha uma vida digna e, por conseguinte, seja identificado jurídica e civilmente tal como se apresenta perante a sociedade. (http://www.conjur.com.br/2014-dez-01 /stjconsolidajurisprudencia-favor-transexuais) À luz do princípio da dignidade da pessoa humana, o mesmo entendimento há de ser adotado à travesti, pessoa que, ainda que possua igual sentimento que a transexual, mantém o órgão genital. 3 de 6 09/08/2016 19:48

Não é a toa que a Lei de Registros Públicos (Lei nº 6.015/73), em seu artigo 55, parágrafo único, estabelece a possibilidade de o prenome ser modificado quando expuser seu titular ao ridículo. Contudo, a alteração do registro civil não é ato simples e, por certo, para os fins desejados no presente writ, a demora burocrática tornaria inócua a garantia pleiteada pela impetrante. Sob esta perspectiva, mutatis mutantis, consubstancia indevida exposição ao ridículo (constrangimento) o fato de, no ato da Colação de Grau, a graduanda não ter sua identidade respeitada por razões biológicas, em detrimento das realidades psicológica e social. Isto porque, o chamamento do nome constitui elemento essencial no momento da Colação de Grau, pois se trata do elemento de identificação. Com efeito, toda pessoa natural tem assegurado o Direito da Personalidade, consubstanciado no Direito ao Nome, sendo este uma necessidade elementar de identificação, não se podendo olvidar que a palavra "nome" deriva do latim nomem, do verbo noscere ou gnoscere, que significa conhecer ou ser conhecido. Ou seja, é o sinal de identidade do indivíduo perante a sociedade. No caso em discussão, percebo claramente a forma que a impetrante almeja ser identificada: sua identidade funcional demonstra a sua intenção de tornar seu nome social público e notório. Inclusive, a Portaria do MEC nº 1.612 assegura ao grupo das Transexuais e Travestis o direito à escolha de tratamento nominal nos atos e procedimentos promovidos no âmbito do MEC, mediante a apresentação de requerimento. Vejamos: Considerando o Programa de Combate à Violência e à Discriminação contra Lésbicas, Gays, Transgêneros, Transexuais e Bissexuais e de Promoção da Cidadania Homossexual, denominado "Brasil Sem Homofobia"; Considerando o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Transexuais PNLGBT; Considerando as resoluções da Conferência Nacional de Educação - Conae 2010 quanto ao gênero e a diversidade sexual; Considerando a Portaria 233, datada de 18/05/2010, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - Mpog, que estabelece o uso do nome social adotado por travestis e transexuais às/aos servidoras/es públicas/os, no âmbito da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional; e Considerando o compromisso deste Ministério de desenvolver unidades em sua estrutura para o tratamento das questões de educação em direitos humanos, resolve: 4 de 6 09/08/2016 19:48

Art. 1º - Fica assegurado às pessoas transexuais e travestis, nos termos desta Portaria, o direito à escolha de tratamento nominal nos atos e procedimentos promovidos no âmbito do Ministério da Educação. 1º - Entende-se por nome social aquele pelo qual essas pessoas se identificam e são identificadas pela sociedade. Por fim, anoto que não se trata de alteração de nome de registro por decisão judicial, haja vista que este não foi o pedido formulado no presente writ. Cuida-se apenas de assegurar à impetrante participação na Colação de Grau em condição de igualdade com os demais formandos, no que diz respeito à forma com a qual deseja ser identificada perante as pessoas presentes no ato. Quanto ao periculum in mora, este se mostra evidente haja vista que a data da Colação de Grau é 10 de agosto do presente ano, ou seja, amanhã. - III - Ante o exposto, defiro a liminar para assegurar à impetrante que, no momento da cerimônia de Colação de Grau, que ocorrerá na data de amanhã (10 de agosto de 2016), seja chamada pelo seu nome social, sob pena de multa de R$ 10.000,00 - dez mil reais. Secretaria: (a) Intimar com urgência a autoridade impetrada para imediato cumprimento; (b) Decorrido o prazo da solenidade objeto do presente writ, intime-se a impetrante para que informe, no prazo de 5 (cinco) dias, se houve o devido cumprimento da determinação judicial. Brasília-DF, 09 de agosto de 2016. 5 de 6 09/08/2016 19:48

Juiz Federal Substituto Eduardo Santos da Rocha Penteado 6 de 6 09/08/2016 19:48