RELAÇÃO ENTRE AS CONCENTRAÇÕES DE UREIA NO LEITE E AS DIFERENTES ESTAÇÕES DO ANO

Documentos relacionados
RELAÇÃO PROTEÍNA: GORDURA DETERMINADA PELO NITROGÊNIO UREICO DO LEITE. Introdução

TEORES DE GORDURA E PROTEÍNA DO LEITE CRU REFRIGERADO INDIVIDUAL E COMUNITÁRIO DE PROPRIEDADES RURAIS DO VALE DO RIO DOCE (MG) 1

NÍVEIS DE UREIA, CREATININA E GLICOSE SANGUÍNEA E URINÁRIA DE VACAS HOLANDESAS SUBMETIDAS À DIETA COM ALTA PROTEÍNA 1

Producote Feed O que é? Como devo fornecer o Producote Feed? Producote Feed Por que utilizar Ureia (NNP) na dieta?

Tecnologia de Leite e derivados

PERCENTUAL DE AMOSTRAS DE LEITE DE VACAS NA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL QUE SE ENQUADRAM NA INSTRUÇÃO NORMATIVA 62 1

O objetivo deste trabalho é avaliar dados referentes ao intervalo de Parto-concepção (IPC) de bovinos leiteiros, em diferentes épocas do ano.

Defesa de Estágio Extracurricular em Nutrição de Bovinos Leiteiros

FATORES QUE INTERFEREM NA TAXA DE CONCEPÇÃO DE VACAS LEITEIRAS 1

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Disponível em: <

QUALIDADE DO LEITE DE VACAS LEITEIRAS SUBMETIDAS À PASTEJO EM AZEVÉM COM ELEVADO NÍVEL PROTEICO 1

NÍVEIS DE NITROGÊNIO UREICO NO LEITE DE VACAS EM PASTEJO DE AZEVÉM 1

Análise da qualidade do leite em pequenas propriedades de Barbacena

Batata doce na alimentação de ruminantes

Manejo e Alimentação da Vaca em Lactação

SUBSTITUIÇÃO DO FARELO DE SOJA CONVENCIONAL POR FARELO DE SOJA PROTEGIDO (SOYPASS) SOBRE O DESEMPENHO DE VACAS LEITEIRAS EM CONFINAMENTO

INTERVALOS DE CÉLULAS SOMÁTICAS SOBRE OS COMPONENTES DO LEITE: gordura e proteína

CURVA DE LACTAÇÃO DE VACAS PRIMIPARAS E MULTÍPARAS DA RAÇA HOLANDESA 1

Manejo Nutricional e suas Influências na Qualidade do Leite. Gabriel Candido Bandeira RC DSM TORTUGA

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM URÉIA DE LIBERAÇÃO LENTA (OPTIGEN II) SOBRE A FUNÇÃO RUMINAL E ESCORE DE CONDIÇÃO CORPORAL (ECC) DE VACAS LEITEIRAS

AVALIAÇÃO DO CONSUMO E PESO DE BEZERROS DA RAÇA GIROLANDO ALIMENTADOS COM CONCENTRADO FARELADO OU PELETIZADO DURANTE A FASE DE ALEITAMENTO

INFLUÊNCIA DO NÍVEL DE URÉIA NO LEITE SOBRE A TAXA DE PRENHEZ EM VACAS HOLANDESAS 1

Avaliação da produção de leite e da porcentagem de gordura em um rebanho Gir leiteiro

Prof. Sandra Gesteira Coelho Departamento de Zootecnia. Universidade Federal de Minas Gerais

CAPÍTULO 9 FATORES NUTRICIONAIS E METABÓLICOS DE VACAS LEITEIRAS EM LACTAÇÃO QUE ALTERAM A COMPOSIÇÃO E A ESTABILIDADE DO LEITE

Aluna do Curso de Graduação em Medicina Veterinária da UNIJUÍ, Bolsista PIBIC/UNIJUÍ, 3

Níveis de lisina digestível em rações para poedeiras semipesadas no período de 47 a 62 semanas de idade e seus efeitos sobre o desempenho produtivo.

Universidade Federal de Pelotas Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária

Tecnologia de Leite e derivados

QUALIDADE DO LEITE DE VACAS DAS RAÇAS JERSEY E HOLANDESA 1

CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS E BACTERIANA DO LEITE CRU REFRIGERADO INDIVIDUAL E COMUNITÁRIO DE PROPRIEDADES RURAIS DO VALE DO RIO DOCE (MG) 1

Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária do IFC Campus Araquari; 2 Docente do IFC Campus Araquari; 3 Docente Orientador IFC Campus Araquari;

PRODUÇÃO DE LEITE DAS VACAS HOLANDESAS CONFORME O PERIODO DE LACTAÇÃO EM DIFERENTES NÍVEIS DE PROTEINA NA PASTAGEM DE AZEVÉM 1

Programa Analítico de Disciplina ZOO436 Produção de Bovinos de Leite

TÍTULO: MENSURAÇÃO DE PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS E DOSAGEM DE GLICOSE PLASMÁTICA EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE LACTAÇÃO EM VACAS LEITEIRAS.

QUALIDADE DO LEITE EM AMOSTRAS INDIVIDUAIS E DE TANQUE DE VACAS LEITEIRAS

A QUALIDADE DO LEITE DE REBANHOS DO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL PELA IN62 1

Programa Analítico de Disciplina ZOO445 Nutrição e Alimentação de Ruminantes

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FERNANDO BRACHT

ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUIMICA DO LEITE DE VACAS HOLANDESAS SUBMETIDAS A DIFERENTES TURNOS DE COLETAS¹ 1

O papel da suplementação na Pecuária Leiteira

EFEITO DA RECUPERAÇÃO DE GORDURA E CASEÍNA NO SORO SOBRE O RENDIMENTO DE QUEIJO MOZZARELLA OBTIDO A PARTIR DO LEITE BUBALINO. Apresentação: Pôster

INDUÇÃO DE LACTAÇÃO EM VACAS E NOVILHAS LEITEIRAS: ASPECTOS PRODUTIVOS, REPRODUTIVOS, METABÓLICOS E ECONÔMICOS

Protein Metabolic Profile in Two Genetic Groups of Primiparous Holstein x Gir cows, Two Periods of Lactation in the Dry Period in the Tropics

ANÁLISE DAS RELAÇÕES ENTRE PARÂMETROS DA CURVA DE CRESCIMENTO E DURAÇÃO DA VIDA ÚTIL DE VACAS DA RAÇA HOLANDESA

Defesa de estágio extracurricular em NUTRIÇÃO ANIMAL

Universidade Federal de Pelotas Programa de Pós-Graduação em Veterinária Disciplina de Doenças metabólicas DOENÇAS METABÓLICAS

Apresentadores e Orientação

DOI: Parte da tese de doutorado da primeira autora 2

Cana-de-açúcar na alimentação de vacas leiteiras. Lucas Teixeira Costa Doutor em Zootecnia

Projeto de pesquisa realizado no curso de Medicina Veterinária da Unijuí 2

EFEITO DO PERÍODO DO ANO SOBRE A QUALIDADE DO LEITE CRU REFRIGERADO PRODUZIDO NO MUNICÍPIO DE CAÇU - GO

QUALIDADE FÍSICO-QUIMICA E DE CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS DO LEITE DE OVELHAS DA RAÇA LACAUNE

AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA E NUTRICIONAL NO DESEMPENHO PRODUTIVO DE VACAS DA RAÇA HOLANDÊS

CRIAÇÃO DE NOVILHAS DESMAMA AO PRIMEIRO PARTO 34) TAXA DE CRESCIMENTO Michel A. Wattiaux Babcock Institute

eficiência na produção laticínios investem em programas de aumento da eficiência técnica e econômica de produtores

Regulação do ph ruminal e as consequências nutricionais do ph ácido Apresentador: Carlos Guerra e Mauri Mazurek Orientação: Bárbara Scherer

Resultado do Gabarito MONOGÁSTRICOS após Julgamento dos Recursos Interpostos

04 a 06 de outubro de 2017

Programa Analítico de Disciplina AGF473 Produção de Ruminantes

REPETIBILIDADE. O termo repetibilidade refere-se a expressão de um mesmo caráter em épocas distintas na vida do animal.

Universidade Federal de São João del-rei UFSJ Campus Santo Antônio Praça Frei Orlando, nº 170 Centro São João del-rei Minas Gerais CEP:

Uso de amilase exógena na nutrição de vacas em lactação: melhorando a utilização de nutrientes e desempenho animal. Marcos Neves Pereira

PROTOCOLO DE INDUÇÃO DE LACTAÇÃO EM VACAS E NOVILHAS DA RAÇA HOLANDESA 1

Marcelo Moreira Antunes Co-orientação: Augusto Schneider Orientação: Marcio N. Corrêa e Ivan Biachi

Qualidade do soro de leite integral na alimentação de suínos em fase de creche.

CURVA DE LACTAÇÃO DAS VACAS DA RAÇA HOLANDESA E JERSEY 1 LACTATION CURVE OF THE DUTCH COWS AND JERSEY

AVALIAÇÃO DOS INDICADORES SANGUÍNEOS DE NOVILHOS MANTIDOS EM PASTAGEM DE CAPIM MOMBAÇA SOB NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NITROGENADA

Características comportamentais em vacas leiteiras Holandês/Gir de diferentes composições genéticas

O desmame e suas implicações em gado de corte

PROGRAMA DE DISCIPLINA

Programa Analítico de Disciplina ZOO483 Nutrição e Alimentação de Bovinos de Leite

COMPOSIÇÃO DO LEITE EM RELAÇÃO ÀS ESTAÇÕES DO ANO EM UM REBANHO LEITEIRO CONFINADO EM SISTEMA COMPOST BARN

Interação dos mecanismos fisiológicos que influenciam a fertilidade em vacas leiteiras

EFEITO DA PRODUÇÃO DIÁRIA E DA ORDEM DE PARTO NA COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO LEITE DE VACAS DE RAÇAS ZEBUÍNAS

EFEITO DA SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DO MILHO PELO FARELO DE BISCOITO NA CONCENTRAÇÃO SÉRICA DE URÉIA DE CORDEIROS MORADA NOVA 1

Universidade Federal de Pelotas Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária -Hipocalcemia em ruminantes- Uma abordagem sobre

PROGRAMA DE DISCIPLINA

Pesquisa Institucional desenvolvida no Departamento de Estudos Agrários, pertencente ao Grupo de Pesquisa Produção e Bem Estar Animal, da UNIJUÍ 2

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

Desempenho de leitões em fase de creche alimentados com soro de leite.

DEGRADABILIDADE IN SITU DA MATÉRIA SECA, PROTEÍNA BRUTA E FIBRA EM DETERGENTE NEUTRO DE TRÊS HÍBRIDOS DE SORGO PARA CORTE/PASTEJO

Criação de Novilhas Leiteiras

Pesquisa Institucional desenvolvida no Departamento de Estudos Agrários, pertencente ao Grupo de Pesquisa em Saúde Animal, da UNIJUÍ 2

MODELAGEM MATEMÁTICA: OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO LEITEIRA

CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS E BACTERIANAS DO LEITE CRU REFRIGERADO CAPTADO EM TRÊS LATICÍNIOS DA REGIÃO DA ZONA DA MATA (MG)

USO DE PROBIÓTICOS NA ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS E SEU DESEMPENHO NA DIGESTÃO RUMINAL E SAÚDE NO PRÉ E PÓS-PARTO

INFLUÊNCIA DA MASTITE NA REPRODUÇÃO DE VACAS GIROLANDO

TEORES DE CÁLCIO SANGUÍNEO AO PARTO EM VACAS LEITEIRAS SUPLEMENTADAS COM SAIS ANIÔNICOS: RELATO DE CASO

Interpretação de Exames Laboratoriais para Doença Renal

TEMA: A influência do metabolismo na ingestão de matéria seca e na ocorrência de doenças em vacas leiteiras no periparto

Projeto de extensão realizado pelos cursos de Engenharia Agronômica e Medicina Veterinária junto a Rede Leite e Unijuí. 2

Efeito da virginiamicina, via oral, sobre a produção de ácidos graxos voláteis, ph ruminal e ph de fezes em vacas leiteiras

Nutrição do Gado de Cria no Inverno e no Período Reprodutivo

III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Zootecnia

Evento: XXV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

O inverno está chegando

Tecnologia de Leite e derivados

Nome dos autores: Rafael de Sousa Carneiro Rafael de Sousa Carneiro 1 ; Glauco Mora Ribeiro 2

Transcrição:

RELAÇÃO ENTRE AS CONCENTRAÇÕES DE UREIA NO LEITE E AS DIFERENTES ESTAÇÕES DO ANO Patrícia Gonçalves de Oliveira 1, Evillen Pablinny Pires Ribeiro 2, Allan Afonso Passos 3, Karyne Oliveira Coelho 4. 1 Zootecnia, PBIC/UEG - Programa de Bolsas de Iniciação Científica da UEG, Câmpus São Luís de Montes Belos, e-mail: patriciagoncalves_2009@hotmail.com; 2 Zootecnista; 3 Mestrando em Desenvolvimento Rural Sustentável, Universidade Estadual de Goiás, São Luís de Montes Belos, Goiás; 4 Docente Doutora, Orientadora, Universidade Estadual de Goiás, São Luís de Montes Belos, Goiás. INTRODUÇÃO A ureia é uma pequena molécula neutra que facilmente se dissemina entre as membranas. Sendo o leite produto da secreção da glândula mamaria, a ureia difunde-se para dentro ou para fora dela, se equilibrando com a ureia plasmática. Concentrações elevadas de nitrogênio proteico no leite determinam menor rendimento na indústria, no que diz respeito à produção de queijos, sendo que, parte da proteína verdadeira, (caseína e proteínas do soro), são substituídas pelo nitrogênio não proteico: ureia. As concentrações de nitrogênio ureico do sangue (BUM) são determinadas através das estimavas de nitrogênio ureico no leite (NUL), sendo um indicativo do teor de proteína da dieta Ferreira et al. (2006). O NUL pode ser uma importante ferramenta na determinação no ajuste da nutrição protéica de vacas em lactação, onde um rebanho que apresenta altos níveis de NUL indica que as vacas não estão utilizando a proteína eficientemente, excretando grande quantidade de nitrogênio no sangue. Do contrario baixos níveis de NUL indicam uso extremamente eficiente

da proteína dos alimentos ou a possibilidade de uma deficiência proteica (PERES, 2000). As concentrações médias, recomendadas nas literaturas estudadas, variam de 10 a 14mg/mL nas vacas Holandesas enquanto na raça Jersey o nível varia de 12 a 16mg/mL, no leite. Essa concentração do leite tem alta correlação com a concentração de NU no plasma do sangue. Destaca-se que altos índices de NUL no rebanho leiteiro são indicativos de excesso de amônia produzidos no rúmen; isso ocorre devido a má formulação da dieta, erro na estimativa do consumo ou incoerência entre os reais valores de proteína dos alimentos inseridos. A solução para o problema, portanto, pode se dar de diversas formas, mas todas elas passam por uma otimização do funcionamento do rúmen. De acordo com Chizzotti et al (2007) os aminoácidos absorvidos pelos ruminantes, em sua grande maioria, são provenientes da sintetização de proteína microbiana no rúmen. Sendo identificados altos níveis de NUL, nutricionistas acabam por reduzir a quantidade ou degradabilidade da proteína da dieta. Alguns optam pelo aumento de energia fermentescível, tendo em vista o crescimento bacteriano e estímulo ao melhor aproveitamento da proteína disponível, aumentando a produção de leite em consequência da possível redução dos índices de NUL Peres(2000). Eficiência reprodutiva como quanto a taxa de concepção podem ser reduzidos em até 20% quando detectados excessos acima de 19-20 mg/dl nos níveis de nitrogênio ureico no leite e sangue (CHIZZOTTI et al., 2007). De acordo, com Gaona (2002), os níveis de ureia aceitos como normais são valores entre 10 e 16 mg/dl no leite. Torrent (2000), por sua vez, afirma que os valores de ureia em leite de vacas com uma ingestão ótima de matéria seca enquadram-se tipicamente na faixa de 12-18 mg/dl. No entanto, tais parâmetros são utilizados e foram estabelecidos por países que possuem um sistema de produção diferenciado, quando comparado ao brasileiro, especialmente, quando se considera a dieta dos animais, portanto, torna-se oportuno um estudo que enfoque e determine o perfil de NUL no rebanho bovino, considerando as mudanças que ocorrem na alimentação dos animais, durantes as diferentes estações do ano.

OBJETIVO(S) ano. Descrever a relação entre as concentrações de ureia no leite nas diferentes estações do METODOLOGIA Amostras de 40 ml de leite cru refrigerado dos tanques de expansão foram coletadas assepticamente, totalizando 200 amostras ao longo de doze meses. As amostras foram transportadas sob refrigeração ao Laboratório de Qualidade do Leite da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG, para a verificação do perfil nitrogênio não proteico (ureia). A análise de ureia foi determinada utilizando-se o equipamento Chemspeck 150 da Bentley Instruments, por meio de um método enzimático e espectrofotométrico. Após obtenção dos resutados, os dados foram avaliados inicialmente para as características estatísticas descritivas e ajuste dos dados à distribuição do tipo normal e, posteriormente, foi utilizado à análise de variância e as médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 95% de probabilidade a fim de determinar há relação entre o período do ano e o perfil do NUL. Para a obtenção das análises estatísticas foi utilizado o programa BioEstat, versão 5.0. RESULTADOS E DISCUSSÃO Em um primeiro momento, buscou-se observar o comportamento das amostras frente aos parâmetros estabelecidos na literatura, assim sendo, observou-se que a maioria das amostras, apresentaram valores de NUL entre, 6mg/dL - 14 mg/dl, com média de 8,36 mg/dl. Cita-se que a concentração de nitrogênio ureico relaciona-se diretamente com o aporte proteico da dieta, bem como com a relação energia: proteína (MEYER et al., 2012). Segundo Campos (2002) os teores médios ideais de NUL para produção de leite de qualidade e baixas perdas reprodutivas devem estar entre 11-16mg/dL, considerando os resultados obtidos, somente encontra-se dentro dos limites desejáveis, 30% dos animais avaliados. No entanto,

em acordo com Torrent (2000) e Meyer et al., (2012) em rebanhos brasileiros, o perfil para o NUL, pode variar de 6 a 14 md/dl, considerando tal padrão, cita-se que 75,4% dos resultados apresentaram-se de acordo com o preconizado pelos autores. Quanto a variação do NUL, quanto à época do ano, observa-se na Tabela 1, os dados médios observados no presente trabalho, foi considerado duas estações, verão e inverno. Tabela 1 Nitrogênio ureico no leite (NUL) nos períodos de inverno e versão Análise Verão Inverno NUL* (mg/dl) 8,25 a 6,71 b *Nitrogênio ureico no leite Observa-se que na Tabela 1, que os resultados do NUL foi superior no período do inverno, fato também relatado por Grazziotin et al., (2013) no entanto, estes autores encontraram valores superiores em rebanhos Holandeses e Jersey, demonstrou no verão o maior índice (31 mg/dl), seguido pelo inverno (20 mg/dl), primavera (18 mg/dl) e outono (13 mg/dl), respectivamente. Já na raça Jersey a avaliação do nitrogênio ureico do leite demonstrou o maior índice no inverno (33 mg/dl), seguido pelo verão (29 mg/dl), primavera (25 mg/dl), e outono (23 mg/dl). A concentração de nitrogênio uréico está relacionada diretamente com o aporte proteico da dieta, bem como com a relação energia: proteína (GRAZZIOTIN et al., 2013). Ressalta-se, que para uma correta utilização do NUL, devem-se considerar os fatores nutricionais e os nãos nutricionais, assim sendo, cita-se que a concentração de NUL, pode ser influenciada pelo número de dias em lactação, produção de leite, baixo consumo de matéria seca, pouca adaptação da microbiota ruminal e baixa capacidade absortiva do rúmen na fase inicial de lactação. Hojman et al. (2005), por exemplo, sugeriram que vacas primíparas (14,7mg/dL) apresentam concentrações maiores de NUL do que vacas multíparas (15,2mg/dL).

CONSIDERAÇÕES FINAIS As concentrações de NUL sofreram variações, de acordo com as estações do ano, sendo que no verão os índices foram superiores quando comparados aos observados no inverno. REFERÊNCIAS BENDELJA, D.; ANTUNAC, N.; MIKULEC, N. Urea concentration in sheep s milk. Mljekarstvo, v.59,n.1, p. 3-10, 2009. CHIZZOTTI, M.L. et al. Consumo, digestibilidade e excreção de uréia e derivados de purinas em vacas de diferentes níveis de produção de leite. Revista Brasileira de Zootecnia. v.36, n.1, ago. de 2006. p.138-146. FERREIRA, M. G.; SOUZA, L. T., PELEJA, L. CORASSIN, C. H., GRATÃO, P. R.; Ureia e Qualidade do Leite, Revista Ciêntifica Eletronica de Medicina Veterinaria, Publicação Cientifica da Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootecnia de Garça/FAMED; Ano III, Numero 06, Jan. 2006. GAONA, R. C. Alguns indicadores metabólicos no leite para avaliar a relação nutrição: fertilidade. In: 29 Congresso Nacional de Medicina Veterinária. 29, 2002, Gramado, RS. Anais... Gramado: Conbravet, 2000. p.40-48. GRAZZIOTIN, S. Z. Qualidade, composição e nitrogênio ureico do leite de vacas das raças jersey e holandesa nas diferentes estações do ano. Disponível em: < https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/salaoconhecimento/article/viewfile/2031/1694>. Acesso em 20 de junh de 2015. MOLLER, S.; MATTHEW, C.; WILSON, G.F. Pasture protein and soluble carbohydrate levels in spring dairy pasture and association with cow performance. Proceedings of the

New Zealand Society of Animal Production, v.54, p.83-86, 1993. PERES, J. R.; Avaliação do Nitrogênio Uréico no Leite: Sintonia Fina na Nutrição; adaptado de Khon, R., Caution needed when interpreting MUNs. Hoards Dairyman, Jan. 25, 2000 Publicado em: www.milkpoint.com.br, acesso em 19 de fev. de 2014.