RESERVA BIOLÓGICA GUARIBAS: UMA ANÁLISE TEMPORAL

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Transcrição:

1 Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Geociências Laboratório de Geografia Aplicada RESERVA BIOLÓGICA GUARIBAS: UMA ANÁLISE TEMPORAL Maria José Vicente de Barros (Estudante de Geografia - UFPB) siga3@geociencias.ufpb.br Paulo Roberto de O. Rosa (Prof. de Geografia Laboratório de Geografia Aplicada - UFPB) labema@geociencias.ufpb.br O nível de fragmentação das florestas nos dias atuais é muito alto, principalmente no que tange à Mata Atlântica, considerando que esta vegetação ocupou vastas áreas litorâneas do território brasileiro indo desde o Rio Grande do Norte até aos estados do Sul do Brasil. Apesar de ser uma das florestas que possui maior endemismo, tanto em termos de flora quanto de fauna, a Mata Atlântica atualmente encontra-se bastante reduzida, apresentando o índice de apenas 4% de sua área original, sendo representada por pequenos núcleos que estão de alguma forma protegidos, constituindo-se em resquícios de uma paisagem heterogênea. Esse processo de fragmentação constitui um determinante no que se refere à biodiversidade pois, direta ou indiretamente ele acaba por afetar o futuro de várias populações, sejam elas vegetais ou animais, tendo em vista o nível intenso de interdependência entre ambos, fazendo com que a fragmentação venha a ameaçar de extinção várias espécies que dependem do contato com determinados ambientes e condições para se perpetuarem. Pode-se notar então, a partir dessas assertivas, a importância da conservação dos ambientes ora fragmentados. Neste tocante, as unidades de conservação passam a ter fundamental papel na conservação desses ambientes por estarem protegidas legalmente, o que contribui para a realização de pesquisas mais sistemáticas e aprofundamento em determinados campos, pouco conhecidos, gerando mais subsídios sobre a riqueza natural presente nesse sistema. A Reserva Biológica Guaribas (REBIO Guaribas), localizada na Zona da Mata paraibana, a 70 km de João Pessoa, nos municípios de Mamanguape e Rio Tinto, faz parte desse sistema de proteção. Essa Unidade de Conservação oficializada em 1988, tem sua área dividida em três partes, denominadas de SEMAS (antiga Secretaria Especial do Meio Ambiente). As duas primeiras (SEMA 1 e SEMA 2) localizam-se no Município de Mamanguape e possuem 616,4 ha e 3.378,2 ha

2 respectivamente, enquanto que a terceira (SEMA 3), está localizada no município de Rio Tinto e possui a extensão de 327 ha. O nosso trabalho de investigação ficou restrito às duas primeiras áreas, ou seja, SEMA 1 e SEMA 2 tendo em vista a proximidade entre elas, o que demandou menor custo de locomoção para verificações em campo. A REBIO Guaribas apresenta em sua paisagem ocorrência de tipologias diferenciadas de vegetação, demonstrando uma certa heterogeneidade nas formações que a figuram. Acompanhando esta questão durante todo o percurso investigativo, entendemos que essas tipologias são resultantes de condições passadas, onde as formações se expandiram e se retraíram de acordo com o clima e na atualidade, com a ação antrópica. Considerando as estratificações da vegetação do lugar, levantamos na REBIO Guaribas três tipologias diferenciadas de formações vegetacionais. Seguindo como parâmetro sua estrutura e organização, destacamos a presença das formações arbórea, arbustiva e herbácea. Na caracterização da paisagem vegetal no que o Plano de Ação Emergencial da REBIO (1995, p.09) estabelece, tomando como base o Projeto RADAMBRASIL, a Reserva apresenta dois tipos de vegetação: a floresta estacional semidecidual das terras baixas e a savana arbórea aberta. Contudo pela descrição feita, a savana caracteriza-se por um contínuo tapete gramíneo-lenhoso (...) (1981, p. 501), o que nos leva a deduzir que se trata da formação herbácea em meio à arbustiva. A vegetação de porte arbóreo que ocorre na REBIO, conforme relatado no RADAMBRASIL, é representada pela Floresta Estacional Semidecidual das Terras Baixas, que faz parte do complexo Mata Atlântica. Esta formação geralmente é encontrada em tabuleiros do Pliopleistoceno do Grupo Barreiras, e possui como característica marcante a exuberância no que diz respeito à sua coloração e à diversidade de indivíduos, como as epífitas e, sobretudo, as Bromeliáceas. A formação arbórea apresenta um corpo populacional significativo e este tipo vegetacional tem sua predominância na SEMA II, ocupando as superfícies, as vertentes e os fundos dos vales junto aos rios e riachos que nascem dentro da REBIO. A vegetação de porte arbóreo possui uma densidade significativa, com árvores de médio porte que chegam aos 20m de altura, formando o estrato de dossel. Há ainda nesta área, pequenos enclaves de vegetação arbustiva-herbácea, as quais estão inseridas no mosaico nas superfícies mais planas e bem drenadas. Nesta zona de transição percebe-se nitidamente o contado entre as três formações.

3 A vegetação arbustiva que ocorre na REBIO é bem caracterizada não somente pela estatura, como também por algumas formas determinantes. O solo não é profundo e a casca espessa tem função própria para os indivíduos da savana, sendo que uma dessas funções têm sua realidade ligada à proteção do indivíduo em relação às anomalias possíveis do lugar, como é o caso do fogo, pois as áreas de clima com estiagem relativamente elevada são propensas a esse tipo de colapso. Com relação à formação herbácea, ela constitui-se basicamente de gramíneas, um tipo de capim que ocupa grandes áreas da Reserva. Tomando como parâmetro a medida de altura dos indivíduos, que apresentam estatura de aproximadamente 1 metro, vimos que as gramíneas presentes na REBIO podem ser classificadas, de acordo com Odum (1986, p.357), como intermediárias as quais variam entre 0,6 e 1m de altura. Representada quase que exclusivamente por gramíneas, a vegetação herbácea ocupa solos pobres e lixiviados, tendo sua ocorrência concomitante com a arbustiva. Este tipo vegetacional tem sua predominância na SEMA I, sendo acompanhada pela formação arbustiva. Tendo em vista as questões ora levantadas, iniciamos o mapeamento da cobertura vegetal da Reserva Biológica Guaribas, visando a compreensão do grau de desenvolvimento e regeneração da paisagem daquela unidade de conservação, no intervalo de tempo que envolve desde época anterior à sua criação e instalação em 1990 até os dias atuais. O destaque se dá ao reconhecimento de uma área onde o fator antrópico sempre esteve presente como modificador do ambiente, seja em extrativismo praticado anteriormente ou mesmo através da pressão sofrida, devido à fragmentação atual onde as porções de floresta sobrevivem rodeadas da monocultura de cana-de-açúcar e de espécies frutíferas, cultivadas em escala comercial. Partindo da época que remonta à oficialização da Reserva, identificamos e delimitamos os diferentes tipos de formações vegetais, realizando o mapeamento em dois períodos distintos que se referem a épocas anterior e posterior à oficialização da Reserva, enquanto unidade de conservação. Os mapas se referem aos anos de 1970 e 1991, respectivamente, onde foi avaliado o grau de regeneração da paisagem no intervalo de 21 anos.

4 A partir das técnicas cartográficas, em conformidade com as técnicas estatísticas de coleta de dados no campo, como dendrometria em parcelamento com poligonal de diversas faces, iniciamos o inventário da dinâmica da estrutura da paisagem vegetacional na REBIO Guaribas e conferimos que esta Unidade de Conservação (UC) beneficiou a área com apenas três anos efetivamente. Apesar de tão pouco tempo da ação da implementação e efetivação da UC (entre 1988 e 1991), a área manteve-se com maiores possibilidades de repovoamento vegetacional. Após uma leitura convencional sobre a área, medindo as áreas correspondentes a cada formação, elaboramos uma tabela com valores em hectares e em percentuais. Esses valores denotaram a diferença da estrutura dos conjuntos vegetacionais contidos naquela paisagem, revelando uma significativa diferença em relação aos dois períodos estabelecidos. Analisando inicialmente os dados referentes à SEMA I, percebemos, por comparação, que a formação herbácea entre 1970 e 1991 decresceu em 2%; a arbustiva também decresceu de 41% para 35%, ou seja, houve um recuo em 6% denotando um crescimento significativo na formação arbórea, demonstrado na ordem de 28% para 36%.Esse avanço da floresta em 8% nos leva a considerar que a população florestal recuperou-se neste intervalo de 20 anos. Na SEMA II, analisando os valores percentuais percebemos que a formação herbácea no período investigado apresentou um recuo de 3% de sua extensão anterior (ocupando 4% da área em 1970). Na formação arbustiva o recuo foi mais acentuado; no primeiro período a área de cobertura com essa formação era de 25%, e no segundo o percentual baixou para 16%, significando que houve um recuo de 9% da presença dessa formação na área pesquisada. Esses valores nos conduzem à dedução efetiva de que a formação florestal avançou de forma eficiente sobre a área da SEMA II, recuperando seu domínio. A formação arbórea em 1970 estava com 71%, subindo para 83% em 1991, o que significa um crescimento de domínio na ordem de 12%. Após esses valores indicados podemos apontar que as áreas referentes as SEMAS I e II estão sendo repovoadas pela formação florestal, que apresenta um forte avanço sobre as outras duas formações nas áreas em estudo. Acreditamos que o registro da produção do mapa com a tipologia estrutural da população florestal possa servir para posterior estudo do comportamento e localização de determinados fenômenos relacionados à estrutura e distribuição das formações vegetais no interior da REBIO,

5 fornecendo um panorama geral da regeneração da cobertura vegetal no intervalo de 21 anos, a partir da caracterização da paisagem vegetal no território da área pesquisada. BIBLIOGRAFIA BRASIL. Ministério das Minas e Energia. Projeto RADAMBRASIL. Folhas SB.24/25 Jaguaribe/Natal.. Rio de Janeiro: Ministério das Minas e Energia, 1981. vol.23. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal. Plano de ação emergencial: Reserva Biológica Guaribas. Brasília: Programa Nacional do Meio Ambiente, 1995. ODUM, Eugene Pleasants. Ecologia. Tradução de Christopher J. Tribe. Rio de Janeiro: GUANABARA, 1986.

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