ESTRATÉGIA 1. PRINCIPAIS NECESSIDADES ALVO DE INTERVENÇÃO DO PDR



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Transcrição:

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO RURAL 2014-2020 CONTINENTE ESTRATÉGIA 1. PRINCIPAIS NECESSIDADES ALVO DE INTERVENÇÃO DO PDR A economia do complexo agro-florestal, o território onde esta se realiza, incluindo as zonas rurais, e os recursos naturais que mobiliza enfrentam três grandes áreas de necessidades às quais o PDR 2014-2020 deverá dar respostas: 1. Aumento sustentável da capacidade de gerar valor acrescentado do sector agroflorestal, e em particular do primário, em volume e em valor; 2. Promoção de uma gestão eficiente dos fatores e proteção dos recursos naturais: solo, água, ar e biodiversidade; 3. Criação de condições para a manutenção de um espaço rural económica e socialmente viável. Os motivos que conduziram à seleção destas necessidades, que estão interligadas, prendem-se quer com a evolução recente do complexo agroflorestal quer com os desafios e oportunidades que terão de ser enfrentados e respondidos no futuro período de programação. A agricultura e a silvicultura, apesar de dados positivos recentes, registaram, num longo período, uma reduzida capacidade em aumentar o produto, o que tem contribuído para a manutenção do défice alimentar nacional, um dos défices estruturais da balança comercial nacional. Situação agravada pela procura de bens agroalimentares, que teve um aumento muito significativo. Mesmo o subsector mais dinâmico do complexo agroflorestal no passado recente, a indústria agroalimentar, tem registado um crescimento insuficiente para responder às necessidades da população portuguesa. Acresce que o crescimento da produção tem dependido parcialmente de setores fortemente consumidores de consumos intermédios importados. Esta estagnação do produto foi acompanhada de um decréscimo da sua valorização, devido ao aumento muito superior dos preços dos consumos intermédios face aos preços da produção agrícola e silvícola. Deste modo, há uma pressão negativa forte sobre os rendimentos dos agricultores e silvicultores, que o crescimento da produtividade e dos subsídios apenas compensa parcialmente, levando, durante um longo período, à saída de recursos humanos 28/10/2013 Página 1 de 17

destas atividades bem como a uma diminuição, em algumas regiões, da terra utilizada ou à sua extensificação, o que em algumas situações, configura uma subutilização do seu potencial económico. Esta evolução manutenção de produto com menos recursos humanos e naturais demonstra a capacidade sectorial em aumentar a eficiência dos recursos, devendo ser encontrada uma via que permita a preservação dos recursos naturais solo, água, ar, biodiversidade e paisagem, potencialmente ameaçados pelas alterações climáticas, e, em simultâneo desenvolver a economia do sector primário de modo a responder às necessidades crescentes em termos de consumo. A maior eficiência na utilização de recursos naturais e humanos, que é muito positiva, tem, contudo, tido também reflexos negativos sobre o tecido económico-social das zonas rurais: a saída de pessoas da atividade e a não utilização da terra para fins agrícolas e florestais tem conduzido a situações de abandono destes territórios, em que a actividade agrícola continua a ser uma das poucas alternativas para absorver estes recursos. 2. OBJECTIVOS A ATINGIR E SEU ENQUADRAMENTO NAS PRIORIDADES E DOMÍNIOS FEADER O PDR, tendo em conta estes grupos de necessidades, propõe atingir um conjunto de objetivos com relação direta com as prioridades definidas para o FEADER e respetivos domínios de intervenção. Necessidade 1 - Aumento sustentável da capacidade de gerar valor acrescentado do sector agroflorestal, e em particular do primário, em volume e em valor; O aumento do VAB deve ser conseguido através do aumento da produção em volume e valor e de uma melhoria da produtividade dos consumos intermédios. Deste modo, será possível aumentar os rendimentos dos agricultores e dos produtores florestais, substituir algumas importações, nomeadamente de consumos intermédios, e aumentar as exportações, procurando-se diversificar os mercados de destino e, assim, contribuir para a diminuição do défice balança comercial. Estes objetivos enquadram-se na prioridade 2 - Reforçar a viabilidade das explorações agrícolas e a competitividade de todos os tipos de agricultura em todas as regiões e promover tecnologias agrícolas inovadoras e gestão sustentável das florestas, em particular no domínio 28/10/2013 Página 2 de 17

Melhorar o desempenho económico de todas as explorações e facilitar a reestruturação e modernização das explorações agrícolas, nomeadamente tendo em vista aumentar a participação e orientação no mercado e diversificação agrícola. i) Para além do referido, para atingir o aumento do VAB, nomeadamente em valor, terse-á que melhorar a capacidade negocial dos sectores a montante da cadeia alimentar, sendo importante aumentar a frágil organização e concentração da produção primária, através do reforço do modelo das organizações de produtores (e cooperativas) bem como, caminhar para a cooperação e integração vertical e para a promoção das organizações interprofissionais. Esta perspetiva integra-se na Prioridade 3 - Promover a organização de cadeias alimentares, incluindo a transformação e comercialização dos produtos agrícolas, o bem-estar animal e a gestão de riscos na agricultura, nomeadamente, no domínio Melhoria da competitividade dos produtores primários mediante uma melhor integração na cadeia alimentar através de sistemas de qualidade, acrescentando valor aos produtos agrícolas e promovendo mercados locais e circuitos de abastecimento curtos, agrupamentos e organizações de produtores do sector agrícola e organizações interprofissionais. No âmbito da promoção da organização, será também enquadrado o setor florestal. ii) A renovação e melhoria de gestão das estruturas agrárias, com o aumento da dimensão física e económica das explorações, a promoção do acesso à terra, nomeadamente a jovens e pessoal qualificado, e melhorias de gestão, formação técnica empresarial são outros objetivos determinantes para a melhoria económica pretendida. O relançamento do investimento é, como para a generalidade da economia portuguesa, fundamental para o desenvolvimento económico. Para além dos apoios que estimulam diretamente o investimento é necessário melhorar o acesso ao crédito e às condições de financiamento. Estes objetivos têm enquadramento na já referida prioridade 2, em ambos os domínios de intervenção (para além do já referido, também o domínio Facilitação da entrada de agricultores adequadamente qualificados no setor agrícola, e em especial da renovação geracional neste setor ). iii) A gestão do risco no âmbito da atividade agrícola assume uma importância crescente num contexto de globalização, preocupações ambientais e alterações climáticas, sendo fundamental para dar previsibilidade e estabilidade financeira às explorações agrícolas e 28/10/2013 Página 3 de 17

florestais, sem a qual a atratividade sectorial decresce de modo significativo, tendo em conta a especificidade do setor neste particular. Assim, deve-se procurar aumentar o recurso a instrumentos de gestão do risco, quer ao nível da prevenção, quer da atenuação dos efeitos na produção e no rendimento setorial, o que tem relação com a Prioridade 3, no domínio Apoio à prevenção e gestão de riscos das explorações agrícolas. iv) Uma melhoria na gestão e na mais eficiência na utilização dos recursos, nomeadamente dos fatores produtivos, é fundamental para a melhoria do desempenho económico das explorações agrícolas e florestais contribuindo para o aumento da capacidade de gerar valor acrescentado, de forma sustentável. O incremento do investimento em modernização e tecnologias inovadoras potenciando uma gestão mais eficaz e eficiente dos recursos terá um papel importante. Este objetivo enquadra-se na Prioridade 5 - Promover a utilização eficiente dos recursos e apoiar a transição para uma economia hipocarbónica e resiliente às alterações climáticas nos setores agrícola, alimentar e florestal, nos seus vários domínios. v) Constituindo o recurso água um dos principais fatores de competitividade do sector agrícola assume especial importância a gestão que é feita do mesmo num contexto em que a adaptação às alterações climáticas assume especial importância. Tendo em conta que a água é um recurso escasso torna-se necessário colocar o enfoque na melhoria da sua utilização, a qual deve ser enquadrada na necessidade crescente que a atividade agrícola tem em termos de otimização dos recursos em geral e dos fatores de produção em particular. Esta necessidade resulta não só da melhoria da competitividade mas fundamentalmente de uma atividade agrícola que se pretende que seja cada vez mais sustentável. Este objetivo enquadra-se na Prioridade 5 - Promover a utilização eficiente dos recursos e apoiar a transição para uma economia hipocarbónica e resiliente às alterações climáticas nos setores agrícola, alimentar e florestal, nos seus vários domínios. Necessidade 2 - Promoção de uma gestão eficiente e proteção dos recursos naturais solo, água, ar e biodiversidade A melhoria da gestão dos recursos naturais é um objetivo que conduzirá igualmente ao aumento da produção agrícola e florestal e contribuirá para a proteção do solo, água, ar, biodiversidade e paisagem. 28/10/2013 Página 4 de 17

i) Nesta matéria é importante ultrapassar as limitações na disponibilidade de água para o sector agrícola, que deve ser utilizada de modo mais eficiente, aumentar a eficiência energética, aumentar a utilização de energias renováveis e aproveitar para efeitos energéticos subprodutos agrícolas e florestais, aumentar a produtividade da terra, nomeadamente através de melhorias na fertilidade do solo e do reordenamento de produções florestais não adaptadas às condições edafo-climáticas nacionais. Este conjunto de objetivos está enquadrado na Prioridade 5 - Promover a utilização eficiente dos recursos e apoiar a transição para uma economia hipocarbónica e resiliente às alterações climáticas nos setores agrícola, alimentar e florestal, nos seus vários domínios de intervenção ( Melhoria da eficiência na utilização da água pela agricultura, Melhoria da eficiência na utilização da energia na agricultura e na indústria alimentar, Facilitação do fornecimento e utilização de fontes de energia renováveis, subprodutos, resíduos, desperdícios e outras matérias-primas não alimentares para promover a bioeconomia e Redução das emissões de gases com efeito de estufa e amónia provenientes da agricultura.) ii) A necessidade de proteger os recursos naturais leva a que se pretenda prevenir a erosão do solo e alterar a estrutura da sua utilização, melhorar a gestão de efluentes ao nível da exploração, aumentar a capacidade de sequestro de carbono das atividades agrícola e florestal, reduzir os incêndios florestais, conservar o património genético animal e vegetal, promover e manter sistemas de alto valor natural, tradicionais e extensivos, incluindo aqueles localizados na zona de Rede Natura, manter a atividade agrícola em zonas com desvantagens naturais e recuperar a floresta de conservação. Este conjunto de objetivos enquadra-se na Prioridade 4 - Restaurar, preservar e melhorar os ecossistemas relacionados com a agricultura e a silvicultura, em ambos os domínios ( Melhoria da gestão da água, incluindo gestão dos fertilizantes e pesticidas e Restauração, preservação e incremento da biodiversidade, incluindo nas zonas Natura 2000, zonas que enfrentam restrições naturais ou outras específicas, e zonas agrícolas de elevado valor natural, e das paisagens europeias ). Necessidade 3 - Criação de condições para a manutenção de um espaço rural económica e socialmente viável 28/10/2013 Página 5 de 17

i) Para manter um espaço rural económica e socialmente viável, há que atuar, em simultâneo, no apoio local às atividades agrícolas e bem como diversificar a atividade económica para absorver os recursos humanos que o aumento da produtividade agrícola liberta, nomeadamente pelo aproveitamento de áreas de negócio relacionadas com a agricultura, como o turismo rural e os produtos de qualidade de base local, cuja comercialização em mercados locais e através de cadeias curtas deverá ser incentivado. Este conjunto de objetivos enquadra-se na Prioridade 6 - Promover a inclusão social, a redução da pobreza e o desenvolvimento económico das zonas rurais em ambos os domínios ( Facilitação da diversificação, da criação e do desenvolvimento de pequenas empresas e da criação de empregos e Fomento do desenvolvimento local nas zonas rurais ) mas igualmente na já referida Prioridade 3, na subcomponente promoção de mercados locais e circuitos de abastecimento curtos. As zonas rurais são espaços que podem proporcionar qualidade de vida, o que deve ser utilizado para atrair população de fora, em particular jovem e qualificada. Particularmente importante face à tendência crescente de desertificação das zonas rurais associada ao envelhecimento da população rural. Para além do enquadramento na Prioridade 6, há ainda uma relação direta com a Prioridade 2 no domínio de intervenção facilitação de entrada de agricultores e renovação geracional. Sem prejuízo da promoção da diversificação económica, a fixação de pessoas e atividades nas zonas rurais deverá passar pela criação de condições de viabilidade da pequena agricultura (Prioridades 2 e 6), o que passa também pelo aumento da formação (Prioridades 1 e 6). Objetivos transversais Com efeitos transversais sobre as necessidades identificadas, há que ter como objetivo o aumento da capacidade de inovação (produtos, processos e técnicas), potenciar a resposta do sistema de I & D às necessidades sectoriais, reforçar as ligações entre o sector empresarial, em particular as PME, e as unidades de I & D tecnológico, promover a cooperação e o trabalho em rede e envolver microempresas com recursos humanos qualificados na demonstração e disseminação de conhecimento. Assim como, a melhoria do nível de formação técnico e empresarial dos produtores agrícolas e florestais, da melhoria dos serviços de aconselhamento agrícola e florestal. 28/10/2013 Página 6 de 17

Estes objetivos correspondem ao definido na Prioridade 1, nos seus três domínios (Incremento da inovação, cooperação e desenvolvimento da base de conhecimentos nas zonas rurais; Reforço das ligações entre a agricultura, a produção alimentar e a silvicultura e a investigação e a inovação; Incentivo da aprendizagem ao longo da vida e da formação profissional nos setores agrícola e florestal) 3. LÓGICA DE INTERVENÇÃO PRIORIDADE 1 a) INCREMENTO DA INOVAÇÃO, COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA BASE DE CONHECIMENTOS NAS ZONAS RURAIS O incremento da inovação nas zonas rurais tem como principal instrumento, no PDR, o apoio à criação e funcionamento de Grupos Operacionais (GO) para a realização dos objetivos da PEI Produtividade e sustentabilidade agrícolas. Em complemento está prevista a operacionalização do apoio a projetos de inovação de iniciativa das empresas. O apoio aos Grupos Operacionais tem como objetivo promover a interação entre o setor agroflorestal e as entidades de I&D, de forma a facilitar a incorporação do conhecimento no tecido produtivo. A sua operacionalização é dirigida para um conjunto de prioridades, que satisfazendo os objetivos da PEI, foram consideradas as mais relevantes a nível nacional pelos agentes do setor. Acrece que, a Rede Rural Nacional integrará uma área temática relacionada com a Inovação com funções de dinamização da criação dos GO, da articulação das respetivas iniciativas a nível nacional e interncacional e disseminação alargada dos seus resultados. Em matéria de disseminação de resultados, prevê-se ainda a utilização dos serviços de aconselhamento e de ações de tranferencia de conhecimento, nomeadamente de informação e demonstração. Através da ação Projectos de inovação pretende-se dar resposta a necessidades de cariz mais empresarial sem contudo deixar de prever a divulgação alargada dos resultados dos projectos desenvolvidos. 28/10/2013 Página 7 de 17

b) REFORÇO DAS LIGAÇÕES ENTRE A AGRICULTURA, A PRODUÇÃO ALIMENTAR E A SILVICULTURA E A INVESTIGAÇÃO E A INOVAÇÃO Para reforçar as ligações entre o setor agro-florestal e a investigação e a inovação o programa utiliza a ação Inovação por Grupos operacionais que promove o trabalho em cooperação dos produtores e empresas do setor e as unidades de I&D tecnológico bem como o trabalho em rede com os serviços de aconselhamento e de transferência de conhecimento. Duma forma mais estrita, a ligação entre empresas do setor e as unidades de I&D é também incentivada pela ação Projetos de Inovação. Este reforço será potenciado pela articulação com outros instrumentos de política nomeadamente com os que apoiam a investigação e inovação, quer através dos Fundos da Coesão quer do Horizon 2020, bem como pela participação dos diversos agentes do setor em redes internacionais, nomeadamente na rede PEI. c) INCENTIVO DA APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA E DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL NOS SETORES AGRÍCOLA E FLORESTAL Neste domínio, o PDR apresenta as ações Formação e divulgação e Aconselhamento que contribuirão para aumentar o nível de formação técnica e empresarial e a base de conhecimento dos produtores agrícolas e florestais, nomeadamente para uma gestão mais eficiente dos recursos. A aprendizagem ao longo da vida e a formação profissional dos ativos do setor é apoiada através de várias tipologias de operações, nomeadamente formação profissional, atividades de demonstração e informação e aprendizagem em ambiente de empresa. As atividades de formação estão cingidas aos beneficiários de investimento deste programa, uma vez que a formação generalizada de ativos bem como dos jovens agricultores será apoiada pelo FSE, conforme o previsto no acordo de parceria. Tendo em conta o nível geral de escolaridade dos agricultores portugueses, a crescente procura de jovens sem formação específica para instalação no setor e a necessidade de 28/10/2013 Página 8 de 17

adaptação contínua a novos desafios, estes instrumentos têm de ser disponibilizados de forma adequada e abrangente, sendo necessário uma participação ativa do setor na sua operacionalização. O Aconselhamento será um instrumento potenciador de uma gestão agrícola e florestal mais eficiente e adequada às exigências regulatórias a que estes setores de atividade estão sujeitos. Acresce que a correlação desta ação com outras medidas permite criar condições para uma maior eficácia dos apoios públicos veiculados pelo PDR. PRIORIDADE 2 a) MELHORAR O DESEMPENHO ECONÓMICO DE TODAS AS EXPLORAÇÕES E FACILITAR A REESTRUTURAÇÃO E MODERNIZAÇÃO DAS EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS, NOMEADAMENTE TENDO EM VISTA AUMENTAR A PARTICIPAÇÃO E ORIENTAÇÃO NO MERCADO E DIVERSIFICAÇÃO AGRÍCOLA Para além das medidas referidas na Prioridade nº 1, que são fundamentais para assegurar a sustentabilidade do desenvolvimento económico, a medida valorização da produção agrícola e valorização da produção silvicola tem uma relação de efeitos directos com este domínio. No caso dos projectos a jusante da produção agrícola, ir-se-á procurar que estejam adaptados e potenciem as características das explorações agrícolas nacionais, que têm na indústria o seu principal cliente. Estas medidas serão determinantes para inverter a trajectória negativa do investimento agrícola e silvícola no passado recente, promover a integração nos mercados e adoptar produções em conformidade, ultrapassar as limitações decorrentes das condições edafoclimáticas do nosso país, sendo importante potenciar uma utilização eficiente e sustentável dos recursos e a organização da produção. Estas medidas permitirão alcançar objectivos centrais do PDR: aumentar a produção, reduzir o défice alimentar, melhorar a produtividade dos fatores e a rentabilidade económica da agricultura, a eficiência na utilização dos consumos intermédios na produção agrícola, reduzir o recurso a consumos intermédios importados, criar melhores condições de financiamento e aumentar o investimento em processos e técnicas, nomeadamente inovadoras e mais 28/10/2013 Página 9 de 17

eficientes, potenciar o aumento da organização da produção e dos instrumentos de gestão do risco. Para além das medidas referidas, as medidas incluídas no Leader terão um papel importante na viabilização da pequena agricultura, muito importante nas zonas rurais. b) FACILITAÇÃO DA ENTRADA DE AGRICULTORES ADEQUADAMENTE QUALIFICADOS NO SETOR AGRÍCOLA, E EM ESPECIAL DA RENOVAÇÃO GERACIONAL NESTE SETOR As ações Aconselhamento, Jovens Agricultores e Investimento nas explorações agrícolas enquadram-se neste domínio. Os serviços de aconselhamento agrícola são de grande importância para permitir uma integração no sector de jovens e profissionais oriundos de outras actividades, devendo esta entrada ser acompanhada de projectos de investimento que reflictam uma nova atitude, inovação e disponibilidade para assumir riscos, associativismo, tendo em conta igualmente as novas tendências de consumo. A renovação geracional e a entrada de novos agricultores qualificados em técnica agrícola e de gestão é fundamental para dinamizar um sector caracterizado por um grau de envelhecimento acentuado e um nível de educação muito baixo. Estas medidas deverão aproveitar o potencial criado pelo novo regime de estruturação fundiária e legislação da Bolsa de Terras. PRIORIDADE 3 a) MELHORIA DA COMPETITIVIDADE DOS PRODUTORES PRIMÁRIOS MEDIANTE UMA MELHOR INTEGRAÇÃO NA CADEIA ALIMENTAR ATRAVÉS DE SISTEMAS DE QUALIDADE, ACRESCENTANDO VALOR AOS PRODUTOS AGRÍCOLAS E PROMOVENDO MERCADOS LOCAIS E CIRCUITOS DE ABASTECIMENTO CURTOS, AGRUPAMENTOS E ORGANIZAÇÕES DE PRODUTORES E ORGANIZAÇÕES INTERPROFISSIONAIS Dentro deste domínio a medida central Organização da produção, composta por um conjunto de ações Criação de agrupamentos de produtores, Interprofissionais e Integração empresarial e a medida Inovação. 28/10/2013 Página 10 de 17

A falta de dimensão económica é um dos problemas económicos principais das explorações agrícolas portuguesas, quer porque não lhes permite reduzir custos por efeitos de economias de escala quer porque lhes confere um fraco poder negocial na cadeia alimentar, o que se tem reflectido no diferencial entre a evolução dos preços dos bens adquiridos e vendidos. Deste modo, a medida Inovação será importante na redução de custos de inovação, essencial para a competitividade, e na diluição do respectivo risco. A medida incentivadora da criação de agrupamentos de produtores visa dar a dimensão económica necessária para racionalizar custos e conferir maior poder negocial aos agricultores. A medida Integração empresarial pretende contribuir para a organização de produtores em torno de objectivos comuns a jusante, não implicando necessariamente fusões, procurando, assim, agilizar processos de concentração criadores de economias de escala. Já a constituição de organizações interprofissionais apela à auto-regulação sectorial, o que, sendo saudável para todos os intervenientes, será particularmente importante para os elos mais frágeis da cadeia alimentar. Associadas a estas medidas e complementando-as, estão as medidas de apoio ao investimento nas explorações, transformação e comercialização de produtos agrícolas, onde se prevê majorar os apoios para as organizações de produtores. No âmbito da abordagem Leader, haverá medidas destinadas ao incremento de mercados locais e de cadeias de abastecimento curtas, procurando promover, nomeadamente, produtos de base local. b) APOIO À PREVENÇÃO E GESTÃO DE RISCOS DAS EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS As medidas Seguros, Fundos mutualistas e Prevenção e restabelecimento do potencial produtivo constituem os instrumentos disponibilizados pelo PDR para a gestão do risco nas explorações agrícolas. Apresentado os fenómenos climáticos grande irregularidade, conduzindo a condições produtivas muito diferenciadas de ano para ano, havendo ainda que lidar com doenças animais com consequências imprevistas sobre a produção, este conjunto de medidas é 28/10/2013 Página 11 de 17

fundamental para diluir os riscos individuais de cada agricultor e assim dar garantias suficientes de atractabilidade à actividade agrícola. Pretende-se dar apoios aos prémios de seguro de colheita e animais e incentivar a criação de fundos mutualistas no sector animal e apoiar o pagamento de compensações neste âmbito. O apoio dado relacionado com custos de investimento para prevenção e restabelecimento do potencial produtivo deverá estar relacionado preferencialmente com a adesão dos agricultores a sistemas de seguros. Em complemento, a medida de investimento, ao majorar a taxa de apoio a detentores de seguros potenciará a adesão ao seguro. PRIORIDADE 4 a) RESTAURAÇÃO, PRESERVAÇÃO E INCREMENTO DA BIODIVERSIDADE, INCLUINDO NAS ZONAS NATURA 2000, ZONAS QUE ENFRENTAM RESTRIÇÕES NATURAIS OU OUTRAS ESPECÍFICAS, E ZONAS AGRÍCOLAS DE ELEVADO VALOR NATURAL, E DAS PAISAGENS EUROPEIAS O PDR apresenta um conjunto de ações diversificadas neste domínio: Conservação de Recursos Genéticos, Pagamentos Rede Natura, Pastoreio extensivo, Culturas permanentes tradicionais, Medida de apoio às zonas desfavorecidas, Reabilitação dos povoamentos florestais, Proteção da floresta contra agentes bióticos e abióticos nocivos, Ordenamento e gestão de recursos naturais associados à floresta. Com estas medidas procura-se promover a conservação do património genético animal e vegetal a sustentação de sistemas de agricultura de alto valor natural, tradicionais e extensivos, manter a actividade agrícola em zonas com desvantagens naturais, preservar a biodiversidade selvagem dependente dos ecossistemas agrícolas e florestais, reordenar produções florestais não adaptadas às condições edafoclimáticas e recuperação da floresta de conservação. Em complemento, a medida Aconselhamento, ao melhorar a formação técnica na área da gestão e da utilização eficiente dos recursos, potenciará os efeitos dos apoios das outras medidas. 28/10/2013 Página 12 de 17

b) MELHORIA DA GESTÃO DA ÁGUA, INCLUINDO GESTÃO DOS FERTILIZANTES E PESTICIDAS A gestão da água é uma das questões fulcrais para a sustentabilidade dos sistemas agrícolas e para a sua viabilidade económica. O PDR tem um conjunto de ações incentivadoras da adopção de práticas mais eficazes na protecção do recurso água: uso eficiente e racional da água na agricultura, modo produção biológico e produção Integrada. A natureza destas ações atuam ao nível da limitação do uso de fertilizantes e pesticidas. Acresce ainda, que será importante referir a regulação que é feita nas áreas identificadas como vulneráveis a nitratos, bem como a integração dos principios da proteção integrada na condicionalidade. Em paralelo, as medidas Aconselhamento e Inovação por Grupos Operacionais, ao melhorarem a formação técnica na área da gestão e da utilização eficiente dos recursos e incentivarem a inovação, serão igualmente importantes para a melhoria da gestão da água e potenciarão os efeitos dos apoios das medidas e dos instrumentos de regulação referidos. c) PREVENIR A EROSÃO DO SOLO E MELHORAR A GESTÃO DO SOLO A agricultura e a floresta ocupam cerca de três quartos da superfície portuguesa pelo que o seu papel neste domínio é da maior relevância. Este papel é reforçado pelo elevado risco de erosão, perda de matéria orgânica e desertificação do solo, os riscos de incêndio e de agentes bióticos nocivos potenciados pelas alterações climáticas. O PDR tem um conjunto de medidas incentivadoras da adopção de práticas mais eficazes na prevenção da erosão e da gestão do solo: Proteção da floresta contra agentes bióticos e abióticos nocivos, Modo produção biológico, Mosaico agroflorestal, Produção Integrada, Conservação do solo e Pastoreio extensivo. Com vista a obtenção de benefícios ambientais diretos ao nível do recurso solo, através da adoção de práticas benéficas para a sua conservação, permitindo reduzir fenómenos de erosão, melhorar a estrutura e aumentar o teor em matéria orgânica. Para além disso, a Medida de apoio às zonas desfavorecidas visa manter a atividade agrícola em zonas com desvantagens naturais, contribuindo para uma ocupação equilibrada do território. 28/10/2013 Página 13 de 17

Em complemento, as medidas Aconselhamento e Inovação por Grupos Operacionais, ao melhorarem a formação técnica na área da gestão e da utilização eficiente dos recursos e incentivarem a inovação, serão igualmente importantes para a melhoria da gestão do solo e potenciarão os efeitos dos apoios das outras medidas. PRIORIDADE 5 a) MELHORIA DA EFICIÊNCIA NA UTILIZAÇÃO DA ÁGUA PELA AGRICULTURA O aumento da produtividade e uso sustentável dos factores de produção é um dos objectivos a atingir pelo PDR. Constituindo o recurso água um dos principais fatores de competitividade do sector agrícola assume especial importância a gestão que é feita do mesmo num contexto em que a atenuação das alterações climáticas assume especial importância. A promoção do investimento em infraestruturas, modernização e em tecnologias mais eficientes de regadio, é um dos motores de desenvolvimento e competitividade das explorações agrícolas, devendo o mesmo ser promovido de uma forma sustentável, quer através da proteção da qualidade da água, quer seja através do seu uso eficiente. Procura-se, assim, através das ações de investimento na exploração agrícola e infraestruturas coletivas o apoio à adoção de processos e técnicas inovadoras e eficientes nesta matéria. Com o objectivo de adoptar práticas eficientes na utilização da água pelo sector agrícola, o PDR apresenta uma ação especifica para o uso eficiente e racional da água na agricultura. Em paralelo, as medidas Aconselhamento e Inovação por Grupos Operacionais, ao melhorarem a formação técnica na área da gestão e da utilização eficiente dos recursos e incentivarem a inovação, serão igualmente importantes para a melhoria da gestão da água e potenciarão os efeitos dos apoios das outras medidas. b) MELHORIA DA EFICIÊNCIA NA UTILIZAÇÃO DA ENERGIA NA AGRICULTURA E NA INDÚSTRIA ALIMENTAR O aumento da produtividade e uso sustentável dos factores de produção é um dos objectivos a atingir pelo PDR, procurando-se que as medidas de investimento na exploração agrícola e na 28/10/2013 Página 14 de 17

transformação e comercialização de produtos agrícolas contribuam para o aumento da utilização de processos e técnicas inovadoras e eficientes nesta matéria. Em particular, pretende-se com estas medidas reduzir a utilização de consumos energéticos por unidade produzida, aproveitar subprodutos agrícolas e florestais e, assim, reduzir os consumos intermédios importados. Tendo em conta que a melhor eficiência da utilização de água no sector agrícola está diretamente relacionada a melhoria da utilização de energia necessária à sua disponibilização, a ação uso eficiente e racional da água na agricultura incluí a verificação da adequação da componente de geração/alimentação elétrica do equipamento de rega. Em paralelo, as medidas Aconselhamento e Inovação por Grupos Operacionais, ao melhorarem a formação técnica na área da gestão e da utilização eficiente dos recursos e incentivarem a inovação, serão igualmente importantes para a utilização eficiente da energia e potenciarão os efeitos dos apoios das outras medidas. c) FACILITAÇÃO DO FORNECIMENTO E UTILIZAÇÃO DE FONTES DE ENERGIA RENOVÁVEIS, SUBPRODUTOS, RESÍDUOS, DESPERDÍCIOS E OUTRAS MATÉRIAS-PRIMAS NÃO ALIMENTARES PARA PROMOVER A BIOECONOMIA A adopção de processos e técnicas inovadoras e eficientes nesta matéria, valorizando os subprodutos agrícolas e florestais, incentivando a utilização de fontes de energias renováveis e aumentando a disponibilidade de matérias-primas florestais encontra resposta nas medidas florestais, no seu conjunto, e no apoio ao investimento nas explorações agrícolas, na transformação e comercialização de produtos agrícolas. Finalmente, as medidas Aconselhamento e Inovação por Grupos Operacionais, ao melhorarem a formação técnica na área da gestão e da utilização eficiente dos recursos e incentivarem a inovação, serão igualmente importantes para permitir a utilização de fontes de energia renováveis, subprodutos, resíduos e desperdícios e potenciarão os efeitos dos apoios das outras medidas. d) REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE GASES COM EFEITO DE ESTUFA E AMÓNIA PROVENIENTES DA AGRICULTURA A actividade agrícola é responsável por emissão de GEE, como o metano e o óxido nitroso, e da amónia. Na última década Portugal tem verificado uma redução da emissão de GEE e de 28/10/2013 Página 15 de 17

amónia, assim como, do consumo de fertilizantes e de energia pela agricultura. Não constitui assim uma preocupação central do futuro programa de Desenvolvimento Rural do Continente, uma vez que existem outros instrumento de política que visam este objectivo. As priorização de investimento no âmbito das explorações agrícolas, da transformação e comercialização visam melhorias ambientais que se afiguram como resposta adequada. Por outro lado, a implementação e medidas, como sejam a ação apoio ao pastoreio extensivo e a medida de apoio a zonas desfavorecidas, procuram assegurar a manutenção de modos extensivos de exploração pecuária que, através da imposição de encabeçamentos máximos, sendo assim compatíveis com uma utilização sustentável dos recursos naturais, o que permite gerar benefícios ambientais, onde se incluem a diminuição das emissões de GEE. e) PROMOÇÃO DA CONSERVAÇÃO E SEQUESTRO DE CARBONO NA AGRICULTURA E NA SILVICULTURA O PDR tem um conjunto de medidas incentivadoras da adopção de práticas promotoras da conservação e sequestro de carbono, nomeadamente as ações: proteção e reabilitação da floresta contar agentes bióticos e abióticos, apoios aso investimentos em silvicultura, mosaico agroflorestal, conservação do solo, culturas permanentes tradicionais, que através de compromissos especificos contribuirão de forma positiva para o objetivo em questão. Em paralelo, as medidas Aconselhamento e Inovação por Grupos Operacionais, ao melhorarem a formação técnica na área da gestão e da utilização eficiente dos recursos e incentivarem a inovação, serão igualmente importantes para uma melhor conservação e sequestro de carbono e potenciarão os efeitos dos apoios das outras medidas. PRIORIDADE 6 a) FACILITAÇÃO DA DIVERSIFICAÇÃO, DA CRIAÇÃO E DO DESENVOLVIMENTO DE PEQUENAS EMPRESAS E DA CRIAÇÃO DE EMPREGOS O desenvolvimento socioeconómico leva a que uma proporção considerável das pessoas que desenvolviam atividade na agricultura saiam para outros sectores, o que obriga, na maior parte dos casos, que se desloquem para zonas urbanas. É, pois, necessário, diversificar a base 28/10/2013 Página 16 de 17

da actividade económica das zonas rurais para fixar a população, tendo em conta que estas zonas apresentam um conjunto de fragilidades que são explicadas em parte pela dependência significativa de uma atividade agrícola realizada em pequenas explorações e que proporciona níveis de rendimento baixos. Através da abordagem LEADER, serão criadas soluções em termos de diversificação, nomeadadamente pela criação de microempresas e empregos locais, pela dinamização de atividades conexas à atividade agrícola, como o turismo rural e a promoção de produtos de qualidade de base local, bem como o incremento dos mercados locais e das cadeias de abastecimento curtas. b) FOMENTO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL NAS ZONAS RURAIS Como foi referido a diversificação da actividade económica é fundamental para o desenvolvimento local rural, sendo que as medidas referidas para o domínio anterior têm também aqui um papel determinante. Além disso, tal como mencionado, a viabilização da actividade agrícola é igualmente de grande importânciapois permite a inclusão social ou o amortecimento da pobreza (através da preservação de um tecido agrícola fragmentado em pequenas explorações) para muitas pessoas, muitas vezes idosas e com baixos níveis de educação, desempenhado um papel insubstituível no curto e médios prazos nesse domínio, dado o contexto de recessão económica e persistência de desemprego muito elevado atualmente existente. Assim, terão aqui um papel importante as medidas de pequenos investimentos nas explorações agrícolas e na transformação e comercialização local de produtos agrícolas. Através da abordagem LEADER, serão ainda prosseguidas desejavelmente soluções a nível local ligadas à preservação e valorização dos recursos naturais e da paisagem e património locais, e o apoio potencial a alguns serviços básicos de proximidade não incluidos nas respostas sociais. 28/10/2013 Página 17 de 17