O PROCESSO DE ENFERMAGEM COMO PERSPECTIVA NA MELHORIA DA QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA 1

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Transcrição:

Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões 45 O PROCESSO DE ENFERMAGEM COMO PERSPECTIVA NA MELHORIA DA QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA 1 THE NURSING PROCESS AS A MEANS FOR IMPROVING THE QUALITY ATTENDANCE Elisangela Panosso de Freitas 2 Francieli Cristina Sponchiado 2 Elisangela Argenta Zanatta 3 RESUMO: Observa-se a necessidade, cada vez mais presente, do uso de instrumentos básicos que visem melhorar a qualidade do cuidado prestado pelos enfermeiros e sua equipe ao cliente/paciente. Nas instituições de saúde, o Processo de Enfermagem poderá ser um grande facilitador para a realização dessas mudanças, além de ser caminho 1 Trabalho apresentado na disciplina de Semiologia e Semiotécnica no Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Regional Integrada Campus de Frederico Westphalen. 2 Acadêmicos do Curso de graduação em Enfermagem da Universidade Regional Integrada Campus de Frederico Westphalen. 3 Mestre em Enfermagem UFRGS, professora do Curso de graduação em Enfermagem da Universidade Regional Integrada Campus de Frederico Westphalen. Revista de Enfermagem Frederico Westphalen v.2/v.3 p. 45-52 2006-2007

46 Revista de Enfermagem para a tomada de decisões, pois sistematiza o cuidado e aproxima o enfermeiro do cliente/paciente/família, fortalecendo a presença indispensável deste profissional, contribuindo para o processo de reabilitação e cura do paciente. Além do mais, é valido lembrar que o Processo de enfermagem pode ser aplicado tanto em âmbito hospitalar quanto em saúde coletiva (Unidade Básica de Saúde). Palavras-chave: Instrumentos básicos. Enfermeiro. Cliente/paciente. Processo de Enfermagem. 1 INTRODUÇÃO Este artigo refere-se a uma revisão bibliográfica sobre o Processo de Enfermagem PE, realizada por acadêmicas do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões URI Campus de Frederico Westphalen. A elaboração deste artigo tem por objetivo proporcionar aos acadêmicos a possibilidade se ampliar seus conhecimentos sobre o Processo de Enfermagem, bem como fazer uma reflexão sobre sua importância para planejar e executar o cuidado do cliente/paciente de forma humanizada e individualizada. Vale lembrar que o Processo de Enfermagem é um instrumento que pode ser aplicado pelo profissional enfermeiro tanto em âmbito hospitalar, quanto em saúde coletiva. 2 PROCESSO DE ENFERMAGEM A enfermagem ilustra no seu cotidiano a necessidade de aperfeiçoar seus cuidados, reavaliando a forma pela qual o cliente/ paciente é atendido no serviço de saúde, precisando ser visto de forma integral, ou seja, buscar conhecer seu estado físico e mental, seu modo de vida e condições socioeconômicas e culturais em que está inserido para que a tomada de decisões seja mais eficaz. Desta maneira, destacase a importância de fortalecer vínculos entre o profissional enfermeiro e o cliente/paciente, por meio da efetivação do Processo de Enfermagem.

Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões 47 O Processo de Enfermagem é um método sistematizado que o enfermeiro utiliza para a prestação de cuidados humanizados ao cliente, na medida em que fornece informações sobre o histórico e situação de saúde dos clientes, as quais podem auxiliar os demais profissionais a tomarem decisões e avaliarem os diagnósticos, prevenindo complicações e, desta forma, facilitando o cuidado do cliente/paciente. É sistematizado porque é composto de seis fases que desafiam a qualidade da assistência. Humanizado porque na medida em que planejamos estamos proporcionando um cuidado que não visa exclusivamente o paciente, mas também sua família e a comunidade (MEEKER, 1991). Os elementos essenciais do Processo de Enfermagem são aqueles planejados, centrados no paciente, orientados para o problema, e dirigidos para um objetivo. O Processo de Enfermagem é um conjunto de ações que proporciona um direcionamento essencial para o cuidado e a prática de enfermagem. A sua aplicação aperfeiçoa as decisões, soluciona problemas, fornecendo, assim, recursos que melhoram a qualidade do atendimento prestado, de modo a obter resultados satisfatórios (MEEKER, 1991). Segundo Wanda Horta (1979), o Processo de Enfermagem é a dinâmica das ações sistematizadas e interrelacionadas, visando a assistência ao ser humano. Caracteriza-se pela inter-relação, momento e dinamismo de suas fases ou faces. As etapas do Processo de Enfermagem estão direcionadas para atender as necessidades do cliente/paciente, sendo necessário executar cada uma de suas fases passo a passo, para somente assim, atingirmos eficiência no tratamento de modo que a recuperação do cliente/paciente tenha bom êxito. Para Horta (1979), o Processo de Enfermagem se efetiva por meio da investigação, do diagnóstico de enfermagem, do planejamento, da implementação, da avaliação e da reinvestigação, servindo para maximizar a eficiência do tratamento em longo prazo. Para facilitar a visualização destas etapas, elaboramos um esquema, baseado em Horta (1979), o qual está evidenciado a seguir:

48 Revista de Enfermagem FIGURA I Etapas do Processo de Enfermagem (a) Investigação (b) Diagnóstico de enfermagem (f) Reinvestigação (c) Planejamento (e) Avaliação (d) Implementação A investigação consiste na coleta e análise de dados sobre o cliente/paciente, que auxiliam na identificação dos problemas; o diagnóstico de enfermagem analisa os dados coletados no histórico, identificando os problemas de enfermagem, assim é possível identificar as necessidades básicas alteradas e o grau de dependência do cliente/ paciente em relação à enfermagem, para realizar então o seu atendimento; o planejamento determina as ações que serão realizadas em relação ao cliente/paciente; a implementação coloca em prática o planejamento da ação, observando suas propostas, a avaliação analisa os recursos obtidos e propõem mudanças que se mostram necessárias, e a reinvestigação é a obtenção de novos dados que vão surgindo na medida que o processo vai se desenvolvendo, serve para completar a investigação e auxiliar no tratamento de cliente/paciente, sendo que podem ser coletados em qualquer uma das fases do Processo de Enfermagem (HORTA, 1979). Estas fases norteiam e facilitam a implementação do Processo de Enfermagem. Vale ressaltar que o mesmo começa pela investigação e conseqüentemente encaminha o enfermeiro ao diagnóstico. A

Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões 49 reinvestigação, portanto, pode e deve ocorrer durante o diagnóstico, o planejamento, a implementação e a avaliação dos dados, favorecendo as mudanças necessárias em qualquer uma das fases quando se fizer necessário. Para a eficiência do Processo de Enfermagem, a reinvestigação deve ser usada de maneira continua e permanente, proporcionando ao profissional um comportamento adequado na prática, justificando as ações realizadas (GEORGE, 2000). 2.1 Instrumentos básicos para o cuidar Conforme Ferreira (1993), instrumentos são recursos aplicados com a finalidade de atingir um objetivo. Na enfermagem estes instrumentos são usados com o intuito de obter resultados eficazes no cuidado, sendo um conjunto de conhecimentos e saberes, além de habilidades fundamentais para um bom exercício das atividades profissionais. Além disso, são importantes especialmente na realização do Processo de Enfermagem, e auxiliam desafiando a propriedade da nossa atuação. De acordo com Cianciarullo (2000), os instrumentos usados na enfermagem são: a observação, a criatividade, a comunicação, o planejamento, a observação e a destreza manual. O ato de observar na enfermagem consiste em olhar atentamente as pessoas, o ambiente que as cerca, com a finalidade de coletar dados que serão analisados na investigação do Processo de Enfermagem. A criatividade proporciona ao profissional enfermeiro a resolução de problemas na área assistencial, de ensino e pesquisa, colocando em prova sua capacidade de saber-fazer. A comunicação serve para trocar ou discutir idéias entre o enfermeiro e o cliente/paciente, por meio do diálogo a fim de proporcionar um bom entendimento entre ambos. Desta forma, esse instrumento, torna mais acessível a coleta de dados que irá auxiliar no diagnóstico, no planejamento, na investigação, na implementação e na avaliação do Processo de Enfermagem, assim como também na reinvestigação (CIANCIARULLO, 2000). Porém, a comunicação entre equipe de enfermagem tem como meta o cuidar humanizado e, para isso, é necessário que se tenha

50 Revista de Enfermagem interação entre os membros que compõem a equipe, com a finalidade de realizar um bom trabalho assistencial visando a prevenção de doenças e a promoção da saúde. O planejamento serve para guiar as ações e também para avaliar as decisões que foram tomadas de modo a melhorá-las. A destreza manual diz respeito a capacidade do enfermeiro de utilizar as mãos para cuidar, de forma segura desempenhando tarefas e procedimentos com segurança e precisão (CIANCIARULLO, 2000). Frente a isso, acredita-se que os instrumentos básicos são componentes essenciais para a efetivação do Processo de Enfermagem, contribuindo para a sistematização das ações e para a tomada de decisões pelos enfermeiros, podendo ser considerados a base para prática de profissão e fundamental na implementação do Processo de Enfermagem. Para tanto, é necessário utilizar os instrumentos básicos para melhorar a qualidade do cuidado prestado ao cliente/paciente, a qualidade na elaboração e aplicação do Processo de Enfermagem, instrumentando, organizando, inovando, controlando e fazendo acontecer a nossa história. Dentro deste contexto, o papel do enfermeiro seria de um líder, de comportamento transparente, que revela autenticidade, que valoriza as ações e que trabalha com responsabilidade, parceiro da instituição e leal aos próprios princípios. O enfermeiro precisa ser crítico, ter conhecimento científico, ser capaz de analisar todas as informações disponíveis, tomar decisões, liderar sua equipe com habilidade e segurança, para que toda a comunidade possa desfrutar e beneficiar-se destes conhecimentos. É necessário que o profissional enfermeiro, observe seus próprios comportamentos para melhorar a qualidade do cuidado prestado. Torna-se válido dizer que o profissional enfermeiro, ao aplicar o Processo de Enfermagem, resulta em um referencial aos seus colegas de profissão, diferenciando a sua unidade de atendimento das demais. Cabe aos enfermeiros e aos futuros integrantes desta profissão, estarem conscientes da importância da utilização do Processo de Enfermagem,

Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões 51 tendo em vista que hoje é preciso destacar-se para conseguir sustento no mercado de trabalho e melhorar o serviço de saúde. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante nossa experiência em aplicar o Processo de Enfermagem, nas aulas práticas, tivemos a oportunidade de constatar que o mesmo proporciona ao cliente/paciente segurança em relação ao cuidado que prestamos, resultando numa melhor comunicação e entendimento de seu estado clínico, o que favorece a recuperação e facilita o relacionamento interpessoal. Para tanto, devemos considerar a importância do Processo de Enfermagem tanto para a cura e reabilitação do cliente/paciente quanto para a humanização, prevenção e a educação para auto-cuidado, demarcando a nossa trajetória acadêmica e profissional. ABSTRACT: More and more one feels the need of the use of basic instruments that seek to improve the health institution. The Process of Nursing can be a great facilitator for the, accomplishment of those changes, besides being an excellent way for the made of decisions, it systematizes the care and approximates the nurse of the costumer/ patient/family, strengthening this professional s indispensable presence, and contributing to the rehabilitation process and the patient s cure. Key words: Basic Instruments. Nurse. Costumer/Patient. Nursing. Process. REFERÊNCIAS CIANCIARULLO, T. I. Método científico: instrumentos básicos de enfermeira. São Paulo: Atheneu, 2000. DUGAS, B. W. Enfermagem prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.

52 Revista de Enfermagem FERREIRA, A. B. H. Minidicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. GEORGE, J. B. Teorias de enfermagem: os fundamentos à prática profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. HORTA, W. A. Processo de enfermagem. São Paulo: EPU, 1979. MEEKER, H. M. A. Cuidados de enfermagem do paciente cirúrgico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.