Uberaba, 05 de novembro de 2010

Documentos relacionados
SP - CEP Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min SENTENÇA. Juiz(a) de Direito: Dr(a). Rodrigo Aparecido Bueno de Godoy

146 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL MANDADO DE SEGURANÇA Nº

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

/2014/ / (CNJ: )

ESTADO DE SANTA CATARINA PODER JUDICIÁRIO Comarca de Catanduvas Vara Única

DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO Nº ( ) COMARCA DE GOIÂNIA

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores PAULO GALIZIA (Presidente), ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ E TERESA RAMOS MARQUES.

DIREITO PROCESSUAL PENAL

/001 <CABBCBBCACCCBBAABACDAADCBDAABCAAADDAADDADAAAD>

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Apelante: PETROGOLD Distribuidora de Derivados de Petróleo LTDA. Apelado: Estado do Rio de Janeiro

Nº /000 MANHUMIRIM DECISÃO

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO MARTÔNIO PONTES DE VASCONCELOS

Poder Judiciário Tribunal Regional Federal da 5ª Região Gabinete do Desembargador Federal Rogério Fialho Moreira

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Superior Tribunal de Justiça

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS COMARCA DE BELO HORIZONTE. 2ª Vara de Feitos Tributários do Estado da Comarca de Belo Horizonte

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Mandado de Segurança Coletivo n DECISÃO

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Ministério Público do Estado do Amazonas Procuradoria Geral de Justiça 2ª Procuradoria de Justiça

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS COMARCA DE BELO HORIZONTE. 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte

RELATÓRIO. 2. Duplo grau de jurisdição obrigatório. 3. É o relatório. VOTO

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Fazenda Pública em Juízo Guilherme Kronemberg Hartmann

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS NÚMERO DO PROCESSO: /001(1) NÚMERAÇÃO ÚNICA: RELATOR: ALBERGARIA COSTA

Número:

Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE N. F. T. APELADO A C Ó R D Ã O

Poder Judiciário TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO REMESSA NECESSÁRIA CÍVEL Nº /PR

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS GABINETE DA DESEMBARGADORA MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO GUEDES MOURA.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

/000 <CABBCAADDABACCBBCAADCBAADBCBCABACBCAADDABACCB>

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Justiça define a favor da APEOESP em ação pelos readaptados

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

DIREITO CONSTITUCIONAL

Documento assinado digitalmente, conforme MP n /2001, Lei n /2006 e Resolução n. 09/2008, do TJPR/OE. Página 1 de 6

APELAÇÃO / REEXAME NECESSÁRIO SE ( )

Nº PORTO ALEGRE

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

APELAÇÃO CÍVEL. MANDADO DE

@ (PROCESSO ELETRÔNICO) IM Nº (Nº CNJ: ) 2018/CÍVEL

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Ministério Público do Estado do Amazonas Procuradoria Geral de Justiça 2ª Procuradoria de Justiça

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL

1. A Evolução do MS no Sistema Constitucional Direito Líquido e Certo a Evolução Conceitual... 24

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

DÉCIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL

Exmo. Sr. Conselheiro Relator,

<CABBCCDAABBCAADCCBBAAADDACABADAACBDAA DDADAAAD> A C Ó R D Ã O

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIãO Gabinete da Desembargadora Federal Margarida Cantarelli

PODER JUDICIÁRIO *** SEXTA TURMA *** ANOTAÇÕES: DUPLO GRAU AMS-SP PAUTA: 24/03/2004 JULGADO: 24/03/2004 NUM.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

/004 <CABBCADCABDACABAADDADBAACBCCABABDACAADDABACAD>

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

RELATÓRIO. O Ministério Público Federal opinou pela. concessão da segurança. É O RELATÓRIO. TRF/fls. E:\acordaos\ _

Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

<CABBCCBDAABCACBCABBCBACCBBCAADCADABAA DDADAAAD> A C Ó R D Ã O

TERCEIRA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO Nº 25025/ CLASSE CNJ COMARCA CAPITAL

A C Ó R D Ã O. ACORDA, em Turma, a Terceira Câmara Civil do Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais, NEGAR PROVIMENTO.

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Gabinete do Desembargador Norival Santomé 6ª Câmara Cível

18 a CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA APELAÇÃO CÍVEL N o 11496/08 RELATOR : DES.JORGE LUIZ HABIB

ACÓRDÃO. Hermann Herschander RELATOR Assinatura Eletrônica

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro Vigésima Segunda Câmara Cível Mandado de Segurança nº

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Documento em OleContainer Página 1 de 5

Supremo Tribunal Federal

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Número:

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO APELAÇÃO CÍVEL Nº /SP

Superior Tribunal de Justiça

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MOREIRA DE CARVALHO (Presidente) e OSWALDO LUIZ PALU.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

COMARCA DE PORTO ALEGRE 6ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA 1º JUIZADO PROCESSO Nº 001/ NATUREZA: IMPETRANTE: IMPETRADO:

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

JF CONVOCADO ANTONIO HENRIQUE CORREA DA SILVA em substituição ao Desembargador Federal PAULO ESPIRITO SANTO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

TERCEIRA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO / REEXAME NECESSÁRIO Nº 80365/ CLASSE CNJ COMARCA CAPITAL

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ACÓRDÃO. Rebouças de Carvalho RELATOR Assinatura Eletrônica

Rua da Ajuda, 35 / 15 o andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP: Tel.: (21) / Fax: (21)

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Superior Tribunal de Justiça

Trata-se de recurso de agravo de instrumento com pedido de efeito suspensivo interposto por Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Paraná

Transcrição:

Uberaba, 05 de novembro de 2010 Trata-se de impugnação ao Edital, formulada pela Potencial Distribuidora Ltda, através de Elizandro Souza. Alega a impugnante, que a exigência alusiva ao selo do Inmetro, em face do elencado no Decreto 5.450/2005, não merece subsistir. Finaliza requerendo a retirada da exigência do Edital. Relatado decido. Com arrimo no disposto nas Portarias INMETRO/MDIC n. 87 de 03/05/2002 e 186 de 30/09/2002, bem como nas razões de fato e de direito consignadas na Ementa e Acórdão da lavra do Egrégio TJMG adiante colacionadas, indefiro a pretensão formulada, mantendo integro o Edital Publicado. Nos procedimentos licitatórios a Administração fica vinculada ao princípio da legalidade, em face do qual, só pode fazer aquilo que a Lei permite. No caso em tela, não foi citado o dispositivo de lei que dê guarida a pretensão da impugnante, obrigando, via reflexa, a Administração a observar as suas disposições, concedendo provimento ao seu recurso. Em face do exposto, conheço do recurso, e, no mérito, em razão do acima exposto, nego provimento.

EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA - LICITAÇÃO - FORNECIMENTO DE CESTAS BÁSICAS - CERTIFICADO DO INMETRO. Reputa-se ilegal e, por consectário, viola direito líquido e certo do impetrante, o ato da autoridade coatora que publica edital de licitação em desconformidade com a legislação vigente. REEXAME NECESSÁRIO N 1.0188.03.015951-4/001 - COMARCA DE NOVA LIMA - REMETENTE: JD 1 V CV COMARCA NOVA LIMA - AUTOR(ES)(A)S: FONTE COM IMPORTAÇÃO EXPORTAÇÃO LTDA - RÉ(U)(S): PREFEITO MUN NOVA LIMA E OUTRO(A)(S) - RELATOR: EXMO. SR. DES. SILAS VIEIRA ACÓRDÃO Vistos etc., acorda, em Turma, a 8ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls., na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à unanimidade de votos, EM CONFIRMAR A SENTENÇA NO REEXAME NECESSÁRIO. Belo Horizonte, 16 de fevereiro de 2006. DES. SILAS VIEIRA - Relator NOTAS TAQUIGRÁFICAS O SR. DES. SILAS VIEIRA: VOTO Trata-se de reexame necessário à r. sentença de f. 51/52, proferida nos autos do MANDADO DE SEGURANÇA impetrado por FONTE COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA contra ato do PREFEITO MUNICIPAL DE NOVA LIMA E OUTRO, via da qual o MM. Juiz da causa deferiu a liminar e concedeu a ordem determinando a anulação do Edital sub judice, bem como todos os atos subseqüentes. Não houve interposição de recurso voluntário. A douta Procuradoria-Geral de Justiça opina pela perda do objeto do mandamus (f. 61/62 - TJ). No que tange a perda do objeto alegada pela d. Procuradoria-Geral de Justiça, não vejo como acolhê-la. É que, apesar do procedimento administrativo ter sido suspenso, entendo que tal circunstância não induz à perda do objeto da presente impetração. A suspensão neste caso não é definitiva, impondo-se seja prolatada uma sentença de mérito, na medida que subsiste o interesse tanto da Administração quanto dos cidadãos de obterem o pronunciamento final sobre o invocado 'direito líquido e certo'. A respeito, a doutrina de HELY LOPES MEIRELLES: "Entendemos que a segurança há que ser julgada pelo mérito, pois a invalidação do ato impugnado não descaracteriza sua ilegalidade originária; antes, a confirma. O julgamento de mérito torna-se necessário para definição do direito postulado e de eventuais responsabilidades para a Administração para com o impetrante e regresso contra o impetrado. Só se pode considerar perecido o objeto quando, por ato geral, a

Administração extingue a causa da impetração, como, p.ex., ao desistir de uma obra ou ao suprimir um cargo que estivesse em licitação ou concurso, e sobre o julgamento houvesse mandado de segurança para alterar a classificação dos concorrentes. Nessas hipóteses, sim, ocorrerá o perecimento do objeto da segurança." ('in' Mandado de Segurança, 17a. ed, pg. 83/84). Assim sendo, afasto a alegação de perda de objeto e conheço da remessa de ofício, eis que presentes os seus pressupostos de admissibilidade. Consta dos autos que a empresa FONTE COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA impetrou o presente mandamus tendo como objetivo a anulação do processo licitatório tipo carta convite n.º 139/2003, alegando que o edital está em desconformidade com a legislação aplicável à espécie, porquanto não há requisito da licença de uso da marca INMETRO nas cestas básicas oferecidas pelos participantes. Pois bem. A Constituição Federal, em seu artigo 5º, LXIX, determina que, "conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público". Vê-se, pois, que o mandado de segurança visa proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, devendo o mesmo ser comprovado documentalmente e de plano no momento da impetração, sendo certo que o direito invocado, para ser amparável pela ação mandamental, há de vir expresso em norma legal e trazer em si todos os requisitos e condições de sua aplicação. Segundo o conceito do saudoso professor HELY LOPES MEIRELLES, direito líquido e certo é: "o que se manifesta na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercido no momento da impetração. Por outras palavras, o direito invocado, para ser amparável por mandado de segurança, há de vir expresso em norma legal e trazer em si todos os requisitos e condições de sua aplicação ao impetrante: se sua existência for duvidosa; se sua extensão ainda não estiver delimitada; se seu exercício depender de situações e fatos ainda indeterminados, não rende ensejo à segurança, embora possa ser defendido por outros meios judiciais." (Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de Injunção, 'Habeas Data', 17ª ed. Saraiva, 1996, p. 28) (grifei) Tecidas essas considerações e com a devida vênia de entendimento no sentido contrário, estou a concluir que razão assiste ao impetrante. Senão vejamos. Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações (art. 37, XXI, da CF). A pretensão do impetrante, sem a menor sombra de dúvidas, encontra fundamento de validade artigo 30 da Lei de Licitações que regula a qualificação técnica dos concorrentes no processo licitatório, dispondo o inciso IV sobre a comprovação de atendimento de requisito previsto em lei especial.

Por sua vez, a Lei n.º 9.933/99 estabelece que as 'pessoas naturais e as pessoas jurídicas, nacionais e estrangeiras, que atuem no mercado para fabricar, importar, processar, montar, acondicionar ou comercializar bens, mercadorias e produtos e prestar serviços ficam obrigadas à observância e ao cumprimento dos deveres instituídos por esta Lei e pelos atos normativos e regulamentos técnicos e administrativos expedidos pelo Conmetro e pelo Inmetro' (art. 5.º). A Secretaria de Defesa Agropecuária dentro de sua atribuição, editou a Instrução Normativa nº 51/02, estabelecendo normas e procedimentos para empresas que acondicionam produtos alimentícios na forma de cestas de alimentos e similares. Nessa senda, entendeu ser essencial que a empresa possua um certificado de conformidade emitido pelo INMETRO, atestando a qualidade dos produtos para o consumo, mediante o preenchimento dos requisitos legais. Atendendo o disposto na aludida instrução normativa, foi publicada pelo INMETRO a Portaria nº 186/02, que trouxe o regulamento de avaliação de conformidade para cestas de alimentos e similares, onde a marca INMETRO indicaria existir nível adequado de confiança em conformidade com o regulamento técnico aprovado pela IN n.º 51/02, da SDA/MAPA. Ora, como o objeto do processo licitatório é o fornecimento de cestas básicas, necessário que as empresas concorrentes possuam a certificação técnica exigida pelas normas mencionadas. A propósito os seguintes julgados desta Corte: EMENTA: LICITAÇÃO - FORNECIMENTO DE CESTAS BÁSICAS - HABILITAÇÃO TÉCNICA - NECESSIDADE DE APRESENTAÇÃO DO CERTIFICADO DE CONFORMIDADE EXIGIDO PELO ORDENAMENTO JURÍDICO - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. A qualificação técnica do licitante é pressuposto indispensável ao adimplemento de sua habilitação no processo licitatório, visto que a Administração, ao confiar-lhe a execução do objeto da licitação, precisa saber se possui, nos termos da lei (art. 30, inc. I, da Lei nº 8.666/1993), habilitação jurídica plena. Em licitação, a documentação relativa à qualificação técnica deve abranger a prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso (art. 30 da Lei 8.666/93) (REEXAME NECESSÁRIO Nº 1.0290.03.004278-9/001 - RELATOR: EXMO. SR. DES. WANDER MAROTTA, j. 10 de agosto de 2004) EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA - IMPUGNAÇÃO DE EDITAL - FORNECIMENTO DE CESTAS BÁSICAS - NECESSIDADE DE EXIGÊNCIA EDITALÍCIA DE APRESENTAÇÃO DE CERTIFICADO PARA APURAÇÃO DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA - SEGURANÇA CONCEDIDA - SENTENÇA CONFIRMADA. Na hipótese, encontram-se presentes todos os requisitos para a concessão da segurança pleiteada, especificamente a configuração de ilegalidade no edital em questão, devido à omissão quanto à exigência para as empresas licitantes apresentarem certificado específico de qualificação técnica. (REEXAME NECESSÁRIO Nº 1.0188.03.015945-6/001 - RELATOR: EXMO. SR. DES. EDUARDO ANDRADE, j. 14 de setembro de 2004) Assim sendo, reputa-se ilegal e, por consectário, viola direito líquido e certo do impetrante, o ato da autoridade coatora que publica edital de licitação sem a exigência de apresentação de certificados para demonstrar a habilitação técnica das empresas concorrentes, mormente, aquele fornecido pelo INMETRO (IN n. 51/02 do Ministério da Agricultura e Portaria n. 186/2002 do INMETRO), devendo-se, portanto ser mantida a r. sentença monocrática.

Com tais considerações, em reexame necessário, confirmo a sentença. Sem custas. É como voto. Votaram de acordo com o(a) Relator(a) os Desembargador(es): EDGARD PENNA AMORIM e TERESA CRISTINA DA CUNHA PEIXOTO. SÚMULA : EM REEXAME NECESSÁRIO, CONFIRMARAM A SENTENÇA. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS REEXAME NECESSÁRIO Nº 1.0188.03.015951-4/001 Dê ciência ao impugnante. Isabel de Fátima Evangelista e Silva