Praticar um bom esporte e ainda salvar o planeta



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Transcrição:

Universidade Presbiteriana Mackenzie - Centro de Comunicação e Letras Publicação feita pelos alunos do 2º semestre de Jornalismo Edição nº 97 Setembro de 2011 Ano VIII Praticar um bom esporte e ainda salvar o planeta 4 Mais um ponte estaiada na capital. E outras virão, por quê? 5 Ortorexia: até o hábito de se alimentar bem se torna obsessão 6 Haja soro fisiológico! As crianças sofrem com o ar de SP Acontece Página 1 8 A falta de profissionais de saude em hospitais públicos

Editorial A Jornal-laboratório Acontece che a sua edição 97, como mais uma leva de reportagens dos jovens jornalistas do segundo semestre do curso de jornalismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. A primeira matéria, que abre esta edição, relata a atitude ecológica que canoistas da baixada santista que, além de praticarem seu esporte, também recolhem o lixo que não para de se acumular nas praias e fiordes do litoral. As pontes estaiadas, por outro lado, são construções que estão surgindo em São Paulo aos montes. E dentro desta situação é comum se perguntar por que tantas? Por que só deste tipo? E, Principalmente, quem está ganhando com esta moda? Quanto à saude, um novo transtorno alimentar surgeno horizonte: a ortorexia. Embora não reconhecido pela Organização Mundial de Saude, OMS, parece ser o outro lado, ainda mais radical, da vontade de se alimentar bem, com produtos exclusivamente naturais, e muitas vezes, confundido com formas veganas radicais. Seguindo a linha da saude, a reportagem do Acontece aborda os malefícios da ingestão do ar poluido da capital por parte das crianças, dependentes cada vez mais de bombinhas, inaladores e humidificadores para combater as sequelas da inversão térmica, por exemplo. O que fez com que o Conselho Estadual de Meio Ambiente - CON- SEMA, a adotar um padrão mais rígido de limite de poluição. Mas as crises de saude acabam encontrando um outro obstáculo, é a crise na saude, cuja condição se torna cada vez mais crítica quando se constata que a superlotação também é causada pela carência de profissionais em hospitais e postos de saude. Hábito saudável e sem contra indicação é o da leitura, incentivado pelo bookcrossing, conceito que chega ao Brasil. E ideia que partiu de pessoas comuns e a vontade de se partilhar seus próprios livros com os autros aumentando, com isso, a leitura. E uma boa leitora é o que desejam os alunos da turma de jornalismo. Universidade Presbiteriana Mackenzie Centro de Comunicação e Letras Diretora: Esmeralda Rizzo Coordenador: Oswaldo Hatore Editor: André Nóbrega Dias Ferreira Projeto Gráfico: Renato Santana Diagramaçãoe reportagem: Caio Pandori, Dandara Lima, Emílio Surita, Guilherme de Sá, João Victor Cristóvão, Ligia Malagrino, Luciana Tortorelo, Maya Rebaux, Rainier Zamboni Jornal-Laboratório dos alunos do segundo semestre do curso de Jornalismo do Centro de Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, orientados pelo professor André Nóbrega Dias Ferreira, jornalista, MTB n 26514. Impressão: Gráfica Mackenzie Acontece Página 2 Tiragem: 200 exemplares Contatos Para enviar críticas, sugestões, elogios ou comentar as reportagens dessa edição: acontece@mackenzie.com.br Acesse o nosso site para conferir matéria exclusivas, entrevistas na íntegra e intergarir com a nossa equipe: www.acontecedigital.blogspot.com

Canoístas do litoral de São Paulo unem postura ecológica ao esporte. Além da prática do esporte, os esportistas criaram maneiras de preservar o meio ambiente e conscientizar parte da população Luciana Tortorello Maya Renaux Canoístas de Santos encontraram uma forma de praticar o esporte, confraternizar, contemplar e preservar o meio ambiente. Além de remar, os esportistas defendem a natureza e promovem campanhas de conscientização e de limpeza da área onde praticam o esporte. Vitor Hilsdorf, assim como outros remadores, escolheu o esporte pela proximidade com a natureza e pela maneira como é feita. O caiaque permite uma sintonia tão plena como o ambiente, que nenhuma outra embarcação permite, é como se fosse uma extensão do nosso corpo, que se molda às águas. Não agride o ambiente e ainda é leve e de fácil transporte, explica. Vitor, remador há 30 anos e autor do livro Manual do Canoísta de Fim e Semana, conta que a canoagem segue uma filosofia de que todas as coisas devem ser deixadas no mesmo estado na qual são encontradas; a única coisa que se deixa nos lugares visitados são as nossas pegadas, o que se tira, são fotografias e o que se mata, é o tempo. E foi à partir dessa filosofia que idealizou o projeto Gincana Eco Gari, que consiste na coleta de lixo pelos canoístas em um determinado tempo valendo prêmios. Explica que a intenção do projeto era sensibilizar as pessoas e mais do que isso, mobilizá-las. Além do projeto Eco Gari também existe o Cleanup day, que os canoístas participam recolhendo lixo do mar e das praias que frequentam como Sangava e Cheira-limão. Para Vitor, a sensibilização e a coleta não são o bastante. A educação contribui muito para a preservação da natureza. Ele conta que alguns remadores idealizaram um projeto chamado Escola sem Paredes que tem a intenção d elevar crianças para remar, entrar em contato com a Mata Atlântica e, dessa forma fazer com que elas aprendam a colaborar e a respeitar a natureza. Algumas pessoas, quando entram em contato com a natureza, tendem a criar uma consciência para os problemas decorrentes da exploração desenfreada dos recursos e para o pouco caso que os homens dão ao habitat. È o caso de Ana Sarubi, que rema há 5 anos e tem a consciência ambiental da maioria dos canoístas. Existem várias formas de contribuir para um mundo melhor, a nossa forma é recolhendo lixo e respeitando nosso local de prática de esporte. Ana conta que o contato com a natureza nesse esporte é muito forte, em Santos, entram em contato com diversas aves marinhas como garças, biguás, gaivotas, além de tartarugas, Esportistas em ação no Cleanup day de 2010 toninhas, e eventualmente até golfinhos e baleias. Dessa forma fica difícil sujar o ambiente ou destratar um ambiente que parece ser seu ambiente natural, complementa. Ana e Vitor fazem parte de um grupo de remadores que saem em busca de diversão durante os fins de semana, mas sempre preservando o meio ambiente. O grupo afirma que atuam regionalmente, mas com a intenção da melhora da qualidade de vida global. O homem depende da natureza, a manutenção dela garante a continuidade das futuras gerações, nós dependemos dela além de tudo para o nosso esporte, complementa o grupo. Maya Renaux Acontece Página 3

Pontes estaiadas: será que é moda? Quando não tem lugar para colocar pilares constrói-se uma ponte estaiada. Guilherme de Sá João Victor Cristóvão Rainier Zamboni Fotos: João Victor Cristóvão Nova ponte estaiada na Marginal Tietê As pontes estaiadas são pontes suspensas por cabos. Este tipo de ponte é indicado quando não se tem espaço para construir uma ponte comum tornando-se a unica solução possível de acordo com Guilherme Castro, professor de engenharia da Universidade Mackenzie. Segundo ele, do ponto de vista funcional e semelhante as contrucoes de pontes convencionais no entato sao mais atraentes do ponto de vista de designer o que motiva patrocinadores, concluiu Guilherme. Existem dois tipos de pontes estaiadas harpa, onde os cabos correm paralelamente a partir do mastro, de modo que a altura de fixação do cabo ao mastro é proporcional å distância entre o mastro e o ponto de fixação deste cabo no tabuleiro. E o tipo leque, onde os cabos conectam-se ou passam pelo topo do mastro. No Brasil o conceito de ponte estaiada é considerado moderno. O modelo é uma opção de tecnologia para construção de pontes, além dos modelos de ponte fixa e ponte pênsil. A sustentação dos tabuleiros é feita através de cabos de aco fixados em pilares de concreto moldados no local.a fixação dos cabos pode ser feita em forma de leque. Afirma o professor Castro. Hoje, no Brasil, temos investimentos nesse tipo de estrutura, tanto por parte do setor público como do setor privado, pois os orgãos públicos e as empresas tem visado o potencial da construcao civil, contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento das regiões onde as pontes tem sido construidas, destaca Ana Luisa, professora de engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. No Brasil as primeiras pontes estaiadas surgiram a partir da ponte sobre o rio pinheiros (metroviária). A primeira ponte foi construida pelo o governo do estado com o apoio dos franceses planejada para estação da linha 5 do metrô. A segunda ponte denomina-se ponte Carneirinho,projetada por alemaes, em conjunto com calculistas cariocas. Como eram as primeiras pontes no Brasil utilizaram mao de obra estrangeira. No Brasil temos poucas pontes estaiadas por conta de deficiências na área tecnologica, porém encontramos alguns bons exemplos desses tipos de pontes. Em Brasilia, por exemplo, temos a ponte Juscelino Kubitschek que não atinge grande vão porém é particularmente diferente por ser sustentada por arcos que cruzam na diagonal da rodovia. Em Florianópolis temos a ponte Hercílio Luz, já em Manaus temos a ponte Ferro Benjamin Constant, em Natal a ponte Newton Navarro, e a ponte Aracaju Barra dos coqueiros entre Aracaju e Barra dos coqueiros. Recentemente tem-se disponibilizado recursos tecnológicos e matériais para a ampliação deste tipo de edificação e as que estão feitas no Brasil figuram entre as que possuem melhor técnologia existente no mundo, finaliza Ana Luisa. Temos tambem um exemplo na cidade de São Paulo, a nova ponte estaiada Octávio Frias de Oliveira (sobre o rio Pinheiros proximo ao Brooklin), que é a única ponte estaiada do mundo com duas pistas em curvas conectadas a um mesmo mastro, que foi inaugurada dia 10 de maio de 2008 apos 3 anos de construção e ficou conhecida como cartao postal da cidade. Acontece Página 4

Ortorexia: um novo transtorno alimentar Transtorna ainda não reconhecido pelo OMS é, muitas vezes, confundido com vegetarianismo Luciana Tortorello Maya Renaux De uns tempos pra cá, muitas pessoas estão deixando de forma desmedida e estão entrando em uma onda natural. Param de comer produtos industrializados, e até mesmo carne, ingerindo apenas os produtos que vem da terra. Mas se essa atitude se tornar uma obsessão pode se transformar em um transtorno alimentar, a Ortorexia. Ainda não reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a ortorexia foi descoberta em 1998 pelo médico americano Steven Bratman, quando diagnosticou em um grupo de pessoas a obsessão por comer corretamente. Em transtornos alimentares como a anorexia ou bulimia, a preocupação é sobre a quantidade de comida ingerida. Na ortorexia, diferente dos outros transtornos, o que preocupa é a qualidade dos alimentos ingeridos. Os portadores da doença acham que apenas os vegetais e cereais fazem bem ao organismo. Já carnes, transgênicos, cafeína, gorduras e enlatados, são evitados na alimentação dos ortoréxicos. Estudiosos do assunto afirmam que muitos dos ortoréxicos foram anoréxicos, que após se Sinais de ortorexia- Você Examina cada pormenor do que se encontra em cada alimento? Só se permite alimentos saudáveis? Consegue comer alimentos preparados por outra pessoa? Observa e comenta a maneira como outras pessoas preparam a comida? Pensa sobre conteúdo nutricional durante o dia? Preocupa-se quando come alguma coisa que pode não ser boa para si? Perdeu muito peso recentemente sem seguir conscientemente uma dieta? recuperarem, optaram por uma alimentação que não lhes causasse danos. Por isso tal obsessão pela escolha do alimento, como ele foi preparado e armazenado. Quando essa dieta se torna dura demais e a pessoa começa a excluir alimentos fundamentais para o organismo, começa a correr risco de adquirir doenças relacionadas à desnutrição, é o que a nutricionista Andrea Romero Latterza afirma que com essa alimentação, poderia ocorrer a deficiência de algum mineral ou vitamina se a pessoa, por exemplo, excluir alimentos importantes da dieta por uma crença de que este alimento não faz bem para a saúde. Alguns pacientes com ortorexia, excluem a carne da dieta e consequentemente podem ter anemia ferropriva. Não querem mais comer fora de casa, pois não sabem a procedência da comida, se afastam dos familiares e amigos, se tornam irritadiços e por causa desse isolamento Acontece Página 5 social, entram em um circulo vicioso devido à insatisfação afetiva e emocional, tornando-os cada vez mais preocupados com a própria alimentação. Além disso, seus assuntos giram em torno da alimentação e do cuidado com o corpo, o que torna os doentes uma companhia cansativa para a maioria das pessoas. Muitas pessoas confundem o ortoréxico com vegetarianos e naturalistas. Segundo a psicóloga especialista em distúrbios alimentares Flávia Leão Fernandes, ser natural é uma opção de vida e está opção normalmente está integrada no jeito de ser do indivíduo. Já o ortoréxico, se afasta do convívio daqueles que são diferentes dele. Para ele, a alimentação é fonte de conflito e ele sente que precisa convencer os outros de sua opção, ou então, distanciar-se deles, afirma. Especialistas no assunto concordam que o tratamento para esse transtorno seria acompanhamento com um psicólogo e com um nutricionista. O tratamento sempre deve ser numa equipe multiprofissional, com nutricionista e psicólogo. Trabalhando as crenças em relação a sua alimentação e o que leva a pessoa a ser tão radical e perfeccionista consigo mesma e com as pessoas a sua volta, diz a nutricionista Andrea. Foto Luciana Tortorello

Bookcrossing: Uma biblioteca a céu aberto Cerca de seis milhões de livros circulam através desta biblioteca por todo o Brasil Guilherme de Sá João Victor Cristóvão Com mais de 6,2 milhões de livros registrados e com mais de 852 mil membros divididos em 130 países registrados, incluindo o Brasil. O bookcrossing não para de crescer, segundo o site oficial (www. bookcrossing.com.br) o projeto conquistando todos os dias cerca de 300 novos membros. No ano de 2001 o Norte Americano Ron Hornbaker ao olhar para sua estante de livros teve a ideia de rastrear livros durante o mundo inteiro criando um site para que as pessoas pudessem cadastrar seus livros e dividi-los entre elas e espalhar seus livros para todo o mundo. Isto é comum em hotéis, ponto de ônibus e nos meios de transporte público; ou ainda em algum dos milhares pontos de bookcrossing que existem ao redor do mundo. No Brasil existem 9 desses pontos, os endereços são: Biblioteca da Universidade Anhembi Morumbi Campus centro (SP), Biblioteca Mario de Andrade (SP), Café Bonobo (RS), Café Terrasse (BA), Casa das Rosas Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura (SP), Central das Artes (SP, Escola Politécnica da UFBA (BA), Set Palavras Livros e Filmagens (MG), Toque de Alma (SP). Também é possível se informar através dos sites de relacionamento através de listas de discussão no Yahoo! Groups (http://br.groups. yahoo.com/group/bookcrossingbrasil/). Em um dos fóruns do BookCrossing.com. Fazendo uma pesquisa no bookcrossing.com. E nas comunidades do Orkut do bookcrossing. Com o slogan Faça do mundo uma Biblioteca o bookcrossing veio para o Brasil. Entrevistamos uma das responsáveis pelo bookcrossing no Brasil a Helena Castello Branco. Acontece Página 6 Acontece: como o Bookcrossing não surgiu no Brasil, como que ele veio para o país? Helena Castello Branco: através da internet e dos livros que viajaram de um país para o outro junto com seus leitores, e pessoas que viajaram para outros países e ficaram conhecendo o movimento lá fora. Ac: como que faz para se cadastrar no bookcrossing? Helena Castello Branco: pelo site www.bookcrossing.com é possível criar um perfil de usuário, e depois cadastrar, obter os números do BCI- Ds que são colocados na contra capa dos livros, e libertar os livros. Ac: Com o passar do tempo como que esse programa pode beneficiar a população? Helena Castello Branco: beneficia a população com o desenvolvimento do hábito de leitura e com noções de cidadania e desapego. Acervo pessoal Helena Castelo Branco

Inversão térmica coloca a saúde de pequenos paulistanos em risco Consema aprova novo padrão de limites para poluição no estado de São Paulo Dandara Lima Lígia Malagrino Na chegada do outono-inverno, entre os meses de maio a setembro, cresce o número de atendimentos de casos de infecções respiratórias às crianças nos ambulatórios públicos e particulares na cidade de São Paulo, devido à inversão térmica, retendo poluentes na atmosfera. A cidade de São Paulo está entre as dez mais poluídas do mundo, o que levou o Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) a aprovar no dia 25 de maio, a adoção de um padrão mais rígido de limites para poluição de acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os níveis de poluição atmosférica de São Paulo são três vezes mais altos que o recomendado pela OMS. A constante exposição a gases poluente é extremamente nocivo para a população, mas em especial para crianças, pois não terminaram o desenvolvimento pulmonar e acabam desenvolvendo doenças como Asma, Bronquite, Pneumomia, Síndrome do Lactante Sibilante (bebê chiador), Discinesia Ciliar, Fibrose Cística e uma infinidade de alergias respiratórias. Minha filha tem dois anos e oito meses e sofre desde os cinco meses com problemas respiratórios, alega Gabriela da Rocha, mãe de Camila. Segundo dados do Departamento de Informática do SUS (Datasus), 42,2% da população infantil de zero a quatro anos foi hospitalizada por doenças respiratórias em 2009. Embora com poucos casos de óbito, a asma é a doença mais frequente nessa faixa etária. Caracterizada por morbidade e crises de intensidades variáveis, provoca internações e longos períodos e medicação, o que ocasiona prejuízos à saúde pública e perda de qualidade de vida do paciente e de seus familiares. Tenho um bebê de dez meses, a pediatra receitou o uso da bombinha (de asma), não sei se realmente é preciso, tenho medo, pois a medicação é muito forte, e vicia, declara Kaciellen Beck, mãe de Bruna, que recebe atendimento pelo SUS. A Dra. Maria Helena Bussamra, pneumopediatra da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), alerta sobre os riscos causados pela fumaça do cigarro e pela negligência com a higienização doméstica, pois normalmente as crianças são alérgicas e tem problemas com o pó doméstico. Deve-se evitar a exposição a produtos químicos irritantes para as vias aéreas, além de vacinar contra a gripe e pneumoco. Algumas infecções respiratórias frequentes no inverno, podem ser evitadas com a vacinação das crianças. A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo fornece medicação para essas infecções nos meses de abril a agosto. São várias as medidas que devem ser tomadas no tratamento de doenças respiratórias, as mais utilizadas são a bombinha e a inalação, mas é essencial consultar um médico previamente para indicar a melhor opção de tratamento e a dosagem adequada na medicação, de acordo com o peso e a idade da criança, a auto medicação oferece sérios riscos pode levar o paciente ao óbito. Dentre todas as ações, a Dra. Maria Helena incentiva a prática de esportes: o paciente com asma ou com problemas respiratórios crônicos, devem praticar uma atividade aeróbica, a atividade o ajudará a ter uma melhor qualidade de vida. Dandara Lima Acontece Página 7

O Tumulto da saúde Carência de profissionais qualificados e falta de espaço são problemas na saude pública brasileira Caio Pandori Emilio Surita A superlotação vem sendo um evento cada vez mais constante, que ocorre muito em hospitais públicos. Como é o caso do Hospital Geral de Taipas, no Bairro Parada de Taipas. Esse evento ocorre devido à má distribuição de profissionais e falta de espaço físico para abrigar a quantidade de pacientes necessários. Quando o hospital enfrenta a superlotação de pacientes uma das prerrogativas de se trabalhar com superlotação é aumentar o numero de funcionários de todo o efetivo, tanto de médicos como de funcionários da área técnica, relata o pediatra Dr. Newton Sanfelice. Porém existe uma limitação que é a área física do hospital. Como os números de leitos, alimentação dos pacientes e equipamentos. De acordo com os funcionários do hospital, o ideal seria a construção de novos hospitais que atendessem a mesma área de necessidade da população, ou a reabilitação de hospitais menores que pudessem também absorver e dividir a distribuição dos recursos de saúde. Um problema que a maioria dos hospitais enfrenta é o numero de profissionais especializados em determinada área. Um exemplo atual é médicos pediatras. Hoje em dia, poucos médicos se especializam em pediatria, então esse setor está muito carente, afirma Dr. Newton Sanfelice. Assim a demanda acaba sendo muito grande para poucos profissionais disponíveis. O hospital procura dar prioridade, nesse caso, para áreas que tenham maiores demandas como a unidade pré-natal e ortopédica. A ampliação dessas áreas, para o pediatra Dr. Newton, será a melhor solução para super lotação e melhor atendimento dos pacientes. O Hospital Geral de Taipas atende na área de terapia intensiva, que é um leito fechado, até cinco pacientes internados. O hospital disponibiliza de todos os equipamentos necessários que estão propostos para atender as necessidades da população local. Procedimentos e equipamentos de alta complexidade não são feitos dentro desse hospital, como ressonância nuclear magnética, porém o hospital oferece equipamentos para diagnostico de condições agudas, para o melhor atendimento ao paciente. Os recursos que o hospital oferece são eficientes para o bom atendimento ao cliente. Toda a programação de recursos do hospital é feita durante um ano, visando os que serão necessários no ano seguinte. Os remédios que faltam aqui no hospital são os de uso diário e os itens mais simples e rotineiros, como agulhas, gases e outros requisitos não fundamentas, mas rotineiros, afirma Inês Miranda, auxiliar de enfermagem. Antes de um hospital ser construído em determinada área, é avaliado a necessidade dos moradores daquela região. É preciso averiguar qual é o principal mal que aquele tipo de sociedade enfrenta. Sendo assim, o hospital estará com maior número de leitos e funcionários na área de deficiência da população local. Portanto, com o crescimento da população, o foco principal de necessidades acaba mudando e o hospital é obrigado a se adequar junto com ela. Uma solução seria ampliação, para atender tal demanda, ou construir outros postos de saúde na região. Entretanto tais soluções precisam de verba do governo, reavaliação da demanda populacional e recursos. Esses problemas devem ser solucionados ao longo dos anos e deve ser um trabalho dinâmico, sem pausas. Acontece Página 8 Dr. Newton da área infantil do HGT Parente do apciente em visita rotineira Inês Miranda, auxiliar técnica de enfermagem Fotos: Caio Pandori