QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE SOJA EM FUNÇÃO DE TESTE DE GERMINAÇÃO PHYSIOLOGIC QUALITY OF SOYBEAN SEEDS IN FUNCTION OF GERMINATION Ayza Eugênio Viana Camargos (1) Resumo Antonio Pizolato Neto (2) Fabiana Mota da Silva (3) Maurício Dutra Zanotto (4) Antonio Orlando Di Mauro (5) A qualidade fisiológica de sementes de soja produzidas nos campos devem ser conhecidas para determinação do estande e implementação de lavouras sojícolas, sendo determinantes na produtividade final dos campos de produção. O teste de germinação é atualmente um dos mais utilizados para o planejamento de plantio e previsão de população ideal de plantas. Os dados obtidos no teste de germinação e peso de 1000 sementes foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as médias foram comparadas pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. Com isto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a germinação entre variedades comerciais transgênicas RR e Intacta: M 9056 RR, M 9144 RR, M 6972 IPRO, CD 2728 IPRO e convencionais: M-SOY 9350, M-SOY 8866. As variedades diferem entre si para a germinação sendo as melhores a L 8303 RR, M 9144 RR e M-SOY 8866. Palavras-chave: Glycine max. Análise de sementes. Índice velocidade de germinação. Abstract The physiological quality of soybean seeds produced in the fields must be known to determine the booth and implementation of sojícolas crops, being decisive in the final yield of the production fields. The germination test is currently one of the most used for planning and forecasting of planting ideal plant population. Data from the germination and weight of 1000 seeds were subjected to analysis of variance by F test and means were compared by the Scott Knott test at 5% probability. With this, the objective of this study was to evaluate the germination of transgenic commercial varieties RR and Intact: M 9056 RR, RR M 9144, M 6972 IPRO, CD 2728 IPRO and conventional M-SOY 9350, M-SOY 8866. The varieties differ for germination and L8303RR, M9144RR, M-SOY8866 were the best. Keywords: Glycine max. seed analysis. Coefficient of velocity. 1 Mestranda em Agricultura pela Unesp/FCA - ayzacamargos@hotmail.com; 2 Doutorando em Melhoramento e Genética de Plantas pela Unesp/FCAV; 3 Pós-doutoranda em Melhoramento e Genética de Plantas pela Unesp/FCAV; 4 Professor Doutor em Melhoramento de Plantas pela Unesp/FCA; 5 Professor Doutor em Melhoramento de Plantas pela Unesp/FCAV.
1. Introdução Segundo a Conab (2015) a cultura da soja na safra 2014/2015 registrou o segundo recorde de produtividade alcançado no país 3.016 kg/ha, somente superado pelo obtido na temporada 2010/11 3.115 kg/ha, no Centro- Oeste, o incremento da produção foi de apenas 1,3% devido aos veranicos ocorridos em Goiás e Distrito Federal em fins de dezembro e janeiro afetando a produtividade média das lavouras. Diversos esforços para o aumento da produtividade da cultura vem sendo realizados pelos pesquisadores e produtores e neste contexto a determinação de um estande de plantio baseado em dados de germinação é primordial para estabelecimento da cultura e o alcance da produtividade esperada. De acordo com Rossi (2012), a semente veicula os avanços do melhoramento vegetal, expressos pelo atributo genético, além de atributos físicos, sanitários e fisiológicos, que, em conjunto, determinam o seu desempenho. A qualidade fisiológica pode ser definida como a capacidade de desempenhar funções vitais, caracterizada pela germinação, vigor e longevidade, que afeta diretamente a implantação da cultura em condições de campo (POPINIGIS, 1977). Quanto à determinação de germinação segundo o Brasil (2009) tem como um dos objetivos determinar o potencial máximo de germinação de um lote de sementes podendo estimar o valor para semeadura em campo. Os resultados do teste de germinação são utilizados para comparar a qualidade fisiológica de lotes, determinar a taxa de semeadura e servir como parâmetro de comercialização de sementes. Para fins comerciais, a adoção de um procedimento padrão na instalação, condução e avaliação dos testes permite a obtenção de resultados comparáveis entre laboratórios de empresas fornecedoras e compradoras de sementes (MARCOS FILHO et al., 1987; ISTA, 2004). Foram selecionadas seis variedades sendo a M 9056 RR com GM- Grupo de Maturação 9.0 estados indicados para os estados MT, PI, MA, TO, MT, BA, MA, TO; a variedade M 9144 RR com GM 9.1 indicada para semeadura no MT, BA, MA, TO, PI e Norte de Goiás; a M 6972 IPRO a micro região sojícola 301 e 403, CD 2728 IPRO GM 7.2 recomendada para as micros 301, 302, 303 e 401, M-SOY 9350 GM 9.3 indicada para os estados MT, BA Norte e Nordeste do Brasil, compreendendo as micros 501,502, 503, 405 e 401, 402,403, e por fim a M-SOY 8866 caracterizada por um GM 8.8 indicada para o cultivo no MA, BA, PI, MG, MS, GO.
Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da qualidade fisiológica via teste de germinação das variedades L 8307 RR, M 9144 RR, M 6972 IPRO, CD 2728 IPRO, M-SOY 9350, M-SOY 8866. 2. Material e Métodos Os campos de produção das variedades estudadas foram estabelecidos na safra de verão 2014/2015 em Goiatuba - GO região localizada no Sudoeste Goiano, todas as variedades foram colhidas quando atingiram R8 (estágio de maturação completa), a fim de evitar qualquer interferência climatológica sob a qualidade fisiológica das sementes. Foram retiradas amostras após a colheita dos campos de produção de sementes e levadas para o laboratório de Análise de Sementes Pró-Vigor. Os testes foram instalados utilizando delineamento inteiramente casualizado com 04 repetições de 200 sementes de cada cultivar, em rolo de papel filtro pré-emergido em água destilada em uma proporção de 2,5 vezes o peso do papel seco. As sementes foram colocadas para germinar entre duas folhas de papel, que foram enrolados cuidadosamente e colocados em câmera de germinação vertical. Antes da instalação do teste de germinação, o teor de água das sementes foi determinado pelo método da estufa a 105 ± 3ºC por 24h (Brasil, 1992), utilizandose duas sub-amostras de 25 sementes para cada lote. Foi realizado o tratamento de préembebição em germinador a 25ºC com 99% de umidade relativa do ar, durante 24h, adotando estas mesmas medidas para o teste de germinação. A análise da germinação das sementes foi realizada conforme descrito por Brasil (2009). As contagens foram feitas aos 5 dias e 8 dias após a instalação do teste, realizando a porcentagem final de plântulas normais. Os resultados obtidos foram submetidos ao software SISVAR de acordo com Ferreira (2000), por meio da análise de variância e teste de Scott Knott em função de comparação de médias entre as variedades. 3. Resultados e Discussão Na Tabela 1 encontra o resumo dos dados da análise de variância. Na Tabela 2 encontram-se as médias conforme teste Scott-Knott para verificar as diferenças entre as cultivares. Nota-se que houve significância para as variáveis estudadas. A análise de germinação
em sementes é de grande importância para constatar a capacidade germinativa, pois corresponde a uma das fases mais críticas do ciclo de vida dos vegetais. TABELA 1 - Valores médios de germinação (G) e índice velocidade de germinação (IVG). F.V G.L G (%) IVG Variedades (V) 5 44,1** 6,44** Resíduo 18 2,33 1,04 C.V (%) 1,72 10,16 **significativo, a 1% de probabilidade, pelo teste F, *significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste F, G.L = grau de liberdade; F.V = fonte de variação. TABELA 2 - Valores médios de germinação (G) e índice de velocidade de germinação (IVG). Variedades G (%) IVG L 8307 RR 91,75 a 1 11,25 a 1 M 9144 RR 91,25 a 10,50 a M-SOY 8866 90,25 a 10,50 a M-SOY 9350 89,00 b 11,00 a M 6972 IPRO 87,50 b 9,00 b CD 2728 IPRO 82,75 c 8,00 b 1 Médias seguidas da mesma letra na vertical não diferem entre si a 5% de probabilidade, pelo o Teste Scott- Knott. Para a porcentagem de sementes germinadas (G) as variedades que tiveram um melhor desempenho foram L8303 RR (91,75%), M9144 RR (91,25%) e M-SOY 8866(90,25), entretanto, o resultado das outras cultivares não indica necessariamente baixo vigor, já que todas apresentaram germinação igual ou superior a 80%. Resultado semelhante foi encontrado por Da Silva et al. (2010), onde estudando diferentes variedades de soja, observaram comportamento diferente para as mesmas. Para o índice de velocidade de germinação (IVG), observou um comportamento semelhante ao da germinação, indicando que o IVG e a G estão relacionados, onde sementes que apresentam uma maior germinação terão maior índice de velocidade de germinação, este fato esta relacionado com qualidade fisiológica das sementes. De modo geral os valores encontrados indica que a qualidade fisiológica de sementes pode estar associada ao fator genético, devido à variação nas variedades quanto aos fatores estudados.
4. Conclusão De acordo com o estudo dos dados e a interpretação dos resultados conclui-se que através dos testes de germinação as variedades L8303RR, M9144RR e M-SOY8866 apresentaram maior qualidade fisiológica de semente do que a variedade comercial de soja, favorecendo assim a escolha e planejamento de semeadura de lavouras sojícolas, identificando qual variedade possui maior potencial de um estande uniforme e desejável em campo. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 1992. 365p. Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de sementes. Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília : Mapa/ACS, 2009. 399 p. CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da Safra Brasileira Grãos. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/olalacms/uploads/arquivos/15_07_09_ 08_59_32_boletim_graos_julho_2015.pdf>. Acesso em: 01 Jun. 2016. DA SILVA, J. B.; LAZARINI, E.; DE SA, M. E. Comportamento de sementes de cultivares de soja, submetidos a diferentes períodos de envelhecimento acelerado. Bioscience Journal, p. 755-762, 2010. FERREIRA, D.F. Análises estatísticas por meio do SISVAR para Windows versão 4.0. In: REUNIÃO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45, 2000, São Carlos. Anais. São Carlos, UFCAR, 2000, p.255-258. ISTA - INTERNATIONAL SEED TESTING ASSOCIATION. Germination. In: ISTA. International Rules for Seed Testing. Bassersdorf: ISTA, 2004. p.5.1-5.5; 5A.1-5A.50. MARCOS FILHO, J.; CICERO, S. M.; SILVA, W. R. Avaliação da qualidade de sementes. Piracicaba: FEALQ, 1987. 230 p. POPINIGIS, F. Fisiologia da semente. Brasília, DF: AGIPLAN, 1977. ROSSI, F. R. Vigor de sementes, população de plantas e desempenho agronômico de soja. 2012. 60 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia)- Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agronômicas, Botucatu. 2012.