LEVANTAMENTO DO PATRIMÔNIO ARBÓREO DA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CÂMPUS DOIS VIZINHOS

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Transcrição:

LEVANTAMENTO DO PATRIMÔNIO ARBÓREO DA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CÂMPUS DOIS VIZINHOS Maura Colombo 1*, Flavia Gizele König Brun 1 [orientador], Joseane Aparecida Derengoski 2, Mariane Moura Andrade 2, Franciani Cristina Figueira 2 1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Dois Vizinhos, Paraná. E-mail: maura_colombo25@hotmail.com. Bolsista do grupo PET- Conexão dos Saberes Agricultura Familiar. 2 Alunos do curso de Engenharia Florestal UTFPR *Autor para correspondência: maura_colombo25@hotmail.com Resumo: O estudo foi realizado na Universidade Tecnológica Federal do Paraná- Câmpus Dois Vizinhos, onde, objetivou-se diagnosticar, através de dados obtidos a campo, as espécies presentes, na área estudada. Sendo feito então, a quantificação total dos indivíduos, freqüência, espécie, potencial de invasão biológica, e levantamento de plantas toxicas. Foram avaliadas ao todo 604 árvores, sendo estas divididas em 49 espécies, apresentando uma dominância da espécie Handroanthus chrysotricha. As espécies avaliadas também foram divididas em nativas e exóticas, sendo que do total de indivíduos avaliado, 396 árvores são nativas e 209 exóticas, onde estas espécies exóticas podem ter características invasoras e trazerem um grande impacto visual na arborização. Sendo assim, as árvores que apresentam potencial invasor ou tóxico serão suprimidas, assim como será feito um nivelamento das espécies que apresentam representatividade maior que 10%. Palavras-chave: arborização, paisagismo, inventário arbóreo Introdução Com o crescimento da arboricultura no Brasil, gestores municipais tem voltado suas atenções quanto à qualidade e quantidade das árvores que ocupam os espaços urbanos, na busca da otimização de suas diversas funções. Desta maneira, há pesquisadores que demonstram um forte interesse no estudo de metodologias que permitem avaliar as condições se encontram as florestas urbanas, buscando a elaboração de projetos administrativos mais eficientes. A interferência das obras públicas, construção civil, ataque de pragas como cupim, ervas de passarinho etc., são uma ameaça à arborização. A falta e o excesso de água, as condições de solo e, sobretudo, o pouco cuidado dos habitantes com as árvores são ameaças que resultam numa crescente falta de arborização, cujas conseqüências serão sentidas pelos moradores. O trabalho em questão objetiva o levantamento da composição do patrimônio arbóreo do Câmpus da UTFPR - Dois Vizinhos, PR, estabelecendo a freqüência de indivíduos, visando o manejo das espécies arbóreas que possuem acima de 10% de participação na composição florística da área levantada seguindo a metodologia elaborada por Santamour (1990) onde recomenda-se a supressão (corte) dessas espécies. Material e Métodos Dois Vizinhos encontra-se localizado na mesorregião do Sudoeste Paranaense. O município apresenta fragmentos da mata nativa, porém, originalmente, a vegetação existente era a mata pluvial-subtropical, bem presente também no município, caracterizada como Floresta Estacional Semidecidual. De acordo com a classificação climática de Koeppen, ocorre no município o clima pluvial temperado (mesotérmico), com a temperatura do mês mais frio entre 18º e 3º C, sendo freqüentes as geadas, apresenta clima sempre úmido, sem estação seca, com chuvas distribuídas em todos os meses do ano (Roderjan, 2002). 17 e 18 de Outubro de 2011 249

A arborização do Câmpus UTFPR-DV teve início com a implantação de mudas provindas do viveiro local. Atualmente a arborização do Câmpus necessita melhorias, pois levará maior segurança e estética visual para todos que usufruem do Câmpus. O estudo foi realizado na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Dois Vizinhos, localizado na Estrada para Boa Esperança, Km 04, no município de Dois Vizinhos - Paraná. No período de setembro de 2010 a maio de 2011. Os equipamentos utilizados foram planilhas de campo e GPS Garmim Etrex de navegação. Através da planilha de campo foram levantadas as seguintes informações das espécies arbóreas: nome popular e científico e sua localização dentro do Câmpus. Utilizou-se posteriormente esses dados para calcular a freqüência de cada indivíduo e avaliar e classificar quanto sua origem ;exótica e nativa; e seu potencial de invasão biológica, evidenciando espécies predominantes no Câmpus. Para a determinação do potencial de invasão biológica de cada espécie foram utilizadas bibliografias específicas, sendo elas: Silva (2011), Biondi (2008), Blum (2008). A freqüência das árvores avaliadas foi feita com o auxilio da planilha eletrônica Microsoft Excel 2010. Resultados e Discussão Foram identificadas quarenta e seis espécies distintas, totalizando 605 indivíduos, distribuídos no Câmpus da UTFPR-Dois Vizinhos, Observou-se que a espécie mais expressiva foi o ipê ( Handroanthus chrysotricha), com 143 indivíduos (24%) seguido da Aroeira salsa( Schinus molle) (17%), com 103. Com esses dados, pode-se fazer um manejo de supressão da plantas que se excedem a 10% de representatividade e seguido de reposição de novas espécies observando o espaçamento correto e mudas de qualidade. Esses resultados se assemelham com os de WENDER (2007), onde avaliou a arborização viária do Câmpus Umuarama da Universidade Federal de Uberlândia, onde foram percorridos 5.658m de calçada, avaliando-se um total de 965 árvores, sendo 3 mortas; e estas encontravam-se distribuídas em 53 espécies. Já o trabalho realizado por Melo (2007), realizado em um bairro urbano, avaliou 164 árvores, pertencentes estas a 12 espécies, sendo que o Ficus benjamina caracterizava quase que 70% dos indivíduos. Estes trabalhos indicam que a arborização destes locais não foi planejada adequadamente, podendo vir a apresentar problemas como a queda de árvores, rachaduras em calçadas e até mesmo dificultar a circulação de pedestres e veículos em vias públicas. Além de apresentarem espécies exóticas com potencial invasor, como é o caso do Cinamomo e do Hibisco. Dentre as árvores analisadas, 396 indivíduos são nativos (45%) e 209 exóticas (55%), conforme visto na Figuras2, sendo que algumas dessas espécies exóticas tem potencial de dominância sobre as nativas, causado um impacto visual gerando um desequilíbrio ambiental e ecológico. Para o manejo destas, pode-se fazer a supressão seguida de replantio de uma espécie nativa. Temos dentre as exóticas levantadas no estudo, 8 que são consideradas invasoras, sendo estas apresentadas na tabela1. Sendo recomendada assim, a substituição destas invasoras por espécies nativas. Segundo Milano e Dalcin (2000), admite-se um mínimo que varia de 7 a 10 espécies na arborização de uma cidade e recomenda-se de 10 a 20 espécies, o que indica que temos um número elevado de espécies na arborização do Câmpus. Observando-se a tabela2, verifica-se que para as 10 primeiras espécies citadas, temos uma representatividade de 85% do total das espécies estudadas. Com base em pontos obtidos com GPS de navegação, tem-se, na Figura 1, o mapa de localização das árvores analisadas. Foram também identificadas 5 espécies consideradas tóxicas, sendo elas aroeira pimenteira e salsa, cinamomo, carne-de-vaca e leiteiro- 17 e 18 de Outubro de 2011 250

vermelho. Sendo que estas devem ser suprimidas e substituídas por espécies nativas e que não apresentem tal característica. Conclusão Concluímos que nas vias publicas da área estudada, houve um elevado número de espécies de acordo com os valores recomendados para uma arborização homogênea. Também ocorreu um grande número de espécies com pouca representatividade, enquanto que outras estão dominando a composição florística como o Ipê (Handroanthus crisotrycha). Gerando um impacto visual desfavorável à arborização do local. Para solucionar estes problemas causados pela arborização inadequada do local estudado, recomenda-se a supressão de arvores das espécies que ultrapassem 10% de representatividade, sendo suprimidas também as com potencial invasor e as exóticas gradativamente. Os indivíduos suprimidos serão substituídos por plantas de espécies adequadas. Agradecimentos Ao professor Dr. Eleandro José Brun, por ter colaborado e ajudado na realização do trabalho e disponibilizado equipamentos para a realização do mesmo. A professora Drª Daniela Ap. Estevam por ter ajudado na identificação das espécies arbóreas do Câmpus UTFPR-DV. As acadêmicas Danieli Regina Klein e Luma Stenger por terem colaborado nas coletas de dados a campo durante o desenvolvimento do trabalho. Referências BIONDI, Daniela; JOSÉ Henrique Pedrosa Macedo. Plantas invasoras encontradas na área urbana de Curitiba (PR). FLORESTA, v. 38, n. 1, p. 5, 2008. BLUM, Chritopher Thomas; BORGO, Marília; SAMPAIO, André Cesar Furlaneto. Espécies invasoras as arborização de vias públicas de Maringá - PR. Revista SBAU, v.3, n.2, p. 78-97, 2008. MELO, Rafael. R.; FILHO, José. A. L.; JÚNIOR, Francisco. R.. Diagnóstico qualitativo e quantitativo da arborização urbana no bairro Bivar Olinto, Partos, Paraíba. Revista da sociedade brasileira de arborização urbana, v. 2, n. 1, p.8, 2007. MILANO, M. S.; DALCIN, E. C. Arborização de vias públicas. Rio de Janeiro: Light, 2000. 226p. SAMPAIO, André Cesar Furlaneto et al. Avaliação de risco na arborização de vias publicas de Nova Olímpia, Paraná. REVSBAU, v.5, n.2, p.82-104, 2010. SILVA, Rita Tatiane Leão et al. Análise da biodiversidade florística arbórea em três vias públicas do bairro Centro do município de Dois Vizinhos. Revista Synergismus sientifica UTFPR, 06 (1), 2011. WENDER, Faleiro. Arborização viária do Câmpus Umuarama da Universidade Federal de Uberlândia, MG. REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE ENGENHARIA FLORESTAL, Garça/ FAEF, ano VI, n.10, p.5, 2007. SANTAMOUR, Frank S. et al; Better trees for metropolitan landscapes. In: NORTHEASTERN FOREST EXPERIMENT STATION, USDA, 1976.p.65-75. RODERJAN, C. V.; GALVÃO, F.; KUNIYOSHI, Y. S.; HATSCHBACK, G. As unidades fitogeográficas do Estado do Paraná. Ciência e Ambiente, Santa Maria, v. 24, p. 75-92, jan./jun., 2002. 17 e 18 de Outubro de 2011 251

Tabela 1. Espécies arbóreas e arbustivas identificas nas vias publicas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná- Câmpus Dois Vizinhos. Exótica Nativa Nome Espécie F. I. T. Nome Espécie F. I. T Abacate Persea americana 5 Alecrim Holocalyx balansae 1 Acácia-imperial Cassia fistula 7 Araçá Psidium cattleyanum 16 Alfeneiro Ligustrum luciduum 9 I Araticum Rolinia sylvatica 4 Caquizeiro Dyospirus kaki 2 Araucária Araucária angustifólia 2 Cinamomo L. 5 I. T. Aroeira pimenteira Schinus terebinthifolius 1 T. Cipreste Cupressus sempervirens 8 Aroeira salsa Schinus Molle 103 T. Espatódia Spathodea nilotica Seen. 1 Canafistula Peltophorum dubium 15 Ficus Ficus Benjamina 6 Canela Cinamomum burmanii 3 Flamboyant Delonix regia 2 Canela preta Ocotea catharinensis 2 Grevilha Grevillea robusta 50 Carne de vaca Combretum leprosum 3 T. Goiaba Psidium guajava 1 Cedro Cedrela fissilis 2 Hibisco Hibiscus rosa-sinensis 1 I. Chá de bugre Casearia sylvestris 1 Laranjeira Citrus aurantium L. 2 Cocão Erythroxylum decidum 1 Leiteiro vermelho Euphorbia cotinifolia L. 1 I. T. Guajuvira Cordia americana 4 Limoeiro Citrus limon 2 Ingá Inga sessilis 1 Magnólia Michelia champaca L. 69 Ipê Handroanthus crisotrycha 143 Mandioquinha Schefflera arboricola 1 I Ipê roxo Tabebuia avellanedae 2 Manga Mangifera indica 3 I. Ipê roxo de bola Tabebuia impetiginosa 8 Nespera Eryobotria japonica 1 Jequitibá Branco Cariniana estrellensis 4 Nogueira Pecã Carya illinoensis 3 Pitangueira Eugenia uniflora L. 8 Palmeiraimperial cunninghamii Archontophoenix 10 Rabo-de-bugio Lonchocarpus nigra 2 Plátanus Platanus x acerifolia 1 Sibipiruna Caesalpinia pluviosa 70 Quiri-china Paulownia fortunei 1 Resedá Largestroemia indica 10 Tipuana Tipuana tipu 4 Tuia Thuja sp. 1 I Uva-do-japão Hovenia dulcis 3 I TOTAL 209 8 2 396 3 Legenda = F.: Freqüência de indivíduos / I. : Espécies com potencial de invasão / T. : Espécies tóxicas 17 e 18 de Outubro de 2011 252

Figura 1. Mapa da localização das árvores analisadas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Câmpus Dois Vizinhos. Figura 2. Percentual de espécies nativas e exóticas do Câmpus UTFPR-DV. 160 143 140 120 100 80 103 70 69 85 60 50 40 20 0 16 15 10 10 9 8 8 8 24% 17% 12% 11% 8% 3% 2% 2% 2% 2% 1% 1% 1% 14% Figura 3. Freqüência relativa das espécies mais abundantes identificadas nas vias públicas da Universidade Tcnológica Federal do Paraná - Câmpus Dois Vizinhos. 17 e 18 de Outubro de 2011 253