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Transcrição:

APELAÇÃO CÍVEL Nº 155612-78.2011.8.09.0143 (201191556123) SÃO MIGUEL DO ARAGUAIA APELANTE: APELADO: RELATOR: GOIÁS PREVIDÊNCIA - GOIÁSPREV TÁRCIO HENRIQUE DA SILVA DES. FRANCISCO VILDON J. VALENTE R E L A T Ó R I O Trata-se de Apelação Cível interposta pela GOIÁS PREVIDÊNCIA GOIASPREV em face da sentença (fls. 224/228) prolatada pelo MM. Juiz de Direito da Vara das Fazendas Públicos e 2º Cível da Comarca de São Miguel do Araguaia, Dr. Felipe Alcântara Peixoto, nos autos da AÇÃO DECLARATÓRIA (RESTABELECIMENTO DE PENSÃO) ajuizada em seu desfavor por TÁRCIO HENRIQUE DA SILVA, aqui Apelado. A sentença combatida julgou procedentes os pedidos deduzidos na inicial, nos seguintes termos: (...) Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado na inicial, para declarar o direito do autor de continuar percebendo a pensão por morte de seu genitor, condenando-se a ré ao pagamento do benefício até que conclua 1

o curso universitário ou complete 24 (vinte e quatro) anos de idade, o que ocorrer primeiro, confirmando a medida liminar. Condeno o requerente ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em R$ 800,00 (oitocentos reais), nos termos do artigo 20, 4º, do Código de Processo Civil. Transitado em julgado e pagas as custas, se houver, arquivem-se os autos, dando-se baixa na distribuição. Irresignada, a Ré interpôs o presente recurso apelatório (fls. 231/243), sustentando, em suas razões recursais, que a pensão por morte tem por finalidade garantir o amparo à entidade familiar do segurado falecido, garantindo aos seus dependentes iguais condições de subsistência. Nesse caminhar, esclarece que o Apelado (Tárcio Henrique da Silva) passou a receber a pensão por morte de seu pai, Adailton do Amaral, desde junho de 2007, e que, tendo em vista que o óbito do segurado ocorreu em 25 de junho de 2007, deve incidir, na espécie, o regramento contido na Lei Estadual nº 13.903/2001. De acordo com essa lei, a pensão previdenciária seria concedida ao filho do segurado, até que ele fosse emancipado ou atingisse a idade de 21 (vinte e um) anos, não havendo qualquer menção acerca da prorrogação do benefício, em decorrência da realização de curso superior. Expõe que a extinção da pensão do Apelado não constitui qualquer ato de arbitrariedade ou de ilegalidade, porque ocorreu em virtude do implemento da idade elencada na lei, qual seja, 21 (vinte e um) anos. Verbera que o Autor/Apelado não havia preenchido todos os requisitos para obtenção do benefício pleiteado quando revogada a Lei nº 2

10.150/86, não havendo falar-se em direito adquirido, mas, sim, em mera expectativa de direito. Neste contexto, deve ser observado o disposto na legislação em vigor, qual seja, Lei Complementar 29/2000 e Lei 13.903/2001, que não contemplam a figura do filho universitário, como dependente previdenciário. Salienta que a viabilidade da manutenção do regime de previdência pública depende da participação solidária dos respectivos servidores públicos, razão pela qual a manutenção da decisão recorrida ameaça o equilíbrio atuarial da administração dos recursos previdenciários. invocados. Prequestiona os dispositivos legais e constitucionais Requer, ao final, o conhecimento e provimento do recurso apelatório para reformar o decisum objurgado, dando-se provimento ao apelo. Código de Processo Civil. Preparo dispensado, conforme dispõe o art. 511, 1º, do Juízo primeiro de admissibilidade externado à fl. 246. sua contraminuta recursal. Devidamente intimado, o Recorrido deixou de apresentar Instado a manifestar-se, o representante da douta 3

Procuradoria Geral de Justiça, Dr. Rodolfo Pereira Lima Júnior, opinou pelo desprovimento da insurgência recursal (fls. 254/269). É o relatório, que submeto à douta revisão. Goiânia, 13 de fevereiro de 2014. DES. FRANCISCO VILDON J. VALENTE Relator 4

APELAÇÃO CÍVEL Nº 155612-78.2011.8.09.0143 (201191556123) SÃO MIGUEL DO ARAGUAIA APELANTE: APELADO: RELATOR: GOIÁS PREVIDÊNCIA - GOIÁSPREV TÁRCIO HENRIQUE DA SILVA DES. FRANCISCO VILDON J. VALENTE V O TO Observo que o presente recurso preenche os requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. Conforme relatado, cuida-se de de Apelação Cível interposta pela GOIÁS PREVIDÊNCIA GOIASPREV em face da sentença (fls. 224/228) prolatada pelo MM. Juiz de Direito da Vara das Fazendas Públicos e 2º Cível da Comarca de São Miguel do Araguaia, Dr. Felipe Alcântara Peixoto, nos autos da AÇÃO DECLARATÓRIA (RESTABELECIMENTO DE PENSÃO) ajuizada em seu desfavor por TÁRCIO HENRIQUE DA SILVA, aqui Apelado. A sentença combatida julgou procedentes os pedidos deduzidos na inicial, nos seguintes termos: (...) Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado na inicial, para 1

declarar o direito do autor de continuar percebendo a pensão por morte de seu genitor, condenando-se a ré ao pagamento do benefício até que conclua o curso universitário ou complete 24 (vinte e quatro) anos de idade, o que ocorrer primeiro, confirmando a medida liminar. Condeno o requerente ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em R$ 800,00 (oitocentos reais), nos termos do artigo 20, 4º, do Código de Processo Civil. Transitado em julgado e pagas as custas, se houver, arquivem-se os autos, dando-se baixa na distribuição. O cerne da controvérsia debatida consiste em saber se o Apelado, por estar matriculado em curso superior de ensino, possui direito de continuar percebendo pensão advinda do óbito de seu genitor até que complete 24 (vinte e quatro) anos de idade. A Lei 10.150 de 29 de dezembro de 1986 reformula o sistema de previdência e assistência instituído pela Lei nº 4.190, de 22 de outubro de 1962 dispunha no capítulo destinado aos dependentes do segurado que: Art. 10 - Consideram-se dependentes do segurado, quando legalmente inscritos e devidamente identificados: II - o filho de qualquer condição enquanto solteiro e menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido; 1º - O limite de idade previsto no item II deste artigo é ampliado para 24 (vinte e quatro) anos, quanto aos filhos dependentes e solteiros de ambos os sexos, desde que estudantes universitários, comprovadamente. Posteriormente, com a edição da Lei Complementar nº 29 de 12/04/2000, que passou a disciplinar a relação de dependência para fins previdenciário, a idade ficou limitada em 21 (vinte e um) anos para o filho não emancipado. Veja-se: 2

DOS FILIADOS OU PARTICIPANTES E DOS BENEFICIÁRIOS. ( ) Art. 14 São beneficiários do regime de previdência estadual, na qualidade de dependentes dos filiados ou participantes, exclusivamente: I o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido; (...). Ainda acompanhando o histórico legislativo, em 2001, foi editada a Lei 13.301 que, em seu artigo 39, 2º, inciso II, dispõe seguinte: art. 39. A pensão por morte, havendo pluralidade de pensionistas, será rateada entre todos em partes iguais. [ ]. 2º. A parte individual da pensão extingue-se: ( ) II. para o filho, a pessoa a ele equiparada ou irmão, de ambos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for inválido. (...) Neste contexto, restou revogada a Lei nº 10.150/86, devendo ser observado o novo limite de idade para concessão do benefício aos dependentes de segurado que veio a falecer após a vigência da Lei Complementar nº 29/2000 e da Lei nº 13.301/2011, pois a data inicial da pensão por morte é a do óbito do segurado. Justiça: Nesta acepção, a Súmula 340 do Superior Tribunal de A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data do óbito do segurado. 3

No caso vertente, o segurado faleceu em 25/6/2007 (fl. 14), época em que se encontrava em vigência a Lei Estadual nº 13.903/01, que em conjugação ao entendimento esposado na Súmula 340 do STJ, não garante ao Apelado a extensão do benefício. À vista das normas supramencionadas, constata-se que não há previsão de prorrogação do recebimento do benefício além da idade limite de 21 (vinte e um) anos - condição alcançada pelo Autor/Apelado em março de 2011 -, salvo se o filho for inválido, o que não é o caso. Desse modo, não cabe ao Judiciário inovar na aplicação das leis, mas apenas interpretá-las de forma que alcance o fim social a que se destinam. em casos análogos: Nesse sentido, já sinalizou o Superior Tribunal de Justiça, ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. INOCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. MILITAR. PENSÃO POR MORTE. FILHO MAIOR DE 21 ANOS. UNIVERSITÁRIO. LEI VIGENTE AO TEMPO DO ÓBITO. LEI 3.765/60. PRORROGAÇÃO ATÉ OS 24 ANOS DE IDADE. IMPOSSIBILIDADE. 1. A Corte de origem dirimiu a controvérsia de forma clara e fundamentada, embora de maneira desfavorável à pretensão do recorrente. Não é possível se falar, assim, em maltrato ao art. 535, II, do Código de Processo Civil. 2. O termo inicial da prescrição é a data em que suspenso o pagamento do benefício, pois é nesse momento que nasce a pretensão à sua prorrogação. 3. A jurisprudência desta Corte se firmou no sentido de que a pensão se rege pela lei vigente na data do óbito do instituidor. Se o óbito ocorreu na vigência da Lei 3.765/60, a pensão somente é devida ao filho maior do sexo 4

masculino até os 21 anos, não sendo possível sua extensão até os 24 anos, ainda que universitário, previsão que somente passou a viger com a edição da Medida Provisória 2.131/01. 4. Recurso especial conhecido em parte e provido. (REsp 1405116/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 24/09/2013, DJe 01/10/2013). AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. LEI COMPLEMENTAR N.º 109/97. DIREITO ADQUIRIDO A PENSÃO POR MORTE PARA MAIORES DE 21 ANOS ATÉ OS 24 ANOS. ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO. INEXISTÊNCIA. IMPLEMENTO DA FAIXA ETÁRIA APÓS A VIGÊNCIA DA LEI N.º 9.717/98. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Em que pese a Lei Complementar Estadual n.º 109/97 prever a concessão de pensão ao estudante universitário que não tenha renda própria, com o advento da Lei n. 9.717/98, que fixou regras gerais para a organização e o funcionamento dos regimes próprios de previdência social, vedou em seu art. 5º, a concessão de benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social. 2. Na hipótese dos autos, o agravante só completou 21 (vinte e um) anos em 2003, quando já em vigor a Lei 9.717/98, não há direito adquirido à extensão da pensão por morte. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp 1145969/ES, Rel. Ministra ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/PE), SEXTA TURMA, julgado em 20/08/2013, DJe 04/09/2013) ADMINISTRATIVO. PENSÃO POR MORTE. ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO. EXTENSÃO DO BENEFÍCIO ATÉ A IDADE DE 24 (VINTE QUATRO) ANOS. IMPOSSIBILIDADE. A pensão por morte é devida ao filho até a idade de 21 (vinte e um) anos, não havendo previsão legal para ampliar esse período, mesmo que o beneficiário seja estudante universitário. Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 1333472/MS, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/04/2013, DJe 16/04/2013) E, também, este Tribunal Estadual: 5

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA. RECEBIMENTO DE PENSÃO POR MORTE. MAIORIDADE. EXTENSÃO DO BENEFÍCIO. IMPOSSIBILIDADE. 1- Consoante orientação do Superior Tribunal de Justiça, caso a legislação específica restrinja o recebimento de pensão por morte ao filho não inválido até seus 21 (vinte e um) anos de idade, não é dado ao Poder Judiciário - à míngua de amparo legal - estendê-la até os 24 (vinte e quatro) anos de idade do beneficiário, ainda que este seja estudante universitário. 2- Ao julgador cumpre aplicar a lei atento aos fins sociais a que a ela se dirige, mas não lhe é permitido legislar positivamente. APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA. (TJGO, APELAÇÃO CÍVEL 287406-13.2011.8.09.0051, Rel. DES. ALAN S. DE SENA CONCEIÇÃO, 5ª CÂMARA CÍVEL, julgado em 08/08/2013, DJe 1371 de 23/08/2013). Feitas essas considerações e, tendo em vista que o Apelado não se enquadra nos requisitos legais para a percepção do benefício, não há falar-se na sua prorrogação por estar ele matriculado em curso superior de ensino, uma vez que não há previsão legal para essa extensão. EM FACE DO EXPOSTO, conheço do Recurso Apelatório e lhe dou provimento, para reformar a sentença combatida, para julgar improcedentes os pedidos deduzidos na inicial. É o voto. Goiânia, 15 de maio de 2014. DES. FRANCISCO VILDON J. VALENTE Relator 6

APELAÇÃO CÍVEL Nº 155612-78.2011.8.09.0143 (201191556123) SÃO MIGUEL DO ARAGUAIA APELANTE: APELADO: RELATOR: GOIÁS PREVIDÊNCIA - GOIÁSPREV TÁRCIO HENRIQUE DA SILVA DES. FRANCISCO VILDON J. VALENTE EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA. RECEBIMENTO DE PENSÃO POR MORTE. MAIORIDADE. EXTENSÃO DO BENEFÍCIO. IDADE SUPERIOR A 21 (VINTE E UM) ANOS. CURSO SUPERIOR. IMPOSSIBILIDADE. 1- Havendo legislação que especifica ou limita o recebimento de pensão por morte, ao filho não inválido, até seus 21 (vinte e um) anos de idade, não é dado ao Poder Judiciário estendê-la até os 24 (vinte e quatro) anos, ainda que esse beneficiário seja estudante universitário. 2- Ao julgador cumpre aplicar a lei, atento aos fins sociais a que ela se dirige, mas não lhe é permitido legislar positivamente. APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de APELAÇÃO CÍVEL Nº 155612-78.2011.8.09.0143 (201191556123), da comarca 7

de São Miguel do Araguaia. Acorda o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos integrantes da Terceira Turma Julgadora da Quinta Câmara Cível, à unanimidade de votos, em conhecer da Apelação e provê-la, nos termos do voto do relator. Acompanhou o relator por outros fundamentos, o Juiz Respondente Fernando de Castro Mesquita. Conceição. Votou com o relator, o Desembargador Alan S. de Sena Conceição. Presidiu a sessão o Desembargador Alan S. de Sena Osvaldo Nascente Borges. Representou a Procuradoria Geral de Justiça o Dr. Goiânia, 15 de maio de 2014. DES. FRANCISCO VILDON J. VALENTE Relator 8