Sou um ignorante, um pobre homem de cidade. Mas eu tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança as suas folhas além do muro - e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor um pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto centenas de milharais - mas é diferente. Um pé de milho sozinho, em um canteiro, espremido, junto do portão, numa esquina de rua - não é um número numa lavoura, é um ser vivo e independente. Suas raízes roxas se agarram no chão e suas folhas longas e verdes nunca estão imóveis. [...] Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho pendoou. Há muitas flores belas no mundo, e a flor de milho não será a mais linda. Mas aquele pendão firme, vertical, beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que fazem bem. E eu não sou mais um medíocre homem que vive atrás de uma chata máquina de escrever: sou um rico lavrador da Rua Júlio de Castilhos. 1. (Fuvest) No início do texto, o cronista se diz "pobre"; no final, afirma-se "rico". Confronte as duas asserções e interprete as ideias trazidas ao texto por esses adjetivos.
Meu amigo Marcos Conheci Marcos Rey há mais de vinte anos, quando sonhava tornarme escritor. Certa vez confessei esse desejo à atriz Célia Helena, que deixou sua marca no teatro paulista. Tempos depois, ela me convidou para tentar adaptar um livro para teatro. Era O RAPTO DO GAROTO DE OURO, de Marcos. Nunca tinha visto um escritor de perto. Imaginava uma figura pomposa, em cima de um pedestal. Meu coração quase saiu pela boca quando apertei a campainha. Fui recebido por Palma, sua mulher. Um homem gordinho e simpático entrou na sala. Na época, já sofria de uma doença que lhe dificultava o movimento das mãos e dos pés. Cumprimentou-me. Sorriu. Gaguejei. Mas ele me tratou com o respeito que se dedica a um colega. Propôs mudanças no texto. Orientou-me. Principalmente, acreditou em mim. A peça permaneceu em cartaz dois anos. Muito do que sou hoje devo ao carinho com que me recebeu naquele dia. (WALCYR CARRASCO, PÁG. 98 - VEJA SP, 14 DE ABRIL, 1999.) 1. (Fgv) Um homem gordinho e simpático entrou na sala. Os manuais de língua portuguesa ensinam que "inho" é um sufixo diminutivo, normalmente aplicado aos substantivos. Qual o sentido de GORDINHO, no texto?
A primeira do século Há duas semanas, a economia mundial atravessava um dos períodos de maior prosperidade nos últimos trinta anos: as empresas nunca lucraram tanto, a China crescia a 10% ao ano, o Brasil exportava matéria-prima em volumes e preços recordes. Em total contraponto a esse ambiente saudável, as bolsas de valores e as moedas de todo o planeta foram estremecidas por um terremoto. Em duas semanas, trilhões de dólares evaporaram dos mercados de ações, sem que houvesse um ataque terrorista, como o de 2001, ou a quebra de um país emergente como a Tailândia, em 1997, a Rússia, em 1998, e o Brasil, em 1999. Reescreva o trecho, atendendo às orientações. a) Passe o substantivo matéria-prima para o plural, antecedido de bastante:... o Brasil exportava matéria-prima em volumes e preços recordes.
1 a.o texto principal do anúncio é construído pela oposição de dois adjetivos. Identifique-os. b.o segundo adjetivo está flexionado em grau? Em caso afirmativo, informe o grau. 2. Um texto bem escrito, entre as muitas características, é aquele que mantém o paralelismo entre seus termos. O texto principal do anúncio apresenta esse paralelismo? Justifique sua afirmação. 3. Normalmente, a característica pobre tem um valor negativo. No anúncio, ela é positiva ou negativa? Explique.
A s duas frases a seguir foram extraídas de blogs, os chamados diários virtuais da internet. Texto 1 Você sabe que é brasiliense quando: [...] Você classifica montanha como substantivo abstrato. Texto 2 Vida substantivo abstrato que é construído na maior parte aos finais de semana. Em ambas as frases, há um substantivo sendo classificado como abstrato. Julgue a propriedade de tal classificação com base no que você estudou sobre substantivo. O que teria motivado o equívoco de classificação no texto 1?
[...] Peguei o tempo dos urinóis, das privadas secas, do banho de bacia e da expressão corrente água servida. Só estas agruras me desanimam quanto à Idade Média, que, pelo sabido, não é flor que se cheire. Quanto ao mais, ficaria nela à vontade, teocêntrica e glutona, monja e cortesana. Que bom escrever assim, meio errado, uma palavra aqui, outra ali [...] PRADO, Adélia. Manuscritos de Felipa. São Paulo: Siciliano, 1999. p. 45-6. (Fragmento). 1. Neste trecho, Adélia Prado admite ter escrito meio errado. a. Transcreva o elemento que confirma a afirmação da autora. b. Explicite em que consiste o erro.