EMPREGO E DESLOCAÇÕES CASA-TRABALHO NA REGIÃO NORTE

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Transcrição:

EMPREGO E DESLOCAÇÕES CASA-TRABALHO NA REGIÃO NORTE ANTÓNIO EDUARDO PEREIRA* Segundo dados censitários, a Região Norte apresenta uma especialização produtiva, avaliada pelo emprego, relativamente pouco diversificada, centrada na têxtil, na construção, na agricultura e no comércio a retalho. Mais forte do que a concentração por ramos de actividade, porém, é a concentração geográfica do emprego, ao nível concelhio. Em cerca de dois quintos dos concelhos da região as deslocações pendulares parecem ocorrer essencialmente a uma escala local (intra-freguesia), denunciando um relacionamento equilibrado do tecido produtivo com o território. Este relacionamento, porém, não é tanto o resultado de uma política coerente de ordenamento do território, sendo muito mais um efeito da falta de pólos capazes de promover o desenvolvimento infra-regional em grande parte da região. Na realidade, é a não especialização de parcelas significativas do território em funções diferenciadas (residenciais e não residenciais) que possibilita que as deslocações casa-trabalho se contenham frequentemente à escala mais local. Os concelhos do Porto e de São João da Madeira surgem, inequivocamente, como os principais pólos de emprego da Região Norte. EMPREGO O cruzamento da informação disponibilizada pelo censo populacional de 1991 referente aos concelhos de residência e de exercício da actividade profissional, permite apurar volumes de emprego concelhios (vide caixa Recenseamento, emprego, deslocações pendulares, mobili-dade e atracção ). Trata-se de um dado fundamental e único, na medida em que não pode ser directamente obtido por qualquer outra fonte. No entanto, estes volumes de emprego são uma informação que, dado o seu carácter conjuntural, sofre já de um desfasamento temporal porventura excessivo. Ao contrário, a estrutura concelhia do emprego da Região Norte por ramos de actividade (anexo I), bem como a estrutura sectorial do emprego dos concelhos da região (anexo II), constituem um tipo de informação com uma forte componente estrutural e portanto, supõe-se, menos afectada por aquele desfasamento temporal. * INE - Direcção Regional do Norte

Inevitavelmente, a distribuição concelhia do emprego regional segue de forma aproximada a da população residente, pelo menos em traços gerais e independentemente de, à escala concelhia, se poderem detectar desequilíbrios mais ou menos significativos entre população e emprego 1. Assim, e em termos muito genéricos, o emprego concentrase sobretudo no litoral da região, com destaque para a zona envolvente do Porto (de Santa Maria da Feira à Maia) e, um pouco mais a Norte, para toda a zona que se estende de Santo Tirso a Barcelos/Braga/Guimarães. Alguns ramos de actividade, porém, verificam uma distribuição geográfica do respectivo emprego regional bastante distinta da do emprego regional tomado globalmente. Os cartogramas da página seguinte procuram expressar essa mesma realidade. Recenseamento, emprego, deslocações pendulares, mobilidade e atracção O presente trabalho tem como fonte os resultados definitivos do Recenseamento da População de 1991. Nesse recenseamento, em relação à população activa empregada, e além do concelho e freguesia de residência habitual, inquiriu-se também o local de exercício da actividade profissional, nos seguintes termos: trabalha na freguesia onde reside; trabalha noutra freguesia do concelho onde reside; trabalha noutro concelho (indique qual); trabalha em Espanha. A contagem dos activos empregados por concelho de exercício da actividade, permite apurar volumes de emprego (número de postos de trabalho ocupados) ao nível concelhio. Nos concelhos fronteiriços este apuramento poderá tender a uma ligeira subavaliação do emprego, uma vez que não são contabilizados os postos de trabalho eventualmente ocupados por indivíduos residentes em Espanha. A circunstância de não ser conhecida a freguesia de exercício da actividade (sempre que esta não coincida com a de residência) não permite levar a desagregação do emprego ao nível da freguesia. A expressão deslocações (ou fluxos, ou migrações) pendulares é habitualmente utilizada para designar as deslocações quotidianas, com a excepção frequente dos fins-de-semana e feriados, dos indivíduos (activos empregados ou estudantes) entre o local de residência e o local de exercício da sua actividade. O cruzamento da informação censitária referente aos concelhos de residência e de exercício da actividade profissional permite identificar fluxos que se identificam, de modo aproximado, com a noção de deslocações pendulares de activos empregados. Por vezes, porém, os indivíduos dispõem de uma residência secundária, que utilizam, por exemplo, quando ocupam um posto de trabalho temporário ou sazonal. Neste tipo de situações o confronto do local de residência habitual com o local de trabalho não configura uma deslocação pendular. É assim que se explica a existência de situações em que o local de residência e o de exercício da actividade profissional distam bastante entre si, por vezes mesmo várias centenas de quilómetros. Na mesma óptica, devem considerar-se como simplificações a utilização dos termos entradas e saídas para designar, respectivamente, os indivíduos que, não residindo em determinado concelho, nele exercem a sua profissão e os indivíduos que, residindo em determinado concelho, trabalham fora dele. O cálculo do emprego concelhio pode então ser feito de acordo com a seguinte identidade: Emprego = Residentes empregados + Entradas - Saídas - Acessoriamente, podem definir-se, a nível concelhio, alguns indicadores de mobilidade taxa de mobilidade extra - concelhia = saídas Pop.residente c/ actividade económica e empregada Pop.res. no concelho que trabalha "noutra freguesia do mesmo concelho" taxa de mobilidade intra - concelhia = Pop.residente c/ actividade económica e empregada taxa de mobilidade total = taxa de mobilidade intra - concelhia + taxa de mobilidade extra - concelhia - e de atracção taxa bruta de atracção = entradas emprego saldo de emprego = entradas - saídas emprego ratio: Pop. residente c/ actividade económica e empregada 1 Desequilíbrios cuja origem poderá resultar de diferentes taxas de actividade entre os concelhos, ou de diferentes níveis de desemprego, ou ainda da interacção entre concelhos próximos, traduzida em efeitos atractivos/repulsivos mais ou menos fortes exercidos sobre a mão-de-obra.

Contribuições concelhias para o emprego regional total e em ramos seleccionados (%) total agricultura, prod. animal, caça e silvicultura 0.1% 7.7% 15.3% 0.0% 2.0% 3.9% pesca indústrias extractivas 0.0% 12.4% 24.8% 0.0% 8.4% 16.9% ind. do couro e dos prod. do couro ind. da madeira e da cortiça e suas obras 0.0% 10.0% 19.9% 0.0% 16.9% 33.7%

ind. transformadoras não especificadas actividades financeiras 0.0% 13.2% 26.3% 0.1% 27.4% 54.7% Globalmente, o grau de concentração concelhia do emprego é muito elevado. Destacase sobretudo o concelho do Porto, que em 1991 respondia por cerca de 15 % do emprego de toda a Região Norte. O grupo dos 10 concelhos mais empregadores 2 assegurava mais de metade (53,7 %) do emprego regional. Ao contrário, os 10 concelhos com menores volumes de emprego 3 totalizavam apenas cerca de 1,3 % do emprego da Região Norte. Pode ainda acrescentar-se que cerca de três quartos do emprego regional se concentrava nos 22 concelhos com maior número de postos de trabalho, ou que 90 % do emprego da Região Norte se situava na metade dos concelhos mais empregadores (42 num total de 84 concelhos). O grau de concentração concelhia do emprego regional difere, porém, de acordo com o ramo de actividade. O ramo cujo emprego se reparte mais pelos vários concelhos é, de longe, o da agricultura, produção animal, caça e silvicultura, seguindo-se-lhe, à distância, os ramos da educação e da construção. Ao contrário, a concentração concelhia do emprego atinge o seu máximo nas pescas, sendo também particularmente elevada na quase totalidade dos ramos da indústria transformadora. Grau de concentração concelhia do emprego da Região Norte, por ramos de actividade ( - Índices de Gini - ) agricultura, prod animal caça e silvicultura 0,342 educação 0,606 construção 0,613 EMPREGO TOTAL DA REGIÃO NORTE 0,638 famílias c/ empregados domést.; organismos internacionais; out serviços 0,639 administração pública, defesa e segurança social obrigatória 0,647 prod e distrib de electricidade, gás e água 0,683 comércio a retalho (excepto auto); reparações bens pessoais 0,691 alojamento e restauração (restaurantes e similares) 0,695 comércio automóvel; manut. e reparação; comércio retalho combustíveis 0,710 ind alimentares, das bebidas e do tabaco 0,712 ind da madeira e da cortiça e suas obras 0,735 saúde e acção social 0,748 transportes armazenagem e comunicações 0,765 ind extractivas 0,769 comércio p/ grosso (excepto comércio automóvel e de motocic) 0,787 fabricação de outros produtos minerais não metálicos 0,792 ind metalúrgicas de base e de produtos metálicos 0,793 actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas 0,808 actividades financeiras 0,814 ind têxtil 0,826 fabric de máquinas e equipamentos ñ e. 0,841 fabric de artigos de borracha e de matérias plásticas 0,846 ind transformadoras ñ e. 0,865 ind de pasta de papel e cartão e seus artigos; edição e impressão 0,875 fabricação de material de transporte 0,875 fabricação prod químicos e fibras; fabr. coque, prod petrol refinados,etc 0,880 ind do couro e dos produtos do couro 0,908 fabricação de equipamento eléctrico e de óptica 0,910 pesca 0,940 2 Por ordem decrescente: Porto, Vila Nova de Gaia, Guimarães, Matosinhos, Braga, Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso, Santa Maria da Feira, Barcelos e Maia. 3 Por ordem crescente: Penedono, Mesão Frio, Freixo de Espada à Cinta, Vimioso, Alfândega da Fé, Sabrosa, Murça, Tabuaço. Mondim de Basto e Terras de Bouro.

O gráfico abaixo (curvas de Lorenz) indica, para cada ramo de actividade, a percentagem do respectivo emprego regional que é acumulada em determinado número de concelhos, sendo que estes se encontram ordenados por ordem crescente do respectivo volume de emprego em cada ramo. Na impossibilidade de representar todos os ramos considerados, optou-se por seleccionar os ramos correspondentes às situações extremas (agricultura e pescas) e aqueles cujo indicador de concentração (índice de Gini) mais se aproxima de determinados valores charneira (de 0,6 a 0,9, a intervalos de uma décima), bem como a curva correspondente ao emprego regional total. A recta de igual distribuição, também representada, corres-ponde a uma situação teórica em que todos os concelhos tivessem volumes de emprego rigorosamente iguais. Concentração concelhia do emprego, em ramos de actividade seleccionados ( - Curvas de Lorenz - ) 100% proporção acumulada do emprego regional de cada ramo 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% recta de igual distribuição agricultura... educação total alojamento, restaurantes ind. metalúrgicas... ind. couro... pescas 0% 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 nº de concelhos Quanto à especialização produtiva regional, avaliada pelo emprego, destacam-se os serviços e as indústrias transformadoras, com respectivamente cerca de 40 e 38 % do emprego, enquanto o sector primário e a construção asseguram, cada um, cerca de 11% do emprego. A um nível mais fino de desagregação, deve referir-se que o ramo com maior volu-me de emprego é a indústria têxtil (com cerca de 18 % do total regional), seguindo-se-lhe a construção, a agricultura e o comércio a retalho, todos com volumes de emprego entre os 9 e os 11 % do total. No seu conjunto, estes quatro ramos asseguram perto de metade (48,3 %) do emprego da Região Norte. Importa, no entanto, notar que esta estrutura sofre variações bastante fortes a nível infra-regional. Assim, em 51 dos concelhos do Norte a agricultura é o ramo dominante: é o que acontece na sub-região (NUTS III) Minho- Lima (à excepção da sua faixa litoral), nos concelhos mais a Norte das sub-regiões Cávado e Ave, em toda a sub-região de Alto Trás-os-Montes, na sub-região Douro (com a excepção única de Vila Real), nas zonas Norte e Sudeste da sub-região Tâmega e, ainda, no concelho de Arouca, já na sub-região de Entre Douro e Vouga. Em 14 destes casos, a agricultura assegura mesmo mais de metade do emprego concelhio. Quanto à indústria têxtil, ela é preponderante no emprego de 18 concelhos, que

Distribuição sectorial do emprego da Região Norte sector primário 11,1 % agricultura, produção animal, caça e silvicultura 10,3 % restante sector primário 0,8 % sector secundário 49,0 % ind. têxtil 17,9 % construção 10,6 % ind. do couro e dos produtos do couro 4,6 % ind. metalúrgicas de base e de produtos metálicos 3,4 % ind. transformadoras ñ e. 2,5 % ind. da madeira e da cortiça e suas obras 2,2 % restante sector secundário 7,9 % sector terciário 39,9 % comércio a retalho (excepto automóveis e motociclos); reparações bens pessoais e domésticos 9,5 % administração pública, defesa e segurança social obrigatória 4,7 % outras activ. de serviços colectiv. sociais e pessoais; famílias c/ empreg. domést.; organismos internacionais e out. instituições extra 4,6 % territoriais educação 4,6 % transportes, armazenagem e comunicações 3,2 % saúde e acção social 2,8 % alojamento e restauração (restaurantes e similares) 2,7 % comércio, manutenção e reparação de veíc. automóveis e motociclos; comércio a retalho de combustív. p/ veículos 2,4 % actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas 2,2 % restante sector terciário 3,5 % correspondem à parte Sul da sub-região Cávado, à sub-região Ave (com excepção de Vieira do Minho), à sub-região do Grande Porto (excluídos o Porto e Gondomar), e ainda a três concelhos da sub-região Tâmega (Marco de Canavazes, Penafiel e Lousada). Num destes concelhos (Santo Tirso) sucede mesmo que mais de metade do emprego se situa na indústria têxtil. Nos restantes concelhos, os ramos mais empregadores são a construção (na faixa litoral do Minho-Lima, em Amares e no conjunto Amarante-Vila Real), a indústria do couro e dos produtos do couro (em Felgueiras e na metade ocidental da sub-região Entre Douro e Vouga), o comércio a retalho (no Porto e em Gondomar), as indústrias extractivas (em Castelo de Paiva), as indústrias metalúrgicas de base e de produtos metálicos (em Vale de Cambra), ou ainda indústrias transformadoras não especificadas (em Paredes e Paços de Ferreira). Globalmente, e como aliás resulta do que se referiu atrás quanto ao peso relativo dos ramos mais empregadores, o grau de concentração sectorial do emprego é relativamente elevado 4. O cartograma da página seguinte, no entanto, mostra que essa mesma concentração é particularmente elevada em alguns concelhos do interior, nomeada-mente do Alto Minho, de Alto Trás-os-Montes, do Douro e de algumas zonas da sub-região Tâmega, denunciando uma estrutura produtiva pouco diversificada, demasiado centrada na agricultura. Ao contrário, a concentração sectorial do emprego tende a ser menor (correspondendo a uma maior diversificação do tecido produtivo) em zonas marcadas pela sua litoralidade ou pela existência de polos urbanos importantes, nomeadamente no Grande Porto, no litoral do Minho-Lima e nalguns outros concelhos, como Braga, Oliveira de Azeméis, Castelo de Paiva, ou mesmo concelhos situados um pouco mais no interior, como Amarante e Vila Real. 4 Índice de Gini da ordem de 0,54.

Grau de concentração sectorial do emprego, nos concelhos da Região Norte (- Índices de Gini -) 0.481 a 0.649 0.649 a 0.695 0.695 a 0.787 0.787 a 0.833 0.833 a 0.877 O gráfico seguinte (curvas de Lorenz) relaciona, para alguns concelhos, a percentagem do respectivo emprego que é acumulada em determinado número de ramos de actividade, sendo que estes se encontram ordenados por ordem crescente do respectivo volume de emprego em cada concelho. Na impossibilidade de representar todos os concelhos, optou-se por seleccionar os correspondentes às situações extremas (Vila Nova de Gaia e Vinhais) e aqueles cujo indicador de concentração (índice de Gini) mais se aproxima dos valores retidos como limites das classes representadas no cartograma anterior, bem como a curva correspondente à Região Norte globalmente considerada. A recta de igual distribuição, também representada, corresponde a uma situação teórica em que todos os ramos de actividade tivessem volumes de emprego rigorosamente iguais. Tradicionalmente, em lugares de Concentração sectorial do emprego, em concelhos seleccionados ( - Curvas de Lorenz - ) 100% 90% percentagem acumulada do emprego concelhio 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% recta de igual distribuição Vila Nova de Gaia Região NORTE Vila Real Marco de Canaveses Murça Arcos de Valdevez Vinhais 0% 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 nº de ramos de actividade

DESLOCAÇÕES CASA - TRABALHO reduzida dimensão e de cariz essencialmente rural, as deslocações casa-trabalho ocorrem sobretudo a um nível local, não assumindo por isso uma relevância particularmente significativa. No entanto, com o crescimento dos centros urbanos (resultando, a partir de certa dimensão, na especialização de parcelas de território em funções diferenciadas, sejam residenciais, industriais, comerciais, ou outras) e com a diversificação do tecido produtivo (nomeadamente com o surgimento de unidades produtivas de grande dimensão, cuja capacidade de atrair mão-de-obra ultrapassa frequentemente a escala local), as deslocações casatrabalho-casa tornam-se frequentemente mais longas, mais demoradas e ganham relevância a vários níveis. Por um lado, contribuem para definir um conjunto de necessidades que devem ser satisfeitas pelo(s) sistema(s) de transportes. Por outro lado, permitem identificar as relações de complementaridade que a procura de mãode-obra, enquanto factor produtivo espacialmente localizado, impõe entre as diversas parcelas do território. O conhecimento rigoroso destas deslocações pendulares constitui assim um dado de partida que nenhuma política de ordenamento do território poderá pretender ignorar. Os maiores fluxos pendulares casatrabalho inter-concelhios ocorrem, naturalmente, nas zonas onde se concentra grande parte do emprego - em particular, no Grande Porto. O mapa seguinte identifica esses fluxos e, ao fazê-lo, cita também os concelhos com maiores volumes de entradas e de saídas. Há um efeito dimensão que proporciona um elevado grau de coincidência entre os concelhos que apresentam os maiores valores em todas estas variáveis. Fluxos casa - trabalho interconcelhios superiores a 2000 activos empregados, na Região Norte 1 1-2- 3-4- 5-6- 7-8- 9-10- 11-12- 13-14- 15-16- 17-18- 19- VilaVerde Braga Póvoa de Varzim Vila Nova de Famalicão Guimarães ViladoConde Santo Tirso Lousada Matosinhos Maia Valongo Paredes Penafiel Porto Vila Nova de Gaia Gondomar Santa Maria da Feira SãoJoãodaMadeira Oliveira de Azeméis 3 2 4 6 7 9 10 11 12 14 15 16 17 18 19 5 8 13 17.800 a 26.700 8.000 a 10.400 4.200 a 4.800 3.000 a 4.000 2.000 a 3.000

Uma análise conduzida em termos relativos, no entanto, deverá permitir contornar aquele efeito. Os cartogramas publicados a seguir indicam, a nível concelhio, as intensidades relativas das deslocações casatrabalho, avaliadas sob diversas ópticas. Os concelhos cujos residentes empregados apresentam, globalmente, maior mobilidade no que concerne às deslocações casa-trabalho são os do Grande Porto (com excepção da Póvoa de Varzim), o conjunto Braga-Guimarães-Vila Nova de Famalicão, alguns concelhos do Tâmega (Castelo de Paiva, Penafiel, Lousada e Amarante) e ainda, um pouco mais no interior da região, Vila Real. Em alguns destes concelhos a mobilidade é sobretudo intra-concelhia, como por exemplo em Vila Real, Guimarães ou Braga. Noutros, porém, como Valongo ou Gondomar, a mobilidade é predominantemente dirigida para fora dos limites do concelho. Alguns outros concelhos distinguemse por registarem valores relativamente elevados em apenas um dos tipos de mobilidade e baixos no outro tipo, não se contando por isso entre os que registam maiores índices de mobilidade total. Assim, em Viana do Castelo, Felgueiras ou Valença, a mobilidade intra-concelhia é elevada, mas é baixa a mobilidade extraconcelhia. Em Cinfães e Baião, pelo contrário, vive-se a situação oposta. Grande parte dos concelhos com maiores valores para a taxa bruta de atracção contam-se também entre aqueles que registam maiores níveis de mobilidade, com destaque, mais uma vez para o Grande Porto. Concelhos como São João da Madeira ou Ponte da Barca, no entanto, conciliam elevados valores para a taxa bruta de atracção com níveis relativamente modestos de mobilidade. Deslocações casa - trabalho: intensidades relativas taxa de mobilidade total % 7.7% a 14.9% 14.9% a 25.9% 25.9% a 42.6% 42.6% a 55.4% 55.4% a 70.9% taxa de mobilidade extra-concelhia % 2.0% a 4.9% 4.9% a 8.3% 8.3% a 15.4% 15.4% a 23.5% 23.5% a 52.4% taxa de mobilidade intra-concelhia % 1.2% a 8.9% 8.9% a 14.3% 14.3% a 20.7% 20.7% a 29.0% 29.0% a 58.4% taxa bruta de atracção % 1.8% a 4.4% 4.4% a 6.9% 6.9% a 10.3% 10.3% a 15.7% 15.7% a 58.5%

Os dados apresentados nos cartogramas anteriores permitem ainda a seguinte conclusão: cerca de dois quintos dos concelhos da Região Norte constituem espaços onde as deslocações casa-trabalho ocorrem essencialmente a um nível local. Trata-se de concelhos que evidenciam uma grande capacidade de fixação da sua população residente empregada (inclusive ao nível das freguesias), mas que ao mesmo tempo não exibem qualquer poder de atracção significa-tivo sobre os activos residentes nos concelhos vizinhos. O carácter marcadamente rural do interior da região, bem como a inexistência de polos urbanos suficientemente dinâmicos nesse mesmo interior, assim o justificam 5. O mapa abaixo identifica os concelhos em causa. Notase uma mancha formada por alguns concelhos do Alto Minho, pela sub-região (NUTS III) de Alto Trás-os-Montes (com a única excepção de Miranda do Douro), por grande parte da subregião Douro (à excepção dos concelhos que fazem a fronteira ocidental desta sub-região, desde Vila Real a Tarouca) e ainda pelos concelhos de Resende, Mondim de Basto e Ribeira de Pena (todos na sub-região Tâmega). Todos estes concelhos cumprem, concomitantemente, as seguintes condições: - pelo menos 90 % da população empregada residente no concelho exerce a sua actividade no próprio concelho, isto é: a taxa de mobilidade extra-concelhia não ultrapassa os 10 %; - da mesma forma, pelo menos 90 % dos activos empregados no concelho residem no próprio concelho, isto é: a taxa bruta de atracção é, no máximo, cerca de 10 %; - pelo menos 70 % da população empregada residente no concelho exerce a sua actividade na própria freguesia onde reside; - finalmente, a taxa de mobilidade intra-concelhia não ultrapassa os 25 %. Para além disso, constata-se ainda que a taxa de mobilidade total oscila, neste grupo de concelhos, entre cerca de 8 % (em Valpaços e Boticas) e 28 % (em Chaves). Assim, podemos dizer que, no que respeita às deslocações pendulares, estes concelhos constituem não apenas espaços tendencialmente fechados, mas também espaços onde são relativamente reduzidos os fluxos intra-concelhios entre freguesias distintas. O concelho de Vila Real constitui um caso único. Embora se possa dizer que se trata de um espaço relativamente fechado (uma vez que os fluxos pendulares com outros concelhos são pouco expressivos), distingue-se dos concelhos anteriormente referidos pelo facto de registar uma forte mobilidade intra-concelhia (cerca de 50 %). Em resultado, apenas cerca de 45 % da população empregada residente em Vila Real exerce a sua actividade na freguesia onde reside. Concelhos com reduzida expressão dos movimentos pendulares 5 Não nos esqueçamos que estamos a trabalhar com dados referentes ao ano de 1991.

A mobilidade e a dimensão física das freguesias Os indicadores de mobilidade que têm vindo a ser utilizados podem ser perturbados pelo facto de as unidades territoriais (concelhos ou freguesias) não terem uma dimensão uniforme. De facto, compreendese facilmente que num concelho (ou numa freguesia) de reduzida dimensão será mais provável que os seus residentes realizem deslocações casa-trabalho para fora dessa unidade territorial, do que num outro concelho (ou freguesia) de dimensão bastante maior e, em tudo o resto, de idênticas características, onde os residentes possam até realizar deslocações casa-trabalho relativamente longas sem abandonar a unidade territorial de residência. O cartograma abaixo representa, para cada freguesia, um indicador de imobilidade: a proporção de residentes empregados que exercem a sua profissão na própria freguesia de residência. Nota-se que, de modo genérico, é sobretudo em freguesias do interior que aquela proporção é mais elevada. Acontece que é também no interior que, genericamente, se localizam algumas das freguesias de maior dimensão territorial. Procuramos construir um indicador simples que, tanto quanto possível, expurgasse a influência da dimensão física das freguesias sobre a proporção de activos empregados a trabalhar na própria freguesia de residência. Aceitando a hipótese de que serão sobretudo os residentes junto à fronteira das freguesias aqueles que, em princípio, terão uma probabilidade maior de, ao se deslocarem para o seu local de trabalho, abandonarem a freguesia de residência, parece mais correcto corrigir aquele indicador de imobilidade de acordo com o perímetro do que de acordo com a área das freguesias. No entanto, apenas a área das freguesias é conhecida, não se dispondo de informação quanto aos respectivos perímetros. Introduziu-se então a hipótese da forma circular das freguesias. Trata-se de uma hipótese que, em certas freguesias, sem dúvida que se afasta bastante da realidade. No entanto, globalmente, acredita-se que funcione como uma hipótese razoável. O perímetro das freguesias foi então aproximado relacionando as expressões, conhecidas, da área e do perímetro do círculo. Estes perímetros assim calculados revelaram-se, contudo, como uma correcção demasiado forte. Note-se que em círculos (freguesias) de maior dimensão a relação entre área e perímetro é bastante maior do que em círculos de menor dimensão. Assim, em freguesias maiores, o interior da freguesia representa, face à vizinhança da freguesia, uma possível área de atracção relativamente maior do que em freguesias de menor dimensão. Havia por isso que procurar um factor de correcção que, dependendo embora do perímetro calculado, variasse com ele de forma menos que proporcional. Pudemos então corrigir o indicador de imobilidade acima descrito dividindo-o pelo logaritmo do perímetro calculado para cada freguesia. O resultado encontrase representado no cartograma da página seguinte. A dicotomia litoral/interior continua a manifestar-se, mas de forma menos acentuda do que antes. O Alto Minho parece surgir agora como a zona de maior imobilidade na Região Norte, o que possivelmente se prenderá com as características orográficas locais. % de residentes empregados a trabalhar na própria freguesia de residência 6.7% a 28.0% 28.8% a 44.4% 44.4% a 61.4% 61.4% a 78.8% 78.8% a 92.2% 92.2% a 100.0% (continua)

indicador corrigido de imobilidade menor Nota: nos cartogramas acima, a construção das classes foi feita de acordo com estatísticas de ordem. Assim, os limites das classes correspondem ao mínimo, ao 1º, 3º, 5º, 7º e 9º decis e ao máximo da distribuição das variáveis em causa. maior PÓLOS DE EMPREGO A taxa bruta de atracção é uma medida insuficiente da capacidade atractiva sobre a mão-de-obra residente noutros concelhos, uma vez que apenas tem em conta os fluxos de entrada e ignora por completo os fluxos de saída, não permitindo por isso avaliar em termos líquidos aquela capacidade. O saldo entre entradas e saídas 6 exprime, face ao número de activos empregados residentes no concelho, o excesso (quando positivo) ou défice (se negativo) de postos de trabalho a nível concelhio. Por seu turno, o ratio entre emprego e população residente activa empregada traduz, em termos relativos, o impacto daquele excesso ou défice 7. Capacidade atractiva em termos líquidos saldo de emprego (entradas - saídas) -26218 a -2000-2000 a -500-500 a 0 0 a 500 500 a 2000 2000 a 90426 ratio emprego/resid. activ. empreg. 0.59 a 0.9 0.9 a 0.95 0.95 a 1.00 1.00 a 1.05 1.05 a 1.10 1.10 a 1.96 6 Note-se que a diferença (entradas - saídas) é equivalente à diferença (emprego - população residente activa empregada). emprego 7 Note-se também que: residentes activos empregados = 1 + entradas - saídas residentes activos empregados

Da análise dos cartogramas anteriores resulta imediatamente o seguinte: em termos genéricos, as mais importantes situações de ganho ou perda líquida resultantes do balanço entre entradas e saídas ocorrem na metade mais ocidental da região, enquanto a generalidade dos concelhos situados no interior tendem, pelo contrário, a observar um certo equilíbrio entre emprego e residentes activos empregados. Os concelhos que registam maior saldo entre entradas e saídas são, por ordem decrescente, o Porto, São João da Madeira, Guimarães, Felgueiras, Vila Nova de Famalicão, Viana do Castelo, Braga, Ponte da Barca e Vila Real. Nos casos de Vila Nova de Famalicão, Braga e Vila Real, no entanto, o valor daquele saldo é resultante sobretudo da dimensão concelhia, uma vez que corresponde a um ratio pouco expressivo entre emprego e residentes empregados. Ao contrário, concelhos como Miranda do Douro, Vila Nova de Foz Côa, Valença ou Montalegre apresentam valores relativamente elevados para o ratio emprego/ residentes empregados, mas o respectivo saldo entre entradas e saídas não vai além dos cerca de 300 indivíduos. Assim, são os concelhos do Porto, São João da Madeira, Guimarães, Felgueiras, Viana do Castelo e Ponte da Barca que nos aparecem como os principais pólos de emprego da Região Norte 8. O quadro seguinte estabelece uma comparação entre aqueles concelhos, segundo as variáveis que têm vindo a ser consideradas na análise. Torna-se evidente que o Porto e São João da Madeira são, de longe, os mais fortes pólos de emprego 9. O Porto afirma-se como o único pólo de emprego de vocação claramente orientada para o sector terciário, enquanto em São João da Madeira, Guimarães e Felgueiras existe um claro predomínio do secundário. Por seu turno, em Viana do Castelo observa-se um forte equilíbrio entre as importâncias relativas do secundário e do terciário. Finalmente, em Ponte da Barca, os três grandes sectores de actividade económica quase se equivalem, notando-se contudo um ligeiro predomínio do sector primário. Caracterização de alguns dos principais pólos de emprego da Região Norte variáveis concelhos Porto São João da Madeira Guimarães Felgueiras Viana do Castelo Ponte da Barca População Residente Empregada 131 365 9 329 78 255 24 150 32 929 4 654 saídas 23 614 1 775 6 505 2 361 2 507 290 entradas 114 039 10 658 12 726 5 211 4 265 1 068 Emprego 221 790 18 212 84 476 27 000 34 687 5 432 % emprego no sector primário 0,3 % 0,3 % 2,7 % 6,2 % 12,0 % 38,5 % % emprego no sector secundário 29,5 % 68,8 % 73,8 % 74,0 % 44,1 % 31,5 % % emprego no sector terciário 70,2 % 30,9 % 23,5 % 19,7 % 43,8 % 29,9 % taxa de mobilidade extraconcelhia taxa de mobilidade intraconcelhia 17,98 % 19,03 % 8,31 % 9,78 % 7,61 % 6,23 % 52,91 % (*) 51,03 % 40,10 % 44,20 % 19,34 % taxa de mobilidade total 70,88 % 20,21 % 59,34 % 49,87 % 51,81 % 25,57 % taxa bruta de atracção 51,42 % 58,52 % 15,06 % 19,30 % 12,30 % 19,66 % ratio Emprego / População Residente Empregada 1,688 1,952 1,079 1,118 1,053 1,167 saldo de emprego (entradas - saidas 90 425 8 883 6 221 2 850 1 758 778 ) (*)-Tendo em conta que o concelho de São João da Madeira é composto por uma única freguesia, não faz sentido pretender calcular a respectiva taxa de mobilidade intra-concelhia. 8 Usamos a expressão pólo de emprego para referenciar um concelho com forte capacidade líquida de atracção de mão-de-obra, quer em termos absolutos (saldo), quer em termos relativos (ratio). 9 Importa reconhecer que São João da Madeira constitui um caso particular, por se tratar de um pequeno concelho composto por uma única freguesia. Na realidade, quando se conduz a análise em termos concelhios, São João da Madeira está simultaneamente a ser tratado a um nível mais fino de desagregação geográfica, correspondente à freguesia. Tal facto, porém, não contraria a importância de este ser um concelho que se destaca dos demais, pelos motivos já apontados no texto. Na realidade, este destaque não fica a dever-se apenas à pequena dimensão de São João da Madeira; outros pequenos concelhos, como por exemplo Espinho (que geograficamente até nem se situa muito longe de São João da Madeira), não conseguem o realce que São João da Madeira alcança. Por outro lado, é igualmente lícito supôr que, numa hipotética análise conduzida ao nível de freguesia (inviável por insuficiência dos dados), São João da Madeira fosse ultrapassado por algumas outras freguesias da região Norte (nomeadamente do Grande Porto), que evidenciassem um maior dinamismo.

Porto O Porto assegura uma média aproximada de cinco postos de trabalho por cada três activos empregados residentes no concelho. Os valores referentes à mobilidade intra-concelhia e à taxa de atracção bruta são os segundos mais elevados da região Norte, apenas superados por, respectivamente, Braga e São João da Madeira. A população empregada residente no Porto é a que apresenta o maior grau de mobilidade total. Quase um quarto dos indivíduos que trabalham no concelho do Porto sem nele residirem deslocam-se quotidianamente de Vila Nova de Gaia, enquanto mais de metade residem em Gondomar, Matosinhos, Maia ou Valongo. Principais fluxos de pessoas não residentes que trabalham no concelho do Porto origem Vila Nova de Gaia Gondomar Matosinhos Maia Valongo Penafiel Paredes Marco de Canaveses Vila do Conde Santo Tirso Amarante Baião Lousada fluxo 26 697 22 826 17 882 10 321 9 640 3 974 3 000 1 740 1 700 1 344 1 287 1 221 1 170 sectores de actividade Emprego Repartição por sectores de actividade do emprego e dos fluxos de entrada no Porto (%) fluxos de entrada provenientes de: Total Vila Nova de Gaia Gondomar Matosinhos Maia Valongo primário 0,3% 0,3% 0,3% 0,2% 0,2% 0,2% 0,1% 0,7% 0,4% 1,0% 0,5% 0,4% 0,4% 0,5% 0,3% secundário 29,5% 32,9% 26,4% 30,3% 28,6% 30,6% 27,8% 49,8% 39,0% 72,4% 49,5% 36,9% 73,4% 71,6% 42,9% terciário 70,2% 66,8% 73,3% 69,5% 71,2% 69,2% 72,0% 49,5% 60,6% 26,6% 49,9% 62,7% 26,2% 27,9% 56,8% ramos de actividade comércio a retalho (exc. auto); reparações bens pessoais Emprego Penafiel Paredes Marco de Canavezes Repartição por ramos de actividade do emprego e dos fluxos de entrada no Porto (%) fluxos de entrada provenientes de: Total Vila Nova de Gaia Gondomar Matosinhos Maia Valongo Penafiel 13,6% 12,3% 15,5% 14,9% 12,6% 12,5% 11,8% 4,9% 10,7% 1,4% 7,9% 10,0% 1,8% 1,6% 3,6% construção 8,7% 12,9% 7,2% 7,0% 6,4% 10,2% 8,5% 32,2% 16,0% 64,3% 25,5% 14,7% 64,6% 66,7% 20,7% administração pública, defesa e segurança social obrigatória 8,1% 9,2% 8,6% 8,4% 8,2% 8,5% 10,2% 14,9% 10,0% 7,3% 7,7% 10,7% 4,6% 4,8% 19,3% transportes, armazenagem e comunicações 7,1% 9,2% 8,9% 8,8% 7,2% 7,0% 12,5% 11,6% 11,4% 10,7% 4,5% 11,3% 10,8% 11,5% 20,5% indústria têxtil 7,0% 6,0% 6,0% 8,2% 6,5% 6,1% 5,7% 3,8% 5,8% 1,4% 5,2% 6,3% 0,9% 0,6% 2,9% saúde e acção social 6,8% 6,6% 5,8% 6,9% 8,9% 10,6% 7,8% 2,9% 3,0% 1,1% 5,4% 5,1% 1,5% 1,1% 1,2% Paredes Marco de Canavezes Vila do Conde Vila do Conde Santo Tirso Santo Tirso Amarante Amarante Baião Baião Lousada Lousada out serv colect e sociais; famil c/ emp domést; org internacion 6,8% 4,3% 4,1% 5,0% 4,8% 3,9% 3,8% 6,2% 10,0% 2,8% 1,6% 3,1% 1,6% 2,1% 1,6% actividades financeiras 5,4% 5,8% 8,2% 4,8% 6,5% 6,5% 6,9% 1,0% 2,4% 0,2% 6,5% 4,7% 0,4% 0,2% 0,9% actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas 5,4% 4,9% 5,8% 4,8% 6,4% 5,1% 4,9% 1,8% 3,4% 0,6% 4,8% 4,8% 1,6% 0,5% 1,7% educação 5,3% 3,6% 3,7% 3,4% 4,9% 4,1% 3,0% 1,0% 1,4% 0,7% 4,6% 3,5% 0,7% 0,5% 1,1% alojamento e restauração (restaurantes e similares) 4,5% 3,7% 4,6% 4,3% 3,5% 3,6% 3,8% 1,6% 2,6% 1,0% 0,9% 1,0% 1,1% 3,6% 1,2% comércio por grosso (exc. auto) 3,9% 3,9% 4,6% 4,2% 4,4% 3,9% 3,8% 1,7% 2,4% 0,5% 2,2% 4,8% 1,1% 0,8% 2,7% comércio, man e repar de veíc auto e moto; comérc retalh comb p/ veíc 3,1% 3,3% 3,4% 4,0% 3,7% 3,4% 3,6% 1,9% 3,5% 0,3% 3,7% 3,7% 1,1% 1,1% 3,0% ind. de pasta, de papel e cartão e seus artigos; edição e impressão 2,6% 2,4% 2,7% 2,2% 3,1% 3,0% 2,2% 1,5% 1,7% 0,2% 6,2% 2,1% 0,2% 0,2% 0,9% ind. metalúrgicas de base e de produtos metálicos 2,4% 2,5% 2,1% 2,8% 2,5% 2,0% 2,2% 3,1% 4,4% 2,0% 2,4% 3,9% 1,9% 1,1% 7,3% outros ramos de actividade 9,0% 9,5% 8,7% 10,3% 10,4% 9,5% 9,4% 9,9% 11,5% 5,5% 10,8% 10,3% 6,2% 3,6% 11,4%

A especialização do emprego do concelho do Porto privilegia grandemente o sector terciário, sendo pelo contrário quase nula a expressão do sector primário. Por seu turno, os únicos ramos do sector secundário com expressão relevante no emprego do Porto são a construção e a indústria têxtil, enquanto no terciário se destaca sobretudo o comércio a retalho. Os fluxos de entrada, globalmente considerados, reproduzem de forma aproximada esta estrutura, havendo apenas a referir um ligeiro reforço do peso do sector secundário. No entanto, é possível identificar, entre as origens seleccionadas, grupos de concelhos cujos fluxos de entrada no Porto têm especializações produtivas bastante distintas. Assim, os activos que trabalham no Porto e residem nos concelhos mais próximos (Vila Nova de Gaia, Gondomar, Matosinhos, Maia ou Valongo) enquadram-se maioritariamente no sector terciário, com destaque para o comércio a retalho (apenas ultrapassado, no caso de Valongo, pelo ramo de transportes, armazenagem e comunicações). Quanto às entradas provenientes de Paredes, Santo Tirso ou Lousada, a preponderância do sector terciário é já menor, sendo a construção o ramo mais representativo. Em relação a outros dois concelhosorigem (Penafiel e Vila do Conde), os sectores secundário e terciário têm pesos equivalentes, sendo novamente a construção o ramo dominante. Finalmente, em relação aos concelhos-origem mais distantes do Porto (Marco de Canavezes, Amarante e Baião), o sector secundário é largamente preponderante, devido ao grande peso do ramo construção. O fluxo de residentes no Porto que trabalham noutros concelhos é, naturalmente, mais reduzido. Mais de um terço dirige-se para Matosinhos, enquanto mais de dois quintos têm como destino Vila Nova de Gaia, Maia ou Gondomar. Principais fluxos de pessoas residentes no Porto que trabalham fora deste concelho destino Matosinhos Vila Nova de Gaia Maia Gondomar Valongo Santo Tirso Vila Nova de Famalicão Vila do Conde Paredes Braga Penafiel fluxo 8 047 4 300 3 450 2 011 696 463 411 386 322 239 233

Um pouco mais de metade destes indivíduos trabalham no sector terciário, destacando-se os ramos da educação, do comércio a retalho e dos transportes, armazenagem e comunicações. O ramo de actividade mais comum entre os residentes no Porto que trabalham noutros concelhos é, porém, a indústria têxtil, sendo igualmente de destacar as indústrias metalúrgicas de base e de produtos metálicos. Os fluxos destinados aos concelhos de Matosinhos, Vila Nova de Gaia, Valongo, Santo Tirso e Vila do Conde, apresentam uma repartição por sectores/ramos de actividade semelhante à descrita, com o sector terciário a exercer um predomínio relativamente moderado e com os ramos da indústria têxtil, educação e comércio a retalho a assumirem posições de destaque. Em relação às saídas para os concelhos da Maia, Gondomar e Vila Nova de Famalicão, o predomínio da indústria têxtil é ainda mais significativo (correspondendo a entre um quinto e um terço do total dos respectivos fluxos), sendo essa a principal razão para o facto de, em relação a estes destinos, o sector secundário ser ligeiramente maioritário. Finalmente, em relação aos fluxos dirigidos aos concelhos de Paredes, Braga e Penafiel, há a assinalar um predomínio bastante forte do sector terciário, destacando-se sobretudo o ramo educação, mas também a saúde e acção social e a administração pública (e ainda, no caso de Braga, o comércio a retalho). sectores de actividade Repartição por sectores de actividade dos fluxos de saída do Porto (%) fluxos de saída destinados a: Total Matosinhos Vila Nova de Gaia Maia Gondomar Valongo Santo Tirso Vila Nova de Famalicão primário 0,8% 0,7% 0,2% 0,4% 0,2% 0,7% 1,1% 1,0% 1,3% 1,2% 0,8% 2,1% secundário 44,1% 42,8% 41,4% 57,4% 54,3% 41,1% 44,9% 55,2% 41,2% 18,6% 26,8% 15,0% terciário 55,2% 56,4% 58,5% 42,2% 45,5% 58,2% 54,0% 43,8% 57,5% 80,1% 72,4% 82,8% Vila do Conde Paredes Braga Penafiel ramos de actividade Repartição por ramos de actividade dos fluxos de saída do Porto (%) Total Matosinhos Vila Nova de Gaia Maia fluxos de saída destinados a: Gondomar Valongo Santo Tirso Vila Nova de Famalicão Vila do Conde Paredes Braga Penafiel indústria têxtil 13,3% 11,3% 7,3% 20,6% 22,5% 17,8% 22,5% 33,6% 20,2% 4,3% 8,8% 4,7% educação 11,3% 7,1% 8,5% 6,1% 14,6% 17,5% 20,1% 11,9% 15,8% 46,0% 19,7% 34,8% comércio a retalho (exc. auto); reparações bens pessoais transportes, armazenagem e comunicações ind. metalúrgicas de base e de produtos metálicos administração pública, defesa e segurança social obrigatória 9,4% 10,1% 11,2% 8,1% 10,3% 9,1% 8,0% 5,4% 11,4% 4,3% 11,7% 4,3% 6,4% 11,4% 4,2% 7,0% 1,5% 2,4% 1,1% 1,7% 2,8% 0,3% 2,1% 4,7% 5,8% 7,0% 4,5% 6,7% 7,8% 6,6% 7,3% 1,9% 2,1% 1,9% 0,4% 0,4% 5,3% 6,0% 4,3% 2,4% 2,7% 5,3% 7,6% 2,9% 7,0% 6,8% 8,4% 7,3% saúde e acção social 5,2% 2,9% 7,7% 2,2% 3,0% 6,2% 6,5% 11,9% 8,0% 11,5% 13,4% 18,0% construção 5,1% 5,3% 6,2% 5,4% 5,6% 3,9% 2,2% 2,2% 1,6% 0,9% 5,0% 4,7% comércio por grosso (exc. auto) 4,7% 5,6% 5,7% 6,1% 2,9% 3,4% 3,2% 1,7% 3,6% 1,9% 2,9% 1,3% fabr coque, prod petrolíf refin, comb nuclear; fab prod quím e de fibras ind. alimentares, das bebidas e do tabaco actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas 3,8% 5,4% 2,0% 6,4% 1,5% 0,9% 2,8% 2,2% 2,8% 0,3% 0,4% 0,0% 3,5% 5,5% 4,3% 2,6% 1,3% 1,7% 1,1% 2,2% 4,4% 1,2% 0,0% 2,1% 3,4% 3,3% 4,4% 3,0% 2,0% 4,2% 3,0% 3,2% 2,6% 2,8% 4,2% 2,6% outros ramos de actividade 22,6% 19,0% 29,7% 23,5% 24,3% 21,0% 14,7% 19,2% 17,6% 17,7% 23,0% 15,0%

São João da Madeira São João da Madeira assegura praticamente 2 postos de trabalho por cada um dos seus residentes empregados. Este concelho regista também a mais elevada taxa bruta de atracção de todo o Norte. Cerca de três quartos dos não residentes que trabalham em São João da Madeira provêm dos concelhos de Santa Maria da Feira e de Oliveira de Azeméis, destacandose ainda Arouca e Ovar (este último já pertencente à região Centro). Principais fluxos de pessoas não residentes que trabalham no concelho de São João da Madeira origem Santa Maria da Feira Oliveira de Azeméis Arouca Ovar Vale de Cambra Vila Nova de Gaia Porto Castelo de Paiva fluxo 4 211 3 747 577 522 312 300 196 157 A estrutura sectorial do emprego e dos fluxos de entrada em São João da Madeira é bastante idêntica, com a indústria do couro e dos produtos do couro (ramo onde se inclui a indústria do calçado) a assumir um papel de destaque. Os fluxos provenientes de alguns dos concelhos apontados têm contudo uma distribuição por sectores e ramos de actividade algo distinta. Em particular, os residentes em Vila Nova de Gaia e no Porto que trabalham em São João da Madeira tendem a concentrar-se relativamente menos no sector secundário e um pouco mais no terciário, nomeadamente nos ramos do comércio a retalho, da educação e (sobretudo no caso do Porto) da saúde e acção social. Repartição por sectores de actividade do emprego e dos fluxos de entrada em São João da Madeira (%) fluxos de entrada, provenientes de: sectores de actividade Emprego Sta. Maria Oliveira de Vale Vila Nova Total Arouca Ovar da Feira Azeméis de Cambra de Gaia Porto Castelo de Paiva primário 0,33 % 0,28 % 0,19 % 0,21 % 0,69 % 0,19 % 0,32 % 0,00 % 0,00 % 1,27 % secundário 68,77 % 73,60 % 73,59 % 78,92 % 67,59 % 72,80 % 70,19 % 55,00 % 53,06 % 81,53 % terciário 30,90 % 26,12 % 26,22 % 20,87 % 31,72 % 27,01 % 29,49 % 45,00 % 46,94 % 17,20 %

Repartição por ramos de actividade do emprego e dos fluxos de entrada em São João da Madeira (%) fluxos de entrada, provenientes de: ramos de actividade Emprego Sta. Maria Oliveira de Vale Vila Nova Castelo Total Arouca Ovar Porto da Feira Azeméis de Cambra de Gaia de Paiva ind. do couro e dos produtos do couro 38,22 % 36,94 % 40,01 % 41,71 % 33,80 % 31,99 % 27,56 % 22,00 % 17,86 % 33,76 % comércio a retalho (exc. auto); reparações bens pessoais 9,08 % 7,08 % 8,55 % 5,82 % 3,47 % 6,32 % 6,41 % 9,67 % 10,71 % 2,55 % indústria têxtil 7,80 % 7,72 % 7,08 % 9,37 % 4,16 % 6,32 % 14,74 % 6,67 % 8,16 % 3,82 % ind. metalúrgicas de base e de produtos metálicos 6,93 % 9,04 % 10,14 % 9,79 % 6,59 % 6,32 % 8,01 % 7,33 % 7,65 % 3,82 % construção 4,52 % 6,50 % 5,94 % 1,84 % 12,48 % 9,20 % 8,01 % 7,33 % 2,04 % 25,48 % educação 3,56 % 3,06 % 3,02 % 2,27 % 1,91 % 4,41 % 1,60 % 10,00 % 8,16 % 0,00 % administração pública, defesa e segurança social obrigatória 3,24 % 2,73 % 2,30 % 2,11 % 7,28 % 1,53 % 4,49 % 3,33 % 2,55 % 5,73 % indústrias transformadoras n.e. 3,00 % 3,55 % 2,02 % 5,12 % 3,29 % 4,98 % 3,21 % 1,67 % 2,55 % 2,55 % saúde e acção social 2,49 % 2,43 % 2,09 % 1,84 % 4,51 % 2,11 % 4,81 % 4,67 % 10,20 % 0,00 % out serv colect e sociais; famíl c/ emp domést; org internacion transportes, armazenagem e comunicações 1,97 % 1,56 % 1,83 % 1,20 % 2,60 % 1,72 % 1,60 % 1,33 % 0,00 % 0,64 % 1,95 % 2,20 % 1,71 % 1,60 % 6,24 % 2,49 % 1,92 % 3,00 % 4,08 % 1,91 % outros ramos de actividade 17,23 % 17,20 % 15,32 % 17,32 % 13,69 % 22,61 % 17,63 % 23,00 % 26,02 % 19,75 % As situações de residentes em São João da Madeira que trabalham fora do concelho são em número bastante mais reduzido. Entre os principais destinos contase, de forma algo surpreendente, o concelho de Beja. Importa, no entanto, notar que mais de metade das pessoas que declaram residir em São João da Madeira e trabalhar em Beja se inserem no ramo da indústria do couro e dos produtos do couro. A situação começa a clarificar-se se notarmos que cerca de 71 % dos 675 postos de trabalho que a indústria em causa mantém no concelho de Beja são ocupados por residentes no Norte, enquanto outros 27 % respeitam a trabalhadores residentes na região Centro. Por outras palavras: trata-se de um ramo industrial que, embora represente cerca de 4 % do emprego em Beja, não tem qualquer representatividade em termos de ocupação de trabalhadores aí residentes. Parece pois lícito concluir que se trata de postos de trabalho não permanentes, eventualmente com carácter sazonal, que motivam o deslocamento temporário para o Alentejo de trabalhadores cuja actividade, porém, se enquadra em processos produtivos comandados pelo tecido empresarial de São João da Madeira (e também, acrescente-se, de concelhos vizinhos). Principais fluxos de pessoas residentes em São João da Madeira que trabalham fora deste concelho destino fluxo Oliveira de Azeméis Beja Santa Maria da Feira Porto Ovar 711 399 262 156 55

Tal como sucede com as entradas, a distribuição sectorial das saídas de São João da Madeira privilegia o sector secundário, embora duma forma menos vincada. As saídas com destino ao Porto são a excepção a esta regra, respeitando, em mais de quatro quintos, a trabalhadores do sector terciário. Repartição por sectores de actividade dos fluxos de saída de São João da Madeira (%) fluxos de saída, provenientes de: sectores de actividade Oliveira de Sta. Maria da Total Beja Azeméis Feira Porto Ovar primário 0,45 % 0,42 % 0,25 % 0,38 % 0,64 % 1,82 % secundário 59,49 % 64,84 % 71,18 % 72,90 % 16,03 % 56,36 % terciário 40,06 % 34,74 % 28,57 % 26,72 % 83,33 % 41,82 % Repartição por ramos de actividade dos fluxos de saída de São João da Madeira (%) fluxos de saída, provenientes de: ramos de actividade Oliveira de Sta. Maria Total Beja Porto Ovar Azeméis da Feira ind. do couro e dos produtos do 37,41 % 40,51 % 51,63 % 48,47 % 3,21 % 20,00 % couro educação 9,75 % 8,72 % 6,02 % 8,02 % 12,18 % 7,27 % comércio a retalho (exc. auto); reparações bens pessoais administração pública, defesa e segurança social obrigatória 7,77 % 7,45 % 7,02 % 4,96 % 14,10 % 9,09 % 5,86 % 3,09 % 4,51 % 1,53 % 21,15 % 7,27 % indústria têxtil 5,30 % 5,63 % 5,76 % 9,16 % 1,92 % 1,82 % ind. metalúrgicas de base e de produtos metálicos 4,34 % 5,20 % 3,51 % 4,58 % 0,64 % 3,64 % saúde e acção social 3,77 % 3,80 % 0,75 % 3,05 % 9,62 % 3,64 % outros ramos de actividade 25,80 % 25,60 % 20,80 % 20,23 % 37,18 % 47,27 % Guimarães Guimarães apresenta o terceiro maior volume de emprego concelhio em todo o Norte (apenas inferior aos do Porto e de Vila Nova de Gaia), o terceiro maior índice de mobilidade intra-concelhia (logo atrás de Braga e Porto) e ainda o terceiro maior saldo entre fluxos de entrada e saída (superado pelo Porto e por São João da Madeira). Perto de metade dos trabalhadores não residentes que exercem a sua actividade em Guimarães provêm de Lousada, Vila Nova de Famalicão ou Santo Tirso. O emprego situa-se predominantemente no sector secundário (perto de três quartos do total), destacando-se sobretudo a indústria têxtil (cerca de metade do total). O mesmo é válido para os fluxos de entrada, considerados globalmente. Outros ramos importantes são a indústria do couro e dos produtos do couro (com 8,3 % do emprego e 7,5 % das entradas), a construção (7,7 % do emprego e 12,7 % das entradas) e o comércio a retalho (6,3 % do emprego e 3,8 % das entradas). O sector primário apenas representa cerca de 2,7 % do emprego e menos de 1 % das entradas. Os fluxos provenientes de Lousada são ainda menos diversificados, dirigindo-se em mais de 90 % para o sector secundário, destacando-se a têxtil (68,6 %), a indústria do couro (11,8 %) e a construção (10,4 %).

Ao contrário, nos casos das entradas provenientes do Porto e, sobretudo, de Braga, a importância do terciário é relativamente maior (respectivamente, 41,5 % e 60,0 %). Entre os residentes no Porto que trabalham em Guimarães, os principais ramos de actividade são a têxtil (com 41 % do total), a educação (12,7 %) e a saúde e acção social (9,3 %). Em relação às entradas provenientes de Braga, 26,3 % situam-se no ramo educação, 18,8 % na têxtil, e 7,9 % no comércio a retalho. Tal como no caso de Braga, também entre os trabalhadores que se deslocam de Fafe para Guimarães a têxtil não assume o principal papel, sendo superada pela construção (27,6 contra 24,2 %). Principais fluxos de pessoas não residentes que trabalham no concelho de Guimarães origem fluxo Lousada 2 212 Vila Nova de Famalicão 2 159 Santo Tirso 1 901 Fafe 1 664 Braga 1 271 Felgueiras 1 186 Póvoa de Lanhoso 660 Paços de Ferreira 219 Porto 205 Cerca de três quartos dos fluxos de saída de Guimarães têm como destino Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso ou Felgueiras. Em cada cinco residentes em Guimarães que trabalham fora do concelho, quatro enquadramse no sector secundário e um no terciário, enquanto o sector primário praticamente não está representado nestes fluxos. Mais de metade (57,6 %) trabalham na indústria têxtil. Esta percentagem aumenta para um pouco mais de três quartos em relação às saídas dirigidas para Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso, fazendo com que o peso total do sector secundário se aproxime, nestes casos, dos 90%. A têxtil é também o ramo mais representado nas saídas para Fafe, Lousada e Póvoa de Lanhoso, com valores entre os 38 e os 56 %. Por sua vez, nas saídas para Felgueiras é a indústria do couro e dos produtos do couro que assume o principal papel, com 61,2 % do total. Em relação aos fluxos dirigidos de Guimarães para Braga, a maior parte insere-se no ramo da construção, com 21,5 %. Finalmente, nas saídas para o Porto não existe nenhum ramo claramente maioritário, sendo esse lugar repartido pela têxtil (15,1 %), construção (idem), administração pública, defesa e segurança social obrigatória (13,3 %) e ainda o comércio a retalho (12,9 %). Principais fluxos de pessoas residentes em Guimarães que trabalham fora deste concelho destino Vila Nova de Famalicão Santo Tirso Felgueiras Braga Fafe Porto Póvoa de Lanhoso Lousada fluxo 2 486 1 676 727 404 249 225 216 88