1.4 - Caracterização socioeconómica da população
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- Edison Casado Martins
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1 1.4 - Caracterização socioeconómica da população Vamos, nesta secção, proceder a uma análise sucinta dos sectores de actividade económica do concelho, suas dinâmicas e perspectivas de desenvolvimento. Pretende-se com esta análise identificar linhas de rumo em termos de planeamento educativo/formativo. Num concelho onde as marcas da ruralidade são ainda significativas, procedendo-se à distribuição da população activa e empregada ( indivíduos) por sectores de actividade, de acordo com os valores dos Censos 2001 (gráfico n 17 e quadro n 3), do cenário construído emerge, em primeiro lugar, o sector secundário, com 60,19%, seguido do terciário, com 35,96%, acima das médias nacionais. O sector primário representa, entre a população activa e empregada, apenas cerca de 3,85%, significativamente abaixo da média nacional (4,98%, ou seja indivíduos em ). Conclui-se que o concelho de Fafe se encontra numa situação económica acima da média nacional, particularmente pelo peso que assume o sector secundário em termos de emprego. Gráfico n 17 Distribuição da população empregada por sector de actividade no concelho de Fafe (em %) 3,85 35,96 60,19 Primário Secundário Terciário 21
2 De um total de habitantes, em 2000, havia pessoas economicamente activas, o que corresponde a uma taxa de actividade de 47,5%, revelando um ligeiro acréscimo relativamente a 1991, aqui com 45,9%. Da população economicamente activa (93,49%) pessoas tinham trabalho (quadro n 4). Quadro n 4 Distribuição da população por sectores de actividade no concelho de Fafe 2001 População N % Sector Primário 902 3,85 Sector Secundário ,19 Sector Terciário ,96 População economicamente activa e empregada ,49 À Procura 1 emprego 269 1,07 À Procura novo emprego ,44 Desempregados ,51 População economicamente activa (Tx de actividade) ,47 População s/ activid. económica ,53 Tal distribuição, quando analisada por freguesias, coloca em contraponto uma maioria de freguesias onde a actividade industrial é, de facto, ocupação dominante, enquanto apenas quatro têm na agricultura a sua principal forma de vida. Fafe e, curiosamente, Várzea Cova são as únicas onde o sector terciário ocupa a maioria da população activa e empregada (gráfico n 18). Claro que nesta última freguesia das 447 pessoas residentes, 334 (70,11%) incluem-se na população sem actividade económica. 22
3 Gráfico n 18 Distribuição da população empregada por sector de actividade, por freguesia, no concelho de Fafe (em %) % Vinhós Vila Cova Várzea Travassós Seidões S. Romão S. Martinho Serafão S. Gens S.Clemente Stª Cristina Ribeiros Revelhe Regadas Quinchães Queimadela Pedraído Paços Moreira Monte Medelo Gontim Golães Freitas Fornelos Felgueiras Fareja Fafe Estorãos Cepães ArnoZela Armil Ardegão Antime Agrela Aboim Primário Secundário Terciário 23
4 O sector industrial Numa análise sectorial das actividades e como é visível pelo quadro atrás apresentado (quadro n 4), o sector secundário é dominante entre a população economicamente activa e empregada, com 60,19%. Destes, para o ano 2000, cerca de 68% 5 desenvolviam a sua actividade na indústria transformadora, sendo o sector da indústria têxtil e de vestuário o que mais contribuiu em termos produtivo e de emprego. Em , dum total de 4908 empresas, 1364 incluíam-se na indústria transformadora. Destas 1052 estavam ligadas ao sector têxtil 7 e empregavam cerca de 79% da mão-de-obra do sector atrás referido. Um outro sector com o número mais significativo de empresas (1578) é o do comércio por grosso e a retalho e reparação de veículos automóveis, motociclos e de bens de consumo pessoal e doméstico, que representa 32,15% do total de empresas em actividade no concelho naquele ano, embora com um número bastante inferior de pessoas ao seu serviço, cerca de 14 %. Gráfico n 19 Distribuição do n empresas por actividades económicas A+B C D E F G H I J K L a Q A+B Agricultura e Pescas ; C Ind. Extractiva; D Ind. Transformadora; E - Electricidade, gás e água; F Construção; G Comércio e rep. Veículos; H Alojamento e restauração; I Transportes e comunicações; J Activ. Financeiras; K Imobiliária ; L a Q Educação, Saúde, 5 Cálculo feito com base no pessoal ao serviço nas sociedades 6 INE, Anuário Estatístico da Região Norte INE, Ficheiros de Unidades Estatísticas,
5 Ao referir-se à indústria, o Plano Estratégico de Fafe 2003 refere ainda que...para além da indústria têxtil, apenas se verifica, com uma presença muito menos significativa, a indústria metalúrgica de base e produtos metálicos e a indústria da madeira e da cortiça (com pesos no total da indústria transformadora de 6,69% e 5,68% respectivamente). 8 Tenha-se em linha de conta que um grande número de empresas apresenta um cariz de tipo familiar, com limitadas estratégias de inovação, de falta de técnicos especializados, associando a isto uma limitada diversificação produtiva. Será aqui, por ventura, necessário fazer uma referência, ainda que breve, à localização das zonas industriais neste concelho. Em primeiro lugar, das 7 zonas industriais existentes (gravura n 7), destacaremos o parque industrial do Socorro, sito na confrontação entre as freguesias de Fafe, Quinchães e S. Gens, cujo crescimento nos últimos anos tem sido significativo, prevendo-se, por isso, a sua expansão. Dos 102 lotes de terreno foram já ocupados 60. Os restantes parques distribuem-se pelas freguesias de Arões S.R., Golães, Moreira de Rei, Bugio - Silvares S. Martinho, Cepães e Regadas Gravura n 8 Localização das zonas industriais no concelho de Fafe 8 Plano Estratégio de Fafe Relatório Final. Câmara Municipal de Fafe: p.16 25
6 O sector agrícola Embora seja notória a predominância do sector secundário, por comparação com os restantes concelhos do vale do Ave, e de acordo com o Recenseamento Geral da Agricultura de 1999, Fafe apresenta o maior índice de população familiar rural por cada 1000 habitantes (156), o que revela uma certa importância desta actividade económica no concelho. Porém, é uma agricultura predominantemente de subsistência, com raiz na economia de tipo familiar, onde esta actividade surge como complemento de outras actividades profissionais. Uma actividade em declínio, entre diversos motivos, resultado do envelhecimento da população. Pelos Censos 2001, o peso percentual da população empregada no sector primário distribuía-se de acordo com o mapa da gravura n 9. Observa-se uma distribuição desigual deste tipo de mão-de-obra pelas diversas freguesias. Parece-nos ser de salientar dois aspectos, mesmo não sendo novidade. Primeiro, as freguesias mais próximas da cidade são as que apresentam percentagens mais reduzidas de mão-de-obra neste sector. Segundo, um conjunto de freguesias, das designadas terras altas, onde a mão-de-obra agrícola continua a ter papel de relevo. Gravura n 9 Distribuição percentual da população activa empregada no sector primário por freguesia
7 De acordo com o Recenseamento Geral da Agricultura , duma superfície total de ha eram utilizados como Superfície Agrícola (SAU) ha, o que corresponde a 50,5%, com um total de explorações. Contava-se com 3747 ha de terra arável, 715 ha de culturas permanentes e 215 ha de pastagens permanentes. Com matas e florestas a superfície era de ha (39,5%). Da Superfície Agrícola Utilizada (SAU), ha eram explorados por conta própria, enquanto 688 ha eram-no por arrendamento. Estas explorações eram feitas predominante por produtores autónomos / conta própria (1 993 explorações), sendo reduzido o número de entidades consideradas como empresários agrícolas (13 explorações com um total de 25 ha). O trabalho agrícola seria desempenhado por 7471 pessoas classificadas como mão-de-obra familiar e 147 como mão-de-obra não familiar. Quando a mão-de-obra é familiar o trabalho vai-se distribuindo igualmente entre homens e mulheres. Se o trabalho é não familiar, o trabalho masculino envolve um maior número de pessoas comparativamente ao sexo oposto. Entre as culturas 10 destacam-se os cereais (milho regional, milho híbrido e milho para silagem ha) os prados, forragens e pastagens permanentes (2008 ha) e a vinha (686 ha). Numa análise por freguesias, há a destacar o facto de as freguesias de São Gens, de Travassós, de Moreira do Rei, de Freitas e da Queimadela apresentarem um maior número de hectares afectados à actividade agrícola, confirmando o maior cunho de ruralidade desta zona do concelho. De salientar, ainda a este nível, o facto de Fafe possuir uma percentagem significativa de solos não susceptíveis de aproveitamento agrícola, parte da qual ocupada com floresta - cerca de 39,5% da superfície total era ocupada, em 1999, por matas e florestas sem culturas sob-coberto. 11 Será, contudo, de referir que a maioria desta população (84,5%) tinha uma formação profissional assente exclusivamente na sua prática profissional e apenas 20% trabalhava na agricultura a tempo completo. Quanto ao nível de instrução da população familiar ligada ao sector agrícola, sobressai o elevado número de pessoas sem escolaridade ou com baixo grau de formação escolar (gráfico n 20). 9 INE, Recenseamento Geral da Agricultura 1999 Entre Douro e Minho 10 INE, Anuário Estatístico da Região Norte Plano Estratégio de Fafe Relatório Final. Câmara Municipal de Fafe: p
8 Gráfico n 20 Níveis de instrução da população familiar agrícola Concelho de Fafe 1999 (em %) 6,6 3,4 2,9 21,5 19,6 Não sabe ler nem escrever Sabe ler e escrever 1 ciclo 16,0 2 ciclo 3 ciclo Secundário 30,0 Médio / Superior Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura
9 O sector terciário O sector terciário, ligado ao comércio, transportes e serviços, em termos de mão-de-obra vai ganhando lugar de relevo, se tivermos em linha de conta que ocupa cerca de um terço da população residente e empregada, embora em valores distantes da média nacional (56,6% para o 1 trimestre de 2004) 12. A cidade de Fafe é, no concelho, o grande pólo aglutinador deste sector de actividade económica; Neste sector as actividades são diversas, mas destacaremos que, em 2001, eram identificados cerca de 1200 pessoas ligadas ao comércio enquanto nas empresas de contabilidade e serviços financeiros trabalhavam cerca de 1000 pessoas. A área da educação é também grande empregadora, sendo aqui identificados 945 docentes. O domínio da direcção e gestão de empresas ocupa ainda lugar de destaque neste sector. Se o comércio ocupa um número razoável de mão-de-obra, o Plano Estratégico de Fafe chama a atenção para o facto de o comércio local estar marcado por uma dinâmica económica de menor representatividade, resultante da proximidade e forte dependência de pólos urbanos de maior dimensão 13 como são os casos de Guimarães, Braga e mesmo o Porto, devido à existência de acessibilidades facilitadoras da deslocação de pessoas, propondo-se por isso a necessidade de promoção de uma nova atractividade e imagem do concelho 14 Emprego/Desemprego A população economicamente activa representa 47,5% da população global, o que corresponde, aproximadamente aos valores nacionais (48,2%), demonstrando um ligeiro acréscimo relativamente a 1991 (45,9%). No que respeita à população economicamente activa, empregada, os valores percentuais apontam para 93,49%. Tendo em conta os sectores de actividade por freguesias, há a salientar os seguintes aspectos: - Para uma taxa média concelhia de empregabilidade de 93,49%, assinala-se que em 18 freguesias os valores ultrapassam os 94%. Curiosamente, são freguesias de menor densidade populacional e onde a taxa de mão-de-obra agrícola é elevada, que apresentam, por isso, as taxas mais altas de empregabilidade (Felgueiras 98,18%; Queimadela 98,16%; Freitas 98,11%; S. Miguel do Monte 98,04% - esta freguesia 12 INE. Indicadores estatísticos gerais, Plano Estratégio de Fafe Relatório Final. Câmara Municipal de Fafe: 2003, p
10 é a que apresenta maior percentagem de pessoas identificadas sem actividade económica 74%). Passos é uma das freguesias com mais alta taxa de emprego (97,41%) sendo que 75,5% trabalha no sector secundário. A freguesia de Ardegão salienta-se pelo facto de apresentar a taxa mais baixa de emprego (80,82%) e com 57,31% de pessoas sem actividade económica. - Se procedermos a uma análise por sectores de actividade, da empregabilidade há a referir que, no sector primário, para uma taxa média concelhia de 3,85%, as freguesias onde os valores ultrapassam de longe esta média são as de Aboim (22,3%), Felgueiras (42,59%), Freitas (16,35%), Gontim (47,37%), Queimadela (33,80%), Pedraído (13,04%), S. Miguel do Monte (35%), Várzea Cova (10,53%) e Vila Cova (10,13%), havendo ainda mais 10 freguesias com taxas acima da média atrás referida; com as médias mais baixas surgem Fafe (0,70%), Golães (1,82%) e Arões S. Romão (2,19%). - No sector secundário, para uma média concelhia de empregabilidade de 60,19%, refira-se que as freguesias de Agrela, Antime, Ardegão, Armil, Arnozela, Cepães, Estorãos, Fareja, Fornelos, Golães, Moreira, Passos, Quinchães, Regadas, Ribeiros, Arões S. Cristina, Arões S. Romão, Silvares S. Clemente, S. Gens, Silvares S. Martinho, Seidões, Travassós e Vinhós apresentam taxas acima dos 60% de população empregada nesta área. As freguesias com os valores mais baixos são Felgueiras, Fafe, Gontim, S. Miguel do Monte, Pedraído, Queimadela, Várzea Cova. - No sector terciário a empregabilidade aponta para valores médios de 35,96%. A freguesia de Fafe atinge os 54,93%, seguida de Várzea Cova (45,86%) e de Revelhe (40,46%), enquanto Gontim se fica pelos 10,53% e Passos com 17,59%. - No que respeita ao desemprego, em 2000 havia 1631 desempregados no concelho (6,51%), o que revela um acréscimo relativamente a 1991 (4,5%) e uma taxa inferior à média nacional (6,8%) Segunda as estatísticas nacionais, em 2000, havia 269 pessoas à procura do 1 emprego e 1632 à procura de novo emprego. 14 idem, p
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