MECANISMOS DE ESPECIAÇÃO NA AMAZÔNIA: UMA REVISÃO DAS HIPÓTESES PROPOSTAS

Documentos relacionados
Novas informações sobre as hipóteses

CST 304-3: Fundamentos de Ecologia e de Modelagem Ambiental Aplicados à conservação da Biodiversidade

Conceitos de espécie e especiação. Sergio Russo Matioli Departamento de Genética e Biologia evolutiva IB- USP

Biogeografia Histórica. Cenozóico

Ecologia de Populações e Comunidades

estuda a distribuição dos organismos sobre a superfície da Terra.

Por que uma espécie vive em determinada área?

Teorias biogeográficas. Dispersão e Vicariância

O que precisamos saber sobre ESPECIAÇÃO?

Gelo e Mudanças. Aluna: Luciane Sato

Universidade Estadual do Ceará UECE Centro de Ciências da Saúde CCS Curso de Ciências Biológicas Disciplina de Ecologia.

Amazônia: diversidade biológica e história geológica

Figura 1 Figura 2 ALOTRÓPICA Figura 3 SIMPÁTRICA

xanthoptica X eschscholtzi; platensis X croceater; sendo

BIOMAS BRASILEIROS BRASIL

DISPONIBILIDADE HÍDRICA DA BACIA AMAZÔNICA

É importante que você conheça os principais biomas brasileiros e compreenda as características.

Relevo brasileiro GEOGRAFIA 5º ANO FONTE: IBGE

BIE-212: Ecologia Licenciatura em Geociências e Educação Ambiental. Comunidades I

GOIÂNIA, / / PROFESSOR: FreD. DISCIPLINA: Biologia TOOOP SÉRIE: 9º. ALUNO(a):

As terras submersas e a água no globo terrestre

BIOLOGIA. Origem e Evolução da Vida. Evolução Biológica. Prof. Daniele Duó

Teoria e métodos em Biogeografia Histórica

GEOLOGIA GERAL E TIPOS DE VEGETAÇÕES MUNDIAIS. Prof ª Gustavo Silva de Souza

Biogeografia e métodos filogenéticos

15/10/2016. Especiação. Taxonomia. Espécie. Espécie. Especiação. Especiação

16/09/2013. Métodos analíticos da Biogeografia Cladística

Biogeografia de organismos terrestres. Relações Intercontinetais. Características importantes. Evolução da América do Sul. América Central e Antilhas

Mata Atlântica Floresta Pluvial Tropical. Ecossistemas Brasileiros

Prof.ª: Leila Fritz Ciências

GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 17 CLIMOGRAMAS

Introdução à Engenharia Geotécnica

O tambaqui é um. Alguns peixes se. Você pode dizer o nome de um peixe que gosta de nadar em bandos grandes, os cardumes?

SELEÇÃO DE MESTRADO 2015 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E EVOLUÇÃO INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCANTARA GOMES/UERJ

Conservação da vegetação

PRINCÍPIOS DE ECOLOGIA EVOLUTIVA

LOMOLINO, Mark V., RIDDLE, Brett R., WHITTAKER, Robert J.; BROWN, James H. Biogeography. 4.ed. Sunderland: Sinauer Associates Inc., p.

Medindo o tempo evolutivo: O Relógio Molecular

Primatas em áreas alagáveis da Amazônia Central:


BIOLOGIA» UNIDADE 10» CAPÍTULO 1. Biomas

Carl Von Linné (Lineu) séc XVIII. Seria este o conceito mais apropriado?

1 Biodiversidade espécies brasileiras ameaçadas de extinção, sobreexplotadas exploração

Atividade extra. Questão 1. Questão 2. Ciências da Natureza e suas Tecnologias Biologia

LIMA, 24 DE OUTUBRO DE 2005

AMÉRICA LATINA: ASPECTOS NATURAIS

BIB BIOGEOGRAFIA

Valéria Cunha Tavares

BIOGEOGRAFIA DE ILHAS

DIVERSIDADE. Priscila Rosa PGECOL Outubro 2007

Impulsos climáticos da evolução

SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL - CPRM DIRETORIA DE HIDROLOGIA E GESTÃO TERRITORIAL DHT SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE MANAUS

- 25 de janeiro de

Departamento de Biodiversidade Evolução e Meio Ambiente Universidade Federal de Ouro Preto

Dispersão. Biogeografia. Maratona de Biogeografia Fundamentos de Ecologia e Modelagem Ambiental Aplicados à Conservação da Biodiversidade

Fragmentação. Umberto Kubota Laboratório de Interações Inseto Planta Dep. Zoologia IB Unicamp

Biomas / Ecossistemas brasileiros

Descreve a história da vida na Terra Investiga os processos responsáveis por essa história

BIOMAS. Os biomas brasileiros caracterizam-se, no geral, por uma grande diversidade de animais e vegetais (biodiversidade).

Características da hidrografia brasileira

Evolução e diversidade biológica

Exercícios de Especiação

Domínios Florestais do Mundo e do Brasil

População conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que ocorrem juntos em uma mesma área geográfica no mesmo intervalo de tempo (concomitantemente)

SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL - CPRM DIRETORIA DE HIDROLOGIA E GESTÃO TERRITORIAL DHT SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE MANAUS

MAMÍFEROS MARINHOS CARNIVORA SIRENIA CETACEA. Otaridae. Trichechidae. Mysticeti. Odontoceti. Phocidae. Dugongidae. Mustelidae

Hidrosfera -> camada líquida na superfície terrestre

PADRÕES DE DIVERSIDADE META

Seminário Ano Internacional da Biodiversidade Quais os desafios para o Brasil? Painel 11: Os Oceanos e a Biodiversidade Marinha

Biomas Terrestres e Ambientes Aquáticos

LISTA DE EXERCÍCIOS 2º ANO

Geografia. A Configuração Geográfica do Espaço Paraense. Professor Luciano Teixeira.

é a herança para os nossos filhos e netos com a sua atmosfera rica em oxigénio, permite-nos respirar com a camada de ozono, protege-nos das radiações

Agora que sabemos como é o relevo da bacia vamos entender como é a chuva na Bacia

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE FURG INSTITUTO DE OCEANOGRAFIA PROGRAMA

Hidrografia. É uma parte da geografia física que classifica e. Seu estudo abrange portanto oceanos, mares, geleiras, água do subsolo, lagos, água da

BIOMAS. Professora Débora Lia Ciências/Biologia

Bacias hidrográficas brasileiras

Organismos em seus ambientes. Prof. Dr. Francisco Soares Santos Filho UESPI

Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências Biológicas Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução. Prova de Seleção 2012 ATENÇÃO!

SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL - CPRM DIRETORIA DE HIDROLOGIA E GESTÃO TERRITORIAL DHT SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE MANAUS

Atendendo à escala do tempo geológico, e tendo em conta unidades geocronológicas, encontramos enquadrado no :

10º ANO - GEOLOGIA A TERRA, UM PLANETA A PROTEGER

Estudos Avançados Print version ISSN On-line version ISSN

Geografia. Os Biomas Brasileiros. Professor Thomás Teixeira.

Geografia. Prof. Franco.

Módulo 6: ESPECIAÇÃO. Profa. Ângela Dauch

SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL - CPRM DIRETORIA DE HIDROLOGIA E GESTÃO TERRITORIAL DHT SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE MANAUS

Exercitando Ciências Tema Ecossistemas Brasileiros. (Terrestres, Litorâneos e de Transição)

Professora Leonilda Brandão da Silva

E C O L O G I A. Incluindo todos os organismos e todos os processos funcionais que a tornam habitável

Atividade 14 Exercícios Complementares de Revisão sobre Geologia Brasileira

ESPÉCIES ARBÓREAS DA BACIA DO RIO MAUÉS-MIRI, MAUÉS AMAZONAS

EXEMPLO DE FAUNA. Urso-polar: Lemingue:

BIE-212: Ecologia Licenciatura em Geociências e Educação Ambiental. Biomas

com/watch?v=o6fni7 MLnfY

Padrões espaciais em riachosde. cabeceira. Raphael Ligeiro

TERRA EM TRANSFORMAÇÃO

SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL - CPRM DIRETORIA DE HIDROLOGIA E GESTÃO TERRITORIAL DHT SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE MANAUS

Transcrição:

MECANISMOS DE ESPECIAÇÃO NA AMAZÔNIA: UMA REVISÃO DAS HIPÓTESES PROPOSTAS

Grande diversidade de espécies Diversidade biológica maior nos trópicos do que nas regiões de clima temperado Maior estabilidade ecossistêmica nas regiões tropicais Acúmulo de espécies

Barreiras geográficas Diversificação Fatores históricos Extinção Relações filogenéticas Competição Manutenção Fatores Ecológicos Seleção de habitat Predação

Os três modos básicos de especiação 1. Especiação geográfica (Especiação Alopátrica) Vicariância: barreiras geográfica quebrando a distribuição Dispersão: dispersão sobre barreira e posterior isolamento Modo mais comum de especiação 2. Especiação por competição (Especiação simpátrica) Oportunidade ecológicas inexplorada Ecótonos entre hábitats como nichos inexplorados Poucos exemplos entre animais (insetos, moscas-das-frutas, peixes de lagos africanos). 3. Poliploidia (Especiação reticulada) Duas espécies se juntam (hibridização) para formar uma terceira Iregularidades na meiose levando a rearranjos cromossômicos Muito comum em plantas. Fonte: Rosenzweig 1995

Fonte: Lomolino et al. Medindo o tempo para entender o espaço

Hipóteses para explicar a origem da diversidade biológica da Amazônia

Hipótese 1. Os rios como barreiras para dispersão e causa de especiação alopátrica A hipótese mais antiga (Wallace 1852) Rios amazônicos (canal + planície de inundação) atuando como barreiras para dispersão de organismos levando à diferenciação (Wallace, Helmayr, Sick, Caparella, Haffer, Ayres)

Hipótese 1. Os rios como barreiras para dispersão Variante: Hipótese rio-refúgio (Ayres) Vegetação savanóide na periferia da Amazônia Populações separadas por rios nos setores próximos à foz dos rios

Evidências à favor Espécies de aves e primatas em margens opostas dos rios Amazônicos Diferenciação genética em margens opostas de rios

As grandes bacias da América do Sul A bacia amazônica é de longe a maior do mundo com 6.8 milhões de km2 A bacia amazônica é quase duas vezes maior do que a do Congo Fonte: Latrubese 2003

Uma bacia de várias cores Fonte: Goulding et al. 2003

Fonte: Ribas et al. 2011 Distribuição geográfica de jacamins (Psophia sp.)

Primatas em margens opostos de rios amazônicos 120 100 Juruá % de similaridade 80 60 40 Tefé Xingu Tapajós Madeira Negro 20 0 3 4 5 6 7 8 Ln (Descarga anual) Fonte: Ayres e Clutton-Brook

Aves em margens opostas de rios amazônicos (família Thamnophilidae) 120 Similaridade (Jaccard) 100 80 60 40 20 Iça Juruá Madeira Negro Amazonas 0 4 5 6 7 8 9 Ln (Descarga anual) Fonte: Borges, dados não publicados

Aves e rios amazônicos (família Thamnophilidae) Tocantins Tocantins Tocantins thamno Resemblance: S7 Jaccard 2D Stress: 0.11 Juruá Ucayali Madeira Madeira Purus Ucayali Xingu Juruá Ucayali Tapajos Tapajos Madeira Amazonas Ucayali Purus Maranon Tapajos Amazonas Maranon Napo Xingu Madeira Napo Tocantins Amazonas Napo Iça Iça Iça Iça Japurá origem Andes Guiana Central Japurá Negro Negro Japurá Negro Japurá Maranon Maranon Amazonas Guiana Trombetas Negro Trombetas Fonte: Borges, dados não publicados

Sinnamary Mana ApprouagueCourantyne Maroni Oyapock Surninam Peixes e rios amazônicos Peixes_orig_primer Béni Purus Jurua Ucayali Madré de dios Mamoré Putumayo Maranon Guaporé Solimoes Bas Madera Bas bas-tocantins Amazon Essequibo Orinoco-Barinas-Apuré Orinoco-Maturin bas-tapajos Trombetas Araguaia Resemblance: S7 Jaccard Caqueta Tapajos 2D Stress: 0.17 origens Guiana Central Andes Orinoco-Llanos bas-negro negro Branco Xingu Tocantins Fonte: Borges, dados não publicados

Fonte: Simões et al. 2008 Vocalização e morfologia de uma perereca amazônica (Allobates femoralis) na duas margens do rio Madeira

Fonte: Harvey e Hall Borboletas do gênero Charis

Fonte: Haffer 2001 Efeito de barreira dos rios na distribuição de aves amazônicas

Fonte: Conh-Haft et al. Distribuição de aves ao longo do Rio Amazonas

Evidências contra Dinamismo dos rios Amazônicos (meandramento, ilhas) levando ao transporte passivo de populações entre margens Canal dos rios diminuem da foz para as cabeceiras permitindo contato no alto curso dos rios Contatos secundários de espécies de aves não relacionados à drenagem

Zonas de contato de aves independentes de rios Haffer & Prance 2001

Evidências contra Dados genéticos de ratos (Patton et al.), sapos (Gascon et al.) e Saguinus (Peres et al.) não dão suporte à teoria Rios atuando como zonas de delimitação de espécies originadas por outros processos de especiação

Diversidade genética e morfológica em um primata amazônico Fonte: Peres et al. 1996

Hipótese 2. Refúgios do Pleistoceno (Haffer 1969) Alterações na cobertura florestal da Amazônia Climas secos por savanas Clima úmidos isolados refúgios de florestas isolados reconecção dos fragmentos

Hipótese 2. Refúgios do Pleistoceno (Haffer 1969) Oscilações de climas secos e úmidos durante o Quaternário Especiação por isolamento de populações em refúgios florestais Refúgios localizam-se em áreas de endemismo de aves e alta pluviosidade

Pluviosidade e distribuição de aves

Refúgios propostos para aves na América do sul Fonte: Haffer 2001

Evidências à favor Linhas de pedras Dunas de areia Feldspato em sedimento: se degrada em climas úmidos Pólen fossilizado de plantas de savana Distribuição geográfica de vários grupos taxonômicos Aves (Haffer) Borboletas (Brown) Anfíbios (Heyer) Lagartos Anolis (Vanzolini) Plantas (Prance) Mamíferos fósseis (Ranzi)

Refúgios pleistocênicos propostos para vários táxons Aves Lagartos Borboletas Plantas Escorpião Fonte: Nores 1999

Haffer & Prance 2001 Sobreposição de endemismos

Paleodunas do interfúvio Negro/Branco

Evidências contra Pólens fossilizados encontrados na periferia da Amazônia Redução da floresta e não fragmentação Dinâmica de rios explicando a deposição de pólens fossilizados Dados fósseis ausentes da região central da bacia

Sítios onde foram coletados dados paleoecológicos na Amazônia Haffer 2001

Evidências contra (cont.) Centros de endemismos de plantas representam artefatos amostrais (Nelson et al) Centro Napo de Haffer e Leste da Amazônia de Prance foram ocupados por vegetação aberta (savana?) fósseis de mamíferos pastadores (Ranzi) A diferenciação de táxons atuais de sapos, anfíbios e aves se deu à cerca de 25 milhões de anos atrás muito antes do Pleistoceno

Coletas de plantas do gênero Inga Fonte: Nelson 1991

Mamíferos fósseis do Pleistoceno do sudoeste da Amazônia Cuvieronius Toxodon Palaeolama e Eremotherium Fonte: Ranzi

Hipótese 3. Hipótese dos gradientes ecológicos (Endler 1982) Espécies se diferenciam em simpatria Divergência morfológica em presença de fluxo gênico Gradientes ecológicos (floresta-savana)

Evidências à favor Aves no ecótono savanas-floresta na África (Smith et al.) Lagartos no ecótono savana-floresta na Austrália (Schneider et al.) Evidências contra Polêmica sobre especiação em simpatria (Mayr vs. Endler) Aves do gênero Xyphorhynchus (Aleixo)

Fonte: Smith et al. 1997

Sistemática molecular de Xyphorhynchus - Aves Fonte: Aleixo 2002

Hipóteses mais recentes sobre especiação na Amazônia

Hipótese da perturbação e vicariância (Colinvaux 1993) Temperaturas cerca de 6-7 o C mais baixas que a atual Área periféricas da Amazônia são ricas em endemismos e áreas montanhosas Oscilação de climas frios e quentes Oscilações na distribuição de espécies em setores montanhosos e de planície facilitaria a diferenciação entre populações

A favor: Ocorrência de pólen fossilizado de árvores de setores montanhosos (Podocarpus) em regiões de planície Contra: Dados geológicos não apóiam a idéia de climas mais frios por toda a bacia Falta de clareza sobre o mecanismo de especiação em si (simpatria???)

Hipótese do refúgio montano (Roy et al. 1997) Especiação ocorreu em hábitats estáveis em regiões montanhosas na periferia da Amazônia Novas espécies se expandiram para as planícies amazônicas e se acumularam

Hipótese das ilhas (Nores 1999) Flutuações no nível dos oceanos inundando a bacia Incursões marinhas isolando as populações em ilhas Incursões marinhas no fim do Mioceno (Rasanen et al.)

Ilhas e arquipélagos (preto) na Amazônia no final do Terciário Fonte: Nores 1999

A origem da bacia Amazônica e as incursões marinha miocênicas

O grande lago Pebas e sua biodiversidade

O grande lago Pebas e sua biodiversidade Stupendemys o grande bicho-de-casco do Mioceno

O grande lago Pebas e sua biodiversidade Purussaurus o jacaré gigante do Mioceno amazônico

O grande lago Pebas e sua biodiversidade Grande diversidade de moluscos e crocodilianos

Hipótese das ilhas (Nores 1999) A favor: Análises filogenéticas de raias (Lovejoy) Distribuição de áreas de endemismos (Bates)

Filogenia e biogeografia de raias de água doce Fonte: Lovejoy et al. 1998

Áreas de endemismos básicas para aves Fonte: Bates 2001

Hipótese das ilhas (Nores 1999) Contra: Incursões marinhas devem ter ocorrido no ínicio e não no fim do Mioceno (Hoorn) Fósseis de peixes de água doce e não de água salgada Deposição fluvial e não marinha

Hipótese dos arcos geológicos (Patton et al. 2000) Elementos tectônicos (arcos) dividindo a Amazônia em sub-bacias Análises filogeográficas de pequenos mamíferos Linhagens distintas concordando com estas sub-bacias

Arcos geológicos na Amazônia Fonte: Lundeberg et al. 1998

Quebras filogeográficas em roedores amazônicos Fonte: Patton & da Silva 2001

Hipótese dos arcos geológicos (Patton et al. 2000) Contra: Falta de dados geológicos demonstrando expressão de superfície (montanhas, tipos de vegetação) destes arcos

Evolução na Amazônia: uma história dinâmica História geológica Incursões marinhas Resfriamento durante períodos glaciais Períodos mais áridos intercalando períodos úmidos

Evolução na Amazônia: uma história dinâmica História geológica Florestas montanas interagindo com florestas de terra baixas Savanas e/ou florestas secas distribuídas entre matas pluviais Ambientes lacustres no oeste da Amazônia Eventos tectônicos

Tectonismo na Amazônia

Paleovales de rios

Ecologia Alta diversidade de espécies coexistindo Grande diversidade de habitats: mais de 20 tipos de vegetação Espécies com distribuição restrita

Ecologia Seleção de habitat Muitas possibilidades de gradientes ecológicos: montanhas, savana/floresta, florestas de terra firme/florestas alagadas

Como estudar evolução de espécies na Amazônia? Geologia e paleontologia: Reconstrução dos paleoambientes Melhor datação dos eventos Coleta de dados mais extensa pela Amazônia Análise de dados já coletados (RadamBrasil) Uso de novas tecnologias (imagens de satélite e radar)

Como estudar evolução de espécies na Amazônia? Biologia Melhor conhecimento da distribuição das espécies (inventários) para definir mais claramente áreas de endemismos Entender como fatores ecológicos atuais, especialmente diversidade de habitats, influencia a distribuição das espécies Entender o relacionamento evolutivo entre espécies atuais (filogenética)

Como estudar evolução de espécies na Amazônia? Biologia Estabelecer melhor as escalas temporais da especiação (filogenética molecular) Testar hipóteses biogeográficas com premissas e conseqüências claramente estabelecidas (abordagem hipotético/dedutiva)

Marco lógico para testar hipóteses biogeográficas de Moritz et al. 2000.