xanthoptica X eschscholtzi; platensis X croceater; sendo

Tamanho: px

Começar a partir da página:

Download "xanthoptica X eschscholtzi; platensis X croceater; sendo"

João Vítor Gil
5 Há anos
Visualizações:

1 Espécie, espécies ou subespécies? Parte I. Exercício sobre conceito de espécies e especiação (retirado de Brown 1974): Em trabalho publicado em 1974, Charles W. Brown (Brown 1974) analisou a hibridização existente entre as subespécies da salamandra Ensatina eschscholtzi. O mapa abaixo ilustra a distribuição geográfica das sete subespécies, mostrando as áreas de simpatria entre algumas delas. As seguintes informações são conhecidas sobre o cruzamento existente entre elas (nota: X = cruzamento): xanthoptica X eschscholtzi; platensis X croceater; sendo que as demais estão em isolamento reprodutivo. Com base nas informações disponíveis, explique qual o número de espécies tratadas no trabalho. As sete subespécies pertencem mesmo a uma única espécie ou representam várias espécies? Explique também qual o conceito de espécie assumido.

2 Fig. 1. Distribuição das sete subespécies de Ensatina eschsoholtzi (modificado de Brown, 1974).

3 Parte II. Exercício sobre conceito de espécies e especiação (ou o que é espécie?): J. Haffer, em um estudo publicado em 1974 (Haffer, 1974), apresentou um caso interessante de populações de aves (tucanos) que apresentavam variações morfológicas entre as populações. Neste estudo o autor utilizou o conceito biológico de espécie e considerou que havia apenas uma espécie. O autor mostrou que Ramphastos vitellinus está distribuído através da Amazônia, mas subdividido em três táxons evolutivos relativamente definidos. Estes táxons foram entendidos pelo autor como subespécies, que se hibridizam extensamente ao norte e ao sul do rio Amazonas. Haffer encontrou clinas entre as populações, com a freqüência de certos caracteres diminuindo desde as populações das Guianas e Venezuela (Ramphastos vitellinus vitellinus) até as do leste, no Equador e Peru (Ramphastos vitellinus culminatus), aumentando para as populações do Brasil Central e Sudoeste (Ramphastos vitellinus ariel). Este clina foi interpretado por Haffer como um resultado de fluxo gênico dentro das populações, que se hibridizam quando em contato secundário. Outros autores, têm uma explicação diferente. Mostram que estas três populações são entidades evolutivas historicamente desenvolvidas. A Fig. 2 mostra a distribuição das populações envolvidas e a relação filogenética das três populações, mostrando que R.

vitellinus e R. ariel são espécies irmãs, mas que não se hibridizam e que este grupo é irmão de R. culminatus. Baseado nestes dados apresentados, discuta: estamos tratando de espécies ou subespécies?

4 vitellinus e R. ariel são espécies irmãs, mas que não se hibridizam e que este grupo é irmão de R. culminatus. Baseado nestes dados apresentados, discuta: estamos tratando de espécies ou subespécies? Por quê? Discuta, embasando sua resposta nos conceitos biológico, evolutivo e o filogenético. Fig. 2. Distribuição de três (3) populações filogenéticas de tucanos do gênero Rhamphastos. Distribuição de híbridos entre vitellinus e culminatus e entre culminatus e

5 ariel são mostrados pelos pontos negros. As populações de vitellinus e ariel são aparentemente espécies irmãs; segundo Cracraft (1989). Fig. 3. Relação filogenética entre três (3) populações filogenéticas de tucanos (vitellinus, culminatus e ariel) do gênero Ramphastos. Segundo Prum (1982, 1988) apud Cracraft (1989). Glossário Conceito filogenético de espécie: uma espécie é o menor grupo possível de organismos que possuem, no mínimo, um caráter diagnóstico que está presente em todos seus membros mas que está ausente nos grupos relacionados. Clina (cline): mudança gradual e quase contínua de um caráter entre populações; gradiente de caráter. Grupo irmão: grupo filogeneticamente mais próximo de um dado grupo.

6 Simpatria: Quando as áreas de distribuição de dois ou mais espécies se sobrepõem. Subespécie: populações locais geograficamente definidas que difere taxonomicamente de outras subdivisões da espécie. Referências Amorim, D. de S Elementos de Sistemática Filogenética. 2 o. edição, revista e ampliada. Ribeirão Preto, Holos Editora e Sociedade Brasileira de Entomologia, 276 pp. Brooks, D.; J.H. Caira; T.R. Platt & M.R. Pritchard Principles and methods of phylogenetic systematics: a cladistic workbook. The University of Kansas, 91 p. Brown, C.W Hybridization among the subspecies of the Plethodontid salamder Ensatina eschscholtzi, University of California Publications in Zoology, Volume 98, 56 pp. Cracraft, J Speciation and its ontology: the empirical consequences of alternatives species concepts of understanding patterns and processes of differention, pp Massachusetts, Sinaeue. Haffer, J Avian speciation in tropical South

7 America. Publ. Nuttall Ornithol. Club. 14: Haffer, J Hypotheses to explain the origin of species in Amazonia, pp In: Vieira, I.C.G.; J.M.C. da Silva; D.C. Oren & M.A. D'Incao, Diversidade Biológica e Cultural da Amazônia. Belém, Museu Paraense Emílio Goeldi.

Documentos relacionados

Evolução e diversidade biológica

Evolução e diversidade biológica Charles Darwin (1809-1882) - Mecanismo da seleção natural - Mundo dinâmico - Separação: mundo físico e biológico - Adequação de representações gráficas para relações entre