Seminários Estado e Regulação Apresentação do texto Após o liberalismo: em busca da reconstrução do mundo (2002), de Imannuel Wallerstein.
Sobre o autor Imannuel Wallerstein, nascido em 1930 na cidade de Nova York/EUA, é historiador e cientista político. Foi diretor do Centro Fernand Braudel para estudos de Economia, Sistema Histórico e Civilizações na Universidade de Binghampton (situada no Estado de NY/EUA) até o ano de 2005. Presidiu a Associação Internacional de Sociologia, entre os anos de 1994 e 1998 e lecionou também na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, em Paris. Fonte: sítio eletrônico do autor - http://iwallerstein.com/
Contextualização da produção intelectual de I. Wallerstein Segunda Guerra Mundial e crítica ao fascismo; Movimento anticolonial na Índia, que cresce na década de 1920; Uma opção metodológica pela análise a partir da ideia de sistema-mundo (ideia esta sintetizada numa obra de quatro volumes chamada O sistema mundial moderno ); Aproximação de movimentos que o autor chama de anti-sistêmicos, tanto no estudo histórico como nas perspectivas para o presente, incluindo os chamados novos movimentos sociais.
Movimento anticolonial na Índia e os levantes de 68 influenciaram a formação intelectual de I. Wallerstein. Na primeira foto, a Marcha do Sal; na segunda, levantes de estudantes e operários na França.
Após o liberalismo : A reflexão de I. Wallerstein sobre a modernidade Um balanço, em termos de contribuição com uma sociologia histórica do liberalismo. Para o autor, o ano de 1989, com o colapso da maioria dos regimes chamados de socialistas, não representa o apogeu do liberalismo, mas o contrário; O período 1789-1989 é o período que vai do triunfo ao colapso do liberalismo como ideologia definidora da geocultura.
Da Queda da Bastilha à Queda do Muro de Berlim o triunfo e o colapso do liberalismo. Na primeira imagem, quadro de Jean Pierre Houel (pintor francês), representando a queda da Bastilha. Na segunda, foto que ilustra a queda do Muro de Berlim.
Duas conotações para o moderno Modernidade, antes de tudo, como normalidade da mudança. Uma conotação positiva e vanguardista e uma concepção antagonista e militante. 1 Moderno seria o que fizesse avançar a tecnologia progresso, controle da natureza, racionalidade técnica. 2 Moderno como o antimedieval, libertário, antidogmático e anti-autoritário o controle da humanidade sobre si própria. Seria essa a contradição essencial do sistema do capitalismo histórico : modernidade da tecnologia x modernidade da libertação.
A relação entre as modernidades em três períodos Período histórico Meados do séc. XV até o fim do séc. XVIII Século XIX a 1968 Relação entre modernidade da tecnologia e modernidade da libertação Completo atrelamento, sob um liberalismo ainda insurgente (Iluminismo) Conflito latente, mantido sob controle pela ideologia liberal que as busca atrelar De 1968 aos dias atuais Luta aberta, sob pressão de movimentos contestatórios
X Modernidade da tecnologia x Modernidade da libertação. Na primeira imagem, Coalbrookdale à noite, de Loutherbourg (pintor franco-inglês), retratando os fornos da Cia. Coalbrookdale, uma representação da revolução industrial. Na segunda, imagem A liberdade conduzindo o povo, de Delacroix (pintor francês), ilustrando levantes de 1830 na França.
A relação entre as modernidades em três períodos Em meio aos conservadores e aos socialistas, os liberais julgavam, desde o século XVIII, compor o centro político; Para o autor, os liberais quase sempre estiveram mais preocupados com a modernidade da tecnologia do que com a modernidade da libertação em especial após o sec. XVIII. Ou seja: a garantia dos lucros e do progresso tecnológico se impunham sobre a perspectiva democrática. Wallerstein critica, além dos liberais e conservadores, o que considera uma captura de socialistas pela modernidade da tecnologia. Para ele, o problema é o quanto o socialismo foi influenciado por essa modernidade da tecnologia e pelo liberalismo; não o contrário.
Liberalismo e modernidade: É por apoiar-se na modernidade da tecnologia que o liberalismo entra em colapso como ideologia definidora da geocultura. Para Wallerstein, há uma grave crise no sistema mundial moderno, ainda sem resposta; A resolução (a chamada reconstrução do mundo ) pode surgir a partir dos movimentos antissistêmicos globais que reivindicam uma modernidade da libertação mais do que simplesmente pela via do Estado (participação democrática).
Choque de modernidades: dois sintomas 1. Uma ciência não-linear, com as novas perspectivas na Física, com a quebra de barreiras disciplinares etc. 2. O movimento pós-modernista, que, para o autor, é moderno, e rompe com a modernidade da tecnologia.
Aproximações: o problema da regulação após o liberalismo no sistema-mundo Normalidade da mudança, regulação e acompanhamento cotidiano Direito Administrativo Conjuntural. Legislativo/macroestruturas legislativas e Direito Administrativo conjuntural. Sistema-mundo, ruptura de fronteiras e regulação intensificação das mudanças e os desafios da regulação sob uma redução do poder dos Estados Nacionais: participação popular e exigência de habilidade (e conhecimento) ainda maior para induzir comportamentos socialmente desejáveis. Mecanismos supraestatais de regulação, não só entre estados mas também entre movimentos sociais.
Aproximações: o problema da regulação após o liberalismo no sistema-mundo Regulação, modernidade da tecnologia e modernidade da libertação regulação para fortalecimento do mercado ou ligados aos direitos fundamentais e à expansão democrática? Técnica e política: burocratização, Estado e exercício democrático Pós-modernidade como um não-momento histórico Wallerstein, F. Jameson, D. Harvey.