Tribunal de Justiça de Minas Gerais

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Transcrição:

Número do 1.0517.11.000482-0/001 Númeração 0004820- Relator: Relator do Acordão: Data do Julgamento: Data da Publicação: Des.(a) Newton Teixeira Carvalho Des.(a) Newton Teixeira Carvalho 15/05/2014 23/05/2014 EMENTA: APELAÇÃO - DANOS MORAIS E MATERIAIS - QUEDA EM BURACO - LUGAR ALUGADO PARA EVENTO - AUSÊNCIA DOS CUIDADOS NECESSÁRIOS. Os responsáveis pelo imóvel, age com culpa no evento que vitimou a parte autora, por não adotar todas as medidas indispensáveis à segurança de freqüentadores do local, deixando de proteger o vão adequadamente e, ainda, de sinalizar devidamente a existência de um buraco no local. APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0517.11.000482-0/001 - COMARCA DE POÇO FUNDO - APELANTE(S): SABRINA ELISA DA SILVA - APELADO(A)(S): AFUP ASSOCIAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DA PREFEITURA MUNICIPAL DE P A C Ó R D Ã O Vistos etc., acorda, em Turma, a 13ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos em DAR PROVIMENTO AO RECURSO. DES. NEWTON TEIXEIRA CARVALHO RELATOR. DES. NEWTON TEIXEIRA CARVALHO (RELATOR) V O T O Trata-se de recurso de apelação interposto por SABRINA ELISA DA SILVA, nos autos da "AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E 1

MATERIAIS", ajuizada em face de AFUP - ASSOCIAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DE POÇO FUNDO, cujo pedido foi julgado improcedente, nos seguintes termos: "Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO INICIAL, condenando a autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, este que fixo em R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais), nos temos do art. 20,; 4º, do CPC, cuja exigibilidade ficará suspensa, nos moldes do ar. 12, da Lei 1.060/50." Afirma, a apelante, que a apelada locou a sua sede ao sr. Fabrício, funcionário, para um evento. Relata que não havia proteção ou sinalização no buraco onde a parte autora caiu, afirmando que o elemento culpa é verificado no momento em que a ré apelada se propôs à abertura de sua sede para a realização de festas e comemorações, sem tomar os devidos reparos de praxe, cuidados de segurança e controle do imóvel para o bem estar dos convidados. Alega, a autora, que sofreu ferimentos no ombro direito, antebraço direito, punho direito com fratura no distal de radio e, ainda, vários edemas na perna e joelho esquerdo, conforme faz prova as fotos às ff. 24/26. Requer seja a apelada condenada a indenizá-la pelos danos morais e materiais, por ela sofridos, eis que é responsável pelos danos causados com a queda no buraco, sem a devida sinalização. Apelação recebida em ambos os efeitos à f. 108. Não houve apresentação de contrarrazões. No mérito, cediço é que a responsabilidade do AFUP - ASSOCIAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DA PREFEITURA MUNICIPAL DE POÇO FUNDO é subjetiva, mesmo porque o próprio Código Civil adotou, como regra geral, em sede de reparação civil, o "princípio da culpa 2

como fundamento da responsabilidade". Assim, no direito brasileiro não há como apurar a responsabilidade sem pesquisar o elemento subjetivo, isto é, sem examinar se o ofensor agiu com "negligência, imperícia ou imprudência", dúvida não havendo de que a responsabilidade, com fundamento na teoria objetiva, é exceção, exigindo dispositivo expresso nesse sentido. Diante de tais ponderações, cumpre analisarmos, in casu, de quem foi a culpa no evento danoso. Da análise das provas trazidas aos autos, verifica-se que houve, de fato, a locação do imóvel ao Sr. Fabrício Venicio dos Reis, funcionário municipal, com fins não residenciais, para o dia 27 de novembro de 2010, conforme contrato anexado às ff. 40/42. Nota-se, ainda, que no contrato, no item V, tratando-se de danos de qualquer natureza ou extravio de algum objeto que rodeia a sede, o locatário será responsabilizado e lhe aplicado multa proporcional ao dano. No item VI, o contrato se refere ao lixo e ao som alto ou qualquer outra forma de perturbação, deixando claro que a locação seria para festas ou algo semelhante. Portanto, a recepção de várias pessoas no local seria inevitável. Com efeito, após compulsar detidamente os elementos probatórios constantes dos autos, chegamos à conclusão de que o acidente, que vitimou a parte autora, ocorreu por culpa da parte ré, eis que no local alugado, sede da associação, mantinha um buraco descoberto no gramado onde os freqüentadores possivelmente passariam, não se desincumbindo de proteger o local, de forma adequada. É de se ver que a culpa da ré reside justamente no fato de que não tomou as cautelas devidas para evitar a queda dos freqüentadores 3

no buraco que existia no local, ao lado da piscina, sendo de curial sabença que cabia à Associação adotar todas as medidas necessárias para impedir a ocorrência de acidentes, o que, entretanto, não fez, já que, consta dos autos, que a vítima caiu no buraco, que estava sem nenhuma proteção. Salientamos que, no presente caso, o buraco necessitava ser fechado com segurança para evitar, inclusive, que fosse aberto por terceiros, por se tratar da caixa de máquinas da piscina e de ser sua extensão e profundidade de 1,30 (um metro e trinta centímetros), medidas capazes de ferir qualquer pessoa caísse dentro dele. A forma como a apelada afirma ter protegido o local, com uma grade, posta simplesmente em cima do buraco, sem nenhuma cautela para que qualquer outra pessoa a retirasse do lugar, colocando em risco a integridade física de outros, não lhe exime da culpa. Depoimento pessoal da ré, de f. 80, extrai-se: "(...) que antes de cada evento a ré verifica a parte elétrica, piscina, condições de limpeza como uma casa de praia, pois não se trata de clube; que a foto de fl. 22 refere-se ao local do fato, porém cobrindo o motor da piscina havia um portão de ferro; que quando alugaram o local para o referido funcionário, Fabrício Benício do Reis, o portão de ferro estava no local próprio e cobrindo o motor da piscina; (...) Nota-se que a própria ré demonstrou saber do perigo existente, afirmando que colocou um portão de ferro como proteção que, conforme fotos anexadas nos autos, também não estava em bom estado de conservação, eis que possuía várias grades, onde nota-se espaços entre algumas, que também poderiam ocasionar acidentes, caso alguém pisasse por cima dela. Ademais, as provas dos autos apontam para a inexistência de sinalização adequada no local em que a vítima sofreu a queda. Assim, verifica-se culpa no evento que vitimou a parte autora, 4

haja vista que os responsáveis pelo imóvel não adotaram todas as medidas indispensáveis à segurança de freqüentadores do local, deixando de proteger o vão adequadamente e de sinalizar, devidamente, a existência de um buraco no local. No que diz respeito à fixação do quantum indenizatório, segundo a melhor doutrina e reiterada jurisprudência, compete ao julgador levar em consideração a gravidade objetiva do dano, a personalidade da vítima, considerando-se sua situação sócio-econômico-financeira, sua reputação, a gravidade da falta e as condições do autor do ilícito. A fixação do quantum indenizatório deve ser considerada como uma forma de amenizar a angústia e sofrimento experimentado pela parte ofendida. Assim sendo, levando-se em consideração todos os parâmetros, especialmente as circunstâncias do fato, as condições econômico-financeiras das partes, a gravidade objetiva do dano e a extensão de seu efeito lesivo, aliados à necessidade de se fixar uma indenização que não constitua enriquecimento da parte apelada, entendemos justa a fixação no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a título de indenização por danos morais, tendo em vista que a parte autora sofreu o dano, consequência das lesões pelo corpo e quebra do braço. Quanto ao pedido de danos materiais, por sua natureza, evidentemente, a demonstração da extensão deste dano deve ser precisa também quanto ao valor da indenização pretendida, pois o que se visa, através da ação judicial, é a recomposição da efetiva situação patrimonial, que se tinha antes da ocorrência do dano. Ressalta-se que, nada impede a cumulação do pedido de indenização pelo dano material suportado com o pedido de indenização por eventuais danos morais, que derivaram do mesmo fato gerador. Dessa forma, de se acatar, também, os danos materiais no valor comprovado às ff. 17/18 e 20, na somada de R$ 132.41 (cento e trinta e dois reais e quarenta e um centavos). 5

Diante do exposto, DAMOS PROVIMENTO À APELAÇÃO da parte autora, fixando os danos materiais em 132,41 (cento e trinta e dois reais e quarenta e um centavos) e os danos morais em R$ 5.000,00 (cinco mil reais) com incidência, por se tratar de responsabilidade extracontratual, de juros de mora a partir do evento danos, conforme Súmula 54, do Superior Tribunal de Justiça, e a correção monetária, a partir da data da prolação desta decisão, conforme Súmula 362, do Superior Tribunal de Justiça. Condeno a parte ré nas custas e honorários advocatícios invertendo a verba sucumbencial constante na sentença. DES. CLÁUDIA MAIA (REVISOR) - De acordo com o(a) Relator(a). DES. ALBERTO HENRIQUE - De acordo com o(a) Relator(a). SÚMULA: "DERAM PROVIMENTO AO RECURSO" 6