UMA APLICAÇÃO MÓVEL DE ACESSO AO PRONTUÁRIO MÉDICO



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Transcrição:

UNIJUÍ UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS - DCEEng CURSO CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO UMA APLICAÇÃO MÓVEL DE ACESSO AO PRONTUÁRIO MÉDICO TASSIANA KAUTZMANN Matrícula nº: 540293 ORIENTADOR: Prof Me. Vinicius Maran Dezembro de 2012

UNIJUÍ UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS - DCEEng CURSO CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO UMA APLICAÇÃO MÓVEL DE ACESSO AO PRONTUÁRIO MÉDICO TASSIANA KAUTZMANN Matrícula nº: 540293 BANCA EXAMINADORA PROF. ORIENTADOR ME. VINICIUS MARAN PROF. ME. ROGÉRIO MARTINS Dezembro de 2012

Dedico este trabalho aos meus pais, Ivete e Elson (in memorian), por terem proporcionado meus estudos, educação e exemplos de vida, e ao meu namorado, Heriberto, pelo amor e pelo apoio.

AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela vida, força, e por nunca me abandonar nos momentos mais difíceis. Agradeço aos meus pais por tudo o que me deram e ensinaram ao longo da minha vida. Sem eles eu não teria e nem seria nada. Agradeço ao meu namorado, Heriberto Brill Nonemacher, pelos bons conselhos, companheirismo, compreensão, amor e paciência ao longo do curso, fatores que não me deixaram desistir de lutar pelos meus sonhos. Agradeço ao meu orientador, Vinicius Maran, por sempre responder de prontidão minhas dúvidas, por compreender os meus limites e dificuldades na realização deste trabalho, e pelos ensinamentos dados. Agradeço a todos os meus professores que contribuíram para minha formação, tanto profissional quanto pessoal e, em especial, ao professor Rogério Martins, que sempre ajudoume e apoiou-me nos momentos de dificuldade, assim como o fez à todos os demais alunos, e dedicou-se ao máximo para trazer coisas novas para o curso, fazendo com que tivéssemos mais vontade e interesse em estudar e descobrir coisas novas na nossa área. Agradeço aos profissionais da área da Saúde pelo material e pelas entrevistas concebidas para a realização deste trabalho. Agradeço à Liris Müller, Júlio Cezar Beal e Dionei Fábio Buske por permitirem que eu me ausentasse do trabalho para concluir meus estudos, e aos meus colegas do Núcleo de Desenvolvimento de Sistemas, pelo apoio e pela força enquanto estive ausente. Agradeço a todos os meus colegas de curso que, de certa forma, contribuíram para minha formação trocando conhecimentos. Agradeço aos meus amigos pelo apoio, pela troca de conhecimentos e pelos momentos de descontração.

RESUMO A computação vem sendo utilizada em diversas áreas para proporcionar benefícios à população no seu cotidiano. Na área da saúde, esta prática vem se destacando, seja no diagnóstico de doenças, descoberta de curas, seja armazenamento de informações de pacientes, sem que o tempo as danifique ou que se percam em pilhas de papéis. Portanto, o uso da computação é fundamental na área da saúde. Atualmente, formas mais inteligentes de armazenamento de dados clínicos e hospitalares, como a computação móvel, ubíqua e pervasiva, vêm sendo estudadas e aprimoradas, para facilitar o atendimento dos profissionais de saúde a seus pacientes. Com o objetivo de contribuir com a área da saúde, este trabalho apresenta o desenvolvimento de uma ferramenta para dispositivos móveis que auxilia os profissionais dessa área, na hora de prestar atendimento, quando os mesmos estão longe dos seus locais de trabalho. Para isso, estudos e entrevistas foram feitas para modelar uma ferramenta de acordo com as necessidades mais importantes, para que pacientes e profissionais possam ser beneficiados. Essa ferramenta permite aos médicos e profissionais clínicos, mesmo fora do local de trabalho, o acesso a informações básicas de saúde de seus pacientes. móveis. Palavras-chave: Área da saúde, computação móvel, ubíqua, pervasiva, dispositivos

ABSTRACT The computer has been used in several areas to provide benefits to people in their daily lives. In health, this practice has been highlighted, either in disease diagnosis, finding cures, whether storage of patient information without the time the damage or get lost in piles of papers. Therefore, the use of computer is essential for health. Currently, more intelligent ways of storing clinical data and hospital, as mobile computing, ubiquitous and pervasive, have been studied and enhanced to facilitate the care of health professionals to their patients. Aiming to contribute to health, this paper presents the development of a tool for mobile devices that helps professionals in this area, in time to provide care, when they are away from their workplaces. For this reason, studies have been made and interviews for modeling a tool according to the most important needs, so that patients and staff can be benefited. This tool enables physicians and clinicians, even outside the workplace, access to basic health information to their patients. Keywords: healthcare, mobile computing, ubiquitous, pervasive, mobile devices.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AAFP AAP ANSI API ASTM CCR CDA CFM EMR FK HER HIMSS IBM ios MMS OHA PEP PK RAM RTCPU RUTE SD American Academy of Family Physicians American Academy of Pediatrics American National Standards Institute Application Programming Interface American Society for Testing And Materials Continuity of Care Record Clinical Document Architecture Conselho Federal de Medicina Electronic Medical Records Foreign Key Electronic Health Records Healthcare Information and Management Systems Society International Business Machines iphone Operating System Massachusetts Medical Society Open Handset Alliance Prontuário Eletrônico do Paciente Primary Key Random Access Memory Real Time Central Processing Unit Rede Universitária de Telemedicina Secure Digital

SDK SMS USB WS XML XMPP Software Development Kit Short Message Service Universal Serial Bus Web Service Extensible Markup Language Extensible Messaging and Presence Protocol

LISTA DE FIGURAS Figura 1: Arquitetura do Android (ANDROID DEVELOPERS, 2012).... 17 Figura 2: Árvore do padrão CCR usado pela API do Google Health (ASTM, 2003).... 26 Figura 3: Codificação HL7 CDA nível 3 (FONSECA, 2008).... 27 Figura 4: Modelo de Referência Demográfico da Fundação openehr (DIAS; FREIRE, 2008).... 28 Figura 5: Arquitetura do sistema (MACHADO, 2010).... 29 Figura 6: Configuração Inicial - Aplicativo móvel em execução (MACHADO, 2008).... 30 Figura 7: Telas que apresentam as informações de saúde do paciente (AZEVEDO, 2010).... 31 Figura 8: Diagrama entidade relacionamento representando uma consulta e as principais entidades envolvidas.... 33 Figura 9: Diagrama de classes... 36 Figura 10: Diagrama de sequência... 36 Figura 11: Diagrama do Repositório... 37 Figura 12: Tela de login... 41 Figura 13: Menu médico... 41 Figura 14: Tela de pesquisa... 42 Figura 15: Tela de dados pessoais do paciente... 43 Figura 16: Tela do menu do paciente... 44 Figura 17: Tela dos dados de consulta... 44 Figura 18: Memória RAM e RTCPU utilizada pela ferramenta... 46 Figura 19: Informações da ferramenta fornecidas pelo sistema operacional do celular... 47

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Versões da Plataforma Android (ANDROID DEVELOPERS, 2012).... 19 Tabela 2: Vantagens e desvantagens do prontuário em papel e eletrônico (PINTO, 2006).... 23 Tabela 3: Estrutura de dados da classe Paciente.... 34 Tabela 4: Estrutura de dados da classe Médico... 34 Tabela 5: Estrutura de dados da classe Consulta... 34 Tabela 6: Tempos de acesso às telas da ferramenta... 45

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 12 1.1 Problemas e Objetivos... 13 1.2 Organização do Texto... 14 2. COMPUTAÇÃO MÓVEL E PERVASIVA... 15 2.1 Computação Móvel... 15 2.1.1 Plataforma Android... 16 2.1.2 Arquitetura e API s... 17 2.2 Computação Pervasiva... 19 2.2.1 Computação Baseada em Contexto... 21 3. COMPUTAÇÃO APLICADA NA SAÚDE... 22 3.1 Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP)... 23 3.2 Padrões para a Representação de Informações Clínicas... 24 3.2.1 Padrão CCR... 24 3.2.2 HL7... 26 3.2.3 Open EHR... 27 3.3 Trabalhos Relacionados... 29 3.3.1 Aplicações Móveis de Acesso às Informações do Paciente... 29 4. FERRAMENTA DE ACESSO A INFORMAÇÕES CLÍNICAS... 32 4.1 Modelagem de Informações Clínicas... 32 4.2 Modelagem da Arquitetura... 35 4.2.1 Aplicação Móvel de Acesso ao Prontuário... 35 5. CENÁRIO DE USO E REALIZAÇÃO DE TESTES... 39 5.1 Cenário de Uso... 39 5.1.1 Definição do Cenário de Uso... 40 5.1.2 Execução do Cenário de Uso... 40 5.2 Realização de Testes... 45 6. CONCLUSÕES... 48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 50

1. INTRODUÇÃO A mobilidade dos usuários e, consequentemente, da computação com os mesmos é possível graças à computação móvel, que atualmente está presente no cotidiano da população (MARAN et al, 2011). A área de Computação Móvel oferece tecnologias para que dispositivos computacionais e serviços associados ao mesmo sejam móveis, permitindo com que estes possam ser carregados ou transportados pelos usuários, mantendo-se conectados a redes ou à internet (DOMINGUES, 2008). A computação móvel tem instigado grandes transformações na forma como realizamos atividades corriqueiras. Apoiada pela comunicação sem fio e pela crescente comercialização dos dispositivos portáteis, a computação móvel vem sendo popularizada em várias áreas do conhecimento, como educação, comércio, entretenimento e saúde (LIMA, 2010). A Computação Pervasiva é uma extensão da Computação Móvel. Para além da mobilidade, sistemas invasivos requerem suporte para interoperabilidade, escalabilidade, invisibilidade, e a garantia de que os usuários tenham acesso direto à computação sempre que necessário (SAHA; MUKHERJEE, 2003). Atualmente, na área da saúde, a computação é utilizada em duas linhas de pesquisa principais: (i) Healthcare: trata da inserção da computação no ambiente hospitalar, no auxílio aos profissionais de saúde, na realização das suas atividades, e às instituições de saúde, em questões relacionadas ao controle financeiro e administrativo (MARAN et al, 2011); (ii) Homecare: trata da utilização da computação no cuidado de pacientes, quando estes estão em suas próprias residências ou em outros lugares fora do ambiente hospitalar (BARDRAM; CHRISTENSEN, 2007). Atualmente, pacientes clínicos são internados em instituições hospitalares e podem contrair algum tipo de infecção decorrente da internação, agravando ainda mais o seu quadro clínico e trazendo novas complicações para sua saúde. Desta forma, o atendimento domiciliar pode ser utilizado como uma alternativa para o acompanhamento de pacientes, evitando problemas que ocorrem atualmente com a internação de pacientes (RIGHI, 2005).

A redução do tempo de internação hospitalar e o desenvolvimento de estratégias para o monitoramento e o autocuidado são possibilidades que merecem investimentos na área de computação aplicada à saúde (MACHADO et al, 2008). Com a mobilidade das informações dos pacientes, os profissionais da saúde precisam realizar atendimentos a qualquer momento e em qualquer lugar, características que indicam a necessidade da utilização de tecnologias provenientes da Computação Ubíqua. A Computação Ubíqua (Weiser, 1991) define que a computação e as informações de sistemas computacionais estariam disponíveis aos usuários independentemente do dispositivo, a qualquer momento, não importando o lugar onde estes estejam, ou seja, a computação seria onipresente, inserida no ambiente dos usuários, mesmo sem que estes consigam perceber a presença da computação. A utilização de tecnologias da Computação Ubíqua / Pervasiva permite uma constante troca de informações entre sistemas, com o intuito de auxiliar os usuários na realização de suas tarefas diárias, sem precisar de treinamento prévio. Desta forma, os sistemas devem ser inteligentes e proativos, para descobrir o que o usuário deseja. Nas áreas de Computação Pervasiva e Ubíqua, a informação relacionada ao ambiente é chamada de contexto (DEY et al, 1999), que permite que sistemas reconheçam alterações de comportamento em elementos do ambiente e se adaptem a estas mudanças, seja na forma de funcionamento ou na forma de apresentação do conteúdo (MARAN et al, 2011). Este tipo de aplicação utiliza dados de contexto para se adaptar às necessidades do usuário e é conhecida como aplicação consciente de contexto (XU et al., 2010) (HENRICKSEN; INDULSKA, 2006). 1.1 Problemas e Objetivos Atualmente, a área da saúde vem enfrentando sérios problemas. Segundo a CNBB (FORMENTINI, 2012), problemas como uso inadequado dos recursos, a tendência de terceirização dos serviços, além da fila de atendimento, espera para exames, falta de vagas e medicamentos [...], além da baixa qualidade no atendimento de pacientes que ocorre frequentemente em ambientes hospitalares (FORMENTINI, 2012). O acesso ao prontuário médico do paciente poderia significar, inclusive, a diferença entre a vida e a morte (QUEIROZ, 2012). Hoje, o médico, em sua ronda aos pacientes internados, deve locomover-se de sua sala e visitar os pacientes em seus leitos, não tendo acesso ao sistema de informação durante a realização de sua tarefa (VICENTINI et al, 2010).

Aliando tecnologias e a necessidade de mobilidade das informações do paciente, onde ele estiver, propus neste projeto a criação de uma ferramenta que possui como principal objetivo fornecer acesso, independentemente de local, às informações do paciente, para o ambiente de healthcare. Com a mobilidade do prontuário, o médico poderá ter acesso às informações do paciente antes mesmo de chegar até ele, facilitando e agilizando o atendimento. E nos casos em que o paciente não precisa ser internado, o mesmo pode receber atendimento sem sair de casa, evitando a lotação de hospitais e diminuindo os riscos de contrair infecções hospitalares. Como objetivos específicos, este trabalho busca: (i) realizar um estudo de tecnologias da computação móvel e pervasiva aplicadas a sistemas hospitalares e uma comparação entre trabalhos relacionais a estas áreas; (ii) realizar um estudo comparativo dos padrões utilizados atualmente para a representação de prontuários de saúde eletrônicos em ambientes hospitalares e da utilização de prontuários em formulários convencionais; (iii) fazer o levantamento de requisitos para modelar as informações clínicas; (iv) definir cenários de uso e realizar testes em um protótipo de acesso a informações clínicas. 1.2 Organização do Texto O restante do texto é apresentado com a estrutura a seguir: o Capítulo 2 apresenta um estudo sobre a computação móvel e pervasiva, e as plataformas para o desenvolvimento de aplicativos móveis; o Capítulo 3 apresenta o conceito de Computação Aplicada na Saúde, o uso do prontuário eletrônico com suas vantagens e desvantagens, padrões de representação dos dados do paciente e trabalhos relacionados; o Capítulo 4 apresenta as etapas de desenvolvimento de uma ferramenta para o acesso de informações clínicas a partir de dispositivos móveis; o Capítulo 5 apresenta o cenário de uso e a realização dos testes e o Capítulo 6 apresenta as conclusões deste trabalho.

2. COMPUTAÇÃO MÓVEL E PERVASIVA Atualmente, a Computação Pervasiva está direcionada ao desenvolvimento de ambientes programáveis e interativos, os quais auxiliarão o usuário em suas atividades diárias (FERREIRA, 2009). A evolução desta área, em conjunto com o crescimento da Computação Móvel, permite que informações e recursos possam ser acessados e utilizados em qualquer lugar e em qualquer momento (MONTEIRO, 2006), através da utilização de equipamentos com diferentes perfis de hardware (YAMIN, 2004), otimizando e automatizando suas atividades. Este capítulo apresenta um estudo realizado sobre os conceitos de Computação Móvel, Computação Pervasiva e de suas relações com este trabalho. 2.1 Computação Móvel A área de Computação Móvel representa um novo paradigma computacional, antecedida pelos grandes centros de processamento de dados na década de sessenta, o surgimento dos terminais nos anos setenta, e as redes de computadores na década de oitenta (MATEUS; LOUREIRO, 2012). O principal objetivo da Computação Móvel é oferecer, com suporte à mobilidade, recursos computacionais comparáveis às estações de trabalho convencionais, ou seja, prover processamento e troca de informações via rede sem fio, com o uso de dispositivos portáveis (FIGUEIREDO; NAKAMURA, 2003). Este paradigma permite que usuários tenham acesso a serviços, independentemente de localização. Desta forma, a computação móvel amplia o conceito tradicional de computação distribuída. Esta característica é possível graças à comunicação entre sistemas, que elimina a necessidade de manter o usuário conectado a uma infraestrutura fixa e, em geral, estática (MATEUS; LOUREIRO, 2012). O compartilhamento de dados entre computadores que fazem parte de ambientes móveis é uma necessidade clara, mas ainda há obstáculos que dificultam seu uso, tais como: maior capacidade de desconexões, variações na largura de banda, alto custo da comunicação e

escassez de recursos nos dispositivos portáteis, como duração de bateria, espaço em disco e poder de processamento (ROCHA; TOLEDO, 2007). Atualmente, na área de computação há uma diversidade de sistemas operacionais e plataformas para dispositivos móveis. Uma destas plataformas é conhecida como Android, que por ser open source, pode ser adaptada a fim de incorporar novas tecnologias (PEREIRA; SILVA, 2009). Além do Android, existem outras plataformas que podem ser utilizadas para desenvolver aplicativos e ferramentas para dispositivos móveis. Como exemplos, podemos citar as plataformas Apple ios e Windows Phone. O sistema operacional ios é rápido, eficiente e seguro, mas há uma série de restrições impostas que dificultam o trabalho, tornando tarefas que seriam triviais em outras plataformas, extremamente difíceis de serem realizas no ios, como por exemplo a limitação do uso do bluetooth, que não pode sincronizar com aplicações desktop. O Windows Phone, sistema mais recente da nova geração, tem como característica uma interface gráfica inovadora. Os aplicativos para esse sistema são desenvolvidos utilizando o framework XNA e Silverlight (SILVA, 2011). 2.1.1 Plataforma Android A OHA, um grupo de empresas das áreas de computação e telefonia, foi criada com a intenção de padronizar uma plataforma de código aberto e livre para celulares, pois o mercado era dominado até então por plataformas fechadas (LECHETA, 2009). Por ter código aberto e licença flexível, a plataforma Android permite que sejam feitos aplicativos customizados de acordo com a sua empresa, gosto ou público, criando ferramentas novas, funcionalidades, ou corrigindo falhas, e proporciona aos desenvolvedores que melhorem o seu código. Antes mesmo da utilização da plataforma Android em um dispositivo portátil, o Google disponibilizou o SDK, composto pela API das classes Java e pelo emulador, um dispositivo móvel virtual que permite rodar e testar as aplicações desenvolvidas, com o intuito de incentivar o desenvolvimento de aplicativos (SANTOS et al, 2012). Embora o SDK tenha um emulador que pode ser executado como um aplicativo comum, existe um plug-in para o Eclipse que visa justamente integrar o ambiente de desenvolvimento Java com o emulador (LECHETA, 2010) e com os dispositivos móveis, configurando o USB para modo desenvolvedor.

A linguagem Java é utilizada para construir as aplicações para o Android. É uma linguagem de programação orientada a objetos, criada em 1991 pela Sun Microsystems. Por ter portabilidade, versatilidade e segurança, é uma linguagem que pode ser encontrada em laptops, datacenters, consoles de jogo, supercomputadores científicos, telefones celulares e até na Internet (INFOESCOLA, 2011). 2.1.2 Arquitetura e API s A plataforma Android é composta por uma pilha de componentes de software, desenvolvida para dispositivos móveis, que inclui o sistema operacional em si e conjuntos de bibliotecas, frameworks e aplicações-chave (LECHETA, 2009). Na Figura 1 são apresentados os principais componentes do sistema operacional Android e sua descrição logo abaixo. Figura 1: Arquitetura do Android (ANDROID DEVELOPERS, 2012). A camada Applications fornece um conjunto de aplicações básicas, tais como: contatos, calendário, mapas, navegador, SMS, entre outros.

O framework de aplicações é um conjunto de serviços e sistemas (ANDROID DEVELOPERS, 2012) onde estão inclusos vários gerenciadores (de pacotes, atividades, janelas, telefonia, conteúdo, recursos, entre outros), ou seja, um conjunto rico e extensível de componentes de interface de usuário e Suporte para uso do protocolo XMPP (AQUINO, 2007). O Android Runtime contém um conjunto de bibliotecas que fornece a maioria das funcionalidades disponíveis nas principais bibliotecas da linguagem de programação Java onde cada aplicação Android roda em seu próprio processo, com sua própria instância da máquina virtual Dalvik (ANDROID DEVELOPERS, 2012). Dalvik é uma máquina virtual que está dentro do sistema operacional Android, a qual executa várias máquinas virtuais com eficiência. Além das próprias bibliotecas, tais como Biblioteca de Mídia, 3D e SQLite, o Android inclui bibliotecas de C/C++ que são utilizadas por diversos componentes do sistema. O Kernel do Linux, na versão 2.6, também está presente na arquitetura, e é utilizado para gestão de memória, processos, segurança e energia, o qual verifica periodicamente todos os dispositivos que não estão sendo utilizados por aplicações e os desliga (PEREIRA; SILVA, 2009). O nível da API é um número inteiro que representa a revisão do framework, que é usada pelos aplicativos para poderem melhor interagir com o Android (ANDROID DEVELOPERS, 2012). A API também permite a negociação da instalação de aplicativos no dispositivo do usuário, de modo que versões incompatíveis não sejam instaladas. A sua estrutura consiste em: Um conjunto básico de pacotes e classes; Um conjunto de elementos XML e atributos para declarar um arquivo de manifesto; Um conjunto de elementos e atributos XML para declarar e acessar recursos; Um conjunto de Intentos; Um conjunto de permissões que as aplicações podem requerer, bem como da imposição da permissão incluída no sistema (ANDROID DEVELOPERS, 2012). A Tabela 1 mostra as versões da plataforma e o nível da API suportado por elas.

Versão da Plataforma Nível da API Código da Versão Android 4.1, 4.1.1 16 JELLY_BEAN Android 4.0.3, 4.0.4 15 ICE_CREAM_SANDWICH_MR1 Android 4.0, 4.0.1, 4.0.2 14 ICE_CREAM_SANDWICH Android 3,2 13 HONEYCOMB_MR2 Android 3.1.x 12 HONEYCOMB_MR1 Android 3.0.x 11 HONEYCOMB Android 2.3.4 10 GINGERBREAD_MR1 Android 2.3.3 Android 2.3.2 9 GINGERBREAD Android 2.3.1 Android 2.3 Android 2.2.x 8 FROYO Android 2.1.x 7 ECLAIR_MR1 Android 2.0.1 6 ECLAIR_0_1 Android 2.0 5 ECLAIR Android 1.6 4 DONUT Android 1.5 3 CUPCAKE Android 1.1 2 BASE_1_1 Android 1.0 1 BASE Tabela 1: Versões da Plataforma Android (ANDROID DEVELOPERS, 2012). Ao desenvolver um aplicativo, é preciso escolher a versão da plataforma com a qual compilará a aplicação, pois quanto menor a versão suportada pelo aplicativo, melhor, pois muitos dispositivos não recebem atualizações por terem um hardware limitado, ou por serem ultrapassados (LECHETA 2010). Atualmente, mais de 70% dos aparelhos que utilizam a plataforma Android empregam versões mais novas em relação ao nível 8 (ANDROID DEVELOPERS, 2012). Além da escolha da versão da plataforma, é preciso estudar e entender as necessidades dos usuários e como o aplicativo poderá facilitar as suas atividades. 2.2 Computação Pervasiva A Computação Pervasiva (Pervasive Computing) foi proposta em 1998 pela IBM (VICENTINI, 2010) e prevê um ambiente repleto de dispositivos, onde os usuários têm

acesso às informações e recursos computacionais em qualquer local (anywhere), a qualquer hora (anytime), e utilizando qualquer dispositivo (any device) (VICENTINI, 2010). O conceito de computação pervasiva implica que o computador está embarcado no ambiente de forma invisível para o usuário. Nesta concepção, o computador tem a capacidade de obter informação do ambiente no qual está embarcado e utilizá-la para, dinamicamente, construir modelos computacionais, ou seja, controlar, configurar e ajustar a aplicação para melhor atender às necessidades do dispositivo ou usuário (CÉSAR, 2011). Além disso, o ambiente também deve ser capaz de detectar outros dispositivos que venham a fazer parte dele e que possam ser relevantes no auxílio à realização de tarefas. Desta forma, o ambiente deve gerenciar e integrar os recursos de diversos dispositivos em um ambiente pervasivo (LIBRELOTTO at al, 2009). Para que isso aconteça, a Computação Pervasiva precisa estar totalmente integrada com o usuário e suportar mobilidade física (REAL, 2004). Além disso, existem quatro pontos a serem considerados para caracterizá-la: a. Espaços Inteligentes (também chamado de espaço pervasivo/ubíquo, computadores e outros (vários e variados) dispositivos digitais): estão totalmente integrados ao ambiente do usuário e objetivam auxiliá-lo em suas tarefas diárias. É um ambiente onde recursos e serviços, dispositivos e aplicações disponíveis podem alterar-se rapidamente (AUGUSTIN et al, 2008). b. Invisibilidade: assim como na computação ubíqua, na pervasiva também não deve haver a consciência do usuário sobre a computação presente (SATYANARAYANAN, 2001). c. Escalabilidade localizada: conforme os smart spaces crescem em sofisticação, a quantidade de interações entre o espaço do computador pessoal do usuário e seu entorno aumenta, o que leva à necessidade de maior largura de banda e do consumo de energia para o usuário de rede sem fio. E a presença de muitos usuários complica mais ainda esse quadro, sendo necessário reduzir a densidade de interações conforme o usuário se afasta. Caso contrário, o sistema receberá muitas informações de distâncias longas, que são de pouca relevância (REAL, 2004). d. Mascaramento de condições desfavoráveis: o uso da Computação Pervasiva no dia a dia pode variar conforme a estrutura do ambiente, economia, entre outros. Com isso, podem vir a ocorrer falhas na rede, problemas de desempenho ou falta de recursos, e o sistema pervasivo precisa adaptar-se a essas falhas, sem que o usuário as perceba.

As aplicações pervasivas são vantajosas em relação às aplicações tradicionais, já que podem adaptar-se a ambientes heterogêneos, utilizando a informação de contexto (LOUREIRO; LIVEIRA; ALMEIDA, 2005). Sensores cada vez menores, mais baratos e mais precisos são desenvolvidos e estão permitindo o surgimento da chamada "computação invisível" (KALA-PRIYA et al., 2004). Também, as aplicações que interagem com o ambiente estão se tornando mais comuns, o que faz com que a computação se torne cada vez mais móvel e pervasiva (WANT; PERING, 2005). 2.2.1 Computação Baseada em Contexto Em sistemas computacionais, o contexto é uma importante ferramenta de apoio à comunicação entre os sistemas e seus usuários. Compreendendo o contexto, o sistema pode se adaptar e mudar sua sequência de ações, o estilo das interações e o tipo da informação fornecida aos usuários, em circunstâncias diversas. Além disso, o contexto auxilia os sistemas a, dinamicamente, habilitar ou desabilitar serviços e funcionalidades. Sistemas que utilizam o contexto para direcionar suas ações e comportamento recebem o nome de sistemas sensíveis ao contexto (VIEIRA et al, 2006). A ideia da Computação Pervasiva de que o usuário, ou o código da aplicação, ou ambos poderão se deslocar conduz à situação de estar a aplicação em diferentes contextos durante seu tempo de execução. Para que as aplicações possam adaptar-se às condições do meio em que se encontram, o middleware deve prover informações sobre o contexto no qual as mesmas estão em processamento no momento. Dentre outras, as informações de contexto incluem: localização, localização relativa, característica dos dispositivos, informações sobre o ambiente de rede, meio em que o usuário está, atividade sendo executada pelo usuário (YAMIN, 2004). No Brasil, observa-se que um dos maiores focos das pesquisas em Computação na Saúde é a área de registros de pacientes e medicamentos, prontuários eletrônicos e informação sobre cursos clínicos. Porém, o hospital do futuro prevê o uso de tecnologias da Computação Pervasiva, que formarão um espaço inteligente, reativo e pró-ativo, onde os sistemas de gerenciamento de informações tomarão decisões e adaptar-se-ão às situações detectadas (FERREIRA, 2009).

3. COMPUTAÇÃO APLICADA NA SAÚDE Atualmente, pesquisas na área de tecnologia de informação têm demonstrado grande interesse em entender melhor como os profissionais de saúde trabalham, isto é, como registram e utilizam as informações do paciente coletadas durante o atendimento (BARSOTTINI; WAINER, 2006). Assim, novos sistemas podem ser construídos, visando reduzir a rejeição apresentada pelos sistemas atuais, que não estão integrados ao cotidiano dos clínicos (KROTH; AUGUSTIN, 2010). Os principais motivos desta rejeição são as características dinâmicas inerentes às atividades clínicas, onde o profissional clínico precisa locomover-se constantemente no ambiente hospitalar, trocar informações com outros profissionais, diagnosticar e prescrever rapidamente com base em informações de saúde do paciente, e trabalhar com situações de emergência, em um ambiente restrito quanto a recursos e/ou informações (VICENTINI, 2010). Com o desenvolvimento de uma ferramenta para atendimento ao paciente fora do ambiente hospitalar, essa rejeição não interfere, pois o médico não precisa deslocar-se ao encontro do paciente, tendo em vista que o mesmo terá em mãos as informações necessárias para o atendimento. Hoje em dia, além dos prontuários manuais, já são utilizados recursos computacionais para armazenar dados do paciente, mas o acesso a esses dados, em um momento de emergência, por exemplo, é lento e burocrático, pois é preciso enviar solicitações a uma central, para que a mesma retorne com as informações necessárias, que nem sempre estão disponíveis (REYNOL, 2010). Uma das soluções para esse problema é contatar familiares do paciente, para conseguir as informações necessárias, mas não é uma solução eficiente, uma vez que nem sempre informações relevantes são lembradas, e/ou o que pode ser relevante para a família não é para profissionais da saúde, já que muitos relatos são vagos e não dão nenhuma indicação do que pode ser o problema, o que acaba não ajudando em nada.

Outra solução é a mobilidade dessas informações, onde os profissionais podem cadastrar todos os dados do paciente, e acessá-los de qualquer lugar, podendo fazer um atendimento ágil e preciso, filtrando apenas as informações mais relevantes. A Tabela 2 apresenta algumas das desvantagens na utilização de prontuário em papel relatada por profissionais de saúde. Tabela 2: Vantagens e desvantagens do prontuário em papel e eletrônico (PINTO, 2006). Durante vários anos, o prontuário do paciente foi apenas registrado no suporte papel. Porém, atualmente, este documento está sendo migrado para o suporte eletrônico e denominado como Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) (PINTO, 2006). 3.1 Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) Os prontuários de pacientes são desenvolvidos por médicos e enfermeiros, para garantir um registro sistemático dos fatos e eventos clínicos sobre cada indivíduo, de forma que todos os demais profissionais envolvidos no processo de atenção de saúde tenham acesso às mesmas informações (SLEE, SLEE & SCHMIDT, 2000), tornando-os os mais importantes

veículos de comunicação entre os membros da equipe de saúde responsável pelo atendimento (MASSAD et al, 2003). Com a constante evolução da tecnologia, a necessidade de tornar o trabalho mais ágil e manter a integridade das informações, o PEP foi ganhando espaço, aos poucos, no cotidiano dos profissionais da saúde. Mas poucas instituições brasileiras conseguem implantar o prontuário informatizado e, mesmo elas, mantêm a estrutura de tratamento e recuperação de informação nas mesmas bases da época em que o prontuário era apenas em papel (DIAS, 2008). O Institute of Medicine (IOM, 1997), define prontuário eletrônico do paciente como um registro eletrônico que reside em um sistema especificamente projetado para apoiar os usuários fornecendo acesso a um completo conjunto de dados corretos, alertas, sistemas de apoio à decisão e outros recursos, como links para bases de conhecimento médico. Ao falar em prontuário, devemos lembrar-nos do fator ético de uso. A Resolução 1.821/2007, do CFM, mantém o prazo mínimo de 20 anos, a partir do último registro, para a preservação dos prontuários médicos em suporte de papel. Entretanto, autoriza a sua eliminação quando for utilizado sistema informatizado ou quando os prontuários forem digitalizados (PATRÍCIO, et al, 2011). Com a informatização do prontuário do paciente, surgem os padrões para representação das informações clínicas, para que as mesmas possam ser gerenciadas com facilidade e agilidade, alguns deles serão descritos no capítulo seguinte. 3.2 Padrões para a Representação de Informações Clínicas O XML é uma das opções escolhidas para estabelecer a interoperabilidade entre sistemas com total independência de fornecedor de hardware e software. Trata-se, na realidade, de um conjunto de especificações que possibilitam o gerenciamento inteligente de documentos. (MASSAD, et al, 2003). Alguns padrões de armazenamento de dados, tais como o CCR, HL7 e Open EHR, utilizam o XML para a organização dos mesmos. 3.2.1 Padrão CCR O Continuity of Care Record (CCR) (ASTM, 2003) é um padrão de registro eletrônico de pacientes desenvolvido em conjunto pela American Society for Testing And Materials

(ASTM), o Massachusetts Medical Society (MMS), a Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS), a American Academy of Family Physicians (AAFP), a American Academy of Pediatrics (AAP), e fornecedores de informática de saúde, em 2003, com o objetivo de facilitar a troca de informações médicas entre sistemas, clínicas e hospitais. Com esse padrão, é possível criar documentos contendo informações de saúde que podem ser enviados de um dispositivo para outro. Por ser expresso em XML, o CCR pode ser criado, lido e interpretado por qualquer software Electronic Health Records (EHR) ou Electronic Medical Records (EMR). Contém tags específicas para descrever diagnósticos e lista de problema, medicamentos, alergias e plano de cuidados. O registro possui um conjunto dos mais relevantes dados administrativos, demográficos e informações clínicas sobre a saúde do paciente, cobrindo um ou mais encontros médicos, contendo as informações médicas necessárias para a continuidade de um tratamento em outros centros médicos (GUERRA, 2010). Esse padrão utiliza o formato XML, para representação de informações médicas, para uma melhor organização dos dados e para uma melhor interação entre os sistemas. A Figura 2 apresenta a representação simplificada da árvore XML do padrão CCR.

Figura 2: Árvore do padrão CCR usado pela API do Google Health (ASTM, 2003). 3.2.2 HL7 A Health Level Seven é uma organização sem fins lucrativos, composta por voluntários, fundada em 1987 para o desenvolvimento de normas e padrões para integração da informação na área da saúde. É sediada nos Estados Unidos, mas possui representação oficial em 27 países. É credenciada oficialmente pela ANSI desde 1994, como desenvolvedora oficial de padrões para a informação da área médica (FONSECA, 2008).

O Padrão HL7 possui várias versões, tais como a família 2.X, que é a mais utilizada comercialmente, 3.0 e HL7 CDA (Clinical Document Architecture), padrão para representação de informações contidas originalmente em documentos médicos, utilizando estruturas baseadas em linguagem XML, voltadas ao armazenamento em sistemas de informação hospitalares (FONSECA, 2008). Figura 3: Codificação HL7 CDA nível 3 (FONSECA, 2008). 3.2.3 Open EHR A proposta da fundação openehr (OPENEHR, 2011) é criar um padrão que permita representar formalmente esses arquétipos, possibilitando, assim, que as especificações de conceitos clínicos criadas com este formalismo sejam compartilhadas e resultem na construção de sistemas de informação em saúde fundamentados em conceitos sólidos e

interoperáveis. Além dos padrões, foram pesquisados alguns trabalhos realizados na área de computação móvel, para melhor compreensão do assunto (MORAES et al, 2011). As classes principais do modelo de referência demográfica do openehr são apresentadas na Figura 3. A classe ator (actor), no sistema de saúde pode ser uma pessoa, um grupo, uma organização ou um agente. Esse ator pode ter papéis (roles) e ambos são partes (parts) no sistema. Uma parte tem identificação (part_identity) e contatos (contacts), sendo esses os endereços (address). Um determinado ator, exercendo um determinado papel, tem suas capacitações (capability). Uma parte é capaz de se relacionar com outra parte (part_relationship) (DIAS; FREIRE, 2008). Figura 4: Modelo de Referência Demográfico da Fundação openehr (DIAS; FREIRE, 2008).

3.3 Trabalhos Relacionados 3.3.1 Aplicações Móveis de Acesso às Informações do Paciente O projeto desenvolvido por Machado (2010) apresenta uma arquitetura de aplicações móveis usadas para acessar informações dos pacientes que estão armazenadas em sistemas de informação em saúde de hospitais da rede RUTE (MACHADO, 2010). O principal objetivo é a definição de um hospital virtual, onde é possível integrar dispositivos móveis, monitorar as condições ambientais e do paciente, acessar essas informações de qualquer lugar, a qualquer hora, onde sensores fariam este monitoramento. Para que isto aconteça, foi preciso pesquisar métodos. Os métodos pesquisados para o desenvolvimento foram: PEP, CCR, WebServices, e os Dispositivos móveis onde serão usados para ver os dados do paciente. Na Figura 5 é exibida a arquitetura do sistema. Figura 5: Arquitetura do sistema (MACHADO, 2010). O projeto desenvolvido por Machado (2008) faz uma abordagem à situação dos pacientes na hora de conseguir um atendimento, e as dificuldades que o mesmo passa. Para amenizar essa situação, é apresentado um estudo para ajudar o profissional da saúde, e o

paciente, para que tenha um atendimento qualificado e rápido sem precisar deslocar-se até o médico, reduzindo, assim, o tempo de espera, a ocupação de leitos, aumentando o número de atendimentos (MACHADO, 2008). A Figura 6 apresenta a arquitetura da aplicação móvel utilizada no protótipo, sendo constituída por uma classe onde estão os componentes visuais, a classe MIDlet e a classe cliente WS, que faz uso das interfaces necessárias para a utilização do serviço (MACHADO, 2008). Figura 6: Configuração Inicial - Aplicativo móvel em execução (MACHADO, 2008). O projeto desenvolvido por Machado (2007) apresenta a definição de um sistema para monitoramento de pacientes remotos, através da aplicação de dispositivos móveis e WebServices. Nele são descritos os conceitos estudados para a elaboração de um protótipo, e também a descrição do sistema, que é organizada em tópicos: (i) Sistema Corporativo; (ii) Módulo Servidor Corporativo; (iii) Módulo Celular; (iv) Módulo Envio de Torpedos SMS. O projeto desenvolvido por Azevedo (2010) apresenta uma aplicação de acesso a informações de saúde do paciente, através de dispositivos móveis.

Essa aplicação utiliza webservices e o padrão CCR para apresentar as informações de saúde ao usuário. A linguagem de programação Objective-C, bem como a IDE Xcode, foram utilizadas para a implementação deste aplicativo. Para acessar as informações de saúde do paciente através do aplicativo, é preciso fazer login e esperar a autorização do servidor para acessar os dados. Após a confirmação, é possível visualizar uma lista de pacientes, ordenada alfabeticamente, e uma barra de busca para facilitar a procura por um paciente. O identificador do paciente é armazenado em memória, e o aplicativo exibe um menu onde é possível selecionar as opções de saúde. Na Figura 7 podem-se visualizar telas que apresentam as informações de saúde do paciente. Figura 7: Telas que apresentam as informações de saúde do paciente (AZEVEDO, 2010). Os trabalhos pesquisados têm como objetivo fornecer as informações do paciente para os médicos, dentro do seu local de trabalho. Porém, faz-se necessária a definição de uma ferramenta capaz de proporcionar o acesso a informações de saúde, de forma independente de localização, permitindo a consulta de informações de saúde de forma simplificada (prontuários resumidos), por profissionais clínicos. O próximo capítulo apresenta as etapas da modelagem de uma ferramenta para a consulta de informações clínicas em dispositivos móveis.

4. FERRAMENTA DE ACESSO A INFORMAÇÕES CLÍNICAS Neste capítulo é apresentada proposta de uma ferramenta de acesso às informações clínicas do paciente, bem como a modelagem das informações e a sua arquitetura, propostas neste trabalho. O objetivo geral foi implementar um aplicativo capaz de armazenar todas as informações necessárias do paciente para que possam ser consultadas a qualquer hora, em qualquer lugar. Para atingir os objetivos deste trabalho é preciso: Uso de dispositivos móveis; Ter cadastro no aplicativo; Ter os dados do paciente; Fazer o cadastramento do paciente. Após ter os objetivos definidos, o próximo passo é a coleta do material necessário para implementar a primeira fase do desenvolvimento. 4.1 Modelagem de Informações Clínicas A modelagem das informações foi feita com base em entrevistas realizadas com profissionais da área da saúde de Ijuí e Três Passos - RS, priorizando os dados de maior importância para um atendimento rápido fora do hospital e/ou consultório. Antes da entrevista propriamente dita, houve a explicação ao profissional da saúde entrevistado sobre o que consiste o Trabalho de Conclusão de Curso. Após, foram feitos os seguintes questionamentos: 1- Como é feita a coleta de dados do paciente atualmente? 2- Qual é a importância do registro do histórico hospitalar e familiar do paciente para a sua área? 3- Quando não está no consultório ou no hospital, como é feito o acesso aos dados do paciente? 4- Quando um paciente liga, e o (a) Sr. (a) não está no local de trabalho, quais os dados mais importantes de que necessita para poder atendê-lo?

5- Se o (a) Sr. (a) tivesse um aplicativo que pudesse acessar os dados do paciente de qualquer lugar, a qualquer hora, qual seria a importância para o seu trabalho? 6- Em algum momento, o (a) Sr. (a) já encontrou ou já ouviu falar sobre algum aplicativo móvel onde pudesse consultar os dados do paciente em qualquer hora, em qualquer lugar? Segundo os entrevistados, para coletar os dados, é feita uma consulta, onde o médico questiona algumas informações, como: nome, endereço, telefone comercial e residencial, RG, cidade, CPF, estado civil, registro da 1ª consulta, profissão e, sempre que o paciente retorna, é questionado sobre alguma mudança em seus dados, como de telefone ou endereço. Também, conforme os entrevistados, é importante ter registros do histórico hospitalar e familiar do paciente. Isso pode ajudar na hora de diagnosticá-lo e acompanhá-lo. Atender um paciente fora do local de trabalho do atendente é complicado, pois, não tendo acesso ao prontuário, fica difícil saber quem é o paciente e o que aconteceu na última consulta, uma vez que é necessário ter, pelo menos, o nome completo, queixas principais, idade e o que foi receitado. O fato de ter um registro móvel com as informações principais do paciente, procedimentos realizados, exames, indicação prescrita, entre outros, é de fundamental importância, uma vez que, além de agilizar e facilitar o atendimento, pode, em muitos casos, salvar vidas, já que o atendimento ao paciente pode ser mais rápido, independentemente do local em que o mesmo se encontra. Para poder atender o paciente, é preciso ter o nome completo, idade, queixas principais e o que havia sido receitado. Assim é possível lembrar do paciente e instruí-lo corretamente, dependendo do problema relatado por ele. Esse ciclo é representado na Figura 8. Figura 8: Diagrama entidade relacionamento representando uma consulta e as principais entidades envolvidas.

Estrutura de dados usada para representar os dados coletados: Médico (id_medico, nome, endereco, email, especialidade). Paciente (id_paciente, nome, cidade, dtnasc, gênero, rg, deficiência, endereço, estado, telefone, email, estadocivil, nacionalidade, profissão, escolaridade, convenio, tiposanguineo, altura, peso, alergias, foto). Consulta (id_paciente, medico, queixas, medicamentos, procedimentos, exames, diagnosticos, posologia, tratamento, dataconsulta). As tabelas abaixo (Tabelas 3, 4 e 5) apresentam a estrutura das informações utilizadas na aplicação. PACIENTE chave atributo tipo obrigatório pk id_paciente integer sim nome varchar sim cidade varchar dtnasc date sim genero varchar pk rg integer sim deficiencia varchar endereco varchar sim estado varchar telefone varchar sim email varchar estadocivil varchar nacionalidade varchar profissão varchar escolaridade varchar convenio varchar tiposanguineo varchar sim altura varchar peso varchar alergias text foto blob Tabela 3: Estrutura de dados da classe Paciente. MÉDICO chave atributo tipo obrigatório pk id_medico integer sim nome varchar endereco varchar email varchar especialidade varchar login varchar sim senha varchar sim Tabela 4: Estrutura de dados da classe Médico CONSULTA Chave atributo tipo obrigatório pk id_consulta integer sim fk id_paciente integer sim medico varchar queixas text sim medicamentos text sim procedimentos text sim exames text sim diagnosticos text sim posologia text sim tratamento text sim dataconsulta date sim Tabela 5: Estrutura de dados da classe Consulta

Após a coleta dos dados e a organização dos mesmos, será mostrado no tópico seguinte como foi a utilização desses dados e como a ferramenta se comportou no ambiente real. 4.2 Modelagem da Arquitetura O médico recebe a ligação de um paciente no seu celular. Durante a chamada ele utiliza a ferramenta para acessar os dados do paciente. Ao iniciar, a classe ActivityLogin executa, e o médico faz o login para começar a utilizar a ferramenta. A classe MenuMedico é instanciada logo após o login, para exibir na tela as opções para acesso aos dados. Ao acessar a pesquisa no menu, a classe PesquisaPaciente é instanciada, exibindo na tela os pacientes já cadastrados e, ao digitar o nome do paciente no campo de pesquisa, a classe faz a filtragem, exibindo somente os nomes equivalentes. Após localizar o paciente desejado, para ter acesso aos dados do mesmo, basta clicar no nome que a classe CadastroPaciente é acionada, exibindo na tela os dados pessoais. Para verificar a última consulta do paciente, o botão voltar do aparelho chama a classe MenuPaciente, onde é possível verificar, além das consultas, exames e prescrições, instanciando, assim, as classes HistoricoConsultas, Exames e Prescrições. 4.2.1 Aplicação Móvel de Acesso ao Prontuário A mobilidade para acessar as informações dos pacientes é a questão principal deste trabalho. Por esse motivo, foi desenvolvido um protótipo de acesso móvel aos dados, com base nas entrevistas feitas com profissionais da área da saúde. A Figura 9 representa o Diagrama de Classes, onde é descrito os tipos de objetos presentes no sistema e os vários tipos de relacionamentos estáticos existentes entre eles. Também mostra as propriedades e as operações de uma classe (FOWLER et al, 2000).

Figura 9: Diagrama de classes A Figura 10 representa o Diagrama de Sequência, onde exibe os participantes com sua linha de vida e as interações entre eles. A linha de vida é representada verticalmente, e as mensagens, em ordem decrescente. Este Diagrama captura o comportamento de um único cenário, mostrando os vários exemplos de objetos e mensagens que são passadas entre esses objetos, dentro de um caso de uso (FOWLER et al, 2000). Figura 10: Diagrama de sequência

A Figura 11 representa o Diagrama do Repositório, que é onde todas as informações sobre o Médico, Consultas e Pacientes são armazenadas. O armazenamento é feito em ArrayList, uma coleção de itens, utilizando o método Add(). Figura 11: Diagrama do Repositório A ferramenta adiciona os pacientes e as consultas cadastradas no repositório, como mostra o trecho de código-fonte apresentado a seguir. public void addpaciente(paciente paciente) { this.pacientes.add(paciente); } public void addhistconsultas(historicoconsultas hist_consultas) { this.hist_consultas.add(hist_consultas); } Com os dados de interface é montado um objeto, salvando-o no repositório, que armazena esse objeto na memória. if (repositorio!= null) { repositorio.addpaciente(paciente); } Intent i = new Intent(CadastroPaciente.this, MenuMedico.class); i.putextra("repo", repositorio);

startactivity(i); Se o botão voltar, do celular, for pressionado, o aplicativo volta para a tela de pesquisa do paciente, adicionando ao resultado os dados recentemente gravados. public void onbackpressed() { Intent i = new Intent(CadastroPaciente.this, PesquisaPaciente.class); i.putextra("repo", repositorio); startactivity(i); finish(); } });

5. CENÁRIO DE USO E REALIZAÇÃO DE TESTES Nesse capítulo, há a descrição de um cenário de uso, para demonstrar como o protótipo proposto se comporta em um ambiente de testes. 5.1 Cenário de Uso O acompanhamento médico é fundamental na hora de usar um medicamento, mesmo este sendo vendido sem a obrigatoriedade de uma prescrição médica. O médico é a única pessoa com as condições adequadas para avaliar as necessidades de um paciente, seu histórico de saúde, possíveis interações medicamentosas e possibilidades de alergias, prescrevendo, de forma adequada, um tratamento. O uso inadequado de medicamentos pode levar, desde a uma reação alérgica leve até a um quadro grave de intoxicação, além de mascarar alguns sintomas de uma doença mais grave, atrasando o diagnóstico e comprometendo o tratamento (NEWS.MED.BR, 2009). Um mal estar não escolhe a hora e nem o dia em que irá acontecer. E, quando acontece, é necessário procurar um profissional da saúde de sua confiança. Mas o que fazer quando esse profissional se encontra em férias ou fora do seu local de trabalho? Normalmente o paciente liga para o celular do profissional, mas o mesmo não pode atendê-lo adequadamente, por não ter as informações clínicas do paciente em mãos. Segundo um dos entrevistados, a maioria das vezes em que pacientes pedem atendimento por telefone, estando o médico fora do seu local de trabalho, no caso de emergência, pede-se ao paciente para ir até o hospital, onde é chamado um médico. Também, quando é para avisar de alguma reação adversa ao medicamento receitado, o médico precisa ter em mãos dados como: nome completo, queixas principais, o que foi receitado, idade, entre outros, pois não tem como se lembrar de todos os pacientes e nem dos exames e medicamentos prescritos. Assim sendo, vê-se que o pronto atendimento ao paciente é dificultado.

5.1.1 Definição do Cenário de Uso Um médico instala a ferramenta para acesso aos dados dos seus pacientes. Logo após, ele faz o seu cadastro indicando alguns dados pessoais, como nome, endereço, e-mail, especialidade, login e senha. Assim, somente ele poderá ter acesso aos dados que cadastrará. Após cadastrar-se, o médico começará a cadastrar os dados dos seus pacientes, e já poderá utilizá-los como base para atendimentos, tanto dentro como fora do seu local de trabalho. Um paciente vai a uma consulta com esse médico, relata alguns sintomas, como os de gastrite aguda, e recebe um tratamento. Mas pouco tempo depois esses sintomas voltam, obrigando-o a procurar o médico novamente. Para sua surpresa, o médico está de férias e viajou. Nesse caso, o mesmo liga para o celular do médico para comunicar que os sintomas de gastrite voltaram e para saber que atitude deve tomar. O médico, por sua vez, faz login no aplicativo, procura pelo nome do paciente, acessa seus dados pessoais e os dados da última consulta e, caso seja possível, faz o atendimento. Caso não seja possível, pede ao paciente que procure o hospital mais próximo. 5.1.2 Execução do Cenário de Uso Para poder dar o atendimento, o médico pede o nome completo do paciente e utiliza o aplicativo para verificar os dados pessoais e os dados da última consulta. Então, ao abrir o aplicativo, o médico faz login, para acessar os dados, conforme demonstra a Figura 12.

Figura 12: Tela de login Após fazer login, é exibido o menu médico, onde ele escolhe o que deseja fazer, cadastrar um novo paciente, pesquisar um paciente já cadastrado, ou consultar sua agenda de compromissos, conforme a Figura 13. Figura 13: Menu médico Nesse caso, o médico clica em Pesquisar, na tela de pesquisa, digita o nome do paciente e clica na lupa, conforme a Figura 14.

Figura 14: Tela de pesquisa Ao aparecer o nome do paciente desejado, basta clicar no nome para abrir os seus dados pessoais, como mostra a Figura 15.

Figura 15: Tela de dados pessoais do paciente Após conferir os dados, o médico poderá entrar no menu do paciente, pressionando o botão voltar, do celular, conforme a Figura 16.

Figura 16: Tela do menu do paciente Após acessar o menu do paciente, basta clicar em consulta, para visualizar os dados da última consulta do paciente, como mostra a Figura 17. Figura 17: Tela dos dados de consulta

Após verificar as queixas do paciente e as medidas adotadas para o tratamento, o médico tomará uma decisão para resolver o problema do seu paciente. A ferramenta executou, como esperado, em um tempo hábil, exibindo todas as informações solicitadas e cumprindo com o objetivo determinado, pois de acordo com as entrevistas, só as informações básicas são suficientes para o atendimento e, caso sejam desenvolvidas mais funcionalidades, ficaria pesado o aplicativo e o mesmo não teria muita utilidade. Mas a ferramenta ainda pode ser melhorada na parte da usabilidade, integrando mais as telas com as informações, para que seja mais fácil de cadastrar, alterar e visualizar as informações ali cadastradas. 5.2 Realização de Testes A ferramenta foi ágil durante o teste de execução do cenário de uso, levando apenas alguns segundos e até milissegundos para abrir e ir de uma tela para outra. Isso pode ser observado na tabela 6. Ação Tempo Entrar na ferramenta 1 segundo Entrar no menu após o login 44 milissegundos Entrar no menu do paciente 70 milissegundos Entrar no cadastro do 69 milissegundos paciente Pesquisar paciente 67 milissegundos Tabela 6: Tempos de acesso às telas da ferramenta A Figura 18 mostra a quantidade de memória utilizada pela ferramenta quando está aberta, e o uso de CPU.

Figura 18: Memória RAM e RTCPU utilizada pela ferramenta A Figura 19 mostra as informações gerais da ferramenta, como armazenamento, memória interna, dados, cartão SD e cache.