TÍTULO: PORQUE O ÍNDICE DE PERDAS POR LIGAÇÃO IPL NÃO É RECOMENDADO COMO INDICADOR DESEMPENHO AUTORES: Claudio Luiz Tiozzi Rubio responsável pela apresentação oral Cargo Atual: Coordenador Macromedição e Pesquisas Formação: Engenharia Mecânica Área de Atuação: Controle de Perdas, Macromedição, Pesquisas de Vazamentos e Válvulas de Controle Ivan de Carlos Cargo Atual: Engenheiro Formação: Engenharia Civil Área de Atuação: Gestão Setorial dos Sistemas de Abastecimento e Esgotamento PALAVRAS CHAVE: - ÍNDICE DE PERDAS POR LIGAÇÃO - IPL - INDICADORES DE DESEMPENHO - CONTROLE DE PERDAS Endereço para Correspondência: Av. Dr. Jesuino Marcondes Machado 930 Nova Campinas Campinas \ SP Cep 13 092 108 Fone/Fax: 019 3251 5569 pitometria@sanasa.com.br Engº Claudio Luiz Tiozzi Rubio Engº Ivan de Carlos CREA: 0682334523 CREA: 5061455018 1
1) Objetivo Apresentar estudos de casos de setores de medição - SM da Sanasa Campinas na apuração dos Índices de Perdas por Ligação IPL e avaliar sua aplicabilidade como indicador de desempenho. Comparar e analisar os indicadores IPD e IPL entre empresas de saneamento. 2) Metodologia e Desenvolvimento Definições : O índice de perdas por ligação IPL é definido pelo Programa de Modernização do Setor de Saneamento PMSS através do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento SNIS, como o volume de água perdido por dia por ligação (l/ligação.dia) no sistema de abastecimento público. IPL = Volume de Água (Produzido + Tratado Importado de Serviço) Volume de Água Consumido Quantidade de Ligações Ativas de Água O Índice de Perdas na Distribuição IPD é definido pelo Programa de Modernização do Setor de Saneamento PMSS através do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento SNIS, como a relação entre os volumes disponibilizados e o consumido, medido em percentual. IPD = Volume de Água (Produzido + Tratado Importado de Serviço) Volume de Água Consumido Volume de Água (Produzido + Tratado Importado de Serviço) Ambos os índices consideram as perdas totais, isto é as perdas reais e as aparentes. 2
Estudo de casos: Acompanhamos mensalmente o desempenho operacional e econômico dos Setores de Medição - SM, apurando os volumes macromedidos, micromedidos (consumido/marcado), faturado e os valores faturados. Apontamos também os rompimentos de redes e ramais nestes setores. Com os dados apurados obtemos o índice de perdas de distribuição, índice de perdas de faturamento e índice de perdas por ligação. Na utilização do IPL como indicador de desempenho operacional, observamos em alguns setores não haver coerência quando comparado a outros indicadores, conforme observados nas tabelas 1;1.1;1.2 de alguns casos selecionados pela SANASA. Para verificarmos se esta situação também ocorre nas empresas de Saneamento (pública, privadas, entre outras), comparamos e analisamos os indicadores divulgados pelo Programa de Modernização do Setor de Saneamento PMSS através do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento SNIS ano 2004, conforme tabelas 2; 2.1;2.2 Descrição dos parâmetros utilizados Número de ligações média da quantidade de ligações do mês de dezembro do ano anterior e de dezembro do ano de referência Número de economias média da quantidade de ligações do mês de dezembro do ano anterior e de dezembro do ano de referência Volume macromedido volume utilizado como volume produzido para o setor de medição. (m3/ano) Volume micromedido - volume utilizado como volume consumido para o setor de medição. (m3/ano) IPL 250 Valor utilizado como meta de desempenho operacional no AMD Acordo de Melhoria de Desempenho. (l/ligação.dia) IPD p/ IPL 250 Índice de perdas de distribuição simulado para IPL de 250 (l/ligação.dia) 3
Tabela 1 Setores de medição SM - SANASA - ANO 2006 SETOR DE MEDIÇÃO Nº LIG Nº ECON ECON/LIG VOL MACROMEDIDO (m3/ano) VOL MICROMEDIDO (m3/ano) SM - PQ. ITÁLIA 177 792 4,47 148.143 136.042 SM - COUNTRY VILLE 63 606 9,62 140.804 120.180 SM - COND. GALLERY 169 627 3,71 220.321 182.602 SM - CASTELO BRANCO BL-1 463 514 1,11 99.546 80.309 SM - PQ. DOS POMARES 189 190 1,01 33.501 26.118 SM - SANTA ROSA BL-1 213 258 1,21 50.761 39.032 SM - NOTRE DAME 22 204 9,27 94.845 65.510 SM - PQ. IPIRANGA 558 1397 2,50 392.091 270.760 SM - SOLAR CAMPINAS 49 49 1,00 18.276 8.032 Tabela 1.1 Ordenada por valores de IPD SETOR DE MEDIÇÃO IPD (%) IPD p/ IPL 250 IPL (l/lig.dia) CONSUMO (%) (l/ ligação.dia) SM - PQ. ITÁLIA 8,2 10,6 187,3 2.105,8 SM - COUNTRY VILLE 14,6 4,6 896,9 5.226,4 SM - COND. GALLERY 17,1 7,8 611,5 2.960,2 SM - CASTELO BRANCO BL-1 19,3 34,5 113,8 475,2 SM - PQ. DOS POMARES 22,0 39,8 107,0 378,6 SM - SANTA ROSA BL-1 23,1 33,2 150,9 502,1 SM - NOTRE DAME 30,9 3,0 3653,2 8.158,2 SM - PQ. IPIRANGA 30,9 15,8 595,7 1.329,4 SM - SOLAR CAMPINAS 56,1 35,8 572,8 449,1 Tabela 1.2 Ordenada por valores de IPL SETOR DE MEDIÇÃO IPD (%) IPD p/ IPL 250 SM - PQ. DOS POMARES 22,0 39,8 107,0 378,6 SM - CASTELO BRANCO BL-1 19,3 34,5 113,8 475,2 SM - SANTA ROSA BL-1 23,1 33,2 150,9 502,1 SM - PQ. ITÁLIA 8,2 10,6 187,3 2.105,8 SM - SOLAR CAMPINAS 56,1 35,8 572,8 449,1 SM - PQ. IPIRANGA 30,9 15,8 595,7 1.329,4 SM - COND. GALLERY 17,1 7,8 611,5 2.960,2 SM - COUNTRY VILLE 14,6 4,6 896,9 5.226,4 SM - NOTRE DAME 30,9 3,0 3653,2 8.158,2 (%) IPL (l/lig.dia) CONSUMO (l/ ligação.dia) 4
Tabela 1.3 Relação entre volumes consumido e perdido Ordenada pelo IPL SETOR DE MEDIÇÃO IPL (l/lig.dia) CONSUMO (l/ ligação.dia) Volume consumido/ Volume perdido SM - PQ. DOS POMARES 107,0 378,6 3,5 SM - CASTELO BRANCO BL-1 113,8 475,2 4,2 SM - SANTA ROSA BL-1 150,9 502,1 3,3 SM - PQ. ITÁLIA 187,3 2.105,8 11,2 SM - SOLAR CAMPINAS 572,8 449,1 0,8 SM - PQ. IPIRANGA 595,7 1.329,4 2,2 SM - COND. GALLERY 611,5 2.960,2 4,8 SM - COUNTRY VILLE 896,9 5.226,4 5,8 SM - NOTRE DAME 3653,2 8.158,2 2,2 Tabela 2 Empresas de Saneamento SNIS 2004 EMPRESA / CIDADE LIGAÇÕES ECONOMIAS ECON/LIG VOL PRODUZIDO VOL SERVIÇO VOL CONSUMIDO (m 3 /ano) (m 3 /ano) (m 3 /ano) Alvorada D'oeste/RO 1.475 1.475 1,00 971.000 0 852.000 SANASA - Campinas 226.063 379.137 1,68 100.451.000 159.000 73.121.000 CAESB/DF 390.982 652.577 1,67 190.430.000 98.000 138.503.000 Boca da Mata/AL 3.418 3.418 1,00 510.000 0 366.000 Dracena/SP 14.433 14.433 1,00 3.876.000 15.000 2.713.000 Bandeira do Sul/MG 1.466 1.508 1,03 307.000 0 205.000 Jundiai/SP 83.913 118.849 1,42 40.791.000 0 26.791.000 Igarapé-Açu/PA 3.840 3.850 1,00 1.813.000 0 1.179.000 COPASA/MG 2.839.461 3.517.595 1,24 799.834.000 0 516.911.000 Porto Alegre/RS 256.832 558.809 2,18 161.303.000 2.217.000 99.796.000 SANEPAR/PR 2.131.270 2.583.377 1,21 586.944.000 10.125.000 359.425.000 EMBASA/BA 1.795.349 2.197.772 1,22 577.365.000 11.490.000 347.922.000 SABESP/SP 5.734.745 7.865.112 1,37 2.767.474.000 135.818.000 1.500.327.000 SANESUL/MS 291.265 361.593 1,24 84.210.000 0 45.661.000 Jacarei/SP 53.000 60.740 1,15 19.459.000 789.000 9.046.000 Nova Odessa/SP 15.326 15.795 1,03 5.400.000 0 2.498.000 Campo Grande/MS 164.728 187.846 1,14 75.159.000 0 34.267.000 Guarulhos/SP 256.963 320.632 1,25 113.500.000 337.000 50.225.000 Itu/SP 40.844 47.918 1,17 17.249.000 0 7.629.000 Caxias do Sul/RS 93.952 128.090 1,36 37.821.000 3.782.000 14.293.000 Araçagi/PB 189 189 1,00 22.000 0 9.000 Joinville/SC 113.942 140.605 1,23 52.791.000 2.840.000 19.902.000 Cuiaba/MT 125.615 155.809 1,24 80.621.000 0 27.873.000 5
Tabela 2.1 Ordenada por valores de IPD EMPRESA / CIDADE IPD IPD p/ IPL IPL 250 CONSUMO (%) (%) (l/ligação.dia) (l/ligação.dia) Alvorada D'oeste/RO 12,3 15,3 193,0 1381,8 SANASA - Campinas 27,1 21,7 333,8 898,3 CAESB/DF 27,2 20,2 368,9 985,8 Boca da Mata/AL 28,2 45,1 119,5 303,7 Dracena/SP 29,7 32,4 219,9 519,7 Bandeira do Sul/MG 33,2 38,9 195,0 391,9 Jundiai/SP 34,3 21,9 465,1 890,0 Igarapé-Açu/PA 35,0 22,2 470,8 875,5 COPASA/MG 35,4 33,1 276,6 505,4 Porto Alegre/RS 37,3 18,8 628,9 1058,6 SANEPAR/PR 37,7 34,1 283,7 469,1 EMBASA/BA 38,5 30,9 339,6 542,1 SABESP/SP 43,0 23,7 557,2 738,9 SANESUL/MS 45,8 36,3 369,8 438,0 Jacarei/SP 51,5 32,8 500,2 470,2 Nova Odessa/SP 53,7 35,1 536,7 462,0 Campo Grande/MS 54,4 30,0 696,6 583,7 Guarulhos/SP 55,6 31,3 682,8 544,9 Itu/SP 55,8 32,6 652,1 517,1 Caxias do Sul/RS 58,0 31,8 585,5 423,8 Araçagi/PB 59,1 66,4 183,1 126,8 Joinville/SC 60,2 31,4 722,2 478,3 Cuiaba/MT 65,4 28,8 1170,6 618,6 Tabela 2.2 Ordenada por valores de IPL EMPRESA / CIDADE IPD IPD p/ IPL IPL 250 CONSUMO (%) (%) (l/lig/dia) (l/ligação.dia) Boca da Mata/AL 28,2 45,1 119,5 303,7 Araçagi/PB 59,1 66,4 183,1 126,8 Alvorada D'oeste/RO 12,3 15,3 193,0 1381,8 Bandeira do Sul/MG 33,2 38,9 195,0 391,9 Dracena/SP 29,7 32,4 219,9 519,7 COPASA/MG 35,4 33,1 276,6 505,4 SANEPAR/PR 37,7 34,1 283,7 469,1 SANASA - Campinas 27,1 21,7 333,8 898,3 EMBASA/BA 38,5 30,9 339,6 542,1 CAESB/DF 27,2 20,2 368,9 985,8 SANESUL/MS 45,8 36,3 369,8 438,0 Jundiai/SP 34,3 21,9 465,1 890,0 Igarapé-Açu/PA 35,0 22,2 470,8 875,5 Jacarei/SP 51,5 32,8 500,2 470,2 Nova Odessa/SP 53,7 35,1 536,7 462,0 SABESP/SP 43,0 23,7 557,2 738,9 Caxias do Sul/RS 58,0 31,8 585,5 423,8 Porto Alegre/RS 37,3 18,8 628,9 1058,6 Itu/SP 55,8 32,6 652,1 517,1 Guarulhos/SP 55,6 31,3 682,8 544,9 Campo Grande/MS 54,4 30,0 696,6 583,7 Joinville/SC 60,2 31,4 722,2 478,3 Cuiaba/MT 65,4 28,8 1170,6 618,6 6
Tabela 2.3 Relação entre volumes consumido e perdido Ordenada pelo IPL EMPRESA / CIDADE IPL CONSUMO Volume consumido / volume perdido (l/lig/dia) (l/ligação.dia) Boca da Mata/AL 119,5 303,7 2,5 Araçagi/PB 183,1 126,8 0,7 Alvorada D'oeste/RO 193,0 1381,8 7,2 Bandeira do Sul/MG 195,0 391,9 2,0 Dracena/SP 219,9 519,7 2,4 COPASA/MG 276,6 505,4 1,8 SANEPAR/PR 283,7 469,1 1,7 SANASA - Campinas 333,8 898,3 2,7 EMBASA/BA 339,6 542,1 1,6 CAESB/DF 368,9 985,8 2,7 SANESUL/MS 369,8 438,0 1,2 Jundiai/SP 465,1 890,0 1,9 Igarapé-Açu/PA 470,8 875,5 1,9 Jacarei/SP 500,2 470,2 0,9 Nova Odessa/SP 536,7 462,0 0,9 SABESP/SP 557,2 738,9 1,3 Caxias do Sul/RS 585,5 423,8 0,7 Porto Alegre/RS 628,9 1058,6 1,7 Itu/SP 652,1 517,1 0,8 Guarulhos/SP 682,8 544,9 0,8 Campo Grande/MS 696,6 583,7 0,8 Joinville/SC 722,2 478,3 0,7 Cuiaba/MT 1170,6 618,6 0,5 3) Comentários Nas tabelas 1.1 e 2.1 ordenadas pelos valores do IPD em ordem crescente, verificamos que tanto nos setores de medição da SANASA quanto nas empresas de saneamento, não há proporcionalidade entre os índices IPD e IPL. Tal fato se repete quando comparamos as tabelas 1.2 e 2.2 ordenadas pelo IPL. Na tabela 1.1 na coluna da simulação do IPD p/ IPL 250, verificamos para o Setor Notre Dame que o IPD será de 3%, considerado um valor inexeqüível. O mesmo ocorre na tabela 2.1 para Porto Alegre, onde o valor do IPD resulta em 18,8%, muito baixo para a realidade brasileira. 7
De acordo com as colunas das tabelas 1.3 e 2.3 Volume consumido/volume perdido, observam-se casos onde setores e empresas que possuem volumes perdidos maiores que os volumes consumidos, isto é, perdem mais do conseguem entregar, atingem valores de IPL menores que empresas mais eficientes operacionalmente. Sendo a eficiência operacional considerada como o atendimento da demanda com a menor produção. Exemplos: Jacareí IPL= 500,2 (l/lig.dia) e vol. consumido/vol. perdido = 0,9, isto é, para cada 1 litro consumido perde-se 1,06 litro, terá que produzir 2,06 litros para atender sua a demanda; comparado a Sabesp IPL = 557,2 (l/lig.dia) e vol. consumido/vol. perdido = 1,3 para cada 1 litro consumido perde-se 0,75 litro, terá que produzir 1,75 litros para atender sua a demanda. Para os Setores de medição da SANASA os valores tornam-se mais discrepantes. Por exemplo, o setor de medição Solar Campinas IPL= 572,8 (l/lig.dia) e vol. consumido/vol. perdido = 0,8 para cada 1 litro consumido perde-se 1,28 litro, terá que produzir 2,28 litros para atender sua a demanda; comparado ao setor de medição Country Ville IPL = 896,9 (l/lig.dia) e vol. consumido/vol. perdido = 5,8 para cada 1 litro consumido perde-se 0,17 litro, terá que produzir 1,17 litros para atender sua a demanda. 4) Conclusões O uso do IPL para comparação entre empresas, análise de desempenho e determinação de metas, mostrou-se inadequado conforme os dados apurados. Quando comparamos os indicadores operacionais IPD e IPL de algumas empresas, constata-se que o IPL não apresenta coerência, pois não mantém proporcionalidade com o IPD, onde empresas com valores de IPD s baixos podem ter valores de IPL s altos e vice-versa. Isto ocorre devido a não consideração da densidade de economia por ligação e o volume consumido em relação ao perdido. 8
Da forma como está definido o IPL, e considerando a faixa de referência de valor menor ou igual a 250 litros/ligação.dia, os valores de perdas na distribuição poderão ser muito baixos, tornando-a economicamente inviável como também permite valores de perdas de distribuição elevados, vide simulação tabela 2.1 e 2.2. No caso da SANASA o valor do IPD para IPL 250 l/lig.dia será de 21,7%, resultando em IPF (Índice de Perdas de Faturamento) em torno de 18,7%, valores que para serem atingidos necessitariam de grandes investimentos em curto prazo, porém, na simulação verificamos que a empresa SANESUL/MS com um IPD de 36,3% atinge o mesmo valor, comprovando que o uso do IPL como indicador de desempenho não é aplicável. No caso de empresas com a densidade de economia por ligação elevada, o IPL poderá ser decrescido com a individualização das ligações, sem que nenhuma ação seja tomada na melhora do sistema, não refletindo portanto a redução efetiva das perdas. Conforme exposto o IPL utilizado como índice absoluto mostrou-se bastante frágil, devendo ser expresso de forma relativa, isto é, no mínimo, considerar os volumes transportados no sistema de distribuição. Conforme a IWA (International Water Association) o índice de vazamento de infra-estrutura IVI (ILI) é expresso em função das pressões de operação, comprimento de redes, quantidade de ligações e comprimento do ramal, onde se obtém o valor de perdas inevitáveis e compara-se com as apuradas no sistema. Neste caso somente são utilizadas as perdas reais. O IVI mostra quantas vezes o sistema está perdendo em relação ao que poderia perder, nas condições de operação do sistema. O uso da relação entre os volumes consumidos e perdidos nos parece ser mais justa na comparação entre sistemas, pois mostra claramente a eficiência no gerenciamento da operação. 9
5) Conclusões finais Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A Devido ao exposto o uso do indicador de perdas por ligação IPL, com um valor padronizado, como meta de desempenho deve ser reavaliada. Caso o indicador IPL seja usado de forma relativa, ou seja, considerando os volumes perdidos em relação aos volumes consumidos, pode ser considerado como indicador de desempenho. Para efeito de comparação de desempenho operacional entre empresas de saneamento recomendamos o uso da relação entre os volumes perdidos e consumidos. Portanto para se definir metas que realmente reflitam a melhora e desenvolvimento da empresa e imponham desafios atingíveis, a avaliação da relação custo/benefício e capacidade de investimento da companhia terão papel fundamental na definição dos indicadores a serem adotados. Também levar em conta que cada empresa de saneamento possui seu nível de perdas economicamente viável, onde são considerados os custos e investimentos no gerenciamento do sistema de abastecimento, como: custo de produção e distribuição, controle de pressão, telemetria/telecomando, troca de redes, treinamento da mão de obra, pesquisa e conserto de vazamentos, estrutura tarifária, macro e micromedição, disponibilidade hídrica e etc. 6) Bibliografia Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento SNIS Internacional Water Association IWA (the blue pages) 10