O Conhecimento em Pronto-Socorrismo de Professores da Rede Municipal de Ensino do Ciclo I de Cruzeiro-SP

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Transcrição:

O Conhecimento em Pronto-Socorrismo de Professores da Rede Municipal de Ensino do Ciclo I de Cruzeiro-SP Miguel A. de Oliveira Júnior Mestre em Linguística Aplicada Professor das Faculdades Integradas Teresa D Ávila, da Associação Educacional Dom Bosco e da Escola Superior de Cruzeiro Carlos Jaime da Silva Júnior Graduado em Educação Física e em Gestão de Recursos Humanos Elizandra Maria de Toledo Graduado em Educação Física Resumo A falta de conhecimento da população em primeiros socorros acarreta inúmeros problemas, como a manipulação incorreta da vítima e a solicitação, às vezes desnecessária, do socorro especializado em emergência. O objetivo deste trabalho é identificar o nível de conhecimento dos professores do ciclo I das escolas municipais de ensino da cidade de Cruzeiro-SP. O estudo foi realizado em quatro escolas públicas municipais que oferecem ensino fundamental. O trabalho é relevante por se tratar de um tema de grande importância e pela conscientização dos profissionais da área a importância de um socorro correto. Para a coleta de dados foi elaborado questionário, sendo aplicado aos professores das escolas em estudo. Por meio da análise estatística descritiva, verificou-se um bom conhecimento para a realização de atendimento aos casos de: desmaios e sangramento nasal, já frente às situações de convulsão, fraturas e avulsão dental, não tomariam a conduta correta. Conclui-se que o treinamento sobre princípios básicos de primeiros socorros nas escolas é de fundamental importância para minimizar danos advindos da incorreta manipulação com a vítima e falta de socorro imediato. Palavras-chave Primeiros socorros; Conscientização; Ensino Fundamental. Abstract The lack of knowledge of the population in first aid entails numerous problems such as incorrect handling the victim's request, sometimes unnecessary, the specialized help in emergencies. The objective of this study is to identify the knowledge level of teachers from the first cycle of education in municipal schools of the city of Cruzeiro-SP. The study was conducted in four public schools offering elementary education. The study is relevant because it is a matter of great importance and awareness of professionals about the importance of a proper rescue. For the data collection questionnaire was devised, and applied to teachers in schools in the study. Through statistical analysis, there was a good understanding for the realization of care of patients: nosebleeds and fainting, as the face of situations of seizures, dental avulsion fractures and not take the right conduct. It is concluded that training on the basics of first aid in schools is crucial to minimize damage arising from incorrect handling with the victim and lack of immediate help. Keywords First aid; Awareness, Schools, Elementary School. 39

Introdução A prática educativa em saúde não é uma preocupação atual. Na Europa, desde o século XIX, eram adotadas medidas de higiene e controle de doenças utilizando a educação em saúde (HERINGER, FERREIRA, ACIOLI & BARROS, 2007). No Brasil, desde o início do século XX, quando a população encontrava-se assolada por graves epidemias, deu-se ênfase à educação em saúde, a qual assumiu a conotação de determinar normas de conduta moral, convívio social e de higiene (SABÓIA, 2005). O artigo 135, do Código Penal Brasileiro, é bem claro: a omissão de socorro e a falta de atendimento de primeiros socorros eficiente são os principais motivos de mortes e danos irreversíveis nas vítimas. Os momentos após um acidente, principalmente as duas primeiras horas são os mais importantes para se garantir a recuperação ou a sobrevivência das pessoas feridas. Os acidentes com crianças no âmbito escolar são frequentes. Cabe ao profissional dessa área, ter o mínimo de conhecimento para socorrer seu corpo discente em situações decorrentes, segundo pesquisas os acidentes mais frequentes na escola são: corpos estranhos nos ouvidos, olhos e nariz, objetos engolidos, além dos estudados nessa pesquisa. No capítulo um, será abordada a importância dos primeiros socorros, suas definições e modo de socorro não só no âmbito escolar, mas para o dia a dia, já no capítulo dois, os acidentes escolares mais comuns e suas formas práticas de socorro. Os resultados das pesquisas nos mostram que o trabalho de conscientização dos profissionais dessa área é muito importante, pois os mesmos apresentaram, algum conhecimentos em primeiros socorros, se portaram de maneira certa, nas situações de desmaios e sangramentos, parcialmente em fraturas, e não souberam como socorrer alunos em situações de convulsão e avulsão dental. A importância dos primeiros socorros Em 1958, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu o termo acidente como um acontecimento independente da vontade humana, provocado por força exterior que atue rapidamente sobre o indivíduo, com consequente dano físico ou mental (BATAGLIA, 2002). Primeiros socorros são os cuidados imediatos que devem ser dispensados à vítima de acidente ou mal súbito. Via de regra, estes serão prestados no local da ocorrência, até a chegada de um médico, e se destinam a salvar a vida ameaçada e a evitar que se agravem os males de que a vítima está acometida. (ROJO, 2002) Acidentes podem ocorrer em qualquer lugar e a qualquer momento. Trata-se de situações nas quais se pratica atividade física, em academias, nos parques e, principalmente, na escola, o risco de acidentes aumenta ainda mais. Assim, um atendimento de emergência mal feito pode comprometer ainda mais a saúde da vítima. Pode-se dizer que todos os seres humanos são possuidores de um forte espírito de solidariedade e é este sentimento que os impulsiona a tentar ajudar as pessoas em dificuldades. E, nestes trágicos momentos após os acidentes, muitas vezes entre a vida e a morte, as vítimas são totalmente dependentes do auxílio de terceiros. Acontece que somente o espírito de solidariedade não basta. Para que se possa prestar um socorro de emergência correto e eficiente, é necessário que se dominem as técnicas de primeiros socorros. 40

Assim, estas noções de primeiros socorros devem ser dadas, preferencialmente, por profissionais da área de saúde. Acidentes escolares Geralmente, os acidentes são formados de vários fatores e é comum quem os presencia, ou quem chega ao acidente logo que este aconteceu, deparar com cenas de sofrimento, nervosismo, pânico, pessoas inconscientes e outras situações que exigem providências imediatas (SABÓIA, 2005). Acidentes no ambiente escolar são muito frequentes. A curiosidade natural das crianças expõe-nas a situações de risco nem sempre perceptíveis para seus responsáveis. Na escola, por exemplo, somente após o acidente é que o professor percebe o perigo de uma cadeira próxima à janela ou um móvel pontiagudo na sala de aula. Muitas vezes, os professores não recebem um treinamento adequado em primeiros socorros, assim, diante de uma situação extrema, não sabem como proceder. (COLLUCI, 2007). Métodos Trata-se de uma pesquisa do tipo descritivo. O principal objetivo foi aferir o grau de conhecimento dos professores da rede municipal de ensino do ciclo I de Cruzeiro-SP. Amostra Esta pesquisa foi realizada com os professores da rede municipal de ensino escolhidos de forma aleatória da cidade de Cruzeiro-SP, totalizando 30 sujeitos na pesquisa. Materiais e Instrumentos Para a realização desta pesquisa utilizou-se um questionário com nove (9) perguntas. Procedimentos Os professores pesquisados expuseram os objetivos da pesquisa aos diretores das instituições de ensino que compõem a amostra deste estudo e receberam autorização deles para responderem os questionários e usarem das informações coletadas sigilosamente. As participações dos entrevistados foram voluntárias e mediante a assinatura de termo de consentimento esclarecido, autorizando a utilização e divulgação dos dados. Análise dos dados Os dados foram demonstrados em tabelas e gráficos acompanhados de análise que realiza a devida leitura de cada um deles. 41

Resultados e discussão Gráfico 1: Sua formação aconteceu em que período? 8% 23% 39% Década de 70 Década de 80 Década de 90 Década de 2000 30% Com relação ao período de formação, apenas 8% dos entrevistados tiveram sua formação na década de 70, já 23% dos profissionais na década de 80, 30% na década de 90, e a maioria do corpo docente entrevistada tiveram sua formação concluída na de 2000. Segundo Faro (2001), a formação dos profissionais da educação mudou drasticamente, o nível de conhecimento adquiridos durante o período acadêmico a partir da década 90, não se compara a formação de décadas passadas, por isso cabe aos profissionais dessas décadas uma reciclagem, que devem acontecer no mínimo de cinco em cinco anos. Gráfico 2: Você teve uma disciplina específica voltada aos primeiros socorros no seu curso de formação? 20% Sim Não 80% 42

Com relação à disciplina de primeiros socorros, apenas 20% dos entrevistados tiveram em sua grade curricular, primeiros socorros, entretanto 15% desta população tiveram esse conteúdo na formação de educação física, e não na formação que utilizam para dar aulas. 80 % dos entrevistados não obtiveram primeiros socorros em sua formação acadêmica. Gráfico 3: Você já presenciou, ou teve a incumbência de socorrer um aluno 0% Sim Não 100% Com relação ao pronto socorrismo 100% dos entrevistados, já passaram por uma situação de acidentes escolares. Como confirma Rojo (2005), acidentes no ambiente escolar são muito frequentes. A curiosidade natural das crianças expõe-nas a situações de risco nem sempre perceptíveis para seus responsáveis. Gráfico 4: Quais os acidentes mais comuns em sua escola? 12% 3% 18% 8% 45% 14% Desmaios Convulsão Fraturas Sangramentos Avulsão dental outros 43

Com relação aos acidentes que mais acontecem no âmbito escolar, 45% dos entrevistados acusaram o sangramento como fato apresentado dentro do quadro de acidentes escolares, 18 % desmaios, 14% relacionaram as fraturas, 12% convulsões, apenas 8 % avulsão dentária, e 3% outros, dos quais foram relacionadas hemorragias externas e dores de estomago. Gráfico 5: Como agir em uma situação de desmaio? 17% Certa Errada 83% Com relação a desmaios, apenas 17% dos entrevistados agiriam de forma incorreta e 83% fariam corretamente as técnicas. Gráfico 6: Como agir em uma situação de sangramento? 0% Certa Errada 100% 44

Segundo Nogueira (1994), pressionar o ferimento até que pare de sangrar, pedir para a vítima elevar o membro ferido e pressionar pontos específicos. Se o sangramento não parar, rever a técnica quantas vezes for necessária. Não aplicar torniquete, somente o aplique, se ocorrer amputação e o sangramento estiver abundante, sem ter resulatado eficaz com as tentativas das técnicas de hemostasia. Gráfico 7: Como agir em uma situação de convulsão? 37% Certa Errada 63% Segundo Rojo (2002), a crise convulsiva costuma ser um momento muito estressante. A primeira coisa que deve se ter em mente é que a maioria das crises dura menos que 5 minutos e que a mortalidade durante a crise é baixa. Assim, deve-se manter a calma para que se possa, efetivamente, ajudar a pessoa. Medidas protetoras que devem ser tomadas no momento da crise são apoiar a cabeça da vítima, afrouxar tudo que possa estar apertado e afastar qualquer objeto que possa feri-la. Gráfico 8: Como agir em uma situação de avulsão dental? 7% Certa Errada 93% 45

Segundo Fox (2005), a avulsão dental deve-se seguir os procedimentos lavando o dente em água mineral sem esfregar a peça, recolocando a mesma na cavidade, se não houver a possibilidade pela vítima estar nervosa e agitada coloque a peça em um copo com leite, água mineral ou na boca da mãe e leve a vítima imediatamente para o dentista. Gráfico 9: Como agir em uma situação de fratura? 40% 60% Certa Errada Segundo Fox (2005), deve-se cobrir a área fraturada com um pano limpo, principalmente se a fratura for aberta e fazer com que o acidentado fiquei calmo. Imobilizar a fratura colocando uma superfície plana por baixo e nas laterais do ferimento e envolva com uma tira de pano ou gaze. Sendo a fratura próxima à articulação, imobilize esta também. Chame rapidamente socorro especializado levando a vítima o mais rápido possível ao prontosocorro. Conclusão Essa pesquisa possibilitou a observação dos procedimentos de urgência e emergência realizados por professores de escolas públicas, mediante os acidentes, avaliando-se assim o conhecimento dos profissionais de escolas de ensino fundamental. Percebeu-se que pouco dos profissionais que trabalham na área da educação infantil tiveram em sua grade formação primeiros socorros, cabe enaltecer que apenas os profissionais de educação física que trabalham nessa área, são habilitados para prestar os primeiros socorros. Como pôde-se observar, os acidentes estudados nessa pesquisa são os mais decorrentes na escolas, de acordo com os profissionais estudados e a literatura apresentada. Os profissionais apresentaram, sim, alguns conhecimentos em primeiros socorros, se portaram de maneira certa nas situações de desmaios e sangramentos, parcialmente em fraturas, e não souberam como socorrer alunos em situações de convulsão e avulsão dental. Sugere-se, ainda, a implantação de um programa de treinamento de urgências e emergências com professores e funcionários do sistema de ensino fundamental, visando desenvolver ações de prevenção e promoção da saúde do escolar, a fim de minimizar danos advindos da incorreta manipulação com a vítima e/ou a falta de socorro imediato, visto que estes fatores citados, não só contribuem com o agravamento do estado da vítima, como resultam em maior tempo de permanência hospitalar devido a complicações. 46

Além disso, evidencia-se a importância de realização de outros estudos na área para identificação dos acidentes mais frequentes bem como a adoção de medidas preventivas e de condutas de emergência no âmbito escolar. Referências BATIGÁLIA, V. A. Desenvolvimento infantil e propensão a acidentes. HB Cientifica, v.9, n.2, p. 91, mai ago. 2002. CODIGO PENAL http://www.amperj.org.br/store/legislacao/codigos/cp_dl2848.pdf COLLUCCI, C. Acidente infantil ocorre perto de adulto. Folha on-line, São Paulo, 03 jul. 2006. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u123446.shtml. Acesso em: 18 fev. 2007. FARO, Paulo. Mapeamento de riscos ambientais. In: VIEIRA, Sebastião Ivone (org.). Manual de Saúde e Segurança do Trabalho. 18. ed. Florianópolis: Mestra, 2000. p. 31-47. v. 2 FOX. Apostila de atualizações em treinamento de emergências básicas. 2005 Heringer A, Ferreira VA, Acioli S, Barros ALS. Práticas educativas desenvolvidas por enfermeiros do Programa Saúde da Família no Rio de Janeiro. Rev Gaúcha Enferm. 2007;28(4):542-8. NOGUEIRA, Diogo Pupo. Funções do médico do trabalho. In: VIEIRA, S. I. (Coord.). Medicina básica do trabalho. Curitiba: Gênesis, 1994. ROJO, Cíntia. Emergência: pronto socorro. São Paulo: melhoramento 2002 SABÓIA, V.M. A Enfermeira e a prática educativa em saúde: a arte de talhar pedras. Rev Nurs. 2005 47

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