Movimento dos Pequenos Agricultores MPA Apresentação - Embrapa Movimento dos Pequenos Agricultores Brasilia, 18 de Dezembro 2013 MENSAGEM
SISTEMA CAMPONÊS DE PRODUÇÃO: Sustentabilidade da Agricultura Camponesa Agricultura camponesa não é só um jeito de produzir no campo. É um modo de viver. É uma cultura própria de relação com a natureza. É uma forma diferenciada de vida comunitária. Na agricultura camponesa o trabalho é familiar, não assalariado, não capitalista. Mas esta forma de agricultura não se define só pela forma como trabalha. A luta por autonomia frente ao mercado e as políticas de industrialização da agricultura é uma constante. Essa luta se caracteriza pela produção incessante de uma base de recursos autocontrolada e autogerida e pelo desenvolvimento de formas camponesas de produção em cooperação com a natureza viva
A economia camponesa não é apenas uma célula econômica. É um projeto que inclui produção e tecnologia, cultura e relações sociais e interação com a natureza. A virtude de sua economia é constituir-se em unidade de produção e consumo, em ser espaço de convivência que através das comunidades e suas empresas cooperativas constroem uma relação ampliada, maior que ela mesma, unindo unidades de produção, comunidades e territórios ESTRUTURANTES Comercialização produção estabelecida: ES: PAA, 215 famílias, 500 ton em 2011, 20 mil pessoas beneficiadas, 115 diferentes produtos (in natura frutas, verduras, legumes, feijão, etc.); Instrumento Jurídico: Associação; Mercado popular de alimentos; PR: PAA e PANE, 240 famílias, 580 toneladas em 2011, produtos In natura e processados. Os processados são em processo de terceirização. Instrumento jurídico: Cooperativa e associação. RS: PAA e PNAE, 300 toneladas por mês, produtos in natura e processados, processados grande maioria em processo de terceirização. Instrumento Jurídico: Cooperativa. PI: PAA e PNAE, produtos processados polpa de frutas, goma, bolo, outros. Instrumento jurídico: Associação.
Precisamos de um Programa de Sustentabilidade da Agricultura Camponesa Constituir um Programa que afirme a agricultura camponesa como base para o desenvolvimento do campo criando um espaço contra-hegemônico na produção de alimentos na sociedade brasileira; Aproximar através da produção de alimentos as forças sociais do campo e da cidade, que compartilham um interesse comum de mudanças sociais de caráter popular para o Brasil; Constituir um Programa que crie as condições materiais para a manutenção do camponês no campo, sobretudo a juventude rural, ampliado sua renda, elevando sua consciência social, gerando novas relações de gênero, novos processos produtivos ambientalmente sustentáveis e melhorando sua qualidade de vida; Constituir um Programa que gere alimento de qualidade para a população brasileira e que permita constituir novos mecanismos de distribuição e consumo centrado no valor de uso dos bens;
Constituir um programa que fortaleça a capacidade produtiva, industrial, de armazenamento e distribuição de alimentos para a população regional e para os grandes centros consumidores. Ações a serem apoiadas Investimento nas Unidades de Produção dos Camponeses: Criar condições de infra-estrutura produtiva para os camponeses produzirem alimentos. Processamento e Agroindustrialização da Produção: Como forma de agregar valor a produção e estimular a cooperação entre as famílias camponesas, prevêse a constituição de unidades agroindustriais cooperadas, para processamento de frutas, hortaliças, legumes, tubérculos, grãos, carnes, leite e derivados, sementes, entre outros.
Indústria de Insumos: Para facilitar o acesso das famílias camponesas aos insumos necessários a produção sustentável, faz-se necessário a constituição de usinas de fertilizantes orgânicos, bioinseticidas, bem como a produção de biocontroladores estimulando o controle biológico em escala, produção de sementes, possibilitando a transição para a agroecologia. Comercialização: a): Elemento essencial na articulação campo-cidade, prevê-se a necessidade de Centros Regionais de Distribuição de alimentos e pontos municipais de distribuição, reunindo a produção das famílias camponesas para serem distribuídos nos bairros populares, nos refeitórios industriais e ou nas fábricas através de cestas de produtos. Projeta-se também a organização de locais para produção de refeições para os trabalhadores, na forma de restaurantes, geridas pelas organizações sociais. b): Prevê-se também a organização de Pontos Populares de Abastecimento Alimentar, bem como a sua estruturação possibilitando melhores condições para o recebimento e respectiva distribuição aos trabalhadores que vivem nos bairros das cidades; c): Fortalecimento das feiras livres: estruturas de apoio a produção, armazenagem, transporte e comercialização, tecnologias adaptadas a transição agroecológica.
Logística Destinada a organizar o recolhimento, beneficiamento, armazenagem, transporte e distribuição dos alimentos, transportando-os para os centros de consumo, sendo eles locais, regionais ou nacionais. Promoção, Capacitação e Gestão Trata-se da capacitação em gestão das cooperativas camponesas. Capacitação e Assistência Técnica Uma ampla rede de ATER incluído equipes multidisciplinares, em conexão com o sistema de pesquisa e tecnologia, integrados aos territórios e as comunidades de residência dos camponeses, vinculados a sua cultura, vinculados as organizações produtivas locais e territoriais, baseado na troca de saberes entre camponeses e técnicos. TERCEIRIZAÇÃO:
ESTRUTURANTES: CENTRO DE REFERÊNCIA Santa Cruz RS: Centro de formação com construções de bioconstrução; Área experimental; Agroindústrias (centralizadas) de cana, óleos, mini-processados; Estruturas de armazenamento e secagem; Casa de sementes; ALIMERGIA: Micro-usina produção de derivados da cana, mandioca, batata, sorgo para consumo humano e animal, produção de álcool, áreas de agrofloresta; Óleos: produção de óleos industriais, comestíveis, combustíveis através de oleaginosas, sub-produtos geram adubo orgânico e alimentação humana e animal. ESTRUTURANTES: LEITE E CARNE: PRV baixo custo, controle de carrapatos, aumento de produção, aumento do nº de animais por área, entre outras vantagens. Abatedouros, laticínios de pequeno porte, insumos alternativos. PR, SC, RS, PE, AL, SE. SEMENTES CRIOULAS: UBS (unidade beneficiamento de sementes) SC 1000 famílias produzindo sementes, 103 mil famílias receberão sementes; Casas de sementes - RS, PR, BA, PE, SE, MG. PR 1 produção de sementes e multiplicação; 2- campos demonstrativos; 3- distribuição de sementes com devolução em grão.
CONCLUSÃO: O Movimento dos Pequenos Agricultores acredita que este poderá ser um poderoso programa de superação da pobreza no campo, de manutenção de uma nova geração jovem no campo e de ampliação da produção de alimentos saudáveis para o abastecimento urbano e para a contenção das pressões inflacionarias sobre os alimentos.