Uma Análise Praxeológica do Ensino de Volume dos Sólidos Geométricos em Livros Didáticos do Ensino Médio

Documentos relacionados
UMA ANÁLISE PRAXEOLÓGICA DO ENSINO DE VOLUME DOS SÓLIDOS GEOMÉTRICOS EM LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO MÉDIO

O ENSINO DE VOLUME DOS SÓLIDOS GEOMÉTRICOS EM LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO MÉDIO SOB A ÓTICA DA TAD

UMA ANÁLISE PRAXEOLÓGICA DO ENSINO DE VOLUME DOS SÓLIDOS GEOMÉTRICOS EM LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO MÉDIO

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A PROPOSTA DE ENSINO DA TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO

A OPERAÇÃO POTENCIAÇÃO: UMA ANÁLISE DA ABORDAGEM EM LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Plano de Ensino Componente Curricular Curso Período Carga Horária Docente Ementa Objetivos

PLANO DE ENSINO DADOS DO COMPONENTE CURRICULAR

UNIDADE I Trigonometria O triângulo Retângulo Teorema de Pitágoras Relações métricas Razões trigonométricas no triângulo retângulo O ciclo

O ENSINO DE QUADRILÁTEROS PROPOSTO EM UMA COLEÇÃO DE LIVROS DIDÁTICOS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA ANÁLISE NA PERSPECTIVA DA TAD

PLANO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

PLANO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Palavras-chave: Didática da Matemática. Teoria Antropológica do Didático. Formação Inicial de professores.

A ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA E A GEOMETRIA: UMA ANÁLISE DE LIVROS DIDÁTICOS

O CÁLCULO MENTAL EM LIVROS DIDÁTICOS DOS ANOS INICIAIS APROVADOS NO PNLD

ÂNGULOS NOTÁVEIS NOS LIVROS DIDÁTICOS: UMA ANÁLISE PRAXEOLÓGICA.

PLANO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

IDENTIFICANDO TIPOS E SUBTIPOS DE TAREFAS EM TORNO DO CONCEITO DE ÁREA EM UMA COLEÇAO DE MATEMÁTICA DO ENSINO MÉDIO

CÁLCULO MENTAL NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Contextualização no Ensino da Matemática: uma Análise de Livros Didáticos dos Anos Finais do Ensino Fundamental

PRISMAS E CILINDROS. Formação continuada em Matemática Fundação CECIERJ/Consórcio CEDERJ. Matemática 2º ano / 2º Bimestre/ 2013 PLANO DE TRABALHO

Um Estudo das Organizações Didática e Matemática de Professores em Início de Docência durante as Aulas de Função. Introdução

ESTADO DE ALAGOAS UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS - UNEAL PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO - PROGRAD Reitoria Arapiraca PLANO DE MONITORIA

Formação Continuada em Matemática Fundação CECIERJ/Consórcio CEDERJ. Matemática 2º Ano 3º Bimestre/2012

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO

Desenvolvendo o Pensamento Matemático em Diversos Espaços Educativos

x. 20= x= 40 = 35 y

Trigonometria em Livros Didáticos do 9 Ano do Ensino Fundamental Aprovados Pelo PNLD/2014 1

PROPOSTA DIDÁTICA. Desenvolvimento da proposta didática (10 min) Acomodação dos alunos em semicírculo e realização da chamada.

Planificação Anual Matemática 9º Ano Ano lectivo 2014/2015

ÁREA EM LIVROS DIDÁTICOS BRASILEIROS DO 6º ANO: UMA ANÁLISE DE PRAXEOLOGIAS MATEMÁTICAS.

PLANEJAMENTOS ANUAIS

GEOMETRIA MÉTRICA. As bases são polígonos congruentes. Os prismas são designados de acordo com o número de lados dos polígonos das bases.

VII CONGRESSO INTERNACIONAL DE ENSINO DA MATEMÁTICA

Cilindro. Av. Higienópolis, 769 Sobre Loja Centro Londrina PR. CEP: Fones: / site:

A ORGANIZAÇÃO DIDÁTICA DA INTRODUÇÃO DA ÁLGEBRA EM UM MANUAL DO 7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

A ABORDAGEM DO CONCEITO DE ÂNGULO EM UM LIVRO DIDÁTICO DE MATEMÁTICA DO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Hewlett-Packard PIRÂMIDES. Aulas 01 a 05. Elson Rodrigues, Gabriel Carvalho e Paulo Luiz Ramos

ALGUNS TIPOS DE TAREFA QUE PREPARAM PARA O CÁLCULO MENTAL

ANÁLISE DE LIVRO DIDÁTICO DO ENSINO FUNDAMENTAL: um olhar na Geometria apresentada a partir da História da Matemática

OS PRISMAS. 1) Definição e Elementos :

Geometria Espacial PRISMA RETO DE BASE TRIANGULAR (OU PRISMA TRIANGULAR)

ENSINO DE GEOMETRIA NOS DOCUMENTOS OFICIAIS DE ORIENTAÇÃO CURRICULAR NO ENSINO MÉDIO: BREVE ANÁLISE

Maryanni Cardoso Silva Universidade do Estado do Pará Acylena Coelho Costa Universidade do Estado do Pará

GEOMETRIA MÉTRICA ESPACIAL

V = 12 A = 18 F = = 2 V=8 A=12 F= = 2

E.E.M.FRANCISCO HOLANDA MONTENEGRO PLANO DE CURSO ENSINO MÉDIO

MATEMÁTICA 4º ANO. Novo programa de matemática Objetivos específicos. Ler e representar números, pelo menos até ao milhão.

EMENTA ESCOLAR I Trimestre Ano 2017 Disciplina: Matemática Professor: Flávio Calônico Júnior Turma: 2 ano do Ensino Médio

MATEMÁTICA PLANEJAMENTO 2º BIMESTRE º B - 11 Anos

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA CAMPUS CAJAZEIRAS COORDENAÇÃO DO CURSO TÉCNICO EM INFORMÁTICA

Avaliação Diagnóstica Matriz de Referência

ESCOLA SECUNDÁRIA DE AMORA. PLANIFICAÇÃO A LONGO/MÉDIO PRAZO - Ano Letivo 2014 / 2015 CURSOS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO TIPO 2 2.º ANO

PLANO CURRICULAR DISCIPLINAR. MATEMÁTICA 4.º Ano. Números e Operações. Relações numéricas. Números Naturais. Numeração Romana.

Datas das Avaliações. Média Final: (P1 + P2) /2

MATEMÁTICA 1ºANO Ementa Objetivos Geral Específicos

O Ensino de Adição e Subtração dos Números Naturais: uma análise de livros didáticos dos anos iniciais

Planificação Anual GR Disciplina Matemática 9.ºAno

O LIVRO DIDÁTICO DO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: uma análise sobre a praxeologia matemática dos quadriláteros.

PLANO DE ENSINO OBJETIVOS

O cálculo mental em livros didáticos dos anos iniciais

MATEMÁTICA. Geometria Espacial

Escola Secundária com 3º ciclo D. Dinis 10º Ano de Matemática A TEMA 1 GEOMETRIA NO PLANO E NO ESPAÇO I. 3º Teste de avaliação versão2.

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CASTRO DAIRE

CURSO: Licenciatura em Matemática TURMA: LM 2011/01_1ºSEM PROFESSOR: NÍCOLAS MORO MÜLLER PLANO DE ENSINO

Ordenar ou identificar a localização de números racionais na reta numérica.

Matéria: Matemática Assunto: Volume Prof. Dudan

TRABALHANDO COM PLANOS, CILINDROS E QUÁDRICAS NO WINPLOT

MATEMÁTICA PLANEJAMENTO 3º BIMESTRE º B - 11 Anos

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO. TURMA: 1º Semestre EMENTA

CÁLCULO DE VOLUMES E O PRINCÍPIO DE CAVALIERI: UMA ABORDAGEM ATRAVÉS DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA COM A UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS CONCRETOS

MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO DO SARESP MATEMÁTICA 4ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL (EM FORMATO DE LISTA)

PLANO DE ENSINO. - criar um espaço de reflexão, discussão e problematização de temas e questões fundamentais da Educação Matemática & Geometria;

UMA ANÁLISE DA PROPOSTA DE ENSINO DA TRIGONOMETRIA EM LIVROS DIDÁTICOS DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

O CÁLCULO DA ÁREA DO CÍRCULO: UMA BREVE ANÁLISE EM DOCUMENTOS OFICIAIS DE ORIENTAÇÃO CURRICULAR

O ENSINO E APRENDIZAGEM DOS CONCEITOS TRIGONOMÉTRICOS: CONTRIBUIÇÕES DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Resumo de Geometria Espacial Métrica

PLANIFICAÇÃO ANUAL Documentos Orientadores: Aprendizagens Essenciais; Programa e Metas Curriculares

Resumo Geometria e medidas. Prismas e Cilindros Pirâmides e Cones Volume de uma pirâmide Volume da Esfera

Material Teórico - Módulo de Geometria Espacial 2 - Volumes e Áreas de Prismas e Pirâmides. Volumes de Sólidos Semelhantes. Terceiro Ano - Médio

PLANO CURRICULAR DISCIPLINAR. Matemática 5º Ano

Nº de aulas de 45 minutos previstas 66. 1º Período. 1- Isometrias Nº de aulas de 45 minutos previstas 18

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL GOIANO - CAMPUS TRINDADE

CONTEXTUALIZAÇÃO NO ENSINO DA ÁLGEBRA: ANÁLISE DE UMA COLEÇÃO DE LIVROS DIDÁTICOS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Autoria: Roberto Wagner Carbonari

PLANO DE ESTUDOS DE MATEMÁTICA 6.º ANO

ANÁLISE DE LIVROS DIDÁTICOS DE MATEMÁTICA UTILIZADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL II NO MUNICÍPIO DE ITABUNA-BAHIA

Volume e Área de Superfície, Parte I

MATEMÁTICA 3º ANO. Novo programa de matemática Objetivos específicos. Currículo Paulo VI. Números naturais. Relações numéricas Múltiplos e divisores

Caderno de Prova. Nome do Candidato:

PLANO DE ENSINO UNIVESIDADE FEDERAL DE SERGIPE COLÉGIO DE APLICAÇÃO. Disciplina: MATEMÁTICA Série: 2ª série

Formação continuada em Matemática Fundação CECIERJ/Consórcio CEDERJ Matemática 2º ano 2º Bimestre de 2014 Plano de Trabalho

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SAMORA CORREIA ESCOLA BÁSICA PROF. JOÃO FERNANDES PRATAS ESCOLA BÁSICA DE PORTO ALTO

PLANO ANUAL DE DEPENDÊNCIA DE MATEMÁTICA FUNDAMENTAL

Material manipulável no ensino de geometria espacial

ANÁLISE DA ABORDAGEM DO TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO EM LIVROS DIDÁTICOS DE MATEMÁTICA

Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Velho Ano Letivo 2013/2014 Planificação Matemática 8º Ano Turma: 8º 1º PERÍODO. Total de aulas previstas 66

Plano Curricular de Matemática 6ºAno - 2º Ciclo

A Teoria Antropológica do Didático como Metodologia de Análise de Livros Didáticos

Volume e Área de Superfície, Parte II

Transcrição:

Uma Análise Praxeológica do Ensino de Volume dos Sólidos Geométricos em Livros Didáticos do Ensino Médio Maxlei Vinícius Cândido de Freitas 1 1 GD3 Educação Matemática no Ensino Médio Resumo: Este estudo tem como objetivo caracterizar o ensino de volume de sólidos geométricos em livros didáticos do ensino médio aprovados pelo PNLD/2012. Para tanto, voltamo-nos para a coleção mais adotada pelas escolas públicas brasileiras, em especial aos capítulos que priorizam o estudo do conteúdo em questão. A análise é realizada sob a ótica da organização praxeológica, tomando como referencial teórico e metodológico a Teoria Antropológica do Didático, que nos permite identificar e analisar os conceitos, procedimentos e algoritmos do ensino investigado. As análises realizadas evidenciam, entre outras características, a valorização pelo ensino e prática de técnicas de resolução, a construção do bloco tecnológico-teórico, visto que todos os capítulos iniciamse com a demonstração da fórmula do volume de um sólido conhecido, a institucionalização dos algoritmos usuais nos cálculos de volume, e a relação entre os sólidos trabalhados em um capítulo com outros já abordados. Palavras-chave: Sólidos Geométricos. Organização Matemática e Organização Didática. Livros Didáticos. Princípio de Cavalieri. Introdução A geometria sempre teve um papel de destaque na sociedade, seja para suprir as necessidades práticas do ser humano ou até mesmo como ciência. Alguns textos sobre a história da matemática (BOYER, 1974; EVES, 1994), destacam que os primeiros conhecimentos sobre matemática foram aqueles tratados pela aritmética e geometria. De acordo com esses textos, os conhecimentos geométricos, por exemplo, já eram desenvolvidos por nossos antepassados, seja na confecção dos instrumentos e utensílios de trabalho ou até mesmo na construção das 1 Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, maxleifreitas@hotmail.com, orientador: Marilena Bittar.

pirâmides do Egito. Segundo Eves (1994), a construção da pirâmide de Gizé por volta de 2.600 a. C envolvia alguns problemas matemáticos, como o cálculo do volume dos sólidos. No entanto, apesar de sua relevância para a sociedade, a geometria não vem recebendo o mesmo destaque, nas escolas, que outros conteúdos matemáticos. De acordo com Lima (2011), o seu ensino, quando ocorre, ainda é apresentado de maneira muito superficial, sem o uso de materiais manipulável e desligado da realidade. No ensino médio, por exemplo, a geometria espacial é um dos assuntos, dentre os conteúdos de matemática ensinados neste nível de ensino, que os alunos constantemente demonstram dificuldades. Para Souza (2009), um dos principais motivos que justifica esse fato é a falta de visualização das representações planares dos objetos tridimensionais, pois, segundo a autora, grande parte dos professores priorizam os tipos de questões que tratam de aplicação de conceitos e de fórmulas. Enquanto acadêmico 2, tive a oportunidade de lecionar como professor substituto em algumas escolas do município de Cassilândia - MS. Entre uma substituição e outra, o conteúdo de volume dos sólidos geométricos me chamou a atenção, devido ao modo como o livro didático abordava tal tema. O livro em questão trazia as fórmulas para encontrar o volume dos sólidos tendo como principal objetivo sua aplicação. Pesquisas recentes nos mostram que esse fato é comum em muitos livros didáticos, conforme afirma Morais (2013, p. 9) [...] constatou-se que a abordagem de volume é predominantemente pautada na determinação e na aplicabilidade da fórmula, pois todas as sessões sobre volume, exceto a do bloco retangular, inicia-se a partir da construção dessa ferramenta. Uma inquietação que surgiu nesse processo foi que para resolver as atividades sobre volume de sólidos geométricos bastava aplicar a fórmula correspondente a cada situação, ou seja, para que os alunos conseguissem responder as questões era necessário apenas decorar as fórmulas, as quais eram apresentadas no livro. Segundo Talim e Saldanha (2007, p. 86), Saber de cor uma quantidade enorme de fórmulas não significa saber Física (ou Matemática, Química...) e exigir dos alunos que decorem inúmeras fórmulas é um procedimento antieducativo. Talvez, o modo como os livros didáticos têm abordado o conteúdo de volume dos sólidos geométricos possa não estar contribuindo com a proposta didática do professor e nem com o desenvolvimento do raciocínio almejado aos alunos, conforme indicado nos documentos oficiais (PCN e OCN). 2 Relato de minha experiência acadêmica

Dessa forma, o conhecimento matemático adquirido na escola acaba não sendo satisfatório para a aprendizagem dos alunos. Assim, devido a grande relevância da geometria, em especial o volume dos sólidos geométricos, e, do papel fundamental que o livro didático tem no processo de ensino e de aprendizagem dos conceitos matemáticos, propusemos realizar essa pesquisa com a intenção de responder a seguinte questão: Como é proposto o ensino de volume de sólidos geométricos em livros didáticos no Ensino Médio? Na busca por respostas para essa questão, tomamos como referencial teórico a Teoria Antropológica do Didático (TAD), proposta por Chevallard (1999), cujas noções básicas são as organizações matemáticas e as organizações didáticas. Objetivos e Algumas Considerações Sobre a Teoria Antropológica do Didático Objetivo Geral é: Caracterizar o ensino de volume de sólidos geométricos em livros didáticos do Ensino Médio aprovados pelo PNLD/2012. Para que esse objetivo seja atingido, precisamos, efetivamente, caracterizar que matemática esta presente, acerca desse conteúdo, e como o autor, desses livros, propõem que o ensino do volume de sólidos geométricos seja realizado. Dessa forma para alcançarmos tal objetivo definimos os seguintes Objetivos Específicos: Em livros didáticos destinados ao ensino médio, identificar e analisar: conceitos, procedimentos e algoritmos presentes no ensino de volume de sólidos geométricos; as escolhas didáticas realizadas pelos autores relativas ao ensino de volume de sólidos geométricos. Para alcançar nossos objetivos específicos, escolhemos como aporte teórico/metodológico a Teoria Antropológica do Didático (TAD) que, segundo Chevallard (1999), tem como objetivo estudar as atividades humanas perante as situações matemáticas oferecendo instrumentos para investigar e modelar a atividade matemática desenvolvida por uma determinada instituição, em nosso caso a atividade matemática proposta nos livros didáticos. Segundo o autor, toda atividade humana consiste em cumprir uma tarefa t, a qual pertence a um conjunto de tarefas

do tipo T, por meio de uma técnica τ, determinada por uma tecnologia θ, que por sua vez, é justificada por uma teoria Θ. Podemos dizer que qualquer atividade humana põe em prática uma organização, denominada pelo autor, de praxeologia, ou organização praxeológica, a qual é simbolizada por: [T, τ, θ, Θ]. De acordo com Chevallard, a análise de uma organização praxeológica presente em uma determinada instituição tem como base o estudo da organização matemática e organização didática proposta por essa instituição. A organização matemática é o estudo das atividades matemáticas que são propostas pela instituição e a organização didática refere-se à forma que é realizado o estudo em torno da organização matemática. Dessa forma, para que o nosso primeiro objetivo específico fosse alcançado fizemos uma análise da organização matemática presente nos livros didáticos analisados que em síntese, constituiu-se na identificação dos tipos de tarefas propostas, das técnicas mobilizadas para executar uma tarefa e das tecnologias e teorias que justificam a utilização de tais técnicas. Por outro lado, para alcançarmos o nosso segundo objetivo específico propomos realizar uma análise por meio da organização didática, a qual, segundo Chevallard (1999) permite estudar o modo como é apresentada e estruturada a praxeologia matemática. Essa análise tem como propósito compreender as abordagens propostas, pelos autores, para o ensino de volume de sólidos geométricos nos livros didáticos analisados. Organização Matemática e Organização Didática A TAD apresenta o conhecimento matemático a partir de Organizações: Matemáticas e Didáticas. A Organização Matemática é um estudo praxeológico das atividades matemáticas desenvolvidas pelo professor em sala de aula, ou então das atividades matemáticas que são propostas nos documentos oficiais como o livro didático (OLIVEIRA, 2010, p. 44). Já a Organização Didática refere-se à forma que é realizado o estudo em torno da Organização Matemática, ou seja, são situações encontradas durante o desenvolvimento do trabalho didático. Já a Organização Didática, assim como a Organização Matemática, também pode ser descrita em torno do quarteto O = [T, τ, θ, Θ] e consiste em dar respostas a questões do tipo: Como estudar uma Organização Matemática? Como fazê-la?

Dessa maneira, uma Organização Didática possibilita-nos compreender como é realizado o estudo de um determinado assunto, conforme afirma Barbosa (2011, p. 68): As Praxeologias Didáticas são as respostas (a rigor) a questões do tipo como realizar o estudo de determinado assunto. Refere-se ao modo que possibilita a realização do estudo de um determinado tema, o conjunto de tarefas, de técnicas, de tecnologias, entre outras, mobilizadas para o estudo de um tema. Independente das escolhas didáticas escolhidas no decorrer do desenvolvimento de uma Organização Matemática, algumas situações estão necessariamente presentes, mesmo que estas se apresentem de formas variadas, tanto de forma quantitativa como qualitativamente falando (BARBOSA, 2011, p. 68). Para esses tipos de situações, há seis momentos de estudo ou momentos didáticos que podem ocorrer de forma indefinida no decorrer do estudo, sem obedecer a uma ordem. O primeiro momento caracteriza-se pelo (re) encontro com a organização matemática, isto é, se dá o primeiro contato com pelo menos um tipo de tarefa. Esse momento poderá, de acordo Carvalho (2012, p. 50), [...] acontecer várias vezes em função do ambiente matemático e didático em que a tarefa se produz, pois o conteúdo matemático aparece em diferentes etapas do ensino, no mesmo ano (série) ou em outros diferentes. Em nossa dissertação descrevemos como ocorre esse primeiro encontro com o objeto volume dos sólidos geométricos nos Livros Didáticos analisados. O segundo momento é marcado pela exploração de um tipo de tarefa e elaboração de uma técnica para resolvê-la. A elaboração de uma técnica é considerada, segundo Chevallard (1998) apud Oliveira (2010, p. 48), como o coração da atividade matemática, isso porque o autor atribui uma maior importância às discussões que levam a resolução do problema, ou seja, os procedimentos adotados que determinam a técnica que o resolverá. Apresentamos, em nossa pesquisa, os tipos de tarefas e técnicas relativas ao objeto volume dos sólidos geométricos. O terceiro momento contempla a constituição de um bloco tecnológico-teórico que possa validar a técnica. Esse momento não se dissocia dos demais, ocorre simultaneamente. De acordo com Oliveira (2010), dependendo do autor do livro, o terceiro momento pode vir a ser o momento do primeiro encontro com a Organização Matemática. Tomamos como exemplo, um livro de Geometria que apresenta, inicialmente, as definições e demonstrações das fórmulas referentes ao volume de uma pirâmide e posteriormente algumas atividades para que seja

aplicado o saber apresentado. Nesse caso, a constituição do bloco tecnológico-teórico foi o primeiro encontro com a organização. Já no quarto momento acontece o trabalho com a técnica, tenta-se (re) formular e validar de modo a torná-la mais eficaz. Para Reis (2010, p. 28), o desafio para melhorar uma técnica é que para fazer isso é preciso ampliar a tecnologia elaborada, este momento também permite colocar em prova o alcance da técnica, permitindo que a compreensão de que toda técnica é limitada. Portanto, esse é o momento em que testamos a abrangência da técnica na resolução dos tipos de tarefas. O quinto momento é o da institucionalização dos elementos que passam a integrar por definitivo a organização matemática. Esse momento, segundo (Barbosa, 2011), apresenta o que realmente é a Organização Matemática constituída, apontando quais elementos permanecerão na Organização Matemática e os que serão dispensados. Por fim, o sexto momento é marcado pela avaliação das técnicas e articulado a institucionalização propicia a reflexão do que foi validado. O que se avalia é a praxeologia, isto é, a abrangência das técnicas para a organização matemática que foi construída. Procedimentos de Análise Para realizarmos esse estudo, analisamos uma coleção aprovada pelo PNLD/20012, sendo essa a mais adotada, tendo como foco os capítulos destinados ao volume dos sólidos geométricos. Dessa forma, apresentamos a análise dessa coleção em busca de revelar como o ensino, desse conteúdo, é proposto no ensino médio. Para tanto, analisamos os capítulos em que tal conteúdo é proposto separadamente. Essas separações se justificam por buscarmos, na análise, o nível de detalhamento exigido pela TAD. A análise, sob a ótica da organização praxeológica, tem como objetivo evidenciar a organização matemática e didática, propostas nos livros didáticos para o ensino de volume. A análise da organização matemática consiste na identificação dos tipos de tarefas propostas, das técnicas mobilizadas, na resolução dessas tarefas, e do entorno tecnológico-teórico que permite justificar o uso dessas técnicas. Já a análise da organização didática tem como intuito analisar os seis momentos didáticos no ensino proposto (CHEVALLARD, 1999). Para isso,

consideramos o livro do aluno e o manual do professor, que contém comentários e respostas das atividades, além de sugestões para o uso do livro e para o desenvolvimento do conteúdo em sala de aula, o que nos permite entender mais claramente a proposta do autor da coleção analisada. No Guia do PNLD 2012 foram apresentadas as sete coleções aprovadas e disponibilizadas às escolas públicas, para que seus docentes pudessem escolher aquela que desejassem utilizar. Essa escolha, segundo o FNDE 3, deve ocorrer de forma democrática, cada escola tem autonomia para escolher a coleção de acordo com seu planejamento pedagógico. No entanto, em muitas escolas, esse processo de escolha tem ocorrido [...] muito mais por ações desenvolvidas pelas editoras do que propriamente por orientações do FNDE/MEC ou das instâncias político-administrativas da secretaria estadual de educação. (ZAMBON; TERRAZZAN, 2013). Dessa forma, entendemos que nem sempre as coleções mais adotadas, pelas escolas públicas, são as escolhidas pelos docentes, o que nos leva a crer que as discussões realizadas, entre os professores, em pró de uma escolha coerente com a necessidade pedagógica da escola, não são levadas em consideração no momento em que tais coleções são adotadas. Coleção Analisada A coleção analisada, Matemática: Ciência e Aplicações, que tem como autores: Gelson Iezzi, Osvaldo Dolce, David Mauro Degenszajn, Roberto Périgo e Nilze Silveira de Almeida, foi a mais adotada pelas escolas públicas. O conteúdo de Volume de Sólidos Geométricos é apresentado, formalmente, no 2º ano do Ensino Médio do capítulo 10 ao capítulo 14. De acordo com o Guia do PNLD 2012 o Princípio de Cavalieri, nestes capítulos, é apresentado e aplicado de maneira apropriada na obtenção das fórmulas do volume de sólidos geométricos. Por outro lado, [...] há imprecisões na argumentação lógica, pois são utilizados alguns conceitos que ainda não foram definidos e, em alguns casos, as afirmações feitas não são justificadas claramente. (p. 80). Na sequência, apresentaremos alguns resultados e discussões acerca dessa coleção. 3 Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

Resultados e discussões Na coleção analisada, observamos que conteúdo de volume dos sólidos geométricos é apresentado, no livro do segundo ano do ensino médio, em 4 capítulos. Dessa forma, optamos por realizar nossa análise seguindo a mesma ordem e numeração apresentada pelo autor. Logo, dividimos a análise da seguinte forma: no capítulo 10 (páginas 188 à 198) é apresentado o volume do paralelepípedo, do cubo e do prisma; já o capítulo 11 (páginas 202 à 216) aborda o volume de uma pirâmide e do tronco de uma pirâmide; o capítulo 12 (páginas 220 à 223) destaca o volume de um cilindro; já o capítulo 13 (páginas 227 à 237) é dedicado ao volume de um cone e do tronco de cone; e por fim, é apresentado no capítulo 14 (páginas 236 à 249) o volume da esfera, do fuso esférico e da cunha esférica. Esta forma de análise possibilita-nos descrever a evolução das praxeologias ao final de cada capítulo. Identificamos, em nossas análises, 11 tipos de tarefas contempladas na coleção analisada, conforme observamos na tabela 1 a seguir. Quadro 1: Tipos de tarefas identificadas Tipos de Tarefas Descrição T 1 Calcular o volume de um sólido conhecido. T2 Calcular a área total da superfície de um sólido conhecido, dado seu volume. T3 Calcular a área lateral de um sólido conhecido, dado seu volume. T4 Determinar a medida da aresta de um sólido conhecido, dado seu volume. T5 Determinar a altura de um sólido conhecido, dado seu volume. T 6 Determinar o raio, de uma região circular, de um sólido conhecido, dado seu volume. T 7 Determinar o comprimento de um sólido conhecido, dado seu volume. T 8 Calcular a massa (peso) de um sólido conhecido, dado seu volume. T9 Calcular o volume de um sólido irregular. T10 Calcular o razão entre os volumes de dois sólidos conhecidos. T 11 Determinar a largura de um sólido conhecido, dado seu volume. Fonte: autores da pesquisa

Dentre esses tipos de tarefas, observamos que T1 (calcular o volume de um sólido conhecido, dado seu volume) representa, aproximadamente, 74 % de todas as atividades apresentadas. Nesse contexto, fica evidente a valorização do ensino por meio de técnicas de resolução, pois atividades desse tipo são propostas, geralmente, após a apresentação da técnica, justamente para promover a sua prática. Em relação às técnicas de resolução, identificamos 13 tipos na coleção analisada, conforme ilustra o quadro 1 a seguir. Quadro 2: Tipos de técnicas identificadas Técnicas Descrição τ 1 Aplicar a fórmula do volume de um sólido conhecido. Aplicar a regra de três simples. τ 2 τ 3 τ 4 τ 5 τ 6 τ 7 τ 8 τ 9 τ10 τ11 τ12 τ13 Aplicar o teorema de Pitágoras. Aplicar a fórmula da área de uma região conhecida. Aplicar a fórmula da diagonal (de um polígono ou de um sólido). Aplicar a fórmula da altura de um triângulo equilátero. Utilizar razão de semelhança. Utilizar razões trigonométricas no triângulo retângulo. Aplicar a fórmula do comprimento da circunferência. Aplicar a fórmula do diâmetro. Efetuar transformação de unidades de medidas. Decompor um sólido qualquer em sólidos conhecidos. Utilizar sistema de Equações Lineares. Fonte: autores da pesquisa Observamos que a técnica de resolução privilegiada é τ1 (aplicar a fórmula do volume de um sólido conhecido) que, na maioria dos casos, é utilizada como a técnica principal. Por exemplo, algumas atividades propõem o cálculo do volume de um determinado sólido, porém, antes de calcular esse volume, é necessário determinar, por exemplo, a área da base do mesmo. Logo, a técnica τ1 não é a única mobilizada, mas é a principal, pois será necessário sua utilização, após a medida da área ser determinada, para que o cálculo do volume do sólido em questão seja realizado.

Cabe-nos destacar ainda, conforme apresentado nos quadros 1 e 2, que o número de tipos de tarefas dificilmente coincide com o número de técnicas, mesmo porque, às vezes, o mesmo tipo de tarefa pode demandar mais de uma técnica, conforme observamos na figura 1 a seguir. Figura 1: Técnicas mobilizadas em torno de um tipo de tarefa Fonte: da coleção analisada. Notemos, na figura 1, que para determinar o volume do paralelepípedo oblíquo, que consideramos como um tipo de tarefa T1, o autor mobiliza 4 técnicas diferentes, as quais identificamos como τ1, τ4, τ6 e τ9, essa situação pode ser simbolizada da seguinte forma: [T1, τ1, τ4, τ6 e τ9]. Logo percebemos que, em alguns casos, pra resolvermos uma determinada atividade deveremos utilizar mais de uma técnica pra encontrar o resultado esperado. Percebemos ainda, na coleção analisada, que houve uma evolução das praxeologias. No entanto, isso não ocorre de forma equilibrada, visto que algumas dessas praxeologias aparecem em menor quantidade do que outras. A nosso ver essa evolução ocorre no decorrer das atividades apresentadas, pois, conforme abordamos anteriormente, as primeiras questões apresentadas, em especial nos capítulos destinados ao cálculo de volume, mobilizam, em sua maioria, apenas as técnicas que acabara de demonstrar. Assim, conforme vai se avançando na resolução das atividades propostas novas técnicas vão sendo mobilizadas, principalmente aquelas trabalhadas em capítulos anteriores ao de volume. Em relação à análise da organização didática, fundamentada nos seis momentos didáticos propostos por chevallard (1999), cabe-nos destacar alguns aspectos apresentados ao longo das nossas análises. Percebemos que os primeiros (re) encontros com a praxeologia ocorrem sempre

por meio de demonstrações das fórmulas do volume, tendo como propósito a apresentação e, consequentemente, a construção do bloco tecnológico-teórico, que fundamenta a elaboração e aplicação de técnicas, seguido da institucionalização das fórmulas que serão utilizadas nas resoluções das atividades propostas na sequência. Posteriormente são apresentados alguns exemplos e exercícios resolvidos com o objetivo de trabalhar a técnica que acabara de ser constituída. Em seguida, são apresentadas atividades com propósito de trazer à tona o momento que consiste na exploração de um determinado tipo de tarefa e na elaboração de uma técnica que permite resolvê-la. Até o presente momento, ainda não conseguimos identificar o momento dedicado à avaliação da praxeologia construída. Por fim, observamos, na coleção analisada, uma articulação, mesmo que em uma quantidade pequena, entre os sólidos trabalhos em um capítulo com aqueles trabalhos nos capítulos subsequentes. Isso pode ser observado na análise realizada em torno das atividades apresentadas no capítulo 14, que busca relacionar alguns conceitos e definições discutidos nos capítulos anteriores com os da esfera. Vale ressaltar ainda que nessa coleção é utilizado o princípio de princípio de Cavalieri para justificar as fórmulas de volume, conforme sugerem as OCN`s. Referências BARBOSA. E. J. T. Equação do Primeiro Grau em Livros Didáticos sob a Ótica da Teoria Antropológica do Didático. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática). UEPB. Campina Grande-PB, 2011. BOYER, C. B. História da Matemática; Tradução: Elza F. Gomide. São Paulo, Edgard Blucher, 1996.. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares para o Ensino Fundamental. Brasília, 1998.. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Guia de Livros Didáticos: PNLD 2012: Matemática / Brasília, 2011.. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Volume 2, 2006. CARVALHO, D. G. Uma Análise da Abordagem da Área de Figuras Planas no Guia de Estudo do Projovem Urbano Sob a Ótica da Teoria Antropológica do Didático. Dissertação (Educação Matemática e Tecnológica), UFPE, Recife-PE, 2012. CHEVALLARD, Yves. Analyse des pratiques enseignantes et didactique des mathematiques: L approche anthropologique. Recherches em Didactique dês Mathématiques, v 19, n 2, p. 221-266, 1999. EVES, Howard. Introdução à História da Matemática. Editora da Unicamp, São Paulo, 2004.

IEZZI, G., DOLCE, O., DEGENSZAJN, D., PÉRIGO, R., ALMEIDA, N. Matemática: Ciência e Aplicações. Vol. 1, 2 e 3. Ed. 6 São Paulo: Saraiva, 2010. LIMA, R. E. S. O Estudo de Sólidos Geométricos: A Utilização de Materiais Didáticos Manipuláveis no Ensino Médio. UFPB, 2011. MORAIS, L. B. Análise da Abordagem de Volume em Livros Didáticos de Matemática para o Ensino Médio. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática), UFPE, Recife-PE, 2013. OLIVEIRA, Adriana Barbosa. Prática pedagógica e conhecimentos específicos: um estudo com um professor de matemática em início de docência. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática), UFMS, Campo Grande MS, 2010. REIS. E. S. O Estudo de Sistemas de Equações do Primeiro Grau em Livros Didáticos Utilizados em Escolas Brasileiras. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática), UFMS, Campo Grande MS, 2010. SOUZA, H. J. G.; OLIVEIRA, R. J. S.; MONTES, S.M. Áreas e Volumes. IBILCE/UNESP, São José do Rio Preto-SP, 2009. TALIM, S. L.; SALDANHA, J. L. Avaliação da Aprendizagem na Escola Plural: o que ocorre na prática? Revista Electrónica Iberoamericana Sobre Calidad, Eficacia y Cambio en Educación, v. 5, p. 84-99, 2007. ZAMBON, L. B.; TERRAZZAN, E. A. Políticas de Material Didático no Brasil: organização dos processos de escolha de livros didáticos em escolas públicas de educação básica. Rev. bras. Estud. pedagog. (online), Brasília, v. 94, n. 237, p. 585-602, maio/ago. 2013.