Aplicações práticas das diretrizes InterPARES em documentos arquivísticos digitais Daniela Francescutti Martins Hott



Documentos relacionados
Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de documentos

Preservando documentos arquivísticos digitais autênticos

TERMO DE REFERÊNCIA DE CONSULTORES POR PRODUTOS

Pesquisa Internacional sobre Documentos Arquivísticos Autênticos Permanentes em Sistemas. CS03 REGISTROS AUDIOVISUAIS: Programas de TV

Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital Preservar para garantir o acesso

Departamento de Arquivologia SIGAD. Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de Documentos SIGAD 1

Repositórios digitais para documentos arquivísticos

ATO DA MESA Nº 48, DE 16/7/2012

RESOLUÇÃO DA REITORIA N. /2013

Da adoção de boas práticas ao Plano de Preservação Digital

Universidade de Brasília Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação Departamento de Ciência da

CAPÍTULO XX DA UNIDADE DE APOIO A GESTÃO ESTRATÉGICA UAGE. Seção I Da Finalidade

Minuta REGIMENTO DO ARQUIVO CENTRAL DA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA CAPÍTULO I DA NATUREZA, COMPOSIÇÃO E OBJETIVOS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO REGIMENTO INTERNO DA COORDENAÇÃO DE GESTÃO DE DOCUMENTOS E INFORMAÇÃO DA UFRRJ

Gestão de documentos para a garantia de fidedignidade e autenticidade dos documentos digitais: normatização e implementação

EXPERIÊNCIA DO METRÔ GESTÃO DE DOCUMENTOS ARQUIVÍSTICOS E DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

Documento Arquivístico Eletrônico. Produção de Documentos Eletrônicos

REGIMENTO INTERNO DA SECRETARIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO SETIC CAPÍTULO I CATEGORIA

QUALIDADE E EXCELÊNCIA NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Faculdade de Letras Universidade do Porto

3. Definições: Procedimento (POP) Unidade Organizacional (UO) Código: POP-STGARQ-001. Revisão: 03. Páginas 06. Data 19/04/2010

Perguntas para avaliar a efetividade do processo de segurança

Segurança e Auditoria de Sistemas

RELATÓRIO SOBRE A GESTÃO DE RISCO OPERACIONAL NO BANCO BMG

AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE

Plano de Ação 2015: Objetivos estratégicos, Indicadores, Metas e Projetos priorizados

A PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª. REGIÃO, no uso de suas atribuições legais e regimentais,

PORTARIA NORMATIVA N 3, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011

Tecnologia Aplicada à Gestão

Centros de documentação e informação para área de ENGENHARIA: como implantar e resultados esperados. Iza Saldanha

Gestão e preservação de documentos digitais

A GESTÃO DE DOCUMENTOS COMO UM DOS FUNDAMENTOS PARA A INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

Contexto Planejamento Estrutura Política de funcionamento

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO SECRETARIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ORDEM DE SERVIÇO Nº 1/SETIN, DE 30 DE SETEMBRO DE 2010

Gerenciamento de Riscos em Segurança da informação.

1. Esta Política Institucional de Gestão de Continuidade de Negócios:

Curso de Gestão Arquivística de. Documentos Digitais. Gestão arquivística de documentos digitais

PORTARIA Nº 412, DE 5 DE SETEMBRO DE 2012

PROJETO PARA INSTALAÇÃO DE LABORATÓRIO DE DIGITALIZAÇÃO E GESTÃO DE REPOSITÓRIOS DE DOCUMENTOS ARQUIVÍSITCOS DIGITAIS AUTÊNTICOS

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO Secretaria de Tecnologia da Informação

PADRÕES DE FORMATOS DE DOCUMENTOS DIGITAIS ADOTADOS PELO ARQUIVO PERMANENTE DO SISTEMA DE ARQUIVOS DA UNICAMP PARA PRESERVAÇÃO E ACESSO

Intranets. FERNANDO ALBUQUERQUE Departamento de Ciência da Computação Universidade de Brasília 1.INTRODUÇÃO

Preservação de Acervos Digitais

GED CRIAÇÃO DE NOVO DOCUMENTO E OBJETO AUTOMÁTICO

PROCEDIMENTOS DE PROTOCOLO NA APF

DECLARAÇÃO UNESCO/UBC VANCOUVER. A Memória do Mundo na Era Digital: Digitalização e Preservação

RESOLUÇÃO Nº 005/2007-CEPE/UNICENTRO

DIRETRIZES PARA AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DA AUTORIDADE PÚBLICA OLÍMPICA

PO GESTÃO DE PROCESSOS E DOCUMENTAÇÃO 008

Projeto SIGADEx. Sistema Informatizado de Gestão Arquivística e Documental do Exército

REGIMENTO INTERNO DO ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL DE BAGÉ

Explorando o SharePoint como ferramenta de uma nova Gestão de Documentos Corporativos

FACULDADE ESTÁCIO DE SANTO ANDRÉ SÍNTESE DO PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO 1

Cria e regulamenta sistema de dados e informações sobre a gestão florestal no âmbito do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA.

GESTÃO DAS INFORMAÇÕES DAS ORGANIZAÇÕES MÓDULO 11

XX RAPAL DI 11 Presentado por Brasil Punto agenda 12a SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NA ESTAÇÃO ANTÁRTICA COMANDANTE FERRAZ SGA/EACF

A AUTENTICIDADE NA PRESERVAÇÃO DA INFORMAÇÃO DIGITAL

CAMPO DE APLICAÇÃO Esta Norma Complementar se aplica no âmbito da Administração Pública Federal, direta e indireta.

Projeto de Modernização da Gestão Documental na SMS-SP

ARQUIVOLOGIA - TIPOLOGIAS DOCUMENTAIS E SUPORTES FÍSICOS. Prof. Antonio Victor Botão

Estrutura da Gestão de Risco Operacional

RESOLUÇÃO CONAMA n o 379, de 19 de outubro de 2006 Publicada no DOU nº 202, de 20 de outubro de 2006, Seção 1, página 175 e 176

TABELA DE TEMPORALIDADE

Plano Estratégico de Desenvolvimento, Realinhamento Organizacional e Modernização Administra=va do Estado do Rio Grande do Norte

Etapas para a Elaboração de Planos de Mobilidade Participativos. Nívea Oppermann Peixoto, Ms Coordenadora Desenvolvimento Urbano EMBARQ Brasil

CAMPO DE APLICAÇÃO Esta Norma Complementar se aplica no âmbito da Administração Pública Federal, direta e indireta. APROVAÇÃO

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DOS CARGOS

Secretaria de Gestão Pública de São Paulo. Guia de Avaliação de Maturidade dos Processos de Gestão de TI

Manual Brasileiro NR: MA 1 Pág: 1/1 de Acreditação - ONA Data de Emissão: 10/01/2000. LIDERANÇA E ADMINISTRAÇÃO Data desta Revisão: 06/03/2006

TERMO DE REFERÊNCIA CG ICP-BRASIL COMITÊ GESTOR DA ICP-BRASIL

Escritório sem Papel Paperless Office

DataDoc 4.0 Sistema de Gestão de Arquivos. Características do Sistema

A IMPORTÂNCIA DE PROGRAMAS DE GESTÃO DE DOCUMENTOS NO ÓRGÃOS E ENTIDADES INTEGRANTES DO SIGA

COMPATIBILIZANDO CADASTROS

PODER JUDICIÁRIO. PORTARIA Nº CJF-POR-2014/00413 de 30 de setembro de 2014

RESOLUÇÃO N 83/TCE/RO-2011

Universidade de Brasília Faculdade de Ciência da Informação Profa. Lillian Alvares

RESOLUÇÃO Nº 080/2014, DE 25 DE JUNHO DE 2014 CONSELHO UNIVERSITÁRIO UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS UNIFAL-MG

POLÍTICA DE GEOPROCESSAMENTO DA ELETROSUL

Transcrição:

Brasília,. Aplicações práticas das diretrizes InterPARES em documentos arquivísticos digitais Daniela Francescutti Martins Hott E-mail: daniela.martins@camara.leg.br

Panorama Arquivologia 2.0 nas empresas hoje, exemplos A informação está dispersa em diversas bases de dados por toda a empresa. Internet, Intranet e Extranet, cada trabalhador se transformou em um consumidor de informações. Antes a instituição gerava informações como resultado de suas atividades, agora temos usuários (trabalhadores) que geram informações orgânicas através de sua participação. Lei de Acesso às Informações (LAI). Diretrizes do produtor e do preservador Metodologia do Diagnóstico 2/16

Diretrizes do produtor e do preservador http://www.interpares.org/ip3/ip3_products.cfm?cat=8 3/16

Base conceitual Documento arquivístico digital Documento arquivístico digital documento digital que é tratado e gerenciado como um documento arquivístico. Documento arquivístico digital autêntico documento arquivístico que é o que diz ser e que é livre de adulteração ou corrupção. Documento arquivístico digital armazenado objeto digital, alocado em um sistema de armazenamento em mídia digital, que é gerido como um documento arquivístico. Documento arquivístico digital manifestado a visualização ou materialização de um documento arquivístico digital, de dados e/ou de um ou mais componentes digitais sob uma forma adequada para apresentação, seja ela voltada para uma pessoa ou para um sistema de computador. 4/16

10 Diretrizes do Produtor Recomendações para a produção e manutenção de documentos arquivísticos digitais (autênticos) 1. ACESSIBILIDADE - Selecione os hardwares, os softwares e os formatos de arquivo que ofereçam o melhor custo e benefício de forma de garantir o fácil acesso por longo prazo. 2. FORMA FIXA E CONTEÚDO ESTÁVEL Garanta que os documentos arquivísticos digitais sejam mantidos como registros estáveis e fixo tanto em seu contexto como em sua forma. 3. AUTENTICAÇÃO Utilize técnicas de autenticação que favoreçam a manutenção e a preservação dos documentos arquivísticos digitais. 4. PROTEÇÃO Proteja seus documentos arquivísticos digitais de ações não autorizadas. 5. CÓPIAS DE SEGURANÇA Proteja os documentos arquivísticos digitais de perdas acidentais e corrupção. 5/16

10 Diretrizes do Produtor Recomendações para a produção e manutenção de documentos arquivísticos digitais (autênticos) 6. IDENTIDADE Certifique-se de que os documentos arquivísticos digitais estão identificados adequadamente. 7. INTEGRIDADE Certifique-se de que os documentos arquivísticos possuam informações que ajudem na verificação de sua integridade. 8. ORGANIZAÇÃO Organize, agrupe seus documentos arquivísticos dentro de uma classificação lógica. 9. OBSOLESCÊNCIA Tome medidas contra a obsolescência de softwares e hardwares. 10. CONSCIÊNCIA Considere questões acerca de preservação de longo prazo. 6/16

Formatos dos arquivos Recomendações para a produção, manutenção e preservação de documentos arquivísticos digitais (autênticos) Captura RAW Acesso JPEG Preservação TIFF 7/16

5 Diretrizes do Preservador Recomendações para a preservação de documentos arquivísticos digitais (autênticos) 1. GESTÃO Gerencie a Estrutura da Cadeia de Preservação, definido o escopo e os objetivos, adquira recursos, ofereça orientação, desenvolva procedimentos e implemente estratégias de manutenção. 2. AVALIAÇÃO As decisões sobre a destinação dos documentos arquivísticos serão tomadas regularmente como parte da gestão de um sistema de manutenção de documentos. 3. RECEBER O movimento em que os documentos passam da custódia do produtor para a custódia do preservador, é um ponto crítico na Cadeia de Preservação, e tem que ser feito com muito cuidado. 8/16

5 Diretrizes do Preservador Recomendações para a preservação de documentos arquivísticos digitais (autênticos) 4. PRESERVAÇÃO O Preservador de documentos arquivísticos é a entidade responsável pela custódia física e legal dos documentos do produtor, bem como sua preservação, i.e., proteger e garantir acesso contínuo aos documentos. 5. SAÍDA A acessibilidade contínua é uma parte integrante do processo arquivístico. 9/16

Metodologia do Diagnóstico Modelo de questionários do Projeto InterPARES: Análise Contextual; Análise Diplomática; Plano de Ação. http://www.interpares.org/ip3/ip3_products.cfm?cat=2 10/16

Análise Contextual Características Gerais Relaciona as informações gerais do contexto administrativo gerencial do documento digital. Forneça o nome oficial do setor responsável pela produção do documento; Dados completos sobre a empresa, sua localização geográfica, sua origem, missão, visão, cultura organizacional; Mapeia informações administrativas e gerenciais que resultam na criação dos documentos. Relacione as práticas / atividades administrativas e os tipos documentais; Gestão documental e Infraestrutura tecnológica (pessoas envolvidas na criação, na manutenção, na preservação e no acesso). 13/16

Análise Diplomática 5 Características de um documento arquivístico digital: Possui contextos identificáveis: jurídico-administrativo (leis e normas externas); de proveniência (organograma, regimento e regulamento internos); de procedimentos (norma interna de cada procedimento); Documental (fundo); Tecnológico (características dos componentes tecnológicos no qual os documentos são criados). Tem forma fixa, conteúdo estável e mídia estável; Identifica pelo menos três pessoas envolvidas na ação (autor, destinatário e redator); Tem que ser resultado natural de uma ação; Tem que possuir relação orgânica. 13/16

Plano de Ação Exemplos Normatização; Declarar o dossiê digital como documento equivalente ou substituto do dossiê em papel. Política Arquivística e Tecnológica: Adotar procedimentos para a preservação da forma manifestada ou da forma armazenada; Propor a adoção de formato único, preferencialmente (PDF/A); Atualizar e produzir manuais; Desenvolver programa de treinamento; Atualizar a tabela de temporalidade. 14/16

Considerações Finais - A instituição arquivística responsável pelos documentos arquivísticos digitais deverá elaborar uma política de gestão documental que englobe desde a produção do documento arquivístico digital, avaliação de seus conteúdos, até sua destinação final. Existem fatores de ordem cultural, legal e de organização administrativa. - Aos arquivos competem elaborar as políticas e fiscalizar sua aplicação. Aos produtores cabem a adequação às políticas e a implementação de processos de trabalho alinhados às normas. 27 de setembro de 2012 16/16

Brasília,. Obrigada! E-mail: daniela.martins@camara.leg.br

Ações implementadas e em andamento Exemplo da Câmara dos Deputados Legislação (Atos Normativos): A Política de Gestão de Conteúdos Informacionais da CD; A Política de Preservação de Documentos Digitais da CD. Ciclo de Gestão Estratégica (2012-2013): Programa de Modernização Legislativa; e Programa Gestão da Informação e Conhecimento.