PEDAGOGIA HOSPITALAR: PRÁTICAS DOS PROFISSIONAIS NA PEDIATRIA DO HOSPITAL DE URGÊNCIA DE SERGIPE 1

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Transcrição:

PEDAGOGIA HOSPITALAR: PRÁTICAS DOS PROFISSIONAIS NA PEDIATRIA DO HOSPITAL DE URGÊNCIA DE SERGIPE 1 Claudiana Martins da Silva Maria de Fátima Santos da Cruz Oliveira 2 RESUMO Este artigo tem como principal objetivo investigar a atuação dos profissionais do Hospital de Urgência de Sergipe, que estão envolvidos na pedagogia hospitalar bem como as suas práticas desenvolvidas no processo de humanização no ambiente hospitalar. Para efeito de estudo foram realizadas leituras, pesquisas em sites especializados, textos publicados, livros e revistas. Como forma de enriquecer ainda mais a redação deste artigo, foi realizada observação das práticas dos profissionais da pedagogia hospitalar na pediatria do Hospital de Urgência de Sergipe. Dessa maneira pôde-se assumir a pesquisa de campo com a coleta de dados, entrevista com enfermeiros, jornalista e pedagogo que atuam como voluntários ou não no referido hospital. Constata-se que, de forma geral, as atividades destes profissionais estão voltadas aos aspectos humanísticos, terapêuticos e educacionais. Palavras-chave: Pedagogia Hospitalar. Práticas Pedagógicas. Hospital de Urgência de Sergipe. INTRODUÇÃO 1 Trabalho de Conclusão de Curso orientado pela Profa. Msc. Rita de Cássia Dias Leal. 2 Acadêmicas Concludentes do Curso de Pedagogia da Faculdade São Luís de França.

2 A pedagogia hospitalar é uma prática de muita importância e, principalmente, na pediatria, embora pouco conhecida por alguns. Trata-se de um campo que está crescendo cada vez mais por conta de alguns estudos e pesquisas já realizados, que comprovam a necessidade bem como os benefícios da presença do pedagogo no ambiente hospitalar. Contudo, diante da escassez de estudos específicos sobre essa temática, fazse necessário empreender novas pesquisas, lançando discussões acerca da atuação do pedagogo em hospitais. A área da pedagogia hospitalar precisa ser olhada de forma diferenciada, independente de sua presença em espaços hospitalares ou não, é algo de suma relevância em prol da melhoria dos processos de aprendizagem do internohospitalar. A infância é uma das mais importantes fases do aprendizado humano. É nesta fase da vida que o ser humano toma conhecimento de fatores indispensáveis para o seu desenvolvimento físico, mental e social, sendo de suma importância um acompanhamento profissional para seu bom desempenho. Por isso a pedagogia hospitalar é um tema de grande relevância nos dias atuais. Entende-se que crianças hospitalizadas enfrentam grandes dificuldades seja por questões de doenças até a retirada brusca do seio familiar, tendo que se adaptar com o novo e diferente ambiente, o qual quase sempre é assustador com suas paredes brancas e frias. Na maioria das vezes a criança fica um longo período internada, longe da escola, dos seus amigos e educadores. Diante desta realidade percebe-se a necessidade do acompanhamento humanístico das crianças e seus familiares. Desta forma, é necessário pensar em um espaço aconchegante, que venha ajudar essas crianças a sair um pouco da rotina do hospital, para que possam participar de um mundo colorido, através de atividades pedagógicas: contação de história, pinturas, desenhos, jogo da memória, quebracabeça, comemoração de datas festivas, teatro, dramatizações, brincadeiras, musicalização.

Tudo isso favorece a descoberta de novas amizades, troca de experiências. Um espaço em que essas crianças tenham um novo olhar em relação ao hospital, que elas sejam estimuladas a acreditar na sua recuperação, que sorriam através do brincar mesmo em meio à dor. No Brasil nem todos os hospitais dispõem de um espaço exclusivo com salas de aulas, brinquedotecas e áreas de lazer para que possam desenvolver esse atendimento pedagógico a fim de que os pacientes possam ter suas necessidades educacionais atendidas. Segundo Pimenta (2006), a educação é uma prática social que busca realizar nos sujeitos humanos as características de humanização plena. Com isso faz-se necessário a presença do pedagogo oportunizando diferentes situações que venham favorecer a humanização de pacientes e acompanhantes no ambiente hospitalar. Este artigo é desenvolvido através de pesquisas bibliográficas e de campo. A pesquisa bibliográfica consiste no levantamento e análise do que já se produziu sobre determinado assunto que é assumido como tema de pesquisa cientifica (RUIZ, 1996, p.58). A construção de sua fundamentação teórica far-se-á mediante uma pesquisa de campo, na pediatria do Hospital de Urgência de Sergipe, como forma de aprofundamento da pesquisa, e tem caráter exploratório, possibilitando novos conhecimentos. Assim o trabalho tem o objetivo de investigar a atuação dos profissionais que trabalham na pediatria do Hospital de Urgência de Sergipe, identificando as atividades que favorecem o desenvolvimento educacional das crianças hospitalizadas, verificando as práticas dos profissionais que estão envolvidos na prática da pedagogia hospitalar e levantar dados acerca do processo de humanização. 3

4 A PEDAGOGIA HOSPITALAR A Pedagogia Hospitalar é um trabalho especializado bastante amplo que não se reduz a escolarização da criança hospitalizada. Ela busca levar a criança a compreender seu cotidiano hospitalar, de forma que esse conhecimento lhe traga certo conforto emocional. Durante a segunda guerra mundial foi de grande importância a presença de escola dentro dos hospitais, devido ao enorme número de crianças e adolescentes atingidos, mutilados e impossibilitados de ir às escolas. Fez-se necessário então, criar um engajamento dos médicos incentivando escola em hospitais. A pedagogia hospitalar vem crescendo no Brasil, onde a legislação reconheceu o direito da criança e adolescente de ser hospitalizado quando for necessária ao seu tratamento, sem distinção de classe social, condição econômica, raça ou crença religiosa de acordo com o estatuto da criança e do adolescente, através da resolução n 41 de outubro de 1995, no item nove. Sabe-se que a criança hospitalizada, na maioria das vezes, vê-se impedida de brincar, pelas limitações impostas pela própria doença ou pela falta de um espaço físico adequado no hospital, e que brincar faz parte do processo de construção de conhecimento. Estimular a criança hospitalizada é necessário para sua integração no âmbito social, como um ser participativo. Educar significa estar junto, construir, vivenciar, atuar, trocar, ceder, descobrir e humanizar estabelecendo uma alteração dinâmica com o grupo. Educar significa também respeitar a criança: ela não é um mini-adulto, mas um ser que tem características, sensibilidade e lógica própria. (MEYER, 2004, p. 44). É importante reconhecer a criança hospitalizada como um ser que não precisa somente de remédios e um leito todo branquinho, mas que acima de tudo é criança que tem sentimentos, necessidades, medos, insegurança e precisa ser tratada como um todo. Torna-se relevante um novo olhar pedagógico para ajudar na recuperação das crianças hospitalizadas amenizando seu sofrimento.

5 A criança que se submeterá a um processo terapêutico ou cirúrgico por estar doente, provavelmente chegará já estressada ao hospital em que for internada. Esse local é geralmente um ambiente pouco aconchegante: com mobília de metal, as paredes em cores neutras, corredores longos, além do aspecto invasivo das injeções e das cirurgias, causando novos sofrimentos [...] Daí, a necessidade de estimular a criança hospitalizada com atividades lúdicas, pois os benefícios são muitos. (GIMENES, 2000, p.18) A lei 11.104, sancionada pelo Presidente da República em 21 de março de 2005, dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação. Essa lei vem despertando grande interesse na sociedade brasileira, não só pelo impacto positivo das brinquedotecas na humanização e recuperação da saúde de crianças em tratamento hospitalar, em regime de internação, como pelas amplas possibilidades de aplicação em outros setores como educação, cultura e lazer. É interessante ressaltar que as crianças hospitalizadas às vezes se deparam com situações desagradáveis e desmotivadoras, esperando a hora de fazer exame, tomar uma medicação e quando se tem um espaço lúdico para essas crianças, o tempo de espera é bem mais atrativo e a criança não fica tão sujeita a ver só o lado da doença. ATUAÇÃO DE PROFISSIONAIS NA PEDAGOGIA HOSPITALAR Para Pimenta (2001, p. 123) há uma diversidade de práticas educativas na sociedade e, em todas elas, desde que se configurem como intencionais, está presente a ação pedagógica. Percebe-se então que a ação do pedagogo não se restringe ao espaço escolar, e com os avanços de estudos na área da educação, sua prática vem se expandindo continuamente e está relacionada à educação em geral. Essa prática não só é possível na atualidade, como é importantíssima, de acordo com Pimenta (2001), que levanta discussões sobre os Cursos de Complementação Pedagógica, e aponta indicativo para a formação do pedagogo

cientista educacional como sendo um profissional que atue como gestor, pesquisador, coordenador de diversos projetos educativos, dentro e fora da escola. Diante das pesquisas e observações realizadas acerca da prática na pediatria do Hospital de Urgência de Sergipe, nota-se a presença ativa de uma pedagoga coordenando o trabalho de profissionais que atuam na Pedagogia Hospitalar. A equipe desenvolve atividades pedagógicas e humanísticas, como contação de história, com o intuito trabalhar o imaginário das crianças, musicalização resgatando cantigas populares, dinâmicas diversas com objetivo da integração social das crianças e seus acompanhantes. Com a atuação de profissionais de diversas áreas como Jornalismo, Enfermagem e Pedagogia criam-se projetos que são apresentados e analisados por uma equipe Diretiva formada por Médicos, os quais estudam e avaliam cada projeto no sentido de aprová-los para serem desenvolvidos na pediatria do Hospital de Urgência de Sergipe. Dentre os projetos desenvolvidos por estes profissionais estão o Anjos da Enfermagem que desenvolvem práticas de musicalização, jogos e algumas brincadeiras. Projeto Criarte dos estudantes de jornalismo, que utilizam uma prática voltada para pedagogia com atividades pedagógicas de pintura, jogos educativos, oficinas de artes com papel e fotografia. Projeto Alegria de sorrir, desenvolvido por duas estudantes do curso de pedagogia. Elas levam atividades pedagógicas e pintura, teatro, jogos, quebra-cabeças, contação de história e musicalização. Além de realizar um trabalho de humanização com os acompanhantes das crianças internas, nestes projetos é notória a satisfação dos familiares ao receberem esse tratamento humanístico. Sendo valorizado pela equipe médica e de enfermagem, as quais se mostram bem satisfeitas com os resultados apresentados pelos internos. Através do lúdico, da brincadeira a criança tem a oportunidade de, por alguns instantes, sair daquele momento tão delicado e as vezes sofrido. Faz-se necessário ressaltar que a pedagogia hospitalar é um campo aberto para diversos profissionais não só o pedagogo. Todos aqueles que desejam se engajar nesse grande desafio e prazerosa obra educativa, lúdica e humanística, serão bem-vindos. 6

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS As práticas desenvolvidas da Pedagogia Hospitalar na Pediatria do Hospital de Urgência de Sergipe abrangem os profissionais de diversas áreas tais como, jornalista, enfermeiros e o pedagogo. Sendo o pedagogo o profissional que está mais habilitado a desenvolver os projetos pedagógicos no hospital. Também se observou que não só as crianças hospitalizadas ganham com esse atendimento pedagógico, mas os seus acompanhantes que fazem parte do contexto histórico das crianças. Mesmo no momento debilitado das crianças, elas se envolvem naturalmente proporcionando um bem estar e ajudando na sua recuperação. Com as atividades pedagógicas desenvolvidas na pediatria do Hospital de Urgência de Sergipe as crianças, deixam um novo olhar para as alas, que muitas vezes são simplesmente paredes brancas e assustadoras. Pôde-se perceber a importância da atuação do pedagogo em hospitais, levando um pouco do lúdico e não só atraindo as crianças hospitalizadas mais alcançando seus acompanhantes, que muitas vezes está tão desmotivado com a internação da criança. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei Federal n. 11.104, de 21 de março de 2005. Disponível em: www.jusbrasil.com.br/diário/506839/dou-seção-1-22-03-pg-87. Acesso em: 10/11/2011.

GIMENES, B. P. O jogo de regras nos jogos da vida: sua função psicopedagógica na sociabilidade e afetividade em pré-adolescente. JN. São Paulo: Ed. Vetor Psicopedagógico, 2000. MEYER, Ivanise Corrêa Rezende. Brincar & viver: projetos em educação infantil. Rio de Janeiro: Wak, 2004. OLIVEIRA, Siro Darlan de. Estatuto da Criança e do Adolescente: lei 8.069/90, Rio de Janeiro: DP&A, 2004, 5. ed. PIMENTA, Selma Garrido (Org.). Pedagogia e pedagogos: caminhos e perspectivas. 2ª Ed. São Paulo: Cortez, 2006. PIMENTA, Selma Garrido (coord.): Pedagogia, ciência da educação. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2001. RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 4. ed. São Paulo, 1996. WOLF, Rosângela Abreu do Prado. Pedagogia hospitalar: a prática do pedagogo em instituição não-escolar. 2007. Disponível em: www.praticahospitalar.com.br. Acesso em: 11 de agosto de 2011. 8