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Transcrição:

CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 36.661 - MG (2002/0131338-3) RELATOR AUTOR RÉU SUSCITANTE ADVOGADO SUSCITADO : MINISTRO CASTRO FILHO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS : BANCO DO PROGRESSO S/A - MASSA FALIDA E OUTRO : BANCO DO PROGRESSO S/A - MASSA FALIDA : OSMAR BRINA CORRÊA LIMA - SÍNDICO : JUÍZO DE DIREITO DA 1A VARA DE FALÊNCIAS E CONCORDATAS DE BELO HORIZONTE - MG SUSCITADO : JUÍZO DE DIREITO DA 11A VARA CÍVEL DE GOIÂNIA - GO RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO CASTRO FILHO(Relator): Trata-se de conflito positivo de competência suscitado pela massa falida do BANCO DO PROGRESSO S/A, em relação aos Juízos da Primeira Vara de Falências e Concordatas de Belo Horizonte/MG, onde tramita a falência da suscitante, e da Décima Primeira Vara Cível de Goiânia/GO, que processa a falência da ENCOL S/A, nos autos da ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Estado de Goiás. A suscitante instruiu o incidente com cópia da sentença declaratória de falência do Banco do Progresso (fls. 20/56); da inicial da ação civil pública proposta pelo Ministério Público de Goiás (fls. 58/84) e da liminar proferida pelo Ministro Ari Pargendler nos autos do Conflito de Competência n 35.914/MG. O referido conflito de competência, do qual fui relator, foi julgado na Sessão do dia 24 de março de 2004, oportunidade em que a colenda Segunda Seção, por unanimidade, dele não conheceu, por ausência de manifestação do juízo considerado competente. Alega a suscitante, em termos sucintos, que o Ministério Público de Goiás, autor da ação civil pública proposta perante a Décima Primeira Vara Cível de Goiânia/GO contra a suscitante e a ENCOL S/A, pediu concessão de tutela antecipada, Documento: 1429125 - RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 1 de 6

com o objetivo de suspender os efeitos das hipotecas sobre os imóveis instituídas pela falida ENCOL S/A junto ao Banco do Progresso. Sustenta a ilegitimidade passiva da massa falida da ENCOL S/A, por não suportar os efeitos da sentença, implicando, em conseqüência, incompetência do Juízo da Décima Primeira Vara Cível de Goiânia/GO. Requereu, ainda, a concessão de liminar, para afastar a competência do Juízo da Décima Primeira Vara de Goiânia/GO, que, inclusive, já proferiu decisão antecipatória de tutela, e que seja declarado competente o Juízo Falimentar da Primeira Vara de Falências e Concordatas de Belo Horizonte/MG. Instado, o Ministério Público Federal opinou pela competência do Juízo de Direito da Primeira Vara de Falências e Concordatas de Belo Horizonte, para conhecer e julgar a ação civil pública. É o relatório. Documento: 1429125 - RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 2 de 6

CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 36.661 - MG (2002/0131338-3) RELATOR AUTOR RÉU SUSCITANTE ADVOGADO SUSCITADO : MINISTRO CASTRO FILHO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS : BANCO DO PROGRESSO S/A - MASSA FALIDA E OUTRO : BANCO DO PROGRESSO S/A - MASSA FALIDA : OSMAR BRINA CORRÊA LIMA - SÍNDICO : JUÍZO DE DIREITO DA 1A VARA DE FALÊNCIAS E CONCORDATAS DE BELO HORIZONTE - MG SUSCITADO : JUÍZO DE DIREITO DA 11A VARA CÍVEL DE GOIÂNIA - GO VOTO O EXMO. SR. MINISTRO CASTRO FILHO(Relator): Assiste razão ao suscitante. Com efeito, esta colenda Corte possui entendimento pacificado acerca da matéria, no sentido de que, por decorrência do princípio da indivisibilidade do juízo falimentar, as ações ou execuções individuais sobre bens e interesses relativos à massa falida ficam suspensas desde a declaração da quebra até o seu encerramento, ex vi dos artigos 7, 2, 24 e 70, 4, do Decreto-lei n 7.661, de 21.06.1945. A propósito, cabe aqui transcrever as doutas ponderações emitidas pela Dra. Armanda Soares Figueirêdo, ilustre Subprocuradora-Geral da República, que bem dirimiu a controvérsia, ao assim dispor: O objeto da ação civil pública envolve o passivo constante da sentença de decretação da falência do Suscitante, e para evitar a prolação de julgamentos díspares sobre a mesma matéria, devem os autos ser encaminhados ao Juízo Falimentar de Minas Gerais, uma vez que os bens pertencem à Massa Falida do Banco Progresso S/A. O entendimento do MM. Juiz de Direito da 11ª Vara Cível de Goiânia/GO, data venia, confronta-se com a dicção do Decreto-lei n 7.661/45, que consagra o princípio da indivisibilidade do juízo da falência, no qual se concentram todas as ações e reclamações sobre bens, interesses e negócios da massa falida. Rezam os 2 do art. 7 e o art. 23, respectivamente, da Lei de Documento: 1429125 - RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 3 de 6

Falências que: 'O Juízo da Falência é indivisível e competente para todas as ações e reclamações sobre bens, interesses e negócios da massa falida, as quais serão processadas na forma determinada nesta Lei.' (...) 'Ao juízo da falência devem concorrer todos os credores do devedor comum, comerciais ou civis, alegando e provando os seus direitos.' No magistério de Waldo Fazzio Júnior 1, 'Se, consoante o art. 39 do diploma falencial, a quebra envolve a coletividade dos bens do devedor; se, conforme a lei, todos credores (salvo as exceções legalmente preestabelecidas) devem concorrer no juízo infracionável e universal da falência; se a falência visa assegurar a par conditio creditorum, é natural que sejam suspensas as ações singulares do falido'. As ações ou execuções individuais sobre bens e interesses relativos à massa falida ficam suspensas desde a declaração da quebra até o seu encerramento (art. 24 da lei falimentar), ressalvadas as exceções previstas nos seus parágrafos 1, 2 e 3. Esta circunstância decorre do princípio da indivisibilidade do juízo falimentar. Neste sentido tem-se precedente dessa Eg. Corte, cuja ementa segue-se transcrita: 'COMPETÊNCIA. CRÉDITO DE NATUREZA TRABALHISTA. ADJUDICAÇÃO REQUERIDA PELO RECLAMANTE E DEFERIDA APÓS A DECRETAÇÃO DA QUEBRA DA EMPRESA DEVEDORA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO UNIVERSAL DA FALÊNCIA. -Por decorrência do princípio da indivisibilidade do juízo falimentar, ficam suspensas as ações ou execuções individuais sobre direitos e interesses relativos à massa falida, desde a declaração da quebra até o seu encerramento (arts. 7, 2, 24 e 70, 4, do Decreto-lei n 7.661, de 21.6.1945). Pagamento do crédito a operar-se, conseqüentemente, no juízo universal da falência. Conflito conhecido, declarado competente o Juízo da 2ª Vara de Falências e Concordatas da Comarca do Rio de Janeiro, pronunciada a nulidade do ato que deferiu a adjudicação.' (CC 24410/RJ Rel. Min. BARROS MONTEIRO DJ DATA: 07/10/2002-PG:00167) Documento: 1429125 - RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 4 de 6

Ante exposto, o Ministério Público Federal opina pelo conhecimento deste conflito e pela declaração da competência do Juízo de Direito suscitado da 1ª Vara de Falências e Concordatas de Belo Horizonte/MG, para conhecer e julgar a Ação Civil Pública n 2002/01239633/GO. (fls. 99/100) Nesse sentido, confiram-se, ainda, os seguintes precedentes, verbis: CONFLITO DE COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO TRABALHISTA. DECRETAÇÃO DA QUEBRA. JUÍZO UNIVERSAL. COMPETÊNCIA DO JUÍZO DA FALÊNCIA. I - Consoante entendimento mais moderno da 2ª Seção, o crédito decorrente de salário está sujeito ao rateio entre os de igual natureza. II - Decretando-se a falência, a execução trabalhista não pode prosseguir, ainda que o pedido de levantamento do depósito recursal tenha se efetivado anteriormente à quebra, devendo a importância ser destinada, por sua competência universal, ao juízo falimentar. Precedentes. Conflito conhecido, declarando-se competente o Juízo de Direito da 1ª Vara de Falências e Concordatas de Belo Horizonte/MG, suscitado. (CC n 40.433/RJ, DJ de 30/06/2004, de que fui relator); "Conflito de competência. Falência. Processo trabalhista. Depósito recursal. Levantamento. 1. Compete ao Juízo Falimentar decidir pedido de levantamento de depósito recursal efetuado pela falida, empregadora, nos autos de processo trabalhista. Irrelevante o fato de o depósito ter sido efetuado antes da quebra. Decisão por maioria. 2. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo suscitado." (CC n 32.836/MG, DJ 31/03/03, Rel. Min. Aldir Passarinho Júnior); "PROCESSO CIVIL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO TRABALHISTA CONTRA MASSA FALIDA. Sobrevindo a falência do empregador, a execução da sentença de procedência da reclamatória trabalhista já não pode se dar na Justiça do Trabalho, que deve destinar os bens penhorados sob sua jurisdição (aí incluídos os valores postos a sua disposição), ao Juízo Universal da Falência, onde serão distribuídos segundo o princípio da par condicio creditorum, observados os privilégios e preferências. Agravo regimental não Documento: 1429125 - RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 5 de 6

provido." (AGEDCC n 33.397/MG, DJ 05/05/03, Rel. Min. Ari Pargendler). No mesmo diapasão, os seguintes arestos: CC 34.635/GO, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 01/03/04; AGRCC 35.006/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJ de 19/05/03 ; RCL 1.066/RJ, Rel. Min. César Asfor Rocha, DJ de 17/02/03, e CC 28.693/ES, Rel. Min. Barros Monteiro DJ de 17/02/03. Pelo exposto, por compartilhar da mesma linha de entendimento, voto pela declaração da competência do juízo falimentar de Belo Horizonte-MG, tornando-se, por conseguinte, sem efeito a antecipação de tutela deferida no juízo de Goiânia. É o voto. Ministro CASTRO FILHO Relator Documento: 1429125 - RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 6 de 6