Letícia Vargas Freire Martins LEMOS I Denise Libório BARBOSA I Carolina Júdica RAMOS II Silvio Issáo MYAKI III

Documentos relacionados
EFEITOS DA ESCOVAÇÃO SUPERVISIONADA EM ESTUDANTES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DA CIDADE DE QUIXADÁ

PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL EM ESCOLARES DE 6 A 10 ANOS DE UMA CIDADE SEM FLUORETAÇÃO NA ÁGUA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO

A PROMOÇÃO DE AÇÕES ODONTOLÓGICAS PREVENTIVAS COMO CONSEQUÊNCIA DE LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO EM ESCOLARES DE PALMAS TO¹

Experiência de cárie dentária em crianças atendidas em um programa de Odontologia para bebês

AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS E PRÁTICAS EM SAÚDE BUCAL DE RESPONSÁVEIS POR CRIANÇAS ACOMPANHADAS NA FACULDADE DE ODONTOLOGIA PELOTAS\RS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL. Ficha da Subfunção/Componente Curricular

Carie dentaria entre crianças de creches publicas na faixa etária de 0 a 5 anos

Histórico. Histórico

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

RESUMO. Palavras-chave: Criança, Cárie Dentária, Qualidade de vida. INTRODUÇÃO

PALESTRA EDUCATIVA NA PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL COM ALUNOS DA CRECHE-ESCOLA RAINHA DA PAZ DE QUIXADÁ-CE

Avaliação da prevalência de cárie dentária em escolares de localidade urbana da região Sudeste do Brasil

Odontopediatras e Médicos Pediatras: os benefícios dessa Integração

A INFLUÊNCIA DE ASPECTOS CONTEXTUAIS E INDIVIDUAIS NA DENTIÇÃO FUNCIONAL DE ADULTOS DO SUL DO BRASIL

EXAME CLÍNICO, DIAGNÓSTICO E PLANO DE TRATAMENTO

Prevalência de Cárie Dental em Crianças de 19 a 31 Meses de Idade, Matriculadas em Creches Públicas e Particulares em Itajaí, SC

GESTAÇÃO E CÁRIE INTRODUÇÃO

1.11 Equipe Executora Número de Docentes Número de Discentes Número de Técnicos Pessoal Externo

AVALIAÇÃO DA SAÚDE BUCAL EM CRIANÇAS DE 6 ANOS DE PALMAS-TO: PREVALÊNCIA DE CÁRIE E NECESSIDADE DE TRATAMENTO 1

COMPARAÇÃO DE ÍNDICE DE CEO-d EM CRIANÇAS DE 5 ANOS DE ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES

Prevalência e severidade de cárie dentária e necessidade de tratamento odontológico em pequenos municípios brasileiros

PREVALÊNCIA DE CÁRIE E INDICADORES DE RISCO EM CRIANÇAS DE 2 A 6 ANOS NA CLÍNICA DE ODONTOLOGIA PREVENTIVA UFPB

AVALIAÇÃO MULTIPROFISSIONAL DE ALUNOS DE 3ª E 4ª SÉRIES DE UM INSTITUTO FILANTROPICO, PELOTAS/RS 1. INTRODUÇÃO

Revista de Saúde Pública. Journal of Public Health

Potencial da Telemedicina Dentária no diagnóstico oral infantil

CÂNCER ORAL E OS DESAFIOS DO DIAGNÓSTICO PRECOCE: REVISÃO DE LITERATURA.

ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO PRECOCE ESTUDO LONGITUDINAL

Procedimentos odontológicos realizados no Projeto Tratamento Preventivo e Curativo às Crianças da Zona Rural

de Odontologia da Universidade do Grande Rio UNIGRANRIO, Campus Duque de Caxias Rio de Janeiro e do Pró-Saúde/UNIGRANRIO.

Título do projeto: ESTUDO DA SAÚDE BUCAL DE PACIENTES COM SÍDROME DE PRADER-WILLI

VEROSSIMILHANÇA ENTRE O REAL E O RELATADO SAÚDE BUCAL DE ALUNOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE PONTA GROSSA

Prevalência de cárie dentária em escolares de 12 anos de uma escola pública do município do Rio de Janeiro

12. ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA AO BEBÊ - ENFOQUE DOENÇA CÁRIE DENTÁRIA

MORBIDADE DENTÁRIA E ACESSO AO SERVIÇO ODONTOLÓGICO DOS PACIENTES ATENDIDOS NA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE ITAÚNA MG

Estudo dos pacientes desdentados totais atendidos na disciplina de prótese total da Faculdade de Odontologia de Araraquara no período de 1987 a 1997

&CONDIÇÕES DE HIGIENE BUCAL E HÁBITOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL. Ficha da Subfunção/Componente Curricular

O LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES EM SAÚDE BUCAL DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BELO HORIZONTE

Saúde bucal dos pré-escolares, Piracicaba, Brasil, 1999 Oral health among preschool children in Brazil, 1999

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL. Ficha da Subfunção/Componente Curricular

Epidemiologia da cárie dentária em crianças da primeira infância no município de Belém, PA

Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada ISSN: Universidade Federal da Paraíba Brasil

Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada ISSN: Universidade Federal da Paraíba Brasil

EFEITO DE UM PROGRAMA EDUCATIVO-PREVENTIVO NA HIGIENE BUCAL DE ESCOLARES

SAÚDE BUCAL: perfil dos escolares na cidade de Alagoa Nova-PB

THE PREGNANT PROFILE FROM PRENATAL in the MATERNITY OF NOVA FRIBURGO

15. CONEX Resumo Expandido - ISSN PROMOÇÃO E PREVENÇÃO EM SAÚDE BUCAL PARA CRIANÇAS CARENTES EM PONTA GROSSA

A PREVALÊNCIA DE CÁRIE DENTÁRIA EM ADOLESCENTES DE 12 ANOS NO BRASIL

Incremento de Cárie Dental em Bebês Residentes em Feira de Santana/BA: Acompanhamento de Três Anos

Estudo de Injúrias Traumáticas em Crianças na Faixa Etária de 1 a 3 Anos no Municipio de Barueri, São Paulo, Brasil

Grupo de Saúde Bucal - Atendimento de Crianças de 0 a 10 anos no CS Saco Grande.

Avaliação da experiência de cárie e necessidade de tratamento de pré-escolares de 5 e 6 anos das redes pública e privada do município de Porto Velho,

Perfil epidemiológico dos distúrbios da comunicação humana atendidos em um ambulatório de atenção primária à saúde

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO/SMS/ RJ

OBJETIVOS. Promoção à Saúde Bucal de Adolescentes carentes, inscritos no Programa do Adolescente-Florianópolis.

Prevalência de cárie dentária em crianças de uma instituição pública do município de Cascavel PR, Brasil

ConScientiae Saúde ISSN: Universidade Nove de Julho Brasil

PRÉ- NATAL ODONTOLÓGICO PROTOCOLO DE ATENDIMENTO GRUPO QS- RS MARÇO 2016

PROJETO RESGATANDO SORRISOS

A PREVALÊNCIA DE CÁRIE DENTÁRIA EM 1 MOLAR DE CRIANÇAS DE 6 A 12 ANOS: uma abordagem no Novo Jockey, Campos dos Goytacazes, RJ

PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL EM BEBÊS PROMOTION OF ORAL HEALTH IN BABIES

Avaliação epidemiológica das avulsões dentárias na dentição decídua em uma subpopulação Brasileira

PROVA DE CONHECIMENTO EM METODOLOGIA CIENTÍFICA E INTERPRETAÇÃO DE ARTIGO CIENTÍFICO NÍVEL MESTRADO. Candidato:

Socioeconomic profile of patients treated in the Clinical Course of Specialization Dentistry Faculty of the Universidade Federal Fluminense.

RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROJETO DE EXTENSÃO EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL A GESTANTE E NA PRIMEIRA INFÂNCIA NO AMBIENTE HOSPITALAR

AVALIAÇÃO DE HIGIENE BUCAL DE CRIANÇAS ATENDIDAS NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA DA UNIVERSIDADE PARANAENSE CAMPUS CASCAVEL - PR, BRASIL

ATIVIDADES EDUCATIVAS E PREVENTIVAS EM ESCOLARES E O RISCO DE CÁRIE DENTÁRIA. STEIN, Caroline¹; ROSA, Adrine Maciel¹; BIGHETTI, Tania Izabel²

PERFIL NUTRICIONAL DAS CRIANÇAS QUE FREQUENTAM OS CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE JANDAIA DO SUL PR

Conhecimentos, atitudes e práticas dos médicos pediatras. Knowledge, attitudes and practice of pediatricians in relation to oral health

F_LE C_NTE S_RRIA B_IJE

FACULDADES INTEGRADAS DE PATOS VI JORNADA ACADÊMICA DE ODONTOLOGIA (JOAO) PAINEIS ÁREA 1: DENTÍSTICA, PRÓTESE DENTÁRIA E DISFUNÇÃO TEMPORO-MANDIBULAR

Revista de Saúde Pública ISSN: Universidade de São Paulo Brasil

AUTOPERCEPÇÃO EM SAÚDE BUCAL DE IDOSOS EM USF DO DISTRITO SANITÁRIO III

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIENCIAS DA SAÚDE. Processo seletivo 2018

Artigo Original TRATAMENTO DO CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO NO IDOSO ACIMA DE 80 ANOS

A IMPORTÂNCIA DO BANCO DE DENTES HUMANOS NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA E EM PESQUISAS IN VITRO NA UEPG

Artigo Original TUMORES DO PALATO DURO: ANÁLISE DE 130 CASOS HARD PALATE TUMORS: ANALISYS OF 130 CASES ANTONIO AZOUBEL ANTUNES 2

PERCEPÇÃO MATERNA SOBRE SAUDE BUCAL MOTHER S PERCEPTION OF ORAL HEATH

PREFEITURA MUNICIPAL DE IBIRITÉ

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL. Ficha da Subfunção/Componente Curricular

Orientaçõ es Gerais sõbre as açõ es de Saú de Búcal nõ Prõgrama Saú de na Escõla

Rev Saúde Pública 2001;35(3):283-8

Experiência de cárie em crianças de instituições de educação infantil com e sem assistência odontológica

Motivo do atendimento odontológico na primeira infância

Módulo Opcional de Aprendizagem

J. Health Biol Sci. 2017; 5(1):71-78 doi: / jhbs.v5i p

X Encontro de Extensão

Franciela Dequi Deliberali * Eloisa Helena Corrêa Brusco ** Larissa Brusco *** Berenice Perussolo **** Eduardo Grigolo Patussi *****

ALEITAMENTO MATERNO E CONDIÇÕES BUCAIS DE CRIANÇAS PRÉ-TERMO E/OU DE BAIXO PESO AO NASCER

RESTAURAÇÃO DE MOLAR DECÍDUO COM RESINA COMPOSTA DE ÚNICO INCREMENTO RELATO DE UM CASO CLÍNICO

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES BUCAIS REALIZADAS EM ALUNOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO EM PONTA GROSSA, PARANÁ, DURANTE O ANO DE 2015.

Dor Dental e Condição Sócio-Econômica: um Estudo Censitário em Escolares

EBOOK ODONTOPEDIATRIA

PROJETO DE EXTENSÃO ACOLHENDO SORRISOS ESPECIAIS

PERFIL DOS PACIENTES ATENDIDOS NA BEBÊ CLÍNICA DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ENTRE OS ANOS DE 2006 E 2011

MANCHA DENTAL EXTRÍNSECA: REVISÃO DE LITERARUA.

Saúde bucal na escola: Um estudo sobre atividades de educação em saúde para estudantes. RESUMO

Companhia Dentes Brilhantes

PALAVRAS-CHAVE Redes de Atenção Materno-infantil; Saúde Bucal; Cuidado da criança.

Conceituação tradicional

Transcrição:

ISSN - 1519-0501 DOI: 10.4034/1519.0501.2008.0082.0013 Influência do Fator Assiduidade à Consulta Odontológica na Prevalência de Cárie Dentária em Indivíduos Atendidos na Bebê Clínica da Prefeitura do Município de Jacareí, SP, Brasil Influence of the Assiduity to Dental Consultations on the Prevalence of Caries Disease in Children Treated at the Municipal Baby Clinic in the City of Jacareí, SP, Brazil Letícia Vargas Freire Martins LEMOS I Denise Libório BARBOSA I Carolina Júdica RAMOS II Silvio Issáo MYAKI III I Aluna do Programa de Aperfeiçoamento e Educação Continuada na Disciplina de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos (UNESP), São José dos Campos/SP, Brasil. II Voluntária da Disciplina de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos (UNESP), São José dos Campos/SP, Brasil. III Professor Adjunto da Disciplina de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos (UNESP). Professor do Programa de Pós-Graduação em Bioodontologia da Universidade Ibirapuera (UNIB), São Paulo/SP, Brasil. RESUMO Objetivo: Avaliar a influência do fator assiduidade à consulta odontológica no atendimento à bebês. Método: Foram avaliadas 100 crianças, na faixa etária entre 0 e 48 meses, que freqüentaram a Bebê Clínica da Prefeitura Municipal de Jacareí, São Paulo. Estas foram divididas em 2 grupos: G1 (n=50): Bebês assíduos ao programa, ou seja, sem nenhuma falta nas rechamadas; G2 (n=50): Bebês não assíduos ao programa, ou seja, com pelo menos uma falta não justificada. Todas as crianças receberam avaliação clínica quanto à presença de lesões de cárie (método táctil e visual), com uso de sonda exploradora e espelho clínico. Os dados foram tabulados e analisados estatisticamente pelo Teste T-Student (p=0,001), do Programa Minitab versão 14.12 (2004). Resultados: As crianças do grupo assíduo (G1) apresentaram um ceo-d médio de 0,4 (±1,58), enquanto que as crianças do grupo não assíduo (G2) apresentaram um ceo-d médio de 3,6 (±3,14). A análise estatística indicou que as crianças do grupo não assíduo (G2) apresentaram um ceo-d médio significantemente maior do que as crianças do grupo assíduo (G1). Conclusão: O fator assiduidade interferiu positivamente no nível de saúde bucal das crianças atendidas na Bebê Clínica da Prefeitura do Município de Jacareí/SP, Brasil. ABSTRACT Objective: To evaluate the influence of the factor assiduity to dental consultations on treatment of babies. Method: One hundred children aged 0 to 48 months, treated at the Municipal Baby Clinic in the city of Jacareí, SP, Brazil were examined for this study. The children were assigned to 2 groups: G1 (n=50) - babies that were assiduous to the program, that is, not missing any follow up consultation; G2 (n=50) - babies that were not assiduous to the program, that is, missing at least one follow-up visit without justification. All children were clinically evaluated for the presence of caries lesions (visual and tactile method) using a probe and clinical mirror. The collected data were tabulated and analyzed statistically by Student s t-test (p=0.001) in the Minitab v. 14.12 software (2004). Results: The children in the assiduous group (G1) presented a mean dmf-t of 0.4 (±1.58), while the children in the non-assiduous group (G2) presented a mean dmf-t of 3.6 (±3.14). Statistical analysis showed that the children in the non-assiduous group (G2) presented a significantly greater mean dmf-t than the children in the assiduous group (G1). Conclusion: The factor assiduity had a positive influence on the oral health level of the babies treated at the Municipal Baby Clinic in the city of Jacareí, SP, Brazil. DESCRITORES Cárie dentária; Epidemiologia; Consulta. DESCRIPTORS Dental caries; Epidemiology; Referral and consultation. Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 8(2):203-207, maio/ago. 2008 203

INTRODUÇÃO A cárie dentária é uma doença que afeta as estruturas mineralizadas dos dentes, tendo desenvolvimento contínuo e que pode progredir até que haja a destruição coronária. O tratamento restaurador isoladamente pode não ser eficiente, já que a cárie é determinada pela interação da tríade fatorial composta pelo hospedeiro susceptível, a microbiota e a dieta, associados ao fator tempo. Definindo-se o risco individual de cada paciente, é possível intervir no processo carioso antes que as lesões apareçam ou mesmo quando elas estiverem presentes, permitindo a paralisação e reversão do quadro em sua fase inicial de manifestação. Deste modo, a prevenção executada em odontologia para bebês, deve ter como objetivo, não só evitar a instalação da doença cárie, mas também disponibilizar manobras que precisam ser realizadas para evitar conseqüências danosas desta doença. Dentro da prevenção, busca-se preservar o estado de saúde, combater a doença cárie e limitar o dano causado por ela. Entretanto, ainda que todas as medidas preventivas sejam adotadas como rotina na clínica, a cárie dentária que ocorre precocemente ainda é um problema relativamente comum na infância. Segundo o levantamento epidemiológico realizado pelo Ministério da Saúde 1, quase 27% das crianças com idade variando entre 18 a 36 meses de idade já possui pelo menos um dente decíduo cariado, sendo que a proporção chega a quase 60% em crianças com 5 anos de idade. Buscando uma diminuição nos índices de cárie na primeira infância e os conseqüentes danos por ela causados, foi criado em 1995, na Prefeitura Municipal de Jacareí, um programa de odontologia destinado ao atendimento de bebês, programa este denominado de Bebê Clínica. A Bebê Clínica executa um trabalho enfocando a promoção de saúde. Por isso, uma das suas características é iniciar o atendimento odontológico antes da possibilidade do aparecimento da doença cárie, preferencialmente ainda no primeiro ano de vida. É dada uma tolerância de até 18 meses de idade época da erupção do 1º molar decíduo para ingresso ao programa de prevenção. É centrado, principalmente, na educação do núcleo familiar (pais, avós, babás, dentre outros), para a realização de manobras preventivas no âmbito doméstico, tais como higiene bucal, o controle da amamentação ao dormir após os seis meses e o consumo racional da sacarose. A Bebê Clínica é organizada inicialmente com o intuito de orientar a população a procurar a assistência odontológica no primeiro ano de vida. Posteriormente, procura-se educar os pais e a família, por meio de palestras e consultas individuais, para motivá-los em relação à adoção de medidas preventivas e à realização de tratamento 204 preventivo clínico e caseiro. Há também a execução de tratamento curativo sempre que necessário e a disponibilização do atendimento emergencial para casos inevitáveis e com indicação precisa. Um grande obstáculo para o sucesso da odontologia para bebês, além da necessidade da conquista da própria família e do bebê, é a adesão deles ao programa. Teoricamente, a assiduidade às consultas é um fator fundamental para a melhora nos níveis de saúde bucal das crianças pois, nos retornos de cada consulta (rechamadas), são reforçados os conceitos de prevenção, os hábitos domésticos de higiene e dieta, e são realizadas a profilaxia clínica e a aplicação tópica de flúor, de acordo com a necessidade de cada paciente. A hipótese avaliada no presente estudo é que existe uma associação direta entre a assiduidade ao programa e baixos índices de cárie dentária. Tendo em vista que são escassos os artigos que relacionam a prevalência da doença cárie com a freqüência às consultas odontológicas, o objetivo do presente estudo foi de avaliar o fator assiduidade à consulta odontológica no atendimento a bebês, realizando uma comparação na prevalência de cárie entre bebês assíduos e não assíduos ao programa. METODOLOGIA O estudo foi realizado em uma Unidade de Saúde do Sistema Municipal de Saúde do município de Jacareí/ SP, na qual se encontra instalada a Bebê Clínica, serviço de referência para o atendimento odontológico a crianças de 0 a 48 meses de idade. Participaram do estudo um grupo de 100 crianças com faixa etária entre 0 e 48 meses, sem distinção de gênero ou raça e com estado de saúde aparentemente normal, que freqüentaram a Bebê Clínica no período de setembro à outubro do ano de 2006. Elas foram divididas em dois grupos: o primeiro grupo (G1), composto por 50 crianças, denominado Bebês assíduos ao programa, ou seja, sem nenhuma falta nas rechamadas, grupo controle; o segundo grupo (G2), também composto por 50 crianças, chamado Bebês não assíduos ao programa, ou seja, com pelo menos uma falta não justificada. Essas crianças foram atendidas por um dos pesquisadores desde que ingressaram no programa de prevenção e no dia em que foram avaliados para esse trabalho, recebendo, como em todas as consultas, orientação de higienização bucal e educação quanto aos hábitos alimentares, limpeza profissional com pasta de pedra-pomes e água com o auxílio de taça de borracha montada em baixa rotação e aplicação tópica de gel de fluoreto de sódio a 2%. Todos os pacientes receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, assinado por seus responsáveis autorizando sua participação na pesquisa, que foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 8(2):203-207, maio/ago. 2008

Faculdade de Odontologia de São José dos Campos UNESP (Protocolo nº 069/2006-PH/CEP). A anamnese e o exame clínico foram realizados por um único profissional, com o intuito de não ocorrer variações individuais na recepção e análise dos dados. O avaliador realizou dois exames clínicos em dez crianças com a finalidade de verificar a variação intra-examinador. Nos dois exames, obteve casos (positivos e negativos) concordantes em 98 dos 100 casos avaliados. Por meio do programa MedCalc (versão 8.0, 2005) foi verificado que as proporções de resultado SIM no 1º exame (100%) e no 2º exame (98%) não diferem estatisticamente (teste binomial: p = 1,00>0,05; IC(95%): -1,34% a 2,00%). Após a realização da anamnese, foi feito o exame clínico, sob luz artificial de um refletor, sendo aplicado o método táctil e visual, com o uso de sondas exploradoras de ponta romba e espelhos clínicos esterilizados. Os resultados foram lançados em uma ficha clínica, específica para a pesquisa. As crianças de até 24 meses de idade foram avaliadas nas macris (maca para crianças). Já as crianças de faixa etária entre 24 e 48 meses foram examinadas na própria cadeira odontológica. Utilizou-se o índice ceo-d modificado incluindo-se lesões incipientes (manchas brancas ativas). Os dados obtidos foram primeiramente relacionados quanto à presença ou não de cárie e, posteriormente associados com a assiduidade às consultas odontológicas. Estes dados foram tratados estatisticamente pelo Programa Minitab versão 14.12 (2004), que estimou a associação entre a prevalência de cárie e a assiduidade às consultas odontológicas, com nível de significância de 5%. RESULTADOS Os dados obtidos no presente estudo confirmaram a hipótese de que o fator assiduidade às consultas odontológicas interferem positivamente na saúde bucal dos indivíduos que participam da Bebê Clínica da Prefeitura do Município de Jacareí/SP (Tabelas 1 e 2). Os indivíduos do grupo Bebês assíduos ao programa (G1) apresentaram um ceo-d médio de 0,4 (±1,58), enquanto que os do grupo de Bebês não assíduos ao programa (G2) apresentaram um ceo-d médio de 3,6 (±3,14) (Figura 1). A análise estatística, por meio do teste de t (Student), indicou que os grupos diferem estatisticamente (t=6,43; gl = 72; p = 0,001<0,05); IC(95%):2,21 a 4,19). O teste de t (Student) foi escolhido devido ao fato de as 2 amostras serem de mesmo tamanho, ambas possuírem n>40 e serem assimétricas. Robusto indica que o requisito de normalidade e de mesma dispersão (desvio padrão) não têm grande influência sobre o p-valor. Tabela 1. Média e desvio padrão do índice ceo-d, em crianças de 0 a 48 meses de idade, segundo a assiduidade às consultas na Bebê Clínica. Jacareí/SP, 2006. Grupo Bebês assíduos Bebês não assíduos n 50 50 ceo-d 0,4 3,6 DP 1,58 3,14 Tabela 2. Distribuição do número de indivíduos, número total de ceo-d e média do índice ceo-d em função do número de faltas. Jacareí/SP, 2006. Número de Faltas Variável 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Indivíduos 2 6 10 9 10 2 4 3 1 2 Total ceo-d 6 22 42 33 57 12 27 14 8 13 Média 3 3,67 4,20 3,67 5,70 6 6,75 4,67 8 6,50 9 8 7 6 5 4 3 2 1 ceo 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Número de Faltas Figura 1. Análise do Grupo 2 e sua associação com o número de faltas ao programa x ceo-d. DISCUSSÃO Após cerca de 20 anos de pesquisa em Odontologia para Bebês, que possibilitou um maior conhecimento dos fatores etiológicos da doença cárie; apesar do maior acesso da população aos conhecimentos sobre saúde bucal, a realidade revela que muitas crianças ainda exibem lesões de cárie dentária. Vários fatores contribuem para o fato da cárie dentária ser a patologia bucal que mais acomete as crianças. Dentre eles, pode-se citar os hábitos de dieta 2, nível sócio-econômico 3-8, nível cultural das famílias 4,9-12, Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 8(2):203-207, maio/ago. 2008 205

realização de higiene supervisionada em casa, acesso as informações de saúde, acesso ao tratamento e educação odontológica 13, dentre outros que são constantemente citados. Porém, um outro fator, pouco discutido, também pode ser relacionado, além dos itens relatados acima. Tal fator, a assiduidade às consultas odontológicas, ou seja, o retorno periódico da criança ao ambiente odontológico, respeitando o modelo preventivo do programa no qual se insere, torna-se preponderante sobre os demais, sendo imprescindível para a avaliação dos demais fatores responsáveis pelo desenvolvimento da cárie dentária. O presente estudo analisou a influência do fator assiduidade à consulta odontológica, em crianças de 0 a 48 meses de idade, atendidas na Unidade Básica de Saúde, onde se encontra a Bebê Clínica do município de Jacareí/SP. Os resultados confirmaram a hipótese de que este fator interferiu positivamente na qualidade da saúde bucal. De fato, os Bebês assíduos ao programa, ou seja, sem nenhuma falta nas rechamadas, grupo controle, apresentaram um menor índice de cárie do que os Bebês não assíduos ao programa. Teoricamente, um dos maiores obstáculos na manutenção de índices ceo baixos, em crianças de tenra idade, refere-se ao descaso com a assiduidade à consulta odontológica em seu momento oportuno. O fato da criança não retornar às consultas, se não impede, pelo menos dificulta o cirurgião-dentista a educá-la em saúde bucal, condição indispensável para a saúde geral, pois, educação gera prevenção 14. Analisando a literatura, nas bases de dados Pubmed/Medline, Lilacs e BBO, não foram encontrados estudos semelhantes a este, dificultando uma comparação direta entre os resultados. Portanto, os dados analisados são originados de estudos cujos objetivos principais se referiam aos demais fatores que contribuem conjuntamente na prevalência da cárie dentária. As crianças, com idades menores, que freqüentam o consultório odontológico são mais sensibilizadas à prevenção 15,16. O fato dos Bebês assíduos ao programa apresentarem menor índice de cárie do que os Bebês não assíduos ao programa, reforça a idéia de que para controlar o risco de desenvolver esta patologia, é preciso o reforço constante da educação e prevenção, sendo, fundamental, portanto, a assiduidade às consultas. Outro fator a ser considerado, é que os pais que correspondem positivamente as rechamadas as consultas, exibem um desempenho melhor em cuidados com a saúde bucal de seus filhos, pois a maior constância às atividades educacionais em saúde resulta em maior motivação 13,17,18. Além disso, as rechamadas periódicas colaboraram na redução do índice de abandono ao programa 19. Assim, a motivação constante dos pais é fundamental para obtenção de eficácia na prevenção da cárie dentária. 206 Várias pesquisas relatam a importância da motivação dos pais, tendo em vista que eles são os responsáveis pelos hábitos de dieta e higiene do bebê, no período dos primeiros anos de vida, onde há o irrompimento dos dentes na cavidade bucal e a instalação dos hábitos 13,20-26. O estudo feito por Mattos-Granner et al. 27 mostra a importância do diagnóstico precoce dos pacientes bebês com risco de cárie. Em bebês de 6 a 12 meses e 13 a 18 meses, foram diagnosticadas manchas brancas e lesões de cárie, respectivamente. De 17% das crianças afetadas, 46% estavam infestadas totalmente por doença cárie, o que mostra a necessidade da identificação precoce de crianças com alto risco de cárie. Crianças que visitaram o cirurgião-dentista para exames rotineiros e preventivos tiveram uma baixa experiência de cárie 28. Isto ressalta a importância da ação do profissional na definição de metas a serem alcançadas para a promoção de saúde bucal, a partir da realidade de cada um 13,21,29,30. Para que isso seja possível, é imprescindível a assiduidade do paciente às consultas odontológicas. A constatação de que os Bebês não assíduos ao programa apresentaram índice de cárie significantemente maior do que aqueles assíduos ao programa e, partindose da premissa de que todas as mães e/ou responsáveis receberam informações sobre a importância do retorno dos mesmos às rechamadas, torna-se importante a realização de estudos que avaliem os motivos pelos quais as informações oferecidas não foram suficientes para sensibilizá-los. Baixos níveis culturais e/ou sócioeconômico podem ser prováveis fatores a serem avaliados. Também um aumento na amostragem pode tornar viável uma análise estatística que confirme a tendência observada na presente pesquisa, de que o aumento no número de faltas às rechamadas possui uma relação direta com a experiência de cárie dos bebês, ou seja, quanto maior o número de faltas às consultas odontológicas, maior a quantidade de dentes afetados pela cárie dentária. CONCLUSÃO A assiduidade dos pacientes às consultas odontológicas, em indivíduos inseridos na Bebê Clínica da Prefeitura do Município de Jacareí/SP, interferiu positivamente no nível de saúde bucal dos mesmos. REFERÊNCIAS 1. Brasil. Ministério da Saúde. Projeto SB Brasil 2003. Condições de saúde bucal da população brasileira 2002-2003. Resultados principais. [Acesso em 2007 Fev 26]. Disponível em: <http:// www.cfo.org.br/download/pdf/relatorio_sb_brasil_2003.pdf>. 2. Fraiz FC. Dieta e cárie na primeira infância. In: Walter LRF, Ferelle A, Issáo M. Odontologia para o bebê. São Paulo: Artes Médicas; 1996. p.107-22. Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 8(2):203-207, maio/ago. 2008

3. Leite IC, Ribeiro RA. Dental caries in the primary dentition in public nursery school children in Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Cad Saúde Pública 2000; 16(3):717-22. 4. Maurer SM, Boggs AM, Mourino AP, Farrington FH. Recall intervals: effect on treatment needs of the handcapped patient: a retrospective study. J Clin Pediatr Dent 1996; 20(2):123-6. 5. Ramos-Gomez F, Jue B, Bonta CY. Implementing an infant oral care program. J Calif Dent Assoc 2002; 30(10):752-61. 6. Reisine S, Douglass JM. Phychosocial and behavioral issues in early childhood caries. Community Dent Oral Epidemiol 1998; 26(Suppl1):32-44. 7. Vargas CM. Ronzio CR. Relationship between children s dental needs and dental care utilization: United States, 1988-1994. Am J Public Health 2002; 92(11):1816-21. 8. Whittle JG, Whittle KW. Household income in relation to dental health and dental health behaviours: the use of Super Profiles. Community Dent Health 1998; 15(3):150-4. 9. Edelstein BL, Manski RJ, Moellet JF. Pediatric dental visits during 1996: an analysis of the federal Medical Expenditure Panel Survey. Pediatr Dent 2000; 22(1):17-20. 10. Ismail AI, Sohn W. The impact of universal access to dental care on disparities in caries experience in children. J Am Dent Assoc 2001; 132(3):295-303. 11. Kinirons M, McCabe M. Familial and maternal factors affecting the dental health and dental attendance of preschool children. Community Dent Health 1995;12(4):226-9. 12. Ramos-Gomez F, Weintraub JA, Gansky SA, Hoover CI, Featherstone JD. Bacterial, behavioral and environmental factors associated with early childhood caries. J Clin Pediatr Dent 2002; 26(2):165-73. 13. Kowash MB, Pinfield A, Smith J, Curzon MEJ. Effectiveness on oral health of a long-term health education programme for mothers with young children. Br Dent J 2000; 188(4):201-5. 14. Walter LRF, Ferelle A, Issáo M. Odontologia para bebês. São Paulo: Artes Médicas; 1996. 246p. 15. Reisine S, Litt M, Tinanoff N. A biopsychosocial model to predict caries in preschool children. Pediatr Dent 1994; 16(6):413-8. 16. Barros SG, Castro-Alves A, Pugliese LS, Reis SRA. Contribuição ao estudo da cárie dentária em crianças de 0-30 meses. Pesqui Odontol Bras 2001; 15(3):215-22. 17. Cariño KM, Shinada K, Kawaguchi Y. Early childhood caries in northern Philippines. Community Dent Oral Epidemiol 2003; 31(2):81-9. 18. Harrison RL, Wong T. An oral health promotion program for an urban minority population of preschool children. Community Dent Oral Epidemiol 2003; 31(5):392 9. 19. Figueiredo MC, Rosito DB, Michel JA. Avaliação de 07 anos de um programa odontológico para bebês com bases educativa, preventiva e restauradoras. J Bras Odontopediatr Odontol Bebê 1998; 1(2):33-40. 20. Barcelos R, Souza IPR. Higiene bucal e saúde gengival: percepções e atitudes dos responsáveis. Pesqui Odontol Bras 2001; 15(Supl):89. 21. Ely MR, Thomaz EBAF, Lira CC, Moraes ES, Valença AMG. Dieta, higiene oral e visita ao dentista entre crianças nordestinas. Pesqui Odontol Bras 2001; 15(Supl.):87. 22. Esteves GV, Navarro RS, Oliveira Jr WT, Youssef MN. Estudo clínico do comportamento de escolares mediante escovação supervisionada, controle da dieta e motivação para prevenção da cárie e doença periodontal. RPG Rev Pós Grad 1998; 5(3):211-8. 23. Fraiz FC, Walter LRF. Study of the factors associated with dental caries in children who receive early dental caries. Pesq Odontol Bras 2001; 15(3):201-7. 24. Freire MCM, Melo RB, Silva SA. Dental caries prevalence in relation to socioeconomic status of nursery schoolchildren in Goiânia-GO, Brasil. Community Dent Oral Epidemiol 1996; 24(5):357-61. 25. Magalhães AC, Rios D, Honório HM, Cavazolla AS, Silva SMB, Machado MAAM. Avaliação da efetividade do treinamento de mães para higienização bucal de seus bebês. Rev Iberoamericana Odontopediatr Odontol Bebê 2005; 8(41):48-53. 26. Pereira MBB, Freire MCM. An infant oral health programme in Goiânia-GO, Brazil: results after 3 years of establishment. Braz Oral Res 2004; 18(1):12-7. 27. Mattos-Granner RO, Pupin-Rontani RM, Gavião MBD, Bocatto HARC. Caries prevalence in 6-36-month-old Brazilian children. Community Dent Health 1996; 13(2):96-8. 28. Angelillo IF, Anfosso R, Nobile CG, Pavia M. Prevelence of dental caries in schoolchildren in Italy. Eur J Epidemiol 1999; 14(4):351-7. 29. Douglass JM, Tinanoff N, Tang JMW, Altman DS. Dental caries patterns and oral health behaviors in Arizona infants and toddlers. Community Dent Oral Epidemiol 2001; 29(1):14-22. 30. Moraes N, Bijella VT. Educação odontológica do paciente. Rev Assoc Paul Cir Dent 1982; 36(3):300-7. Recebido/Received: 27/09/07 Revisado/Reviewed: 07/04/08 Aprovado/Approved: 18/04/08 Correspondência/Correspondence: Silvio Issáo Myaki Faculdade de Odontologia de São José dos Campos Av. Eng. Francisco José Longo, 777 São José dos Campos/SP CEP: 12245-000 Telefone: (12) 3947 9038 E-mail: myaki@fosjc.unesp.br Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 8(2):203-207, maio/ago. 2008 207