ISSN: 1981-3031 PEDAGOGIA HOSPITALAR: DESAFIOS E PERSPECTIVAS Líllian Franciele Silva Ferreira Jéssica do Nascimento Carneiro Justificativa O objetivo foi levantar o modo em que uma pequena parte da população adere à pedagogia hospitalar. Com esse trabalho levantamos respostas que precisamos saber como a sociedade entende por uma área que não é recente e é que ao mesmo tempo é uma novidade para as pessoas. Pretendemos atuar nessa área e quem sabe quebrar esses tabus que existe, por isso escolhemos um assunto que diferencia da realidade do curso de Pedagogia, onde as Universidades oferecem. Representação Gráfica Como o gráfico 1 demostra, o nível de conhecimento dos entrevistados é muito baixo em relação a função do pedagogo no ambiente hospitalar, fazendo como que essa função não adquira seu grau de importância na sociedade. Essa porcentagem de 35% dos entrevistados com o conhecimento da função do pedagogo hospitalar muito baixo é devido ao hospitais do estado não terem no seu quadro de funcionarios um pedagogo para tal função e com isso as ¹Graduanda do curso de pedagogia, quarto período, vespertino - universidade Federal de Alagoas- UFALdressinha86@hotmail.com ²Graduanda do curso de pedagogia, quarto período, vespertino - universidade Federal de Alagoas- UFAL- jessicacarneiro2011@hotmail.com
³Graduanda do curso de pedagogia, quarto período, vespertino - universidade Federal de Alagoas- UFALlillian_ferreira1@hotmail.com
II crianças e adolescentes que se encontra temporariamente afastado de suas atividades cotidianas como, por exemplo, a ida a escola, se prejudicam no ano escolar e alguns até abandonam os estudos. Segundo Barros (1999): "A trajetória acadêmica de muitos pacientes é permeada pela evasão, pelo ingresso tardio, ou pela exclusão promovida pelo próprio sistema educacional". Como o gráfico 2 demostra que muitos dos entrevistados jugam importante ou muito importante a presença do pedagogo no hospital, mesmo sem saberem ao certo qual sua função apenas 15% jugam sem importância. O pedagogo hospitalar é muito importante, pois há um déficit na questão da aprendizagem dentro do hospital. Crianças que necessitam períodos de internação muitos longos acabam sofrendo uma carência em relação à aprendizagem e se prejudicam no seu ano letivo. Segundo Franco (2005): "à medida que a sociedade se tornou tão complexa, há que se expandir a intencionalidade educativa para diversos contextos, abrangendo diferentes tipos de formação necessárias ao exercício pleno da cidadania" (FRANCO, 2005, p. 177-178 ). A atuação do pedagogo em hospitais pode ter duas finalidades: A primeira refere-se à atuação voltada para a educação de pacientes hospitalizados por um longo período e tem direito a continuidade de seus estudos. A segunda finalidade está relacionada à prática do pedagogo como educador e criação de projetos para formação dos funcionários apesar dessas finalidades sabemos que a primeira é reconhecidamente mais comum, porém ainda com um percentual pequeno de participação se comparado a outras áreas do conhecimento. A criança não pode ser prejudicada pelo longo período de internação que sofre, neste contexto, o pedagogo é o agente de mudanças, pois "entende que
III o escolar doente não é um escolar comum, ele se diferencia por estar acometido de moléstia, razão pela qual precisou de cuidados médicos, bem como necessita ainda de ajuda para vencer as conseqüências de sua própria doença" (MATOS; MUGGIATTI, 2001, p. 3) Analisando o gráfico 3, percebemos que a maior dificuldade do pedagogo hospitalar está na falta de reconhecimento profissional, com 52%. O não espaço para a atuação deste profissional no hospital vinculado com a universidade federal do estado deixa a desejar o atendimento educacional às crianças e adolescentes internados a um grande tempo. Segundo a política do MEC: Classe Hospitalar é um ambiente hospitalar que possibilita o atendimento educacional de crianças e jovens internados que necessitam de educação especial e que estejam em tratamento hospitalar. (BRASIL, 1994, p. 20). Com a instituição das Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (BRASIL, 2001), o Conselho Nacional de Educação, pela primeira vez, após a publicação da LDB 9394/96, sinaliza o atendimento educacional a crianças em tratamento de saúde que implique internação hospitalar. No artigo 13 deste documento, o MEC indica a ação integrada entre os sistemas de ensino e saúde, através de classes hospitalares, na tentativa de dar continuidade ao processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças hospitalizadas. Em relação ao setor que o pedagogo hospitalar mais atua em Maceió, mais da metade dos entrevistados disseram que é a pediatria. A Pedagogia Hospitalar é uma área da educação, que auxilia a recuperação e uni o ambiente escolar com o hospital, a prática do pedagogo se dá através das variadas atividades lúdicas e recreativas como a arte de contar histórias, brincadeiras, jogos, dramatização, desenhos e pinturas, a continuação dos estudos no hospital,
IV onde muitos não podem ter sua vida normal. área que exista a necessidade desse trabalho. Sendo possível a sua atuação em qualquer Segundo LOPES: Sabemos que o ambiente hospitalar, é um centro de referência e tratamento de saúde, que acaba por gerar um ambiente muitas vezes de dor, sofrimento e morte, causando uma forma de ruptura dessas crianças e adolescentes com os laços que mantém com seu cotidiano e produção da existência da construção de sua própria aprendizagem. A probabilidade de um pedagogo hospitalar ser contratado em Maceió é mínima. Fizemos uma pesquisa em um hospital bem reconhecido do estado, mas não obtemos boas respostas. A área de Pedagogia Hospitalar não é reconhecida e como conseqüência a falta de profissionais aptos para essa profissão. Durante as entrevistas, fizemos pesquisas e encontramos uma pedagoga no Hospital Universitário, onde ela fala: O projeto está sendo iniciado, estamos com uma equipe, se preparando pra dá continuidade um projeto começado, mas infelizmente não terminado, temos equipamentos, brinquedos, jogos... só falta o sinal de começar com o projeto. (A, 2010). Um pedagogo hospitalar é de extremamente necessidade para os hospitais, é a ligação da escola com hospital. Assim como futuras pedagogas, precisaremos de abertura para essa área, por que não intervir com escola e hospital? Por que não levar educação para dentro de hospitais, para aquelas crianças e adolescentes precisando de esperança?
V O gráfico 4 demonstra que a maioria das pessoas acredita que a pedagogia hospitalar atua com crianças, mas a verdade é que o pedagogo busca oferecer assessoria, atendimento emocional e humanístico tanto para o paciente como para o familiar que, muitas vezes, apresentam problemas de ordem psicoafetiva que podem prejudicar na adaptação no espaço hospitalar. Ela acontece quando crianças ou jovens ficam internados por um longo período perdendo aulas. O pedagogo prepara o conteúdo e, dentro do próprio hospital, realiza as atividades propostas de forma adequada a cada paciente, para que o fato de estarem hospitalizadas não seja ainda mais doloroso e acabe prejudicando tanto sua saúde quanto seus estudos. Segundo a Política Nacional de Educação Especial, define-se a classe hospitalar como: Ambiente hospitalar que possibilita o atendimento educacional de crianças e jovens internados que necessitam de Educação Especial e que estejam em tratamento hospitalar (MEC/SEESP, 1994, p. 20)
VI Como o gráfico 5 demonstra, a falta do reconhecimento da sociedade e alguns profissionais da área da saúde é a maior carência para o Pedagogia Hospitalar. A Pedagogia Hospitalar foi regulamentada pelo MEC em 2002, mas ainda são muitos os obstáculos a serem enfrentados pelo profissional deste ramo. Sair da escola e entrar no universo hospitalar é algo novo para educadores, pois exige deles conhecimentos e habilidades. Auxiliar no ensino de crianças e jovens enfermos é muito mais do que explicar conteúdos, tirar dúvidas e avaliar estudantes. O professor no ambiente hospitalar também serve como ponte entre profissionais da saúde, família e crianças, minimizando os traumas da internação, por meio de um ensino emancipado.
VII Com o problema de saúde sério a criança ou adolescente muda sua vida, troca seu mundo de ilusões por um de realidade. Um pedagogo hospitalar oferece a uma criança e um adolescente a volta do mundo de ilusões, ele como profissional investe no seu paciente uma forma de educar mais agradável e rica. É um trabalho que investe na teoria e na prática no ambiente hospitalar e não só investe como educador e sim o seu lado emocional, para aqueles que não sabem quando vai sair. Ao analisar as repostas dadas pelos entrevistados, percebe-se a falta que um pedagogo hospitalar faz no seu ambiente de trabalho. Ao especificar a resposta outros são as pessoas que nem sabem o que é um pedagogo hospitalar e pra que serve. E durante as entrevistas muitas pessoas perguntavam o que era e o que faziam isso mostra o reconhecimento que esse profissional não tem. Segundo MATOS e MUGGIATI (2001, p.83): Muito há pela frente, considerando suas novas vertentes que aí estão para se associarem aos primeiros esforços que, certamente, servirão de base angular para uma edificação sólida, com a consistente participação de todos, em prol daquelas crianças e adolescentes que têm direito à saúde, mas também têm direito de se educar. Essa polêmica realidade, de ordem política, social, psicológica e educacional, com imensuráveis dimensões, veio, assim, se constituir em incontestes argumentos à necessidade de se buscarem alternativas de complementação e aprimoramento científico. A Pedagogia Hospitalar representa a segura resposta ao desafio que se instalou.
VIII Conclusão Após visitarmos a instituição hospitalar de rede pública foi de grande valor para nossa formação acadêmica como estudantes do curso de pedagogia do 2º semestre. Sendo possível vivenciar as experiências do ambiente, a partir da elaboração de dados como: visitas, observações e entrevistas, objetivando a melhor compreensão sobre a função do pedagogo hospitalar. Essa prática nos ajudou a perceber o quanto é importante a função do pedagogo hospitalar na instituição hospital e sua importância para a execução de um trabalho organizado e disciplinar, inserido no projeto de Neuropsicomotora. Contudo, ao analisar os gráficos percebemos a grande deficiência dos entrevistados no desrespeito a função do pedagogo hospitalar. Como foi dito anteriormente, é uma função de grande valia, tanto para os pacientes como para os familiares, que às vezes apresentam problemas de ordem psicoafetiva que podem prejudicar na adaptação do espaço hospitalar, mas de forma diferente do psicólogo. Analisando a entrevista, constata-se a falta de um pedagogo hospitalar no hospital onde foi feito a entrevista. Essa falta prejudica na relação hospital e escola, pois essa ligação precisa ser levada. O pedagogo hospitalar possibilita o estudante continuar seus estudos mesmo estando hospitalizado, com as atividades pedagógicas evita o vazio e o sofrimento, evita o atraso da escola e entre outros. Segundo Milla: Dentre os vários objetivos do trabalho da Pedagogia Hospitalar, o mais importante deles, é assegurar o bem-estar físico, psíquico e emocional da criança e do jovem que estão hospitalizados. No entanto para que as pessoas tivessem conhecimento sobre essa função, seria necessário que o curso de pedagogia propusesse investimento na área hospitalar, fazendo alterações em sua grade curricular, e assim abrindo portas para teoria e pratica para os estudantes desta área. Pois fizemos nossa pesquisa num Hospital Universitário de Maceió, e constatamos o déficit dessa área justamente num hospital/escola, lugar onde deveria já existir a prática dessa função, no entanto só existe um projeto, feito por uma professora de enfermagem e uma professora de pedagogia, com a ajuda de três estudantes de enfermagem e três de pedagogia.
IX Referencias bibliográficas BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial. Brasília, DF, 1994. FRANCO, M. A. S. Pedagogia da Pesquisa-Ação. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, 2005. MATOS,Elizete Lúcia Moreira. Pedagogia Hospitalar: Uma possibilidade a mais. Revista eletrônica: Facinter, 2007. MATOS, E.L.M. & Muggiati, M.M.T.F. Pedagogia hospitalar. Curitiba: Editora Universitária Champagnat. 90p. Coleção Educação, teoria e prática. 2001. Disponível em: < http://www.ulsm.pt/fotos/gca/1151491099pedagogia_hospitalar.pdf >. Acesso em 17 de Nov. de 2010. Disponível em: < http://amopedagogiahospitalar.blogspot.com/ >. Acesso em: 17 de Nov. de 2010. Disponível em: < http://pt.shvoong.com/social-sciences/education/1683233-pedagogiahospitalar/ >. Acesso em 17 de Nov. de 2010. Disponível em: < http://www.ulsm.pt/fotos/gca/1151491099pedagogia_hospitalar.pdf >. Acesso em: 20 de Nov. de 2010. Disponível em: < http://kassi10milla.tripod.com/index.html >. Acesso em: 20 de Nov. de 2010. Disponível em: < http://kassi10milla.tripod.com/index.html>. Acesso em: 20 de nov. de 2010. Disponível em: < http://www.unifra.br/eventos/jornadaeducacao2006/2006/pdf/artigos/pedagogia/educa%c3 %87%C3%83O%20E%20DESENVOLVIMENTO%20ORGANIZACIONAL.pdf >. Acesso: 21 de Nov. de 2010.