Palavras-chave: estágio, política assistencial, apreensão de conhecimentos

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Transcrição:

A PRÁTICA DO SERVIÇO SOCIAL NA UNIDADE INSTITUCIONAL DO CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTENCIA SOCIAL DO BAIRRO SANTA LUZIA, NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA. SCHULTZ, Denise Stroberg (Estágio I), BELLO, Tatyana Denise (Supervisora) NADAL, Isabela Martins (Orientadora) e-mail: isacdp@hotmail.com Palavras-chave: estágio, política assistencial, apreensão de conhecimentos Resumo: As atividades próprias do Estágio Curricular Obrigatório I estão sendo realizadas pela docente no Centro de Referência de Assistência Social- CRAS Santa Luzia, no Município de Ponta Grossa. Trata-se de uma Unidade Estatal privilegiada para atender o segmento de assistência social na região norte/nordeste de nossa cidade. Num primeiro momento será procedida a identificação e a descrição do espaço, sua operacionalização, seus objetivos, suas atribuições no atendimento da Proteção Social Básica e suas demandas. Em seguida, será evidenciada a atuação do Assistente Social no exercício da sua profissão inserida na operacionalização da política de assistência social, especificamente as direcionadas para os CRAS, traçando seus objetivos e suas tarefas juntamente com a equipe interdisciplinar técnica que forma o quadro da instituição. Para viabilizar o desenvolvimento das funções do CRAS, as atribuições do profissional passam a ser: atendimento e encaminhamento de demandas da população em situação de vulnerabilidade social das áreas especificadas pela territorialização, ampliar e favorecer o acesso dessas pessoas aos direitos previstos na Lei Orgânica da Assistência Social-LOAS e consagrados pela Constituição de 1988. Relevante é reconhecer o trabalho especializado do assistente social na operacionalização das normativas próprias que determinam as finalidades e os objetivos dessa prática profissional naquele espaço, identificando desafios e perspectivas para a profissão com o emprego de instrumentais específicos, e conhecimento da legislação pertinente. Relevante é o conhecimento teórico-metodológico e técnico-operativo que embasam a prática vinculada às instâncias governamentais. Atrelado a isto, identificar as demandas e requisições para realizar nesses espaços o projeto ético político proposto pela categoria profissional. Introdução O espaço onde estão sendo desenvolvidas as atividades do Estágio Curricular Obrigatório I, é o Centro de Referência de Assistência Social- CRAS Santa Luzia, no Município de Ponta Grossa, e que atende a localizam em sua área de abrangência. 26 vilas que se Atuam neste local, duas Assistentes Sociais, sendo uma delas a Coordenadora, um orientador social, dois assistentes administrativos e dois funcionários de serviços gerais.

2 Apesar das normas operacionais preverem a exigência de constituição de equipe técnica multidisciplinar, composta além do assistente social, por pedagogo e psicólogo, o CRAS Santa Luzia não dispõe neste momento destes profissionais. A origem do Serviço Social no Centro de Referência de Assistência Social- CRAS, se deu com a aprovação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) em 2004, da Norma Operacional Básica-NOB/SUAS em 2005 e da NOB/RH/SUAS em 2006, documentos que normatizam e fornecem diretrizes para a atuação do profissional na estrutura da Política Pública a nível nacional, estadual e municipal. O CRAS inserido no nível de proteção básica instituído pela Lei Orgânica da Assistência Social-LOAS, tem como objetivos enfrentar as vulnerabilidades e prevenir situações de risco, por meio do desenvolvimento de potencialidades, de aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Esta situação de vulnerabilidade social é entendida como resultado das condições socioeconômicas e expressões do modo de vida que resultam em pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e/ou fragilização de vínculos afetivos relacionais e de pertencimento social. (NOB/05) Sendo assim, o Assistente Social atua na instituição como agente da prática institucional com definições de funções pré-estabelecidas, o que caracteriza o âmbito e a essência das relações que se apresentam com os usuários. Relato da Prática Profissional A atividade profissional no interior do CRAS-Santa Luzia aponta perspectivas de emancipação dos seus usuários, na medida em que operacionaliza o aparato normativo, e seleciona o usuário para participar dos programas propostos por essa política pública. A atuação é oportunizada em diferentes frentes, e além do atendimento às demandas que se apresentam no cotidiano, uma possibilidade interessante é a articulação com a rede socioassistencial local, o que favorece a dinâmica e o alcance dos objetivos previstos. As ações envolvem: acolhimento de usuários e famílias territorializadas, preenchimento de Formulário do Cadastro-Único (condição básica para inserção em outras políticas), escutas qualificadas em grupo ou individuais, para identificar situações-problemas e repassar informações pertinentes; encaminhamentos para o

3 Benefício de Prestação Continuada-BPC, visitas domiciliares, busca ativa, confecção de parecer social, produção de relatórios e documentos solicitados pela Gerência, desenvolvimento de atividades socioeducativas de apoio, reflexão, participação, com vistas ao fortalecimento familiar, geração de renda e convivência comunitária, realização de monitoramento e avaliação dos programas e serviços em sua unidade, entre outros que se apresentam no cotidiano profissional Como estagiária, estou tendo a oportunidade de vivenciar as competências e atribuições do assistente social na Política Nacional de Assistência Social, e mais especificamente no CRAS-Santa Luzia, e percebendo no cotidiano da prática, que é imprescindível uma apreensão dos fundamentos teóricos adquiridos na Academia, com a criticidade que nos é exigida em nossa formação. A profissão de assistente social se insere na operacionalização dessas ações normativadas, e então, é preciso um conhecimento aprofundado da Legislação pertinente, dos direitos disponibilizados, dos Programas Federal, Estaduais e Municipais, da rede socioassistencial do município e da compreensão de que a nossa atuação possibilita a viabilização de todos os direitos cidadãos de quem procura os serviços do CRAS. É importante considerar que as competências e atribuições dos assistentes sociais, na política de Assistência Social com base na Lei de Regulamentação da Profissão, requisitam, do (a) profissional, algumas competências gerais que são fundamentais à compreensão do contexto sócio-histórico em que se situa sua intervenção: Apreensão crítica dos processos sociais de produção e reprodução das relações sociais numa perspectiva de totalidade; Análise do movimento histórico da sociedade brasileira, apreendendo as particularidades do desenvolvimento do Capitalismo no País e as particularidades regionais; Compreensão do significado social da profissão e de seu desenvolvimento sócio-histórico, nos cenários internacional e nacional, desvelando as possibilidades de ação contidas na realidade; Identificação das demandas presentes na sociedade, visando a formular respostas profissionais para o enfrentamento da questão social, considerando as novas articulações entre o público e o privado (ABEPSS, 1996).

4 São essas competências que permitem ao profissional realizar a análise crítica da realidade, e a partir desta consideração mediatizada, estruturar seu trabalho e estabelecer as competências e atribuições específicas necessárias ao enfrentamento das situações e demandas sociais que se apresentam em seu cotidiano. Nesta perspectiva, a atuação do serviço social deve ser desenvolvida com estratégias de intervenção que possuam criticidade e cientificidade, instrumentalizadas pela nossa formação profissional, num comprometimento com a transformação da sociedade e a emancipação dos usuários Portanto, as demandas da instituição pública CRAS, e que se referem às oriundas das famílias em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e ou, fragilização de vínculos afetivos - relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras), prioritariamente as beneficiárias do Programa Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada BPC, devem ser compreendidas quanto às dimensões que podem ser consideradas na prática para oportunizar justiça social. Uma prática que resulte em um atendimento eficaz, requer instrumentais técnicos adequados a cada situação que se apresente no cotidiano da profissão. Sendo assim, no CRAS Santa Luzia são constantemente utilizados pela Assistente Social: -Entrevista familiar ou individual: é um procedimento que serve para coleta de dados, orientar, acompanhar e avaliar a família ou o indivíduo em seu processo de mudança. As perguntas visam captar, sempre que possível, a percepção do(s) entrevistado(s) de suas dificuldades, potencialidades e demandas; -Visita domiciliar: voltada para localizar famílias potenciais usuárias do serviço, previamente identificadas, compreender a realidade do grupo familiar, suas demandas e necessidades, recursos e vulnerabilidades, fortalecer os vínculos familiares e comunitários, avaliar as mudanças ocorridas; -Abordagem coletiva com palestras: exposição oral e/ou audiovisual a respeito de um tema, conforme expectativas e necessidades dos participantes; -Oficinas: construção de um conhecimento, materializada em algum produto; -Campanha sócio-educativa: formas coletivas de sensibilização e mobilização da comunidade;

5 - Atendimento individual e coletivo através de encaminhamento e acompanhamento: facilitar o acesso das famílias e seus membros a projetos, benefícios e serviços sócio-assistenciais; -Reunião e ações comunitárias: encontros para reflexão e discussão de questões de interesse comum; Resultados e Discussão Percebe-se que a unidade do CRAS-Santa Luzia é o primeiro passo para o acesso às políticas públicas socioaassistenciais disponibilizadas pelo Governo. Seu programas, planos, projetos e ações visam prevenir situações de vulnerabilidade social e favorecer a redução de desigualdades territoriais, estimulando as potencialidades locais e modificando a qualidade de vida das famílias que se encontram excluídas socialmente. Considerações/Notas Conclusivas A oportunidade de estagiar naquele local está possibilitando a compreensão do significado de uma atuação comprometida com o projeto ético-político instituído para a profissão. É importante conhecer e avaliar as políticas sociais vinculadas à assistência, pois elas se resumem nas ações estatais efetivas de combate à pobreza e é necessário reconhecer nestas políticas, as possibilidades de atuação do profissional na efetivação e defesa dos direitos dos usuários que delas careçam. Referências: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Política Nacional de Assistência Social. Brasília, 2004. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Orientações técnicas: Centro de Referência de Assistência Social - CRAS, 1 Ed, Brasília, 2009. COLIN, D.A;SILVEIRA,J.L.Serviços Socioassistenciais: referências preliminares na implementação do SUAS.São Paulo: Veras Editora: Curitiba, PR: CIPEC, 2007. CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (CFESS). Parâmetro para atuação de assistentes sociais e psicólogos (as) na Política de Assistência Social / Conselho Federal de Psicologia (CFP), Conselho Federal de Serviço Social (CFESS). -- Brasília, CFP/CEFESS, 2007. 52 p.

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