MAPEAMENTO DAS OPORTUNIDADES DE ECONEGÓCIOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: O ECOTURISMO EM FOCO



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Transcrição:

MAPEAMENTO DAS OPORTUNIDADES DE ECONEGÓCIOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: O ECOTURISMO EM FOCO Aluno: Isabela da Silva Medeiros Orientador: Marcos Cohen Co-orientadora: Mariana Brunelli Resumo Esta pesquisa trata do ecoturismo no estado do Rio de Janeiro, identificando e mapeando as principais iniciativas de econegócios desse segmento e gerando estatísticas que permitam conhecê-lo melhor. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica para consolidar os conceitos e ter uma visão geral sobre o setor de ecoturismo no Brasil, seguida de uma pesquisa telematizada para identificar empresas que atuam nesse setor. Observou-se que são grandes as oportunidades para as empresas de turismo que seguem as diretrizes do turismo ecológico. Assim, a norma ABNT NBR 15401:2006 de Ecoturismo pode ser um elemento importante para o desenvolvimento do setor, estabelecendo e difundindo os critérios para as empresas que possuam interesse de se enquadrar no segmento de ecoturismo (ABNT, 2006). O consumidor é, em geral, identificado na literatura como um pressionador da mudança do mercado. No mapeamento preliminar dos econegócios no estado do RJ, os pólos turísticos Rio de Janeiro, Paraty, Búzios, Angra dos Reis e Arraial do Cabo se destacaram. Verificou-se, por meio dos dados quantitativos, que a cidade do Rio de Janeiro se destaca tanto em número de empresas quanto em número de atividades oferecidas. Introdução Em um ambiente onde as questões relacionadas ao meio ambiente estão cada vez mais na pauta das decisões empresariais e novos conceitos e oportunidades de negócios despertam crescente interesse, ganhando força à medida que mundialmente se toma conhecimento de uma grave crise ambiental (BARBIERI, 2007, p.125), a demanda por produtos e serviços ecológicos surge como desafio e oportunidade. Ademais, as empresas, que estão entre os principais responsáveis pelos desastres ambientais e pela atual crise ambiental, são pressionadas a reverem e reinventarem seus processos e produtos sob pena de pesadas multas ou perda de reputação junto aos consumidores (SOUZA, 2002). O desenvolvimento sustentável é debatido mundialmente por governantes e empresários. Em 1987, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, CMMAD, lançou o relatório Nosso Futuro Comum, definindo o desenvolvimento sustentável como [...] aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade das futuras gerações atenderem suas próprias necessidades (CMMAD, 1991, p.46). Em 2012, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, os debates deram origem a um documento final que reafirma a importância do fortalecimento das três dimensões do desenvolvimento sustentável, as dimensões econômica, social e a ambiental. (ONU, 2012) Outro conceito ligado ao universo da sustentabilidade que se insere no mundo dos negócios é o triple bottom line. Criado por John Elkington, em 1994, o tripé da sustentabilidade afirma que as empresas devem medir o valor que geram, ou destroem, buscando serem financeiramente viáveis, socialmente justas e ambientalmente responsáveis (Rosemblum, 2008). Um meio de se alcançar os objetivos do desenvolvimento sustentável e do triple bottom line é a reestruturação da economia, alinhando as ambições empresariais aos 1

princípios ecológicos. Segundo Brown (2003), dessa mudança nascerá uma nova economia, uma ecoeconomia. A ecoeconomia traz à tona a necessidade de novos negócios e novos métodos para a obtenção de uma mudança real na economia mundial (Brown, 2003). Os econegocios no segmento do turismo possuem grande importância no estudo da ecoeconomia, por ser este um dos setores com maior crescimento no mundo e por sua grande relevância na economia mundial, estando visivelmente relacionado ao meio ambiente e a sociedade (ABNT, 2006). Além disso, o ecoturismo é um tipo de econegócio onde é essencial a necessidade da preservação do meio ambiente devido ao uso constante das áreas naturais nas atividades, tornando muito mais efetivas as relações culturais, sociais e da conscientização da importância da formação da consciência ambientalista (EMBRATUR, 2005). Nesse contexto, esse estudo pretende apresentar o perfil dos negócios ecoturísticos no estado do Rio de Janeiro e as especificidades do segmento visando responder a seguinte pergunta: Quais são as oportunidades e as potenciais contribuições do ecoturismo para o desenvolvimento sustentável do estado do Rio de Janeiro? Objetivo do estudo Identificar e mapear as iniciativas de econegócios do segmento de ecoturismo e o seu potencial de contribuição para o desenvolvimento sustentável do estado do Rio de Janeiro. Objetivos intermediários do estudo Fazer um levantamento das empresas que atuam no ecoturismo no Rio de Janeiro; Criar de uma base de dados no Excel com o levantamento das empresas de ecoturismo do Rio de Janeiro; Analisar a base de dados das empresas levantadas e identificar um perfil da amostra selecionada; Levantar dados sobre o mercado de ecoturismo; Elaborar e aplicar um questionário para os gestores das empresas. Delimitação da Pesquisa A pesquisa se limitará a estudar o atual estágio de iniciativas e geração de oportunidades de ecoturismo no estado do Rio de Janeiro. Tanto o segmento de ecoturismo, por possuir traços da sustentabilidade, como a escolha do território é interessante devido à proximidade dos jogos olímpicos no Rio de Janeiro. Organizações públicas ou privadas localizados fora do estado, mas que financiam ou fomentam o ecoturismo, e têm influência sobre a criação de oportunidades de ecoturismo no Rio de Janeiro, também serão incluídas na pesquisa. As organizações de fomento são importantes para identificar empresas de pequeno porte, muito comuns no estado, que se desenvolvem devido ao estimulo de grandes organizações. Relevância do Estudo Identificar os econegócios do Rio de Janeiro é relevante devido a esses modelos empresariais serem considerados mais adequados para a transformação necessária na sociedade contemporânea, permeada de crises econômicas e ambientais. Ademais, contribuir para um maior conhecimento desses empreendimentos, seus estágios de desenvolvimento e desafios, pode gerar oportunidades de investimentos públicos e privados nessas empresas. Esse estudo pode contribuir para que as empresas, baseadas nos 2

parâmetros adotados, reformulem as suas estruturas e tornem-se mais sustentáveis, o que estimulará um maior desenvolvimento sustentável do estado do Rio de Janeiro. Finalmente, em termos acadêmicos, a temática dos econegócios está em seu estágio inicial de desenvolvimento e as informações levantadas por este trabalho podem contribuir e estimular pesquisas futuras que avancem o conhecimento sobre esses novos modelos de negócio que estão surgindo e que têm grande potencial de transformação da nossa sociedade. Referencial Teórico 1. Crise Ambiental, Desenvolvimento Sustentável e Ecoeconomia Grandes mudanças marcam o cenário mundial. A globalização rompe as barreiras dos mercados mundiais estimulando a competitividade e pressionando a produção (Jenschke, 2003). As informações, antes limitadas a pequenos grupos, tornaram-se acessíveis e virais, espaço e tempo deixam de ser obstáculos (Vieira, 1998) e com isso oportunidades se abriram para novos negócios e novos mercados. Ao mesmo tempo, a população tomou conhecimento de uma iminente crise ambiental e dos efeitos que ela pode provocar na sustentação da espécie humana na Terra. Os transtornos na natureza vão além das mudanças climáticas, elas possuem efeitos econômicos locais, onde, por exemplo, pesqueiros perdem seu meio de sobrevivência e deixam de distribuir o seu produto para a população, terras agrícolas deixam de ser férteis e florestas repletas de matéria prima desaparecem. Catástrofes naturais como enchentes, secas, terremotos e incêndios florestais aumentam a cada dia sob o efeito da atividade humana (Brown, 2003). Em 1983, a Assembleia Geral do ONU criou a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, presidida por Gro Harlem Brundtland, que gerou em 1987 o relatório Nosso Futuro Comum (ou Relatório Brundtland), o qual estabeleceu os princípios para a viabilização de um novo conceito de desenvolvimento, chamado de sustentável (Layrargues, 1997). Um ponto importante trazido por este relatório foi o alerta sobre os recursos naturais serem limitados. É, portanto, dever da sociedade humana buscar meios de proporcionar o bem-estar das gerações futuras, mas sem ignorar as necessidades da geração atual que já sofre por causa das disparidades sociais. Assim, o desenvolvimento sustentável tem como objetivos integrar e compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a conservação ambiental (CMMAD, 1991). A emissão irresponsável de carbono na atmosfera por parte das empresas traz ainda outro problema além do impacto negativo nos ecossistemas: os prejuízos econômicos bilionários nas áreas afetadas por catástrofes naturais (Brown, 2003). Isso se configura em mais um fator incentivador para a mudança de atitude empresarial. Nesse contexto, mais consciente dos processos mercadológicos, das ações e de práticas das empresas, negativas e positivas, em determinados segmentos, o consumidor passou a ter, cada vez mais, uma atitude proativa na escolha de seus produtos e serviços (Guimarães, 2006). Diante dessa realidade, o mercado produtor passou a verificar a necessidade de se reinventar para acompanhar as mudanças no comportamento do consumidor. Empresas preocupadas em manter a sua lucratividade acirraram suas disputas e esse cenário tornou-se estimulante para o investimento em inovações verdes como diferencial competitivo (Pereira & Lima, 2008). Entretanto, o desenvolvimento sustentável é um tema ainda emergente e com diversas controvérsias. Ele pode ser considerado uma evolução do conceito de ecodesenvolvimento, mas alguns autores discordam e apontam diferenças. É o caso de Layrargues (1997) que cita que o desenvolvimento sustentável não visa à redução do consumo como faz o 3

ecodesenvolvimento. Sendo assim, o desenvolvimento de países pobres forçaria a exploração em massa de recursos naturais para atender à demanda. Por outro lado, como observado por Brown (2003), é necessário haver uma mudança de comportamento na qual os recursos naturais seriam tratados como finitos e quando um recurso começasse a dar sinais de queda na oferta, investimentos alternativos equilibrariam o consumo e a oferta por tal bem. Com isso, o aumento do consumo não teria um efeito agressor como supõe Layrargues (1997) em sua critica ao possível aumento de consumo presente no cenário proposto pelo conceito de desenvolvimento sustentável. Para Brown (2003), a realidade atual indica que se não acontecerem grandes mudanças, as catástrofes irão destruir boa parte dos recursos naturais hoje disponíveis. Analisando as consequências negativas desse alerta, o impacto preocupa as condições de sobrevivência humana em longo prazo. Em curto prazo, a crise ambiental prejudica os economistas que planejam um futuro econômico. A economia para sobreviver precisa que empresas possuam recursos naturais no longo prazo, desenvolvendo os produtos e serviços demandados pela população. Apesar de o planeta estar dando sinais de que estamos vivendo uma crise ambiental, ainda é muito difícil mudar a mentalidade dos investidores que é voltada à geração de riquezas econômicas no curto prazo. No modelo de ecoeconomia proposto por Brown (2003), a presença de ecólogos nos negócios é essencial para ajudar a reestruturar a economia, disponibilizando informações técnicas necessárias para a conscientização da situação ambiental mundial. Para Brown (2003), em uma ecoeconomia, as principais mudanças seriam a estabilização da população; a mudança na geração de energia proveniente do petróleo, carvão e gás natural para a energia eólica, solar e geotérmica; a reestruturação do modelo linear de descarte para um modelo cíclico de reutilização e reciclagem; mudanças nas práticas agrícolas, respeitando o solo e dando fim ao desmatamento que ocorre na produção de alimentos. Por fim, a ideia central da ecoeconomia é a reestruturação econômica alinhada aos princípios ecológicos promovendo mudanças reais no tempo que ainda temos disponível (Brown, 2003). 2. Empreendedorismo Sustentável e Econegócios Os impactos ao meio ambiente levantaram discussões sobre a responsabilidade empresarial e sobre a real autoria dos desastres ambientais. Empresas preocupadas em manter a sua imagem e lucratividade acirraram suas disputas, vinculando estrategicamente seu discurso empresarial aos conceitos ecológicos. O avanço do conhecimento das questões ambientais e a valorização dos produtos ecologicamente corretos criaram um cenário estimulante para o investimento em inovações como diferencial competitivo (Boldrin; Boldrin, 2003). Entretanto, para agir, o mercado produtor precisa passar por um processo árduo de mudança e precisa se reinventar para acompanhar as exigências do consumidor. As mudanças necessárias para atingir um modelo ideal de economia ambientalmente sustentável envolvem a transformação de negócios, criação de novas indústrias, reestruturação de fábricas e treinamento de profissionais (Brown, 2003). Ao assumir a responsabilidade pelo meio ambiente e pela sociedade, as organizações precisam arquitetar uma forma de atingir o triple bottom line, conforme defende o sociólogo John Elkington (Rosemblum, 2008). Muito se questiona, entretanto, sobre as atitudes e sobre o que fazer para se alcançar outro cenário mundial. Fazer a mesma pergunta, mas sob uma nova ótica é uma forma de ampliarmos nosso campo de ideias, nossa busca por inovações verdes que sejam realmente eficientes (Gouveia & Righetti, 2009). 4

As novas tecnologias e o estudo do que pode ser feito é só o primeiro passo para a evolução do mercado das inovações verdes. Como exemplo de empresas que estão se diferenciando por estarem alinhadas com os princípios ecológicos, Maia e Vieira (2004) citam a indústria Docol Metais Sanitários que trata a água utilizada no processo produtivo antes de devolvê-la ao meio ambiente. Essa ação fez com que a empresa ganhasse prêmios de reconhecimento que valorizaram a sua marca. Gouveia e Righettti (2009) destacam o Brasil e seu investimento no desenvolvimento de energias limpas com a produção do etanol como exemplo de inovações verdes. Outro exemplo dado por eles é na área de construção, com as habitações auto-sustentáveis, os earthships, que utilizam 45% de materiais reciclados e não possuem um custo maior em relação às construções comuns. Além disso, se tornam econômicas por reduzirem o valor das contas de água e energia (Gouveia & Righetti, 2009). Nesse contexto, surgem as inovações nos próprios modelos de negócio, configurando o que a literatura começa a chamar de econegócios. Os econegócios são definidos pelo Instituto inovação (2003, p. 08) como o segmento de mercado que reúne produtos e serviços que se propõem solucionar problemas ambientais ou que utilizem métodos mais racionais de exploração dos recursos naturais para a produção de bens e serviços e se configuram em oportunidades de negócios para as empresas. O Instituto Inovação (2003) sugeriu a divisão dos econegócios em três grupos: ecoindústria, indústrias alternativas e indústrias ambientalmente responsáveis. A ecoindústria seria composta de empresas interessadas em desenvolver produtos e serviços em prol da despoluição do meio ambiente. Por exemplo, serviços de gestão e tratamento de água e efluentes, gestão e recuperação de resíduos sólidos, descontaminação do solo, despoluição do ar, redução da poluição sonora, recuperação de paisagens. As indústrias alternativas comercializam produtos e serviços de baixo impacto ambiental que são cada vez mais adotados pelos consumidores por possuir uma imagem positiva e saudável. Por exemplo, as indústrias de energias renováveis, de materiais alternativos, de construções verdes, de fito-produtos e de alimentos orgânicos. Já um setor industrial que almeje ser ambientalmente responsável precisa modificar os seus processos ou aderir às inovações verdes para se adequar à responsabilidade ambiental, se tornando um comprador potencial de ecoindústria e da indústria alternativa. Como o exemplo das indústrias de base, de bens de consumo, de instituições financeiras e de créditos de carbono (Instituto Inovação, 2003). Adicionalmente, Schaltegger (2002) identificou duas definições de econegócios. A primeira se volta a empresas start-up inovadoras fornecendo produtos e serviços ambientais. A outra definição inclui empresas estabelecidas que entendem o ecoempreendedorismo como uma forma inovadora de fazer negócios, orientada ao mercado e com o objetivo de criar valor por meio de produtos ambientais inovadores. Um número considerável de autores inclui o empreendedorismo ambiental, motor dos econegócios, como pertencente ao domínio da sustentabilidade (Dixon e Clifford, 2007; Walley e Taylor, 2002; Holt, 2011). Isso em razão da aposta de que são esses negócios que podem, em última instância, transformar radicalmente os setores de negócios de forma social e ética (Gibbs, 2007; Isask, 2002). É nesse sentido que se pode perceber o quanto o tema dos econegócios está relacionado com os conceitos de eco-inovação, eco-comprometimento e ecooportunidade (Kainrath, 2009). 3. Ecoturismo Borges (2011) classifica os econegócios em quatro categorias: 1- Turismo e lazer na natureza; 2- Produtos ecoeficientes; 3- Agricultura orgânica e extrativismo; 4- Reciclagem e reutilização. Os produtos ecoeficientes visam à redução dos danos que os bens de consumo causam ao meio ambiente. O turismo e lazer na natureza abrange as atividades que possuem a 5

necessidade de um ambiente natural para a sua execução. A agricultura orgânica e extrativismo são opções que levam a população a uma vida alimentar mais saudável e a preservação das florestas. A reciclagem e reutilização aumentam o ciclo de uso dos produtos, que deixam de se tornarem resíduos e se transformam em matéria prima para um novo produto. O segmento explorado nesse mapeamento é o de turismo e lazer na natureza ou ecoturismo. Borges (2011) considera como turismo e lazer na natureza todas as Viagens, atividades, atrativos e pousadas em ambientes naturais. Ruschmann (1997), por sua vez, observa a relação do desenvolvimento e da sustentabilidade no setor de turismo utilizando o conceito do World Commission on Environment and Development (1987) de que o desenvolvimento sustentável do turismo é aquele que atende às necessidades dos turistas atuais, sem comprometer a possibilidade do usufruto dos recursos pelas gerações futuras. O conceito mais utilizado para o ecoturismo no Brasil é definido pela EMBRATUR (2005, p.29): Segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem estar das populações envolvidas. (EMBRATUR, 2005, p.29) Salvati (2002) alerta para as diferenças entre o turismo em áreas naturais e o ecoturismo. O ecoturismo possui um compromisso de utilizar o meio ambiente com consciência e provocando o mínimo impacto possível. O autor levanta uma questão importante para o segmento, de que o turismo em áreas naturais possui uma grande demanda que busca primordialmente uma atividade ao ar livre sem se preocupar com a questão ambiental. Em contrapartida a esse dado, informações mais recentes da PNUMA (2011) demonstram uma mudança desse comportamento irresponsável, declarando que o ecoturismo cresce mundialmente em torno de 34% ao ano e três vezes mais do que o turismo convencional. O aumento da procura por ecoturismo aliado ao compromisso das empresas de oferecer um ecoturismo dentro das diretrizes necessárias para a sua execução configurará a busca por um desenvolvimento ecoturístico sustentável, gerando, como conclui o PNUMA (2011), atividades com poucos danos ao meio ambiente, o desenvolvimento de economias locais e a redução da pobreza. Uma empresa que se propõe realizar sua atividade de turismo alinhada às diretrizes do desenvolvimento sustentável, deve estar ciente do que representa os conceitos abordados de turismo na natureza e seu desenvolvimento. A peça fundamental para o desenvolvimento de um econegócio na área de ecoturismo é o planejamento (Ruschmann, 1997). A atividade turística deve estar em sintonia com o meio ambiente em que se propõe trabalhar, os recursos físicos, sociais e culturais da região devem proporcionar um meio do negócio se desenvolver sem que o mesmo destrua a sua origem (Ruschmann, 1997). O mercado de ecoturismo está passando por mudanças que pressionam as organizações do ramo a inovarem para sobreviver aos impactos das transformações. Segundo Ruschmann (1997), as inovações não devem ser restritas ao marketing ou ao produto, deve-se inovar desde o planejamento do negócio, elaborando estratégias que garantirão o sucesso do ecoturismo da concepção a maturidade, pensando em todos os estágios do ciclo de vida do negócio. As empresas de turismo que se adequarem à conservação do meio ambiente se destacarão da concorrência. Isso ocorre, pois os consumidores estão sendo cada vez mais impactados pelos acidentes naturais e percebem com mais intensidade os efeitos que as empresas e ele próprio estão causando nos ambientes naturais (Ruschmann, 1997). Além disso, Ruschmann (1997) reforça que o custo acrescido ao ecoturismo pode ser repassado ao preço das viagens e passeios sem perdas de lucratividade, pois o cliente arca com essas 6

despesas sem resistência ao perceber o valor que sua atitude traz ao meio em que está inserido. É importante ressaltar que o consumidor que busca o ecoturismo tem grande motivação na preservação do meio em que realizará a atividade, sendo este um fator crítico que deve ser respeitado para o sucesso das empresas que ofertam atividades ecoturísticas (Urt & Bassinello, 2010). Algumas atitudes em prol do turismo sustentável podem ser incorporadas como indicadores das empresas que desejam medir o quanto contribuem para o ecoturismo. Nesse sentido, Ruschmann (1997) destaca as seguintes ações: Informar os vendedores das agências sobre os produtos oferecidos; Utilizar transportes coletivos (ônibus/trem) para diminuir problemas de barulho, de estacionamento e de acidentes; Organizar serviço de ônibus nas destinações, utilizando os meios de transporte da localidade, ou de bicicletas, a fim de que os automóveis permaneçam nos hotéis; Indicar hotéis mais calmos e mais distantes das rodovias ou das estradas locais, dando preferência àqueles de pequeno porte, porém confortáveis; Dar preferência a gerentes, administradores e funcionários dos serviços turísticos originários da localidade que, conhecendo a área, poderão fornecer informações confiáveis aos turistas; Verificar se os meios de hospedagem indicados agem de forma a proteger o meio ambiente, tais como reciclagem do lixo, sistemas de tratamento de esgotos etc.; Servir pratos típicos regionais; Estimular os turistas a conhecer os habitantes da região, seus modos de vida, suas atividades profissionais (agricultura, artesanato,etc.) e oferecer oportunidade para isso; Oferecer cursos de fotografia, pintura, leitura da paisagem etc., para que os turistas possam retornar as suas casas com uma experiência significativa do país; Capacitar os funcionários dos serviços turísticos em idiomas estrangeiros, a fim de melhor atender clientes de outros países; Prestar atenção aos desejos, às necessidades, às queixas e aos problemas turísticos, hoteleiros, comunidades e órgãos públicos do setor já que, geralmente, o turismo de natureza proporciona um contato maior com prestadores de serviços e turistas (Ruschmann, 1997). A ABNT (2006), no sentido de normalizar as atividades turísticas, criou a norma ABNT NBR 15401:2006 que estabelece critérios para as empresas que possuam interesse de se enquadrar no segmento de ecoturismo. Apesar de a norma ser relacionada diretamente ao setor de meios de hospedagem, ela traz informações sobre os princípios sustentáveis que podem ser seguidos por quaisquer empresas no segmento do ecoturismo, quais sejam: respeito à legislação vigente; garantia aos direitos das populações locais; conservação do ambiente natural e sua biodiversidade, consideração pelo patrimônio cultural e valores locais; estímulo ao desenvolvimento socioeconômico dos destinos turísticos; garantia da qualidade dos produtos, processos e atitudes e o planejamento e gestão responsáveis. Esses princípios podem ser adotados como metas para as empresas de ecoturismo e as ações dentro desses parâmetros que já são realizadas podem ser divulgadas favorecendo a propagação da atitude proativa do seu negócio. Nesse estudo quando as atividades ecoturísticas são referidas, está sendo considerada a classificação de Salvati (2002). Os títulos das 16 atividades ecoturísticas consideradas nesse estudo encontram-se no Quadro 1. 7

Atividades Ecoturísticas 1. Acampamento (Camping) 9. Montanhismo 2. Asa delta, pára-quedismo, para-pente, 10. Observação astronômica paraglyder e balonismo 3. Bóia-cross (Acquaraid) 11. Observação da fauna, flora, safári fotográfico 4. Caminhadas e travessias (Hikking / 12. Observação de pássaros Trekking) (Birdwatching) 5. Cannyoning e cachoeirismo 13. Passeio equestre, enduro equestre (Cascading) 6. Canoagem (Canoeing, cayaking) e 14. Pesca amadora e esportiva rafting 7. Ciclismo e mountain biking 15. Visita em cavernas, espeleomergulho 8. Mergulho livre e autônomo (Diving) e 16. Visitas às comunidades locais e flutuação (Snorkerling) tradicionais, city tour. Quadro 1 Atividades Ecoturísticas - Fonte: Salvati (2002) Finalmente, pode-se afirmar que os econegócios no segmento de ecoturismo apresentam oportunidades de negócios e de crescimento (PNUMA, 2011) assim como diretrizes definidas para fundamentar as ações de empresas interessadas em atuar no segmento (ABNT, 2006). Metodologia A pesquisa, que tem como tema central o ecoturismo no estado do Rio de Janeiro, tem caráter descritivo, considerando que o objetivo é descrever e entender este setor e sua contribuição para o desenvolvimento sustentável neste estado. A estratégia inicial foi realizar uma pesquisa bibliográfica (livros, artigos de jornais e revistas, etc.) e uma pesquisa telematizada de organizações e empresas que lidam com o tema. Os dados coletados na pesquisa bibliográfica e na pesquisa telematizada estão sistematizados em uma base de dados de empresas do ramo de ecoturismo. No apêndice 1 é apresentado um extrato desta base de dados, como exemplificação. O objetivo principal era entender os conceitos de desenvolvimento sustentável, ecoturismo e afins que formam a base da segunda parte da coleta de dados. Na pesquisa bibliográfica foram utilizadas fontes de informação de artigos da base de dados da biblioteca da PUC - Rio, assim como livros e revistas do acervo da instituição. Na pesquisa telematizada a busca das empresas de ecoturismo teve inicio nos sites do ministério do turismo, no site da ABETA (Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura), no site da FUNBIO (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade), no site ECOVIAGEM e no Viajeaqui - Abril.com, nestes foram localizadas algumas empresas do ramo e os parceiros dessas empresas e sites relacionados a cada empresa foram guiando a busca por outras organizações de ecoturismo que estão presentes na base de dados. O número final de empresas tanto que oferecem atividades de ecoturismo como de hotéis ecoturísticos foi de 364 empresas. Essas duas pesquisas compõem a etapa exploratória da pesquisa. A segunda etapa consistiu em uma pesquisa quantitativa, com a análise das bases de dados criadas na primeira etapa, onde utilizaram-se estatísticas univariadas, com o objetivo de formar gráficos representativos do perfil do ecoturismo no estado do Rio de Janeiro. A terceira etapa, em andamento, consiste na aplicação de um questionário aos gestores de negócios em ecoturismo a fim de identificar se estes negócios são sustentáveis, listar os fatores que dificultam e/ou facilitam o seu funcionamento e verificar a contribuição destes para o estado do Rio de Janeiro. O questionário foi elaborado através do software Qualtrics, já 8

foi pré-testado junto a especialistas do tema ecoturismo e, no momento, está em fase inicial de aplicação junto aos empreendedores ecoturísticos identificados. Devido às limitações para se contatar os gestores das empresas de ecoturismo do estado do Rio de Janeiro, planeja-se que nessa etapa os questionários sejam enviados por email para os gestores das empresas levantadas com o auxílio de associações de classe. Haverá um contato via telefone a fim de reduzir a taxa de não resposta e esclarecer que o questionário deverá ser respondido por um profissional possuidor das informações de estrutura da empresa. O tamanho inicial da amostra é o mesmo do levantamento feito na pesquisa telematizada, 364 respondentes, mas pode ser ampliado em função do surgimento de novos dados. O questionário possui perguntas para avaliar o perfil da empresa, se ela tem programas de sustentabilidade e qual o nível que ela se encontra nas categorias de econegócios estudados com profundidade no referencial teórico. O questionário é composto de questões de múltiplas escolhas utilizando escalas Likert, tendo a análise por meio das médias das respostas, o cinco representa alto grau de concordância, o três representa a neutralidade do respondente e o um significa alto grau de discordância. Por fim, serão contabilizados os totais das respostas fazendo uma análise e cruzamentos das características e comportamentos de cada empreendimento. Este questionário faz parte de uma pesquisa maior associada ao Núcleo de Estudos em organizações e Sustentabilidade do Departamento de Administração da PUC-Rio. Espera-se que a coleta e análise dos dados se encerrem até o final de outubro de 2013. O Questionário se encontra no apêndice 2. As limitações dessa pesquisa ocorreram por limite de tempo, visto que a construção de uma base de dados é complexa. Sendo assim, o número de empresas levantadas teve que se adequar ao tempo disponível para o levantamento, podendo ser ampliado em pesquisas futuras. Outro limite foi o uso exclusivo da internet para o levantamento das empresas, excluindo as que não possuem sites ou as empresas que não possuem os dados completos no site, como endereço ou email, essas foram excluídas da pesquisa. Na parte quantitativa a limitação se dá pela tendência das empresas em responder positivamente a questões de preservação do meio ambiente que são de consenso comum importantes. Mesmo se utilizando no questionário estratégias para evitar essa conduta, ela pode ocorrer e criar um viés na pesquisa. Como o estudo é um mapeamento do estado do Rio de Janeiro, a limitação central se deu pela extensão geográfica do ambiente estudado, não podendo assim generalizar as conclusões dessa pesquisa para outros estados. Resultados A seguir são apresentados os resultados da pesquisa bibliográfica e telematizada. No Brasil, o turismo corresponde a 3,6% do PIB e obteve um faturamento de R$ 127 bilhões no ano de 2011 (Ministério do Turismo, 2012). Segundo Colbert & Fonseca (2011), o estado do Rio de Janeiro é o maior impulsionador do turismo no país sendo o destino de 31% dos 5,4 milhões de estrangeiros que visitaram o país até o fim do ano de 2011. A cidade do Rio de Janeiro desponta com o aumento no número de visitantes no ano de 2012, se tornando a primeira no ranking mundial de recepção de visitantes internacionais (MasterCard, 2012). No segmento do ecoturismo brasileiro, a EMBRATUR (2005) calcula que o crescimento está a uma taxa média de 10% a 15% ao ano. Outro ponto positivo que a EMBRATUR (2005) levanta são as riquezas naturais brasileiras, que favorecem o segmento oferecendo condições necessárias para a realização das atividades ecoturísticas. Todavia, o ecoturismo é confundido com o turismo convencional ou de aventura, o que prejudica o planejamento e a execução de um serviço de qualidade dentro dos padrões de cada segmento (Urt & Bassinello, 2010). O perfil do consumidor de ecoturismo também se difere dos consumidores do turismo convencional ou de aventura, assim as empresas que não 9

ofertam atividades de acordo com o segmento do seu negócio correm o risco de perder a credibilidade e as oportunidades do mercado (Urt & Bassinello, 2010). Os resultados desse estudo preliminar sobre ecoturismo no estado do Rio de Janeiro emergiram da pesquisa bibliográfica e da análise das bases da pesquisa telematizada. Uma base de dados com empresas atuantes no segmento de ecoturismo no estado do Rio de janeiro foi criada, tendo sido encontradas inicialmente 93 empresas que oferecem atividades de ecoturismo e 271 hotéis que são classificados por sites de turismo como ecológicos. A base de dados com o levantamento das 93 empresas de ecoturismo do estado do Rio de Janeiro foi tratada de acordo com a descrição dada por Salvati (2002) para cada um dos 16 tópicos listados no Quadro 1. As atividades oferecidas nas empresas identificadas que não estavam em concordância com essa classificação foram eliminadas da análise desse estudo. No Gráfico 1, observamos que as cidades Rio de Janeiro, Paraty, Búzios, Angra dos Reis e Arraial do Cabo se destacam nesse estudo por possuírem uma maior participação no ecoturismo do estado do Rio de Janeiro. Das empresas identificadas, é possível perceber, conforme ilustra o Gráfico 1, que a cidade Rio de Janeiro liderou com 42% das empresas atuando em seu território, seguido de Paraty com 13%, Búzios com 13%, Angra dos reis com 7% e Arraial do Cabo com 5%. As demais cidades acumularam 20% do total de empresas de ecoturismo desse estado. Gráfico 1 - Distribuição geográfica das empresas de ecoturismo do estado do Rio de Janeiro (em %) Fonte: Dados da pesquisa A grande maioria das empresas de ecoturismo oferece mais de uma atividade. É possível observar que 38% das empresas oferecem uma só atividade, 39% oferecem de duas a quatro atividades e 23% das empresas oferecem de cinco a oito atividades. Grande parte dessas empresas realiza convênios para oferecerem atividades diversas, conforme foi observado no decorrer da pesquisa devido ao número elevado de parceiros e apoiadores nas empresas. Utilizando como base os tipos de atividades ecoturísticas apresentadas no Quadro 1 deste relatório, o Gráfico 2 busca representar a quantidade de atividades oferecidas pelas empresas identificadas no presente estudo. 10

Gráfico 2 Número de atividades de ecoturismo oferecidas por uma mesma empresa O Gráfico 3 representa as atividades mais oferecidas pelas empresas de ecoturismo do estado do Rio de Janeiro identificadas por essa pesquisa. A observação da fauna, flora e safári fotográfico aparecem na liderança com 18% do total. É importante ressaltar que as atividades desse grupo podem ser realizadas tanto em terra, água ou ar e que existe a necessidade de guias especializados no ambiente de visitação (Salvati, 2002). Em segundo lugar, encontra-se mergulho livre e autônomo e flutuação e em terceiro as visitas às comunidades locais e tradicionais também conhecidas como city tour. Gráfico 3 Atividades mais oferecidas pelas empresas de ecoturismo do Rio de janeiro (em %) Fonte: dados da pesquisa 11

Nos Gráficos 4, 5, 6, 7 e 8, foram analisados quais são as atividades que se destacam em cada uma dessas cidades, a fim de conhecer melhor a oferta desses pólos turísticos. Na cidade do Rio de Janeiro, as atividades que mais se destacaram foram as caminhadas e travessias com 16%, o montanhismo com 16%, o mergulho livre e autônomo e a flutuação com 14% e as visitas às comunidades locais e tradicionais com 14%. Na cidade de Paraty, as atividades mais ofertadas foram a observação da fauna, flora e safári fotográfico compreendendo 22% das atividades totais, o mergulho o livre e autônomo e a flutuação com 17%, a canoagem e rafting com 17%, as visitas às comunidades locais e tradicionais com 11% e o passeio equestre e enduro equestre com 11%. Gráfico 4 Atividades mais praticadas na cidade Rio de Janeiro (em %) Fonte: dados da pesquisa Gráfico 5 Atividades mais praticadas na cidade Paraty (em %) Fonte: dados da pesquisa 12

Na cidade de Armação de Búzios, a observação da fauna, flora e safári fotográfico correspondeu a 33% das atividades totais, as visitas às comunidades locais e tradicionais ficaram com 11% da fatia de mercado e o mergulho o livre e autônomo e a flutuação com 17%. Na cidade de Angra dos Reis, as caminhadas e travessias ficaram em primeiro lugar com 25% das atividades ofertadas. A canoagem e rafting também possuem 25% da oferta e a observação da fauna, flora e safári fotográfico ficou em terceiro lugar com 20%. Gráfico 6 Atividades mais praticadas na cidade Armação de Búzios (em %) Fonte: Dados da pesquisa Gráfico 7 Atividades mais praticadas na cidade de Angra dos Reis (em %) Fonte: Dados da pesquisa 13

No gráfico 8, é possível observar que das atividades mais praticadas na cidade de Arraial do Cabo a que mais se destacou foi o mergulho livre e autônomo e a flutuação com 79%. A observação da fauna, flora e safári fotográfico ficou em segundo com 21%. Gráfico 8 Atividades mais praticadas na cidade Arraial do Cabo (em %) - Fonte: dados da pesquisa. Gráfico 9 - Distribuição geográfica dos hotéis ecológicos do estado do Rio de Janeiro (em %) Fonte: Dados da pesquisa 14

Observamos novamente, no gráfico 9, que as cidades Rio de Janeiro, Armação de Búzios, Angra dos Reis, Paraty e Arraial do Cabo se destacam nesse levantamento, possuindo um grande número de hotéis ecológicos em seus territórios. Nos Gráficos 10, 11, 12 e 13, quatro classificações foram utilizadas para diferenciar os tipos de hotéis oferecidos no estado do Rio de Janeiro. Após a análise dos questionários essa classificação deve ser aprimorada a fim de expor as diferenças entre os hotéis que são efetivamente sustentáveis e suas características. A classificação utilizou os termos: 1 - Campings Ecológicos, 2 Hotéis, Resort s, Hostels e Pousadas Ecológicas, 3 Hotel- Fazenda, 4 Sitio Agro - Ecológico e Sustentável. Os termos foram escolhidos com base em sites especializados em viagens e turismo, como o viajeaqui.abril.com.br, ecohospedagem.com, greenmarket.com.br, grupoviagem.uol.com.br e www.hoteis-epousadas.com. No gráfico 10 foi identificado em cada uma das 6 cidades, Paraty, Macaé, Angra dos Reis, Casimiro de Abreu e Guapimirim, apenas um camping ecológico conferindo 17% do total para cada uma das cidades. No gráfico 11, encontra-se a maior parte da amostra, 241 hotéis, resort s, hostels e pousadas ecológicas, vale lembrar que a base de hotéis encontra-se com o total de 271 empreendimentos. O Rio de Janeiro totaliza 19% dos hotéis, resort s, hostels e pousadas ecológicas, seguido de Armação de Búzios com 16%, Angra dos Reis com 12%, Arraial do Cabo com 10%, Paraty com 10% e Petrópolis com 6%, os demais foram agrupados como outros e representam 28% da análise. Gráfico 10 Campings ecológicos segmentados por cidades do estado do Rio de Janeiro (em %) Fonte: dados da pesquisa. 15

Gráfico 11 Hotéis, resort s, hostels e pousadas ecológicas segmentados por cidades do estado do Rio de Janeiro (em %) Fonte: dados da pesquisa. No gráfico 12 os hotéis fazendas foram identificados em grande número na cidade de Valença, totalizando 36%, Barra do Pirai encontra-se nesse estudo com 23%, Resende, Vassouras e Rio das Flores com 9% e as demais cidades totalizaram 14%. Dois sítios agroecológicos e sustentáveis foram encontrados em Paraty. Gráfico 12 Hotéis fazenda segmentados por cidades do estado do Rio de Janeiro (em %) Fonte: dados da pesquisa. Os dados encontrados nesta pesquisa foram consolidados em dois mapas, utilizando a ferramenta Batchgeo, que segundo descrição do seu site (http://batchgeo.com/br/), é capaz de criar mapas do Google sem a necessidade de codificação, utilizando as informações de 16

arquivos em Excel para gerar os mesmos. Nos mapas criados ( Figuras 1 e 2 ) é possível visualizar os pólos de ecoturismo no estado do Rio de Janeiro a partir das empresas identificadas por esta pesquisa. No mesmo mapa fica visível a concentração das empresas e dos hotéis na cidade do Rio de Janeiro e os locais que são pouco explorados no ecoturismo, como Rio das Ostras, Macaé e Mangaratiba. Figura 1 Mapa com as localizações das empresas de ecoturismo no estado do Rio de janeiro Fonte: Batchgeo (2013) Figura 2 Mapa com as localizações dos hotéis ecológicos no estado do Rio de janeiro Fonte: Batchgeo (2013) 17

Conclusões Esse estudo buscou identificar na revisão bibliográfica o contexto em que se encontra o ecoturismo no estado do Rio de Janeiro. Os conceitos identificados foram as diretrizes que conduziram esse estudo. O método de mapeamento contribuiu para uma análise das características dos negócios ecoturísticos no Rio de Janeiro, o levantamento das empresas do segmento contribuiu com informações que permitiram reconhecer as empresas de ecoturismo assim como verificar em quais cidades as atividades ecoturísticas são mais ofertadas. Na pesquisa bibliográfica observou-se que são grandes as oportunidades para as empresas de ecoturismo que seguem as diretrizes do turismo ecológico. O consumidor é abordado nesse estudo com um pressionador da mudança do mercado. Com o aumento do número de ecoturistas, impulsionados pela propagação da necessidade do desenvolvimento sustentável, estes podem vir a rejeitar empresas que não estão em concordância com os princípios do turismo ecológico (Urt & Bassinello, 2010). Verificou-se que muitas empresas que se denominam um econegócio no setor de turismo desconhecem os conceitos que definem o seu negócio e que o segmento não é devidamente explorado no estado. Após essa análise, duas bases de dados foram criadas, uma de empresas de ecoturismo e uma de hotéis que são classificados por sites de turismo como ecológicos. A base de dados de empresas de ecoturismo encontra-se com 93 empresas e a base de hotéis classificados como ecológicos encontra-se com 271 estabelecimentos, todos localizados no estado do Rio de Janeiro. Com os dados inferidos na análise das bases de dados buscou-se identificar o perfil das empresas do ramo de ecoturismo. Verificou-se que a cidade do Rio de Janeiro possui a maioria das empresas de ecoturismo com 38% das empresas atuando em seu território, seguido de Búzios com 15%, Arraial do Cabo com 11%, Paraty com 9% e Cabo Frio com 7%. Na base de dados de hotéis ecológicos foi identificado que 17% das empresas estão na cidade do Rio de Janeiro, seguido de 14% em Búzios, 11% em Angra dos Reis, 10% em Paraty e 8% em Arraial do Cabo. Nesta investigação, verificou-se que a cidade do Rio de Janeiro se destaca tanto na presença das empresas quanto em número de atividades oferecidas. Essa informação é importante para os novos empreendimentos, visto que estes devem considerar a oferta do local em que atuará e qual é a motivação da demanda pretendida para que possam ter sucesso em sua atuação (Urt & Bassinello, 2010). Nesse sentido, este estudo pode auxiliar aos empreendedores com informações da oferta atual de atividades do segmento de ecoturismo no estado do Rio de Janeiro. Como mencionado inicialmente esse estudo visa o reconhecimento de oportunidades de ecoturismo e poderá contribuir para a percepção da potencialidade desse segmento, favorecendo os investimentos públicos e privados nessas empresas e segmentos, o que pode estimular um maior desenvolvimento sustentável do estado do Rio de Janeiro. Os negócios ecológicos possuem grande potencial de mercado, mas ainda não são explorados devidamente no Brasil (ARAÚJO, 2006). Os resultados encontrados nessa etapa visam servir de base para a finalização do estudo que pretende demonstrar o potencial dos econegócios e como estes podem contribuir para o alcance da sustentabilidade no estado do Rio de Janeiro. Referências ARAÚJO, Márcio Augusto. Produtos Ecológicos para uma sociedade sustentável. IDHEA Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica, 2006. Disponível em: <http://www.idhea.com.br/artigos2.asp>. Acessado em: 02 junho 2013. 18

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