Qualidade Fisiológica de Sementes de Cubiu Armazenadas em Diferentes Embalagens.

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Transcrição:

Qualidade Fisiológica de Sementes de Cubiu Armazenadas em Diferentes Embalagens. José Carlos Lopes 1 ; Leandro Torres de Souza 2 ; Marcus Altoé 2, Sebastião Martins Filho 3 ( 1 Professor do Departamento de Fitotecnia/UFES; 2 Estudante de Iniciação Científica CNPq/UFES; 3 Professor Orientador, Departamento de Engenharia Rural/UFES, Cx.Postal 16, 29500-000, Alegre ES, smartins@cca.ufes.br). RESUMO O cubiu (Solanum sessiliflorum Dunal) é uma solanácea originária da América tropical utilizada na alimentação e na farmacopéia. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade fisiológica de sementes de cubiu armazenadas em diferentes embalagens. O experimento foi conduzido no delineamento inteiramente casualizado utilizando-se cinco embalagens para armazenamento e quatro repetições de 25 sementes, mantidos a temperatura ambiente de laboratório no município de Alegre-ES. Foram utilizadas as seguintes embalagens: saco de papel Kraft, saco de papel laminado, saco de juta, saco de algodão, saco de plástico. Foram avaliados a germinação e o índice de velocidade de germinação, utilizando-se rolo de papel e temperatura de 32º C. As maiores porcentagens de germinação foram obtidas quando as sementes foram armazenadas em saco de papel Kraft e saco de juta, e o melhor índice de velocidade de germinação ocorreu quando foi utilizado o saco de juta no armazenamento. Palavras-chave: Solanum sessiliflorum, germinação, embalagem, vigor. ABSTRACT Physiologic quality of seeds of cubiu stored in different packages. Solanum sessiliflorum is a Solanaceae that occur in Tropical America utilized in the alimentation and pharmaceutics industry. The objective of the research was to evaluate the physiological quality of Solanum sessiliflorum, after storage in different packages. The design was completely randomized with four repetitions of 25 seeds. Were utilized following packages: Kraft paper, aluminum, jute, cotton and polyethylene packages. The seeds were storage under laboratory environment temperature, in Alegre-ES. This study were evaluated the germination and speed germination of seeds in paper rolls under temperature of 32ºC. Analysis of results showed that the seeds packed in the Kraft and jute package presented

best vigor than those in the other packages. Great speed germination was obtained in the seeds of jute package. Key-words: Solanum sessiliflorum, germination, package, vigour. A cultura do cubiu (Solanum sessiliflorum Dunal) foi introduzida recentemente no Estado do Espírito Santo para pequenos produtores. A espécie pertence à família das solanáceas, nativa da América tropical, com provável origem na bacia Amazônica ou nas vertentes orientais dos Andes peruano, colombiano e equatoriano (Whalen et al., 1981) e seu processo inicial de domesticação foi feito pelos índios da Amazônia Ocidental (Schultes, 1984). O cubiu produz precocemente (de seis a sete meses após a semeadura). Dependendo do material genético cultivado sua produção de frutos varia de 40 a 100 toneladas por hectare, oferecendo a possibilidade de se programar os plantios para se obter colheita o ano inteiro, permitindo o fornecimento de matéria prima constante para a agroindústria (Silva Filho e Machado, 1997). Os frutos são ricos em ferro, niacina (vitamina B5), ácido cítrico e pectina (Inn, 1945; Pahlen, 1977; Silva Filho et al., 1996). Por essa razão, são utilizados como alimento e medicamento. Como alimento são consumidos in natura ou nas formas de sucos, doces, compotas, geléias e tempero. Como medicamento, no controle de coceira da pele e para reduzir os níveis elevados de colesterol, glicose e ácido úrico no sangue (Silva Filho et al., 1997). A falta de estudos sobre a espécie tem sido um grande problema enfrentado pelos produtores que se interessam pela cultura, pois ela tem apresentado grandes problemas na produção e na ocorrência de pragas e doenças, ficando evidente a necessidade de estudo do comportamento desta espécie. Outro problema enfrentado é que não se tem nenhuma informação sobre germinação das sementes desta espécie nem mesmo no manual de regras para análise de sementes. O conhecimento da fisiologia da germinação de sementes e sua interação com o ambiente poderiam contribuir para implantação da cultura em escalas comerciais, garantindo germinação uniforme e vigorosa, uma vez que a germinação exige condições específicas para que as sementes expressem o seu máximo vigor. (Figliolia, 1984). O presente trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a influência de diferentes tipos de embalagens de armazenamento na qualidade fisiológica de sementes de cubiu (Solanum sessiliflorum Dunal).

MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado no Laboratório de Tecnologia e Produção de Alimentos do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo (CCA-UFES) em Alegre-ES. O experimento foi conduzido no delineamento inteiramente casualizado com cinco embalagens e quatro repetições de 25 sementes, mantidos a temperatura ambiente de laboratório. Foram utilizadas as embalagens: saco de papel kraft, saco de papel laminado, saco de juta, saco de algodão e saco plástico. Os frutos maduros foram coletados no município de Muniz Freire ES. Estes foram cortados e as sementes foram extraídas, lavadas em água corrente e secas à sombra sobre papel de jornal, por dois dias, em temperatura ambiente. Após a secagem, as sementes foram selecionadas visualmente, onde foram descartadas as sementes pequenas, transparentes e manchadas. Posteriormente foi avaliado o teor de umidade das sementes, utilizando-se o método da estufa a 105 0 C por 24 horas. Os resultados foram expressos em porcentagem, com base no peso das sementes úmidas. O restante das sementes foi dividido em cinco lotes que foram armazenados nas diferentes embalagens e mantidos em condições ambientes de laboratório. Inicialmente foi realizado um teste padrão de germinação (TPG) para avaliar a germinação das sementes, no qual foram utilizadas 4 repetições de 25 sementes, dispostas sobre papel germitest e colocadas em Câmara de Germinação Eletrolab modelo 302 à temperatura de 32 0 C. A contagem foi feita a partir da primeira semente germinada até o final da germinação, considerando semente germinada aquela que apresentou protusão da radícula. Com base nos resultados diários foi calculado o índice de velocidade de germinação (Brasil, 1992) e ao final da contagem foi calculada a porcentagem de germinação final. Este procedimento foi repetido a cada trinta dias durante três meses com o objetivo de avaliar a influência dos diferentes tipos de embalagens na germinação de sementes de cubiu (Solanum sessiliflorum Dunal). RESULTADOS E DISCUSSÃO A interação tempo x embalagem foi não-significativa para as características avaliadas, no entanto, quando analisadas individualmente elas foram significativas ao nível de 5% de probabilidade (Tabela 1). TABELA 1- Quadrado médio e coeficiente de variação para o índice de velocidade de germinação (IVG), e teste padrão de germinação (TPG) de sementes de cubiu armazenadas em diferentes embalagens e tempos de armazenamento.

Fontes de Variação IVG TPG EMBALAGEM 0,7136 * 561,7000 * TEMPO 1,4622 * 5640,533 * EMBAL. X TEMPO 1,7381 ns 261,7000 ns CV% 26,185 18,529 *, ns. Significativo e não significativo, respectivamente, a 5% de probabilidade. De acordo com a Tabela 2 os melhores resultados para o teste padrão de germinação (TPG) foram obtidos quando utilizou a embalagem saco de papel kraft e saco de juta. Para o índice de velocidade de germinação (IVG) o melhor resultado foi obtido quando se utilizou a embalagem saco de juta. TABELA 2- Valores médios para teste padrão de germinação (TPG) e índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de cubiu armazenadas em diferentes embalagens. Características Embalagens (saco) Kraft Alumínio Juta Algodão Plástico TPG 66,7500 a b 1 63,2500 b 77,0000 a 64,5000 b 62,5000 b IVG 1,3101 b 1,2682 b 1,7632 a 1,3422 b 1,2652 b 1 Letras iguais na linha não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. A falta de literatura sobre o cubiu (Solanum sessiliflorum Dunal) impossibilita uma melhor discussão sobre o assunto, contudo, pelos resultados obtidos neste trabalho, podese constatar que as sementes armazenadas em embalagens de saco de juta apresentaram melhor preservação da qualidade, sendo que as demais embalagens não apresentaram diferenças significativas entre si. Desta forma, os resultados permitem inferir que o saco de juta é a mais indicada para ser utilizada no armazenamento das sementes de cubiu. A germinação e o índice de velocidade de germinação ao longo do tempo são mostrados na Figura 1 e Figura 2. Observou-se que tanto a germinação quanto o índice de velocidade de germinação diminuem logo nos primeiros meses de armazenamento.

Germ (%) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 1 2 Tempo (meses) Figura 1 - Germinação de sementes de cubiu durante o tempo de armazenamento. IVG 1,8 1,6 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0 1 2 Tempo (meses) Figura 2 Índice de Velocidade de Germinação de sementes de cubiu durante o tempo de armazenamento. Pelos dados obtidos pode se concluir que as maiores porcentagens de germinação foram obtidas quando as sementes foram armazenadas em saco de papel Kraft e saco de juta, e o melhor índice de velocidade de germinação ocorreu quando foi utilizado o saco de juta no armazenamento. Pode-se inferir também que os valores da germinação e do índice de velocidade de germinação diminuem rapidamente com o tempo de armazenamento. LITERATURA CITADA BRASIL, Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: SNDA/DNPV/CLAV, 1992. 365p. FIGLIOLIA, M. B. Influência da temperatura e substrato na germinação de sementes de algumas essências florestais nativas. In: Simpósio Internacional: Métodos de produção e controle de qualidade de sementes e mudas florestais. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, p.193-204. 1984 INN Instituto Nacional de Nutricion. Composición de los alimentos peruanos. Lima: Ministério de Saludo, 1945. 329p. PAHLEN, A.V.D. Cubiu (Solanum topiro Humbl. & Bonpl.) uma fruteira da Amazônia. Acta Amazônica, Manaus, v.7, n.3, p.301 307, 1977. SCHULTES, R. E. Amazonian cultigens and their northward and westvard migrations in precolombian times. In: Stone, D. (ed). Pré-historic Plant Migration. Papers, Peabody Mus. Arch. & Ethno. Cambridge: Havard Univ. Press, v.76 p.19-38, 1984. SILVA FILHO, D.F.; ANUNCIAÇÃO, C.J.; NODA, H.; REIS, O.V. Variabilidade genética em populações naturais de cubiu da Amazônia. Horticultura Brasileira, Brasília, v.14, n.1, p.9-15, 1996.

SILVA FILHO, D.F.; MACHADO, F.M. Cubiu (Solanum sessiliflorum Dunal). In: Cardoso, M.O. (ed). Hortaliças não convencionais da Amazônia. Brasília: EMBRAPA-SPI. Manaus: EMBRAPA-CPAA, p.97-104. 1997. SILVA FILHO, D.F.; ANUNCIAÇÃO FILHO, C.J.; NODA, H.; REIS, O.V. Seleção de caracteres correlacionados em cubiu (Solanum,sessiliflorum Dunal) empregando a análise de trilha. Acta Amazônica, Manaus, v.27, n.4, p.229-240,1997. WHALEN, M.D.; COSTICH, D.E.; HEISER, C.B. Taxonomy of Solanum section Lasiocarpa. Gentes Herbarum, v.12, n.2, p.41-129, 1981.