TÍTULO: OS MARCADORES BIOQUÍMICOS NO DIAGNÓSTICO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS AUTOR(ES): LETÍCIA BARBOSA ORIENTADOR(ES): VERA MARIA DE HOLANDA MOLLO COLABORADOR(ES): ALESSANDRA BARONE BRIANI FERNANDES
1. Resumo O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), apesar dos grandes avanços nos estudos e pesquisas sobre as melhores formas de diagnóstico e tratamento, ainda tem sido um dos mais marcantes problemas de saúde pública no mundo (ANTMAN; Um dos principais fatores que levam ao Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), é a aterosclerose coronária, no entanto a dislipidemia, a hipertensão arterial e o tabagismo, são considerados fatores importantes para o desenvolvimento da aterosclerose (DIAS et al, 2007; GOLDMAN; BRAUNWALD, 2000). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a confirmação do diagnóstico do infarto agudo do miocárdio (IAM) deve-se pelos seguintes fatores: presença de dor torácica, oscilações no eletrocardiograma (ECG) e diferenças significativas nos valores dos marcadores séricos cardíacos (ANTMAN; 2. Introdução Mesmo com a melhora significativa no diagnóstico e tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), o IAM ainda é uma grande preocupação na saúde pública mundial. (ANTMAN; O Infarto Agudo do Miocárdio, na maioria dos casos, ocorre pela formação de placas ateroscleróticas, ou seja, placas de gordura nas paredes dos vasos. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013). Com o grande número de casos e estudos relacionados à patologia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que para o diagnóstico do Infarto Agudo do Miocárdio, é necessária a análise de marcadores cardíacos séricos, do eletrocardiograma e a presença de dor torácica no paciente. (ANTMAN; 1
3. Objetivos Indicar a importância dos marcadores bioquímicos cardíacos relatando função, localização e alterações séricas no diagnóstico do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). 4. Metodologia Realizada pesquisa do tipo bibliográfica, baseada em artigos científicos e livros sobre Os Marcadores Bioquímicos no Diagnóstico do Infarto Agudo do Miocárdio, com citações indiretas, e com aproximadamente 3 meses para a realização do mesmo. 5. Desenvolvimento O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), apesar dos grandes avanços nos estudos e pesquisas sobre as melhores formas de diagnóstico e tratamento, ainda tem sido um dos mais marcantes problemas de saúde pública no mundo (ANTMAN; Um dos principais fatores que levam ao Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), é a aterosclerose coronária, no entanto a dislipidemia, a hipertensão arterial e o tabagismo, são considerados fatores importantes para o desenvolvimento da aterosclerose (DIAS et al, 2007; GOLDMAN; BRAUNWALD, 2000). Quando as células musculares lisas dos vasos sanguíneos estão extremamente carregadas de lipídeos, é possível observar a formação de placas de gorduras, essas que dão os sinais da aterosclerose. Com um considerável acúmulo de lipídeo nos vasos, podese ocorrer a obstrução de importantes artérias que irrigam órgãos vitais (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a confirmação do diagnóstico do infarto agudo do miocárdio (IAM) deve-se pelos seguintes fatores: presença de dor torácica, oscilações no eletrocardiograma (ECG) e diferenças significativas nos valores dos marcadores séricos cardíacos (ANTMAN; Apesar da análise desses três fatores, é possível observar que a dosagem das enzimas/proteínas cardíacas trazem as informações mais importantes para o devido diagnóstico do infarto agudo do miocárdio (CAVALCANTI 2
et al, 1998). Entre os marcadores cardíacos, os principais para o diagnóstico do IAM são: troponina I, CK-total, CK-MB e mioglobina (MARTIN et al., 2004). A troponina é uma grande proteína globular que controla a contração do músculo cardíaco mediado pelo cálcio. Ela possui três subunidades, que são: troponina C (ligada ao cálcio), troponina I (que altera a interação actina-miosina) e a troponina T (que se liga a tropomiosina) (GUZMÁN; QUIROGA, 2010). A troponina C é manifestada da mesma maneira no músculo esquelético e cardíaco, não sendo considerada altamente específica, mas as troponinas I e T possuem diferentes genes codificadores, o que possibilita o desenvolvimento de anticorpos monoclonais, contribuindo para o diagnóstico do IAM (GODOY; BRAILE; NETO, 1998). A troponina I, tem alta especificidade para o tecido miocárdico dentro de poucos meses após o nascimento humano, sendo considerada mais específica para lesão do miocárdio que a troponina T. A troponina I não é encontrada em níveis consideráveis em indivíduos saudáveis e quando detectada em níveis acima do limite, pode ser um indicador de IAM. Outro benefício, é que a troponina I não é elevada em pacientes com insuficiência renal, ao contrário da troponina T (BIRDI; ANGELINI; BRYAN, 1997). A creatina quinase (CK) é uma enzima que catalisa o fosfato de adenosina trifosfato em fosfato de creatina. A CK possui três subunidades, que são: CK-MM (presente no músculo estriado), CK-BB (no cérebro) e CK-MB (no coração) (BIRDI; ANGELINI; BRYAN, 1997). A dosagem de CK-total, entre vários possíveis diagnósticos, pode indicar o infarto agudo do miocárdio. Por ele ser indicativo de outras possíveis patologias, é considerado de baixa especificidade, mas com valores duas vezes acima do valor de referência, pode ser utilizado para um provável diagnóstico. A análise do valor de CK-MB, é mais indicada por essa enzima se apresentar principalmente no miocárdio e pelo seu grande aumento nos casos de IAM (ROCHA; SILVA, 2012). A análise da mioglobina é considerada de maior sensibilidade, pelo seu peso molecular baixo e consequentemente, uma das primeiras proteínas a ser detectada (CAVALCANTI et al., 1998). Entretanto, a mioglobina não é uma proteína cardio-especifíca, por ter taxas de elevações nas lesões musculares esqueléticas, 3
podendo indicar um resultado falso-positivo (GODOY; BRAILE; NETO, 1998). A mioglobina está presente no músculo esquelético e cardíaco, e sua análise pode ser realizada a partir da primeira hora após o início do infarto (ANTMAN; BRAUNWALD, 1999). A correta análise das dosagens de marcadores séricos cardíacos, relacionada com presença de dor torácica e alterações significantes no eletrocardiograma, é suficiente para o descarte ou afirmação do infarto agudo do miocárdio (IAM) (CAVALCANTI et al., 1998). 6. Resultados A partir da análise da literatura, é possível observar que os marcadores bioquímicos cardíacos são de extrema importância para o diagnóstico do Infarto Agudo do Miocárdio. Entre os principais marcadores, deve-se destacar os seguintes: troponina I, por sua alta especificidade no tecido miocárdico; creatina quinase associada à sua fração CK-MB, por se apresentar no miocárdio; e a mioglobina, que se apresenta nas primeiras horas após o início do Infarto Agudo do Miocárdio. Os valores dos marcadores bioquímicos associados à dor torácica e ao eletrocardiograma, podem diagnosticar o Infarto Agudo do Miocárdio. 7. Considerações Finais O Infarto Agudo do Miocárdio é responsável por uma alta porcentagem de mortes por doenças cardíacas, apresentando um grande problema de saúde pública. Com devida análise das dosagens dos marcadores séricos cardíacos, relacionados com o eletrocardiograma e presença de dor torácica, pode-se diagnosticar o Infarto Agudo do Miocárdio. 4
8. Fontes Consultadas ANTMAN, E. M.; BRAUNWALD, E. Tratado de Medicina Cardiovascular. 5. ed. São Paulo : Roca, 1999. 1265 p. DIAS, M. L.; SILVA, J. E. P.; WOHLFAHRT, A. B.; BRUCKER, N. Avaliação de fibrinogênio, tempo de tromboplastina parcial e tempo de protrombina em pacientes com infarto agudo do miocárdio. J. Bras. Patol. Med. Lab., volume 43 (nº2), p 87-94, 2007. GOLDMAN, L.; BRAUNWALD, E. Cardiologia na Clínica Geral. 2. ed. Rio de Janeiro : Editora Guanabara Koogan, 2000. 245 p. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 11. ed. Rio de Janeiro : Editora Guanabara Koogan, 2013. 212 p. CAVALCANTI, A. B.; HEINISCH, R. H.; ALBINO, E. C.; ZUNINO, J., N. Diagnóstico do Infarto Agudo do Miocárdio. Valor da Dosagem de Mioglobina Sérica Comparada com a Creatinofosfoquinase e sua fração MB. Arq. Bras. Cardiol., volume 70 (nº 2), p 75-80, 1998. MARTIN, J. F. V.; ANDRADE, L. G.; LOUREIRO, A. A. C.; GODOY, M. F.; BRAILE, D. M. Infarto Agudo do Miocárdio e dissecção aguda de aorta: um importante diagnóstico diferencial. Rev. Bras. Cir. Cardiovasc., volume 19 (nº 4), p 386-390, 2004. GUZMÁN, A. M.; QUIROGA, T. G. Troponina en el diagnóstico de infarto al miocardio: Consideraciones desde el laboratorio clínico. Rev. Med. Chile, volume 138, p 379-382, 2010. GODOY, M. F.; BRAILE, D. M.; NETO, J. P. A Troponina como Marcador de Injúria Celular Miocárdica. Arq. Bras. Cardiol., volume 71 (nº 4), p 629-633, 1998. BIRDI, I; ANGELINI, G. D.; BRYAN, A. J. Biochemical Markers of Myocardial Injury During Cardiac Operations. The Society of Thoracic Surgeons, volume 63, p 879-884, 1997. ROCHA, K.; SILVA, J. O. Marcadores Bioquímicos de Lesão no Miocárdio. 10ª Amostra Acadêmica UNIMEP Congresso de Pós-Graduação. 2012. 5