Caso prático João Ligeiro ingressou com uma ação contra José Pé Frio, requerendo o ressarcimento de danos materiais decorrentes de uma colisão entre os automóveis das partes. Narra João em sua inicial, que tramita perante a 1º Vara Cível de Itupeva, processo nº 159159.2014.8.26.0015, que trafegava normalmente na Av. Leitão da Silva, sentido Centro de Itupeva, quando o veículo Fiat Doblô, 2013, táxi, placa TXD 2217, de propriedade de José Pé Frio, tentou realizar conversão proibida naquela via, ocasionando a colisão. Porém, José Pé Frio, que é motorista de táxi experiente, e reside em Itupeva desde seu nascimento, não efetuou a conversão proibida, visto que há placa onde se deu o acidente indicando siga em frente ou vire à esquerda, e foi exatamente o que José fez, sendo que a colisão se deu pelo fato de João Ligeiro ter atravessado o sinal vermelho, com velocidade acima da permitida na via, não conseguindo frear a tempo. O automóvel de João Ligeiro é uma BMW, placas JOL0171, e este não fez orçamento dos reparos no seu veículo requerendo a condenação de José Pé Frio no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Já José fez três orçamentos e pelos reparos em seu veículo, considerando o menor dos três valores aferidos, foi pago R$ 15.000,00 (quinze mil reais). No momento da colisão José estava transportando dois passageiros, Senhor Verdadeiro de Lima, e Sra. Clareza de Lima. O automóvel de José já foi reparado, sendo que nos 10 dias em que o automóvel ficou na oficina, José alugou um outro veículo pagando R$ 70,00 (setenta reais) a diária. Questão: Como advogado do José Pé Frio, redija a peça processual cabível ao caso, considerando que seu cliente lhe pediu para que, além da defesa, cobrasse do Sr João Ligeiro pelos prejuízos que sofreu.
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE ITUPEVA - ESTADO... PROCESSO Nº 159159.2014.8.26.0015 JOSÉ PÉ FRIO, nacionalidade..., estado civil..., taxista, portador da cédula de identidade RG nº..., inscrito no CPF/MF nº..., residente e domiciliado na..., nº..., município de Itupeva, Estado de..., vem, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final subscreve e que receberá intimações na..., nº..., município..., Estado..., apresentar CONTESTAÇÃO COM PEDIDO CONTRAPOSTO, com fulcro nos art. 297 e 278 1º do CPC, na Ação de indenização que lhe move JOÃO LIGEIRO, já qualificado nos autos em epígrafe, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: I SÍNTESE DA INICIAL Alega o autor que trafegava pela Avenida Leitão da Silva, sentido centro de Itupeva, com seu veículo de marca BMW, placas JOL 0171, quando foi abalroado pelo automóvel do réu, um Fiat Doblo, 2013, táxi, placas TXD 2217, uma vez que, supostamente, teria tentado realizar conversão proibida. Ao final requereu a condenação do réu ao pagamento de indenização no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). No entanto, como será demonstrado, as alegações do autor não condizem com a realidade dos fatos, motivo pelo qual não merecem prosperar seus pedidos.
II DA VERDADE DOS FATOS E DO MÉRITO II.a- DA PRELIMINAR Dispõe o art. 301 do CPC que compete ao réu, antes de apresentar sua defesa, alegar toda a matéria de vício processual capaz de extinguir a ação. Nesse sentido, o autor deixou de observar os requisitos necessários à petição inicial, mormente os documentos necessários a comprovação do dano sofrido, nos termos do art. 282 e 283 do CPC, uma vez que deixou de juntar os orçamentos necessários à demonstração do suposto dano por ele experimentado, de maneira que a ação deverá ser extinta sem resolução do mérito, consoante art. 267, inciso I, do CPC. II.b - MÉRITO Caso Vossa Excelência entenda superável a preliminar arguida, no mérito melhor sorte não assiste ao autor, senão vejamos. Conforme dispõe o art. 186, combinado com o art. 927, ambos do CC, aquele que causar dano a alguém terá o dever de reparar. Ocorre que o réu não deu causa aos prejuízos alegados pelo autor, uma vez que não efetuou a suposta conversão proibida, agindo com a prudência necessária e em conformidade com a placa de transito indicativa de siga em frente ou vire à esquerda, consoante será demonstrado pelo depoimento das testemunhas e facilmente comprovado pela vistoria no local para constatar o permissivo de trânsito na placa indicativa. Ademais, os prejuízos sofridos pelo autor resultaram exclusivamente de sua conduta, pois trafegava com velocidade superior a permitida pela via, além de não respeitar o semáforo e cruzar a via com o sinal vermelho para ele, de maneira que é improcedente o seu pedido de indenização, nos termos do art. 945 do CC. Outrossim, o autor não juntou aos autos qualquer documento que comprove os danos sofridos, razão pela qual não lhe assiste direito em seu pedido. II. c- DO PEDIDO CONTRAPOSTO Conforme já mencionado o artigo 186 c/c art. 927, ambos do CC estabelecem que aquele que causar dano a alguém terá o dever de reparar.
No caso em tela, o autor não observou o dever de cuidado objetivo e culposamente causou prejuízos ao réu, uma vez que, trafegando em alta velocidade e não parando no sinal vermelho, colidiu com o carro do réu, causando-lhe um dano de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), relativamente ao conserto de seu carro, conforme orçamentos que a presente instrui. Além disso, em razão da necessidade de reparar os danos ocasionados pela imprudência do autor, o réu teve que dispender o valor de R$ 700,00 (setecentos reais), referentes ao pagamento de locação de um novo veiculo para exercer suas atividades no período em que seu taxi estava na oficina, conforme recibos anexos. pelos prejuízos causados. Dessa forma, cabe ao autor o dever de indenizar o réu III - DO PEDIDO Diante do exposto é a presente para requerer: - o acolhimento da preliminar arguida para extinguir o processo sem resolução de mérito, nos termos do art. 267 do CPC. mérito: Não sendo esse o entendimento de Vossa Excelência, no - julgar totalmente improcedentes os pedidos do autor, afastando a indenização pretendida; - julgar procedente o pedido contraposto do réu, para condenar o autor ao pagamento de R$ 15.700,00 (quinze mil e setecentos reais) referentes aos danos causados; - a inversão do ônus da sucumbência para condenar o autor ao pagamento de custas, despesas processuais e honorários advocatícios, nos termos do art. 20, 3º do CPC. Provará o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, especialmente pelo depoimento pessoal do autor, juntada de documentos, oitiva de testemunhas abaixo arroladas e o que mais se fizer necessário para garantir o direito do réu.
Requer-se ainda a produção de prova pericial, a fim de comprovar o sentido da via, local dos fatos. Nestes termos, pede deferimento. Local..., data... Advogado OAB/UF..., nº... Rol de testemunhas Verdadeiro de Lima, qualificação..., endereço... Clareza de Lima, qualificação..., endereço... Quesitos ao perito Quesito 1... Quesito 2...