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EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO 11.º/12.º Anos de Escolaridade (Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de Março) PROVA 724/7 Págs. Duração da prova: 120 minutos 2007 1.ª FASE PROVA ESCRITA DE HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES Identifique claramente os grupos e os itens a que responde. Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta azul ou preta. É interdito o uso de «esferográfica-lápis» e de corrector. As cotações da prova encontram-se na página 7. Nos itens de resposta aberta com cotação igual ou superior a 15 pontos, cerca de 10% da cotação é atribuída à comunicação em língua portuguesa. V.S.F.F. 724/1

GRUPO I 1. Dos finais do século XIX ao final da primeira metade do século XX, a Europa e o Mundo viveram um tempo de mudanças profundas e, também, de instabilidade, de crise de valores, de inconformismos. Refira, desse período: a) uma personalidade considerada relevante no domínio do cinema; b) uma descoberta, ou um desenvolvimento, fundamental no campo da ciência; c) um pintor do modernismo português. 2. Na arquitectura do século XX, instituíram-se modelos-tipo que deram corpo a uma arte nacionalista e propagandista que tanto condenava vanguardismos e modernismos, quanto os utilizava como linguagem. Figura 1 VESNINE (Irmãos). Projecto do Palácio dos Sovietes em Moscovo. 1933 Figura 2 SPEER, Albert. Chancelaria do Reich. 1938-9 Figura 3 SPEER, Albert. Pátio de honra da Chancelaria do Reich. 1938-9 Refira, a partir da leitura do texto e da observação das figuras 1 a 3: características patentes em ambos os edifícios que os inserem numa estética modernista; reflexos de uma arte nacionalista e propagandista na traça da Chancelaria do Reich (figuras 2 e 3). 724/2

3. Figura 4 PICASSO, Pablo. Guernica. 1937. Museu Reina Sofia, Madrid Guernica (figura 4), obra de Pablo Picasso, testemunha a destruição provocada pela Guerra Civil de Espanha (1936-1939), convertendo-se, simultaneamente, numa obra comprometida ideologicamente, numa alegoria histórica e numa síntese formal dos principais movimentos artísticos da primeira metade do século XX. Analise esta obra, relacionando-a com os seguintes tópicos: posicionamento de Pablo Picasso no contexto político e militar da Guerra Civil de Espanha; significado da obra enquanto símbolo de um acontecimento concreto; influências do Cubismo e do Surrealismo nela patentes. V.S.F.F. 724/3

GRUPO II 1. Figura 5 Virtus, clementia, justitia e pietas (virtude, clemência, justiça e piedade) são qualidades especificadas pelo Senado no escudo de ouro que foi atribuído, em 27 a.c., à personalidade representada na figura 5. Essa personalidade reuniu em si, ao longo do seu trajecto político, os três principais poderes e levou a cabo a expansão do Império, a consolidação das fronteiras e a pacificação das províncias pela imposição da Pax Romana. Indique: a) o nome da personalidade referida; b) o título que lhe foi atribuído; c) o nome do terceiro poder que, para além dos poderes civil e militar, concentrou em si. 724/4

2. Evidencie a existência de uma cultura do ócio na Roma imperial, referindo e caracterizando sucintamente: divertimentos públicos e privados; tipologias arquitectónicas ao serviço do ócio. 3. A escultura romana teve no retrato o seu género mais cultivado, revelando características próprias, centradas na personalidade do indivíduo. No período de 27 a.c. a 14 d.c., verifica-se uma alteração no sentido de um maior idealismo, expresso nas representações das primeiras figuras do Estado romano, como resultado do seu estatuto, das qualidades que lhes estavam associadas e dos poderes que lhes foram atribuídos. Explique a evolução do retrato na escultura romana, tendo em conta: origem de tradição realista e a passagem para a idealização; retrato como reflexo da divinização do retratado; imagem da primeira figura do Estado como símbolo da centralização do poder e elemento agregador do território. V.S.F.F. 724/5

GRUPO III «De resto, para que serve, nos claustros, onde os frades lêem o Ofício, aquela ridícula monstruosidade, aquela espécie de estranha formosidade disforme e disformidade formosa? O que estão ali a fazer os imundos símios? Ou os ferozes leões? Ou os monstruosos centauros? Ou os semi-homens? Ou os tigres listrados? Ou os cavaleiros combatendo? Ou os caçadores com as trombetas? Podem ver-se muitos corpos com uma só cabeça ou então muitas cabeças sobre um único corpo. De um lado, avista-se um quadrúpede com cauda de serpente, do outro, um peixe com cabeça de quadrúpede. Ali, um animal com o aspecto dum cavalo arrasta, atrás de si, a metade de uma cabra; aqui, um animal cornudo tem um traseiro de cavalo. Enfim, por todo o lado, aparece tão grande e estranha diversidade de formas, que nós somos mais tentados a ler no mármore do que nos nossos livros e a passar todo o dia admirando estas coisas, em vez de meditar na lei divina. Por amor de Deus, se não nos envergonhamos destas criancices, por que razão, ao menos, não evitamos estes gastos?» Bernardo de Claraval Apologia XII, 28 e 29 (Adaptação) Figura 6 Nave da igreja do Mosteiro de Alcobaça Explique, com base na leitura do documento e na observação da figura 6, de que forma os princípios doutrinários defendidos por Bernardo de Claraval se materializaram na arquitectura. Atenda aos seguintes tópicos: reacção de S. Bernardo ao monaquismo da época; reacção de S. Bernardo ao pensamento escolástico e materialização de um ideal monástico associado a uma prática religiosa; consequências estéticas da sua atitude. FIM 724/6