APELAÇÃO CÍVEL Nº Décima Nona Câmara Cível Comarca de Nova Prata

Documentos relacionados
APELAÇÃO CÍVEL DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL - SERVIÇO DE APOIO À JURISDIÇÃO AMAURI DE OLIVEIRA SALES A C Ó R D Ã O

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL APELAÇÃO CÍVEL Nº

ENIO PROTASIO MEINHART ACÓRDÃO

A C Ó R D Ã O Nº (Nº CNJ: ) COMARCA DE PASSO FUNDO

Dados Básicos. Ementa. Íntegra

BANCO BRADESCARD S A EDSON CARDOSO DO CARMO A C Ó R D Ã O

Dados Básicos. Ementa. Íntegra

ACÓRDÃO Nº COMARCA DE CAMPINA DAS MISSÕES E.J.K. APELANTE.. H.S.K. APELANTE.. A.J. APELADO.. LFBS Nº /CÍVEL

Nº COMARCA DE CAMAQUÃ MUNICIPIO DE ARAMBARE GREMIO ESPORTIVO NAVEGANTES

PODER JUDICIÁRIO RS

CENTAURO VIDA E PREVIDENCIA S/A VILMAR JOSE ALVES DA SILVA A C Ó R D Ã O. Vistos, relatados e discutidos os autos.

MUNICIPIO DE OSORIO A C Ó R D Ã O

APELAÇÃO CÍVEL. SEGUROS. CANCELAMENTO DO PLANO DE SAÚDE COLETIVO. POSSIBILIDADE. NOTIFICAÇÃO PRÉVIA. APLICABILIDADE DA DISPOSIÇÃO CONTIDA NO ART.

MARCIAL LUCAS GUASTUCCI A C Ó R D Ã O

NEGARAM PROVIMENTO. A C Ó R D Ã O

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESERVA DE HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. CONTRADIÇÃO NÃO CONFIGURADA. PREQUESTIONAMENTO. 1.

28/04/13 <NÚMERODETOKENSNODOCUMENTO \18><COMPOSIÇÃODEACÓRDÃOEMENTA \TEXTO="(INSIRA AQUI O TÍTULO DA EMENTA)^P^

CCM Nº (Nº CNJ: ) 2017/CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL - SERVIÇO DE APOIO À JURISDIÇÃO Nº COMARCA DE ESTRELA ANDRÉ LUÍS AZEVEDO

CLEVERSON AUGUSTO FLORES BRUM. Vistos, relatados e discutidos os autos.

Dados Básicos. Ementa. Íntegra

I EXPOSIÇÃO DOS FATOS

MUNICIPIO DE PORTO ALEGRE

Nº (Nº CNJ: COMARCA DE BENTO GONÇALVES

Vistos, relatados e discutidos os autos. Acordam os Desembargadores integrantes da Sétima Câmara Cível

COMARCA DE PORTO ALEGRE Nº (Nº CNJ: ) P.R.M... S.G.F... APELANTE APELADO

Vistos, relatados e discutidos os autos.

Dados Básicos. Ementa. Íntegra

A C Ó R D Ã O Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE MARIOM DE MATTOS VEIGA BANCO IBI S A - BANCO MULTIPLO ASSOCIACAO COMERCIAL DE SAO PAULO APELADO

2. Caso em que a família aduz não reunir condições para controlar, tratar ou submeter o filho a tratamento voluntário (fl. 2, verso).

APELAÇÃO CÍVEL EM PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE SUSCITAÇÃO DE DÚVIDA INVERSA.

ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº , da Comarca de Salesópolis, em que é apelante FAZENDA DO

APELANTE APELADO A C Ó R D Ã O

V - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (ACR) :

Acórdão TJRS Ementa: Íntegra

Documento assinado digitalmente, conforme MP n /2001, Lei n /2006 e Resolução n. 09/2008, do TJPR/OE. Página 1 de 8

Kollemata Jurisprudência Registral e Notarial

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ANDERSON BAGE FONTOURA A C Ó R D Ã O

ACÓRDÃO SJCST Nº (Nº CNJ: ) 2013/CÍVEL

MARCELO DE SOUZA INCHAUSPE A C Ó R D Ã O

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

APELO DESPROVIDO. Nº COMARCA DE CACHOEIRA DO SUL ANTONIO PEIXOTO DA CRUZ BARCHET E CIA LTDA ACÓRDÃO

APELAÇÃO PROVIDA. Nº COMARCA DE SÃO LEOPOLDO A C Ó R D Ã O

APELAÇÃO CÍVEL Nº (Nº CNJ: ) DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL COMARCA DE PORTO ALEGRE

Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE A C Ó R D Ã O

JLLC Nº (N CNJ: ) 2014/CÍVEL

NEGARAM PROVIMENTO. Nº COMARCA DE URUGUAIANA A C Ó R D Ã O

@ (PROCESSO ELETRÔNICO) PLP Nº (Nº CNJ: ) 2016/CÍVEL

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

D E C I S Ã O M O N O C R Á T I C A

Nº COMARCA DE ERECHIM A C Ó R D Ã O

APELAÇÃO CÍVEL RECURSO IMPROVIDO. Nº COMARCA DE GARIBALDI MOBIZA INDUSTRIA DE MOVEIS LTDA MOBEZA FACTORING SERVICOS LTDA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ERBETTA FILHO (Presidente) e RAUL DE FELICE. São Paulo, 4 de maio de 2017.

RMLP Nº (Nº CNJ: ) 2017/CÍVEL

Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário. 3ª Câmara Cível - Recife. Rua do Brum, 123, 4º andar, Recife, RECIFE - PE - CEP: F:( )

AGRAVO N.º /03, DA DÉCIMA OITAVA VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA DES.ª VILMA RÉGIA RAMOS DE REZENDE

TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADO DO PARANÁ

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

<CABBCCBDAABCACBCABBCBACCBBCAADCADABAA DDADAAAD> A C Ó R D Ã O

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O 4ª TURMA GDCCAS/CVS/NC/iap

VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ACÓRDÃO. Rebouças de Carvalho RELATOR Assinatura Eletrônica

Gabinete do Desembargador Gerson Santana Cintra.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Dados Básicos. Ementa

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 10ª Câmara de Direito Privado

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

AGRAVANTE: JILSAINE APARECIDA SOARES RELATOR: Juiz Gil Francisco de Paula Xavier Fernandes Guerra (Substituindo o Des.

LFBS Nº (Nº CNJ: ) 2016/CÍVEL

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE POLICARPO MENDES DE OLIVEIRA A C Ó R D Ã O

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 37ª Câmara de Direito Privado

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

JOAO CARLOS LOPES SCALZILLI

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

APELAÇÃO CÍVEL Nº , DA 9ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA.

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Tribunal de Justiça 1ª Câmara Especial

SEXTA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO Nº 55278/ CLASSE CNJ COMARCA DE PONTES E LACERDA

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 8785/2004 CLASSE II COMARCA DE SINOP APELANTE: BRASIL TELECOM S. A.

APELAÇÃO CÍVEL. MANDADO DE

LFBS Nº (Nº CNJ: ) 2016/CÍVEL

Gabinete do Desembargador Gilberto Marques Filho AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL Nº ( )

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Tribunal Regional Federal da 3ª Região

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

Dados Básicos. Ementa. Íntegra

Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE A C Ó R D Ã O

MAH Nº (Nº CNJ: ) 2001/CÍVEL

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

II lllllll HllllUttUIWHlIllll" '"'

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 1ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO

Apelação Criminal nº , oriundo do Juizado Especial Criminal da Comarca de Curitiba.

ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº , da Comarca de Tupã, em que é apelante ELÍDIA RODRIGUES

Transcrição:

Dados Básicos Fonte: 70051242816 Tipo: Acórdão TJRS Data de Julgamento: 18/12/2012 Data de Aprovação Data não disponível Data de Publicação:07/02/2013 Estado: Rio Grande do Sul Cidade: Nova Prata Relator: Eduardo João Lima Costa Legislação: Art. 257, IV, do Decreto nº 3.048/1999. Ementa APELAÇÃO CÍVEL. SUSCITAÇÃO DE DÚVIDA. APRESENTAÇÃO CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO. NOTA DE CÉDULA RURAL. Tratando-se de agricultor/produtor rural que não comercializa a sua própria produção, mostra-se desnecessária a apresentação de Certidão Negativa de débito junto ao INSS e da Receita Federal. Inteligência do artigo 257, IV, do Decreto 3048/1999. Sentença reformada. PREQUESTIONAMENTO: O prequestionamento de normas constitucionais e infraconstitucionais fica atendido nas razões de decidir deste julgado, o que dispensa manifestação pontual acerca de cada artigo aventado. Tampouco se negou vigência aos dispositivos normativos que resolvem a lide. DERAM PROVIMENTO AO APELO. Íntegra TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL APELAÇÃO CÍVEL Nº 70051242816 Décima Nona Câmara Cível Comarca de Nova Prata Apelante: Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados de Ibiraiar Apelado: Oficial do Registro de Imóveis de Nova Prata Relator: Eduardo João Lima Costa

Data de Julgamento: 18/12/2012 Publicação: Diário da Justiça do dia 07/02/2013 EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. SUSCITAÇÃO DE DÚVIDA. APRESENTAÇÃO CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO. NOTA DE CÉDULA RURAL. Tratando-se de agricultor/produtor rural que não comercializa a sua própria produção, mostra-se desnecessária a apresentação de Certidão Negativa de débito junto ao INSS e da Receita Federal. Inteligência do artigo 257, IV, do Decreto 3048/1999. Sentença reformada. PREQUESTIONAMENTO: O prequestionamento de normas constitucionais e infraconstitucionais fica atendido nas razões de decidir deste julgado, o que dispensa manifestação pontual acerca de cada artigo aventado. Tampouco se negou vigência aos dispositivos normativos que resolvem a lide. DERAM PROVIMENTO AO APELO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos. Acordam os Desembargadores integrantes da Décima Nona Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em dar provimento ao apelo. Custas na forma da lei. Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes Senhores Des.ª Mylene Maria Michel (Presidente) e Des. Eugênio Facchini Neto. Porto Alegre, 18 de dezembro de 2012. DES. EDUARDO JOÃO LIMA COSTA, Relator. RELATÓRIO Des. Eduardo João Lima Costa (RELATOR) Trata-se de recurso de apelação interposto por COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DE ASSOCIADOS DE IBIRAIARAS contra a sentença que acolheu a suscitação de dúvida, processo n. 058/11100015488, movida pelo OFICIAL DO REGISTRO DE IMÓVEIS DE NOVA PRATA. O dispositivo está assim lançado (fls. 60/62): Isso posto, JULGO PROCEDENTE a dúvida suscitada pela Sra. Oficiala do Registro de Imóveis a pedido do suscitante COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DE ASSOCIADOS DE

IBIRAIARAS, para determinar que a Registradora não pratique o ato pretendido até que sejam apresentadas as certidões apontadas na inicial ou, ainda, esclarecida a condição do emitente no corpo da Nota de Crédito Rural para assim saber se a apresentação das certidões é ou não obrigatória.. Em seu apelo, Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados de Ibiraiaras, postulou a reforma da decisão, asseverando que para a concessão de crédito rural é dispensada a apresentação das certidões Negativas de Débito da Previdência Social e da Receita Federal. Ainda, assevera que o emitente declara na nota que não comercializa a própria produção, conforme Decreto 3048/1999. Houve preparo, fl. 101. Intimada, a parte apelada não apresentou contrarrazões. Remetidos os autos ao Ministério Público, este opinou pelo provimento do apelo. Vieram os autos conclusos. É o relatório. VOTOS Des. Eduardo João Lima Costa (RELATOR) O recurso preenche os requisitos de admissibilidade. Trata-se o feito de suscitação de dúvida interposto pela Oficial do Registro de Imóveis da Comarca de Nova Prata, pela qual questiona a necessidade de apresentação de certidão negativa de débito junto ao INSS e da Receita Federal, para fins de registro da Nota de Crédito Rural prenotada sob o número 80.341. A sentença acolheu a dúvida suscitada, pretendendo a apelante o afastamento da pretensão. Com razão. Nos termos do art. 257 do Decreto 3048/1999: (...) Art.257. Deverá ser exigido documento comprobatório de inexistência de débito relativo às contribuições a que se referem os incisos I, III, IV, V, VI e VII do parágrafo único do art. 195, destinadas à manutenção da seguridade social, fornecida pelo órgão competente, nos seguintes casos:

IV- do produtor rural pessoa física e do segurado especial referidos, respectivamente, na alínea "a" do inciso V e no inciso VII do caput do art. 9º, quando da constituição de garantia para concessão de crédito rural e qualquer de suas modalidades, por instituição de créditos pública ou privada, desde que comercializem a sua produção com o adquirente domiciliado no exterior ou diretamente no varejo a consumidor pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro segurado especial (...) Verifica-se, portanto, que nos casos de ser produtor rural que comercializa a sua produção, é que será indispensável a apresentação da CND da Previdência Social. Da mesma forma é a Instrução Normativa n 971, da Receita Federal, que não dispensa a apresentação de certidão negativa de débito nos casos de comercialização: Art. 407. A apresentação de CND, ou de CPD-EN, é dispensada, dentre outras hipóteses: II - na constituição de garantia para concessão de crédito rural, em qualquer de suas modalidades, por instituição de crédito pública ou privada ao produtor rural pessoa física e ao segurado especial, desde que estes não comercializem a sua produção com o adquirente domiciliado no exterior, nem diretamente no varejo com consumidor pessoa física, com outro produtor rural pessoa física ou com outro segurado especial; (...) Com isso, considerando-se que na Nota de Crédito Rural de fls. 41/49, de n B10620157-1, objeto dos autos, o emitente firmou declaração atestando ser agricultor, não comercializando a própria produção, tal fato mostra-se suficiente para o desobrigar na apresentação das Certidões Negativas de Débito- CND, conforme se observa: Este (s) EMITENTE (S) DECLARA (m) que: (i) não é (são) uma firma individual, bem como não é (são), nem nunca foi (foram), contribuinte(s) da Previdência Social como empregador (es), (ii) empregados ou trabalhadores avulsos, (iii) não comercializa (m) a produção própria, se produtor rural ou segurador especial, na forma prevista no inciso I do art. 166 da Instrução Normativa RFB no 971, de 13.11.2009 e respectivas alterações, e (iv) não está (ao), portanto, sujeito (s) ao cumprimento da exigência de apresentação de Certidão Negativa de Débito-CND, a que alude o art. 10 da lei número 8.870/94 e o Decreto número 3.048/99, para fins de obtenção de crédito junto a esta Instituição Financeira. Assim, embora tal declaração seja padrão nos contratos firmados com o Sicredi, não possuindo uma redação clara, como bem colocado pela Procuradora de Justiça, a mesma é suficiente

para fins de dispensar a apresentação das aludidas certidões, diante da expressa declaração do emitente. Nesse sentido, adoto o parecer da ilustre Procuradora de Justiça, Dra. Zuleika Pinto Costa Vargas, como parte da fundamentação, eis que bem equaciona a lide e dá correta interpretação aos fatos (fls. 105/106): No mérito, com razão o apelante, devendo se reformar a sentença vergastada. Com efeito, reza o art. 257, IV, do Decreto 3.048/1999 que haverá, tratando-se de produtor rural (ou segurado especial) pessoa física, exigência de certidões negativas quando esse comercializar sua produção com adquirente domiciliado no exterior, diretamente no varejo a consumidor pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro segurado especial, nestes termos: Art. 257. Deverá ser exigido documento comprobatório de inexistência de débito relativo às contribuições a que se referem os incisos I, III, IV, V, VI e VII do parágrafo único do art. 195, destinadas à manutenção da seguridade social, fornecida pelo órgão competente, nos seguintes casos: (...) IV - do produtor rural pessoa física e do segurado especial referidos, respectivamente, na alínea "a" do inciso V e no inciso VII do caput do art. 9º, quando da constituição de garantia para concessão de crédito rural e qualquer de suas modalidades, por instituição de créditos pública ou privada, desde que comercializem a sua produção com o adquirente domiciliado no exterior ou diretamente no varejo a consumidor pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro segurado especial; Como se vê, tratando-se de produtor rural (ou segurado especial), somente se exige certidões negativas de débitos fiscais no caso de haver comercialização da própria produção e, ainda, quando a comercialização se dê nos casos específicos acima citados. No caso dos autos, o emitente da nota de crédito rural, qualificado na nota de crédito rural como agricultor (produtor rural), assinou declaração afirmando que não comercializa a sua própria produção. Veja-se que na referida nota de crédito consta o seguinte: II. apresentação, pelo(s) EMITENTES(S), de Certidão Negativa de Débito - CND ou Certidão positiva de Débito com Efeitos de Negativa - CPD-EN, expedida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio da INTERNET, a ser extraída pelo(s) EMITENTE(S) e verificada pelota) CREDOR(A) nos endereços

eletrônicoshttp://www.previdenciasocial.gov.brou http://www.receita.fazenda.gov.br.o(s) EMITENTE(s), pessoa(s) física(s) não equiparado(s) à empresa, não fica(m) obrigado(s) a entregar a Certidão acima. Este(s) EMITENTE(S) DECLARA(m) que: (i) não é (são) uma firma individual, bem como não é (são), nem nunca foi (foram), contribuinte(s) da Previdência Social como empregador (es), (ii) não mantém (mantêm) ou manteve (mantiveram) a seu serviço segurados empregados ou trabalhadores avulsos, (iii) não comercializa(m) a produção própria, "se produtor rural ou segurado especial", na forma prevista no inciso I do art. 166 da Instrução Normativa RFB no 971, de 13.11.2009 e respectivas alterações, e (iv) não está(ão), portanto, sujeito(s) ao cumprimento da exigência de apresentação de Certidão Negativa de Débito - CND, a que alude o art. 10 da Lei número 8.870/94 e o Decreto número 3.048/99, para fins de obtenção de crédito junto a esta Instituição Financeira. Não obstante reconheça que a redação da cláusula acima referida não seja a mais adequada, pois se trata de modelo padrão utilizada para mais de um caso específico, de sua leitura deduzse objetivamente que o emitente é agricultor/produtor rural (pois assim apresenta-se e é qualificado na nota de crédito rural) e declara que não comercializa sua própria produção, estando, portanto, desobrigado da apresentação das certidões negativas de débitos fiscais. Destarte, sendo o emitente da nota produtor rural e declarando ele não comercializar a sua própria produção, resta inviável a exigência da apresentação de certidões negativas de débitos fiscais, devendo-se, assim, julgar-se improcedente a dúvida suscitada. 3. Diante do exposto, manifesta-se o Ministério Público pelo provimento do apelo. Assim, considerando que se mostra dispensável a apresentação das Certidões Negativas de Débito junto ao INSS e Receita Federal, é de se dar provimento ao apelo, julgando improcedente a dúvida suscitada. PREQUESTIONAMENTO: O prequestionamento de normas constitucionais e infraconstitucionais fica atendido nas razões de decidir deste julgado, o que dispensa manifestação pontual acerca de cada artigo aventado. De resto, não se negou vigência a qualquer dispositivo normativo aduzido, uma vez que o julgador não é obrigado a responder a todos os argumentos das partes, porém a expor a sua

compreensão acerca do tema e proceder à correspondente fundamentação (art. 93 da Constituição Federal). DISPOSITIVO: Ante exposto, voto por dar provimento do apelo, modificando a sentença proferida nos termos desta fundamentação. É o voto. Des. Eugênio Facchini Neto (REVISOR)- De acordo com o(a) Relator(a). Des.ª Mylene Maria Michel (PRESIDENTE) - De acordo com o(a) Relator(a). DES.ª MYLENE MARIA MICHEL - Presidente - Apelação Cível nº 70051242816, Comarca de Nova Prata: "DERAM PROVIMENTO AO APELO. UNÂNIME." Julgador(a) de 1º Grau: CARLOS KOESTER.