LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NA MESORREGIÃO DO SERTÃO PARAIBANO

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Transcrição:

IX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE PIBIC/CNPq/UFCG-2011 LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NA MESORREGIÃO DO SERTÃO PARAIBANO Nedja Fernanda dos Santos Pinto 1 ; Marcia Almeida de Melo 2 RESUMO A leishmaniose visceral canina é uma doença infecciosa, crônica, sendo considerada uma importante zoonose. É causada por um protozoário intracelular do gênero Leishmania, sendo a Leishmania chagasi a espécie encontrada no Brasil infectando o homem e o cão. Este trabalho objetivou realizar um inquérito soro-epidemiológico da leishmaniose visceral canina em 3(três) municípios do sertão paraibano: Cajazeiras, Sousa e Uiraúna. Foi verificada a prevalência sorológica pelo ELISA S7 e um questionário foi aplicado aos proprietários para identificação dos fatores de risco. As soroprevalências encontradas em Cajazeiras, Sousa e Uiraúna foram de 19,4%, 10,1% e 15,5%, respectivamente. O fator de risco identificado na análise multivariada por regressão logística múltipla foi a presença de carrapatos ( odds ratio = 3,6276; IC 95% = 1,71 7,71; p = 0,0008 ). A soroprevalência para leishmaniose visceral canina está elevada em Cajazeiras, Sousa and Uiraúna e estudos adicionais são necessários para verificar a participação do carrapato no ciclo biológico do parasito. Palavras chave: cão, leishmaniose, nordeste, prevalência, ELISA. EPIDEMIOLOGICAL SURVEY OF CANINE VISCERAL LEISHMANIASIS IN PARAIBA WILDERNESS ABSTRACT Canine visceral leishmaniasis is a chronic infectious disease and an important zoonosis. It is caused by an intracellular protozoan of the Leishmania genus, and Leishmania chagasi species is found in Brazil infecting man and dog. This study aimed to conduct a seroepidemiological study of canine visceral leishmaniasis in three (3) municipalities of Paraíba State: Cajazeiras, Sousa and Uiraúna. Seroprevalence was tested by ELISA S7 and a questionnaire was applied to owners for identification of risk factors. The seroprevalence found in Cajazeiras, Sousa and Uiraúna were 19.4%, 10.1% and 15.5%, respectively. The risk factors identified in the multivariate analysis by logistic 1 Aluna do Curso de Medicina Veterinária, Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária, UFCG, Campina Grande, PB, E-mail: hertakaryanne.medvet@gmail.com 2 Medicina Veterinária, Professora. Doutora, Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária, UFCG, Campina Grande, PB, E-mail: marciamelo.pq@cnpq.br. *Autor para correspondências.

regression was the presence of ticks (odds ratio = 3.6276, 95% CI = 1.71 to 7.71, p = 0.0008). The seroprevalence of canine visceral leishmaniasis is high in Cajazeiras, Sousa and Uiraúna and additional studies are needed to evaluate the role of ticks in the parasite biological cycle. Keywords: dog, leishmaniasis, northeast, prevalence, ELISA. INTRODUÇÃO A leishmaniose visceral é uma antropozoonose com distribuição mundial, atingindo crianças, adultos jovens ou pessoas imunodeprimidas e, quando não tratada, pode apresentar letalidade de 95% (ALVES, W. A.; BEVILACQUA, P. D., 2004; OLIVEIRA et al., 2005). O agente etiológico da LV é um protozoário da família Trypanosomatidae, gênero Leishmania (ALVES, A. L.; BEVILAQUA, C. M. L.; FRANCO, S. O., 1998), pertencente ao complexo Leishmania donovani (FEITOSA et al., 2000). No Brasil a LV é causada pela Leishmania chagasi sendo o principal vetor o flebotomíneo Lutzomia longipalpis e, cães e raposas, são os reservatórios domésticos e silvestres mais importantes (OLIVEIRA et al., 2005). As espécies de flebotomíneos L. cruzi (SANTOS et al., 1998) e L. forattinii (PITA-PEREIRA et al., 2008) foram também incriminadas como vetores no Mato Grosso do Sul. Os flebótomos se infectam ao picar o animal portador da doença. No vetor, o parasito se desenvolve no tubo intestinal para a forma promastigota, e essa, é introduzida nos mamíferos através da picada, transformando-se na forma amastigota por divisão binária, e se multiplicando em células do sistema fagocítico mononuclear na medula ósse, baço, fígado e pele. (RATH et al., 2003). A leishmaniose visceral está distribuída no mundo, principalmente em regiões tropicais e subtropicais da Ásia, Oriente Médio, África e Américas (CALDAS et al., 2001). A doença já foi descrita em pelo menos 12 países da América Latina, sendo que 90% dos casos acontecem no Brasil, principalmente na região Nordeste, com elevada taxa de letalidade. Segundo Pita-Pereira et al. (2008) nas últimas duas décadas a doença se tornou um dos maiores problemas de saúde no país pelo aumento no número de casos.o Ministério da Saúde notificou 56.785 casos de LV entre 1990 e 2008, onde 73% dos casos ocorreram no nordeste do Brasil, com uma média de 2.310 casos por ano (DANTAS-TORRES, F.; BRANDÃO-FILHO, S. P., 2006; CABRERA et al., 2003; NOGUEIRA et al., 2009; SILVA, 2009). A leishmaniose visceral, tanto canina quanto humana, encontram-se em expansão no Brasil, sendo ausente apenas na região sul. Atualmente tem sido considerada uma doença re-emergente, caracterizando-se por processo de transição epidemiológica. Vários fatores epidemiológicos são citados para justificar o aumento da incidência: áreas que se urbanizam rapidamente nas regiões do nordeste e sudeste, o convívio próximo com o cão, constante processo migratório, o desmatamento acentuado e a ocupação das matas residuais e encostas nos centros urbanos (CAMARGO et al., 2007; IESBICH, 2008; MARZOCHI, 1989) e o aumento do número de vetor. Para WHO (2002), alem do êxodo rural e o aumento da população urbana, outros fatores servem de estímulo para domiciliação do vetor como as questões socioeconômicas e as condições higiênicos-sanitárias da população. Segundo Alves, A. L.; Bevilaqua, C. M. L.; Franco, S. O., (1998) a doença ocorre sobretudo após períodos de estiagem, onde cresce a população de flebótomos e consequentemente a transmissão da doença. Esse fato ressalta a marcante influência climática no processo de transmissão do parasito. Os estudos dos casos humanos têm revelado a ocorrência de um processo de urbanização da LV no Brasil, incluindo a periferia de cidades de médio e grande porte do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, onde o vetor encontra condições ambientais para sua manutenção (GONTIJO, 2004; CALDAS et al., 2001). O cão pode apresentar variações no quadro clínico variando de animais aparentemente sadios (assintomáticos) a oligossintomáticos podendo chegar a forma sintomática da doença, com intenso parasitismo cutâneo (MONTEIRO et al., 2005). Acredita-se que em áreas com alto índice de infecções em cães, a prevalência na população humana varie de 1% a 2% (FEITOSA et al., 2000). Segundo os registros da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) aproximadamente 2,5% (9.893/392.914) da população canina de Pernambuco apresenta sorologia positiva. A região Nordeste é a que tem a mais alta prevalência. Amora et al (2006) avaliou áreas endêmicas no Rio Grande do Norte e diagnosticaram 45% de animais positivos na zona rural e 35%

na zona urbana. Matos et al (2006) obtiveram uma prevalência de 28% em cães com sintomatologia clinica sugestiva de leishmaniose visceral atendidos no Hospital Veterinário da UFERSA. Entre estes, 58% estavam na faixa etária de 3 anos e eram provenientes da zona urbana da cidade de Mossoró. Dessa forma, a LV canina em Mossoró apresentou-se como uma doença urbana de animais adultos jovens. Em três distritos da cidade de Salvador-BA apenas 0,7% dos animais foram soropositivos no ELISA e RIFI (BARBOZA, 2009). Por outro lado, em São Luiz -MA de 62 cães analisados, 51,61% foram positivos sendo 36,68% eram polissintomáticos, 38,41% oligossintomáticos e 26,13% assintomáticos (SILVA ABREU, 2008). Alves et al (1998) em um levantamento epidemiológico realizado em Fortaleza -CE em cães aprendidos pelo Centro de Controle de Zonooses, obtiveram uma positividade 1,59% pela RIFI. Na cidade de Caicó-RN, a prevalência de leishmaniose visceral em cães domiciliares foi de 5,02%, e de 8,5% naqueles provenientes do Centro de Zoonoses (BATISTA, 2008). No Estado de Minas Gerais, a prevalência tem aumentado nos últimos15 anos. Atualmente, Belo Horizonte não possui bairros livres da doença. O mesmo tem se aplicado para outros municípios. Segundo Silva et al (2008) em um inquérito epidemiológico município Brumadinho-MG, de 772 cães testados pelo RIFI, a prevalência da LVC foi de 22,2% na localidade do Inhotim, 11,0% em Piedade do Paraopeba, 12,3% no São Conrado, 8,0% em Casa Branca e 8,5% na Cohab, indicando que Brumadinho está numa área endêmica e em expansão da LVC, como ocorre em Belo Horizonte. Na cidade Poxoréo-MG a prevalência foi de 7,8% (AZEVEDO et al., 2008) e de 3,4% em Cuiabá -MG (ALMEIDA, 2009). Mattos et al (2004) obteve 50% de animais positivos de 18 cães apreendidos na rua e recolhidos pelo Centro de Controle e Zoonoses (CCZ) na Cidade de Niterói-RJ. Na Paraíba, 19,65% dos animais do Centro de Controle de Zoonoses de João Pessoa foram sorologicamente positivos para LVC (NÓBREGA, 2010). A estratégia de controle está centrada na identificação e eliminação dos reservatórios, principalmente o cão, aplicação de inseticidas para eliminação do vetor, diagnóstico e tratamento adequado dos casos registrados. As medidas de controle usualmente empregadas não tem apresentado efetividade suficiente para redução da prevalência, ainda que importantes avanços tenham sido alcançados na redução da letalidade (BRASIL, 2002). De acordo com Oliveira et al. (2008) o uso de inseticidas residuais no interior das casa e abrigos de animais é eficaz para reduzir a população dos flebótomos e desta forma a transmissão parasitária. MATERIAL E MÉTODOS Local de Execução O projeto foi executado nos municípios de Cajazeiras, Uiraúna, e Sousa, localizados na Mesorregião do Sertão Paraibano (Figura 1). Cajazeiras dista cerca de 476 km de João Pessoa, a capital do Estado. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2010 a população foi de 58.437 habitantes. A sede tem uma temperatura média anual entre 23 C e 30 C e na vegetação do município predomina a caatinga. Seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,685, considerando como médio em relação ao estado. Uiraúna teve a população estimada em 2010 em 14.584 habitantes. A pluviosidade em média é aproximadamente de 300 a 500 ml ao ano. O município não possui rios perenes, apenas destaca-se o Rio do Peixe, intermitente. Sousa é o terceiro maior município do estado em extensão territorial. Sua população recenseada em 2010 foi de 65 803 habitantes.

Figura 1. Localização dos Municípios de Paraibanos onde foram realizadas as coletas das amostras, com indicação da população residente total. Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010. Amostragem Para o cálculo do número amostral foram considerados os parâmetros: (a) prevalência esperada; (b) erro absoluto e (c) nível de confiança, de acordo com a fórmula para amostras aleatórias simples (NOORDHUIZEN et al., 1997; THRUSFIELD, 1995): n = Z2 x P(1 - P)/d2 Onde: n = número de animais a serem utilizados Z = valor da distribuição normal para o nível de confiança de 95% Z = 1,96 P = prevalência esperada P = 50% d = erro absoluto d = 10% Foi utilizado o programa SPSS 13.0 for Windows para o cálculo da especificidade, sensibilidade e valor Kappa. Questionário Epidemiológico Os proprietários dos cães responderam a um questionário epidemiológico que foi elaborado com o objetivo de verificar a ausência ou presença de algumas práticas e condições que pudessem atuar como possíveis fatores de risco para a leishmaniose visceral canina (Anexo). Obtenção das Amostras Fizeram parte do experimento cães de diferentes faixas etárias, machos e fêmeas, com ou sem carrapatos, provenientes de diferentes bairros da cidade, coletados aleatoriamente. A colheita do

material biológico foi realizada por venopunção cefálica, em um total de 5 ml de sangue, com o auxílio de seringa de 5 ml BD e agulhas 25 X 8 mm BD. O sangue coletado foi depositado imediatamente em tubo de ensaio plástico contendo o anticoagulante citrato de sódio (4%). Após a coleta, o material foi encaminhado para o Laboratório de Biologia Molecular do Semiárido, da UFCG, campus de Patos PB e a amostra foi mantida sob refrigeração overnight para separação de alíquota do plasma e realização do ensaio imunoenzimático. Ensaio Imunoenzimático (ELISA) O teste sorológico foi realizado no Laboratório de Biologia Molecular do Semiárido Paraibano do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR), da Universidade Federal de Campina Grande, campus Patos-PB. O Kit utilizado foi ELISA S7, autorizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, possuindo uma alta sensibilidade é especificidade. O protocolo foi realizado de acordo com as instruções do fabricante (Biogene Indústria e Comércio Ltda, Recife-PE). RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram coletadas amostras de 98, 89 e 97 animais dos municípios de Cajazeiras, Sousa e Uiraúna, respectivamente. As soroprevalências encontradas em Cajazeiras, Sousa e Uiraúna foram de 19,4%, 10,1% e 15,5%, respectivamente. A prevalência do calazar canino varia bastante em função da região estudada. Azevedo et al. (2008) observaram prevalência de 7,8% na cidade de Poxoréo MT. Entretanto resultados inferiores foram encontrados por Barbosa et al (2009) em Salvador BA, Batista (2008) em Caicó RN, Alves et al (1998) Fortaleza CE, Almeida (2009) Cuiabá MG que obtiveram 0,7%, 5,02%, 1,59%, 3,4% de positividade, respectivamente. Resultados superiores foram relatados por Amora et al (2006) no Rio Grande do Norte onde a prevalência da área rural foi 45% e a urbana e 34%. Em São Luiz - MA a positividade foi de 51,6% (SILVIA ABREU et al., 2008). Mattos et al (2006), em Mossoró RN, obtiveram 28% de prevalência em animais atendidos no Hospital Veterinário da UFERSA e, na Paraíba, NÓBREGA (2010) encontrou 19,65% dos animais positivos para LVC no Centro de Controle de Zoonoses de João Pessoa. A prevalência observada em animais atendidos em Hospitais Veterinários e Centros de Zoonoses, normalmente, são superiores as dos respectivos municípios uma vez que quando os cães são levados a esses locais já apresentam alguma lesão sugestiva. Na análise univariada de fatores de risco para a infecção por leishmaniose visceral estatisticamente significativos foram: contato com animais silvestres, contato com outros animais e a presença de carrapatos. O fator de risco identificado na análise multivariada por regressão logística múltipla foi a presença de carrapatos (odds ratio = 3,6276; IC 95% = 1,71 7,71; p = 0,0008 ) ( Tabela 2). Há relatos da infecção de carrapatos por Leishmania chagasi e L. donovani, mas ainda há controvérsias se estes transmitem a doença. Entretanto, Coutinho et al. (2005) mostrou que é possível infectar hamsters por via oral através da administração de macerado de Rhipicephalus sanguineus e Paz et al.,(2010) verificou que a probabilidade de um cão soropositivo para calazar é 53% maior naqueles infestados por carrapato, que está em desacordo com Dantas-Torres et al. (2010) que não encontrou associação entre positividade sorológica e infestação por Amblyomma ovale e R. sanguineus.

Tabela 1. Análise univariada de fatores de risco associados com a soropositividade para leishmaniose visceral cães dos municípios de Cajazeiras, Sousa e Uiraúna, Paraíba. VARIÁVEIS VALOR DE P Escolaridade 0,6741 Renda 0,6158 Sexo 1,0000 Idade* 0,259 Raça 0,572 Criação 0,593 Alimentação 0,6365 Contato com Equídeos 1,0000 Contato com Silvestres 0,0372* Contato com Felinos 0,645 Contato com Cães 0,868 Contato com Suíno 1,0000 Contato com outros animais* 0,026* Ambiente onde vive 0,602 Limpeza do ambiente 0,478 Frequência da limpeza 0,1630 Vacinas 0,633 Quais vacinas 0,8158 Vermifugação 0,379 Carrapatos* 0,001* * Variáveis selecionadas e usadas na análise univariada p<0,05 Tabela 2. Análise multivariada de fatores de risco associados com a soropositividade para leishmaniose visceral cães dos municípios de Cajazeiras, Sousa e Uiraúna, Paraíba. Intervalo de Confiança Variável Odds ratio Valor de p 95% Contato com Silvestres Contato com outros animais 0,0002 0,00-0,9573 0,5612 0,07 4,71 0,5947 Carrapatos 3,6276 1,71 7,71 0,0008 CONCLUSÃO A soroprevalência para leishmaniose visceral canina está elevada em municípios da mesorregião do sertão paraibano e estudos adicionais são necessários para verificar a participação do carrapato no ciclo biológico do parasito. AGRADECIMENTOS À UFCG pela concessão da bolsa PIVIC.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA CAMPUS DE PATOS QUESTIONÁRIO EPIDEMIOLÓGICO N I DADOS DO PROPRIETÁRIO 1- Nome: 2- Endereço: Cidade: 3- Bairro: CEP: 4- Telefone: 5- Grau de escolaridade: ( ) Analfabeto ( ) 1 grau incompleto ( ) 1 grau completo ( ) 2 grau incompleto ( ) 2 grau completo ( ) 3 grau incompleto ( ) 3 grau completo 6- Renda familiar ( ) Menos de 2 salário mínimo ( ) 2 a 4 salários mínimos ( ) 5 a 6 salários mínimos ( ) Mais de 6 salários mínimos II DADOS DO ANIMAL 7- Nome: 8- Sexo: ( ) Macho ( ) Fêmea 9- Idade: ( ) 6 12 meses ( ) 12 24 meses ( ) 24 48 meses ( ) 4 6 anos ( ) Acima de 6 anos 10- Raça: ( ) Sem raça definida ( ) Com raça definida Qual? III MANEJO 11- Tipo de criação: ( ) Domiciliar ( ) Semi-domiciliar ( ) Solto 12- Alimentação : ( ) Ração comercial ( ) Alimento preparado em casa ( ) Ambos Que ração?

13- Tem contato com outros animais? ( ) sim ( ) não 14 Se sim, com quais? ( ) Equídeos ( ) Silvestres ( ) Felinos ( ) Cães ( ) Suínos 15- Existem outras formas de contato? ( ) Animais em casa ( ) Vizinhos tem animais ( ) O seu animal vai ao petshop ( ) Passeios constantes 16- Qual o ambiente onde o animal é criado? ( ) Terra ( ) Cimento ( ) Terra/cimento 17- É realizada limpeza ou desinfecção do local? ( ) Sim ( ) Não 18- Com que frequência? ( ) Diária ( ) Semanal ( ) Quinzenal ( ) Mensal 19- O animal tomou alguma vacina? ( ) Sim ( ) Não 20- Se sim, quais? ( ) Antirrábica ( ) Contra viroses ( ) Ambos 21- O animal já foi vermifugado? ( ) Sim ( ) Não 22- Se sim, quando? 23- O animal apresenta ou já apresentou carrapatos? IV EXAME FÍSICO - Aspecto geral do animal: ( ) Sim ( ) Não