A LIBIDO DA MULHER IDOSA PERANTE O MITO DA VELHICE ASSEXUADA

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Transcrição:

A LIBIDO DA MULHER IDOSA PERANTE O MITO DA VELHICE ASSEXUADA Maurício Caxias de Souza (1); Graciela Maria Caneiro Maciel (2) ¹Faculdade Maurício de Nassau. E-mail: mauriciocaxias_@hotmail.com; ²Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: gra_maciel@hotmail.com INTRODUÇÃO De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2025 o Brasil será o sexto país no mundo com o número maior de pessoas idosas, contendo na atualidade uma população de estimados 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos ou exatos 60, de acordo com um censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística realizado em 2007(¹). Com a estruturação da modernidade e do significado aumento da expectativa de vida da população surge à necessidade discutória de temáticas variadas como a da sexualidade na intitulada melhor idade. A sexualidade antes era vista como um tabu que começa a ser discutida nos meios acadêmico e social. Essa mudança deve-se a influência de três fatores: a vida sexual exonerou como função singular a procriação tornando-se uma fonte de realização para indivíduos de diversas idades; o número de pessoas que chegam à terceira idade em condições físicas satisfatórias obteve um aumento, para o sexo e ao aparecimento da AIDS, direcionando a sociedade a uma reflexão a sexualidade e a necessidade de mais informação. Porém, para uma parte significativa da população a velhice ainda é vista como uma fase assexuada da vida, que, deste modo, provoca nas pessoas idosas a repressão de seus impulsos sexuais, sobretudo nas mulheres(²). É abordado um estudo que envolve 4.753 ginecologistas brasileiros que a diminuição do desejo sexual estava entre os principais motivos da procura pelas consultas. Além disso, a cerca de 25% a 33% das mulheres com idade entre 35 e 59 anos expressam disfunções sexuais, entre 60 e 65 anos estes percentuais variam de 51% a 75%. Diante da exposição, o objetivo do presente trabalho é discutir os

fatores que interferem na libido da mulher enquanto pessoa idosa, tendo como objetivos específicos: fazer à pontuação as alterações anatômicas e fisiológicas que ocorrem no corpo da mulher idosa; refletir perante os fatores sociais e psicológicos que interferem na sexualidade da mesma e colocar soluções para desmistificar o conceito de velhice assexuada(³). METODOLOGIA Este trabalho consiste numa revisão integrativa, tendo como fontes de pesquisa: livros, artigos e revistas científicas, os quais estruturaram a base para a formulação de ideias conforme a construção do presente trabalho, com o objetivo de discutir a temática abordada. Sendo assim, a revisão integrativa consiste no: Levantamento da literatura relevante, já publicada na área, que serve de base à investigação do trabalho proposto. Não é uma simples transcrição de pequenos textos, mas uma discussão sobre as ideias, fundamentos, problemas, sugestões dos vários autores pertinentes e selecionados, demonstrando que os trabalhos foram devidamente examinados e criticados. Para a seleção dos artigos, foram realizadas pesquisas na base de dados do Scielo, sendo utilizadas como palavras chaves: terceira idade, mulher, libido, sexualidade, idoso. Foram encontrados 50 artigos, sendo selecionados 10. No entanto, para a elaboração do trabalho foram 07 utilizados, os critérios utilizados para a seleção foram: acesso ao texto todo; textos em português e textos que abordassem o tema proposto. Além disso, foram utilizados 05 livros e 01 pesquisa documentada do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. RESULTADOS E DISCUSSÃO O desejo sexual ou libido é a forma de desejo que é acompanhada no homem pela ereção e na mulher pela lubrificação. Ademais, a sexualidade é considerada um aspecto importante no padrão de qualidade de vida tanto dos homens quanto das mulheres. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) ao longo da fase de climatério surgem

modificações anatômicas, fisiológicas e psicossociais que interferem de forma importante na mulher, denunciando a deficiência de estrogênio e configurando, assim, a chegada da terceira idade (4). O ciclo vital da mulher possui períodos de transição o climatério estrutura o mesmo, tendo como característica variadas alterações metabólicas, psicológicas ou sociais( 5 ). Os estereótipos para com os idosos, sobretudo a mulher idosa, não são fisicamente atraentes, não caracterizados por interesse sexual ou não são capazes de sentir algum tipo de estímulo sexual,ainda são complexamente difundidos na sociedade atual (6). Para tanto, mesmo em uma sociedade onde exposta de forma dita moderna a sexualidade com relação ao idoso ainda é vista como um tabu ou assunto intocável. Sendo assim, a sexualidade do idoso, no caso em questão, da mulher idosa sofre interferência de fatores anatômicos, fisiológicos, psicossociais e culturais. O envelhecimento para com a pele tende a perder a umidade e elasticidade. Sendo assim, a rigidez alcança a camada epitelial. A alteração sofrida no sistema reprodutor da mulher tem influencia no desejo e também na frequência das relações sexuais. O déficit de estrogênio causa um estreitamento da vagina, uma deficiência de elasticidade dos tecidos, a diminuição dos pelos pubianos e um menor volume de lubrificação da vagina durante a excitação sexual. Na menopausa a mulher pode acusar disfunções urogenitais devido à atrofia do tecido epitelial, dos vasos e dos músculos como consequência do déficit de estrogênio, em vista como principal sintoma para essas disfunções a incontinência urinária, que atinge 25% dessas mulheres. A libido sexual está inserida na realidade psicossomática, que insiste na organicidade hormonal (7). A eclosão bioquímica do desejo interliga-se as condições circunstanciais e emocionais; os incontáveis estímulos do desejo são peculiares para cada sujeito. Com relação ao toque de todo o corpo os estímulos táteis relacionados especialmente das partes erógenas, os de modo visual (nudez, roupas e enfeites), os auditivos (perfumes), e os cognitivos (fantasias, lembranças) (8). Essas chamadas alterações corporais afetam diretamente a autoimagem feminina, favorecendo uma breve menor autoestima e a perda do desejo sexual. Os hormônios tem uma forte influência perante a libido, onde os níveis de estrogênios prudentes por determinar e conservar a direção, frequência e interesse dos contatos

sexuais. Os níveis de testosterona da mulher variam de acordo com a sua idade, onde o pico é alcançado nos anos reprodutivos primários e então ao passar dos anos diminuem. Este fato é tido como importante perante de que a testosterona e o desejo sexual estarem relacionados, ou seja, quanto mais presente o nível de testosterona maior será a libido, fantasias, o desejo sexual e orgasmos. Deste modo, explica-se, em parte, a razão da diminuição do prazer sexual durante a menopausa e senilidade. Uma abordagem de estudo realizada por Oliveira, et. al. na cidade de Aracaju (SE) com 21 mulheres em igualdade de idade ou superior a 50 anos demonstrou que o índice de vida sexual ativa após a menopausa. Das 21 entrevistadas, 71% afirmaram ter vida sexual ativa, porém 29% afirmaram não possuir. Entre as mulheres que não possuem vida sexual ativa, houve várias explicações sobre o feito: desinteresse 10% (2), vergonha 10% (2), medo 5% (1), constrangimento familiar 16% (3), por não se sentir desejada 16% (3), problemas com parceiro 11% (2), e outros motivos 32% (6). De tal modo, o estudo mostra que o percentual de mulheres com vida sexual ativa após menopausa é muito pequeno, isto deve-se em grande parte ao desejo sexual reduzido, que é muito comum ocorrer nesta fase da vida, estando relacionado em alguns casos com os aspectos psicológicos e fisiológicos (9). De modo que é colocado um ditado que envelhece-se como se viveu. É prevalente e elevado o acometimento de transtornos psicopatológicos nas pessoas idosas, como são a Depressão ou os Transtornos de Ansiedade e a existência de estressores frequentes na velhice, como por exemplo, a perda do cônjuge, o nível socioeconômico ou a presença de problemas de saúde na família, contribui também para uma diversidade de dificuldades na atividade e interesse sexual (8). Além do que, a sociedade também acaba por uma não contribuição para que as mulheres idosas possam se manifestar livremente na totalidade da sua sexualidade, seja pelo contundente negativismo cultural no que diz respeito ao sexo na velhice, ou seja, no reflexo de uma atitude simples de rejeição do indivíduo pelo fato de ser uma pessoa idosa, o que acaba tomando para si o estereotipo cultural negativo da pessoa anciã como um assexuado inválido. A sociedade costuma medir a atividade sexual de acordo com o coito e, como a frequência com que este ocorre uma vez que é menor na melhor idade, muitas pessoas

idosas optam, progressivamente, pela abstinência. Para a maioria dos idosos a família tem um peso significativo em relação à sexualidade, pois a mesma pode chegar a ser a causa inibidora dos seus sentimentos (10). CONSIDERAÇÕES FINAIS Perante o que foi colocado e exposto é pertinente voltar à atenção para a terceira idade principalmente nas questões que dizem respeito à sexualidade. As políticas públicas voltadas à pessoa idosa devem considerar as alterações fisiológicas e psicossocioculturais, desmistificando conceitos estruturados de preconceitos e opressões, que, além disso, é importante a realização de programas de educação sexual voltado para o público competente as pessoas idosas, pois o interesse sexual deles é mais amplo do que se pensa ou do que se possa imaginar. Como supracitado existem mulheres que apresentam redução do desejo sexual após a menopausa. Fato que de tal modo, é importante questionar se esta perda é real, surreal ou apenas uma inverdade para encerrar sua vida sexual que foi insatisfatória. Se antes da menopausa a mulher tinha prazer sexual, continuará com regularidade na atividade sexual. Além do mais, não é comprovada que a relação sexual passa a ser insatisfatória mesmo após o climatério, claro que nos casos em que existia prazer antes. A frente dessa situação é preciso o aprendizado no envelhecimento com qualidade, percebendo as modificações do organismo como algo natural e esperado que não inviabilize ou impeça o exercício saudável e prazeroso da sexualidade na terceira idade. REFERÊNCIAS 1. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Síntese de Indicadores Sociais Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira, PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), 2007. 2. PAPALÉO NETTO, M. Gerontologia: a velhice e o envelhecimento uma visão globalizada. São Paulo: Atheneu; 1999.

3. LORENZI, D. et. al. Frequência da atividade sexual em mulheres menopausadas. Revista da Associação Médica Brasileira. Caxias do Sul, RS. 2006; 52(4): 256-60. 4. PAPALÉO NETTO, M. Gerontologia: a velhice e o envelhecimento uma visão globalizada. São Paulo: Atheneu; 1999. 5. FERNANDEZ, M. R.; GIR, E.; HAYASHIDA, M. Sexualidade no período climatérico: situações vivenciadas pela mulher. Rev. esc. enferm. USP. June. 2005, 39(2): 129-135. 6. ALMEIDA, T; LOURENÇO, M. A. Amor e sexualidade na velhice: direito nem sempre respeitado. Universidade de Passo Fundo, 2008. 7. POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Fundamentos de Enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1999. 8. FREITAS, E. V. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan; 2002. 9. BULCÃO, B. et al. Aspectos fisiológicos, cognitivos e psicossociais da senescência sexual. Ciências & Cognição. 2004, 1:54-7. 10. BRUNNER, L. S.; SUDDARTH, D. S. Tratado de Enfermagem Médico-cirúrgica, v.1. 10. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005.