REFORMA TRABALHISTA Reunião UGT
Aumento da multa pelo não registro de trabalhadores: CLT PL 6787/2016 O valor da multa administrativa para as empresas que não registram seus empregados é de um salário mínimo regional; (atualmente, o valor é de R$ 402,00 (quatrocentos e dois reais). O valor da multa administrativa para as empresas que não registram seus empregados é de R$ 6.000,00 (seis mil reais); Às microempresas ou empresas de pequeno porte, que ficarão sujeitas à multa de R$ 1.000,00 (mil reais) por empregado não registrado.
Aumento da multa pelo não registro de trabalhadores: CLT PL 6787/2016 Na hipótese de não serem informados os dados a que se refere o parágrafo único do art. 41, como qualificação civil ou profissional de cada trabalhador, dados relativos à sua admissão, duração e efetividade do trabalho, férias, acidentes, etc, o empregador estará sujeito à multa de R$ 1.000,00 (mil reais) por cada empregado prejudicado.
Comentários MP 765/2016 - Art. 15. Ficam instituídos o Programa de Produtividade da Auditoria-Fiscal do Trabalho e o Bônus de Eficiência e Produtividade na Atividade Auditoria-Fiscal do Trabalho, com objetivo de incrementar a produtividade nas áreas de atuação dos ocupantes do cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho. 4 o A base de cálculo do Bônus de Eficiência e Produtividade na Atividade Auditoria-Fiscal do Trabalho será composta por cem por cento das receitas decorrentes de multas pelo descumprimento da legislação trabalhista, incluídos os valores recolhidos, administrativa ou judicialmente, após inscrição na Dívida Ativa da União.
Alteração nas regras do trabalho em regime de tempo parcial: CLT PL 6787/2016 O trabalho em regime de tempo parcial é aquele cuja duração não exceda a 25 (vinte e cinco) horas semanais, vedado a prestação de horas extras; O trabalho em regime de tempo parcial é aquele com duração de até 30 (trinta) horas semanais, vedada a prestação de hora extra, ou 26 (vinte e seis) horas semanais, podendo haver a prestação de no máximo 6 (seis) horas extras por semana.
Comentários Verifica-se, portanto, que a redação do projeto é contraditória e confusa. A proposta veda a prestação de hora extra quando a jornada for de 30 horas semanais, mas permite a prestação de 6 horas extras por semana na jornada de 26 horas, podendo a jornada chegar a 32 horas por semana.
Representação de trabalhadores no local de trabalho: CF/88 PL 6787/2016 A CF prevê que nas empresas de mais de 200 (duzentos) empregados, é assegurada a eleição de um representante dos trabalhadores, com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores (art. 11). O PL traz a regulamentação da eleição de representante dos trabalhadores no local de trabalho, que terá a prerrogativa de participar na mesa de negociação do acordo coletivo e o dever de atuar na conciliação de conflitos trabalhistas no âmbito da empresa, inclusive quanto ao pagamento de verbas trabalhistas, no curso do contrato de trabalho, ou de verbas rescisórias.
Comentários Cumpre registrar que a maioria das empresas não estará abrangida por esta regra. Isso porque, segundo dados do IBGE, a média de trabalhadores por empresa no Brasil, em 2014, era de 26 empregados (o gráfico dos dados pode ser obtido no endereço: /system/uploads/ck/images/ibge/jpg). Além disso, o próprio PL prevê que os candidatos à eleição de representante de trabalhadores no local de trabalhos não precisam ser sindicalizados, sendo desnecessária a atividade sindical.
Prevalência do negociado sobre o legislado: a proposta do PL 6787/2016 prevê que as normas coletivas terão força de lei quando dispuser sobre: Parcelamento das férias; Jornada de trabalho; Horas in intinere; Intervalo intrajornada de no mínimo 30 minutos; Ultratividade dos instrumentos coletivos; plano de cargos e salários; adesão ao PSE Programa de Seguro-Emprego; regulamento empresarial; banco de horas; trabalho remoto; remuneração por produtividade; registro de jornada de trabalho; participação nos lucros e resultados (PLR);
Parcelamento das férias CLT PL 6787/2016 Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em dois períodos, um dos quais não poderá ser inferior a dez dias. Parcelamento das férias em até três vezes, com pagamento proporcional aos respectivos períodos, sendo que uma das infrações deve corresponder a ao menos duas semanas de trabalho
Jornada de trabalho CLT PL 6787/2016 A jornada padrão, atualmente, é de 8 horas diárias e 44 horas semanais. Jornada de Trabalho com limitação de 12 horas diárias e 220 horas mensais
Horas in itinere PL 6787/2016 As horas in itinere são horas extras que se caracterizam no trajeto do empregado quando se desloca de sua residência ao trabalho e vice versa, nos casos em que o empregador fornece o transporte porque não existe transporte na região do empregado. Esse direito foi instituído legalmente na CLT quando o artigo 58, parágrafo 2º foi alterado pela lei 10.243 de 19/06/2001. De acordo com o PL 6787/2016 poderá ser objeto de instrumento coletivo de trabalho (convenção ou acordo) as horas in itinere, o qual terá força de lei.
Horas in itinere PL 6787/2016 Recentemente, o Supremo Tribunal Federal, no Recurso Extraordinário n. 895.759, reformou decisão do Tribunal Superior do Trabalho, tendo por objeto as horas extras e horas in itinere. A USINA CENTRAL OLHO DAGUA S/A, autora do recurso, alegava que firmou acordo, aprovado pelo sindicato, no qual trocou as horas extras por outros benefícios. O STF considerou legal o trato entre as partes e ressaltou que as outras coisas oferecidas compensam a perda das horas extras. A decisão do STF veio como a confirmação de um entendimento que parece estar se firmando: fazer prevalecer o acordo entre empresa e sindicato sobre a legislação.
Intervalo intrajornada CLT PL 6787/2016 Pela legislação vigente em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda 6 horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 hora, podendo acordo ou convenção coletiva prevê intervalo maior. De acordo com o PL a convenção e acordo coletivo de trabalho poderão dispor sobre o intervalo intrajornada, que terão força de lei, respeitando somente o limite de 30 minutos.
Ultratividade da norma coletiva PL 6787/2016 Súmula 277 do Tribunal Superior do Trabalho: estabelece que as cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho. Portanto, somente com novo instrumento coletivo de trabalho é que o anterior perderá sua vigência, ainda que decorrido o prazo.
Ultratividade da norma coletiva PL 6787/2016 Em 14/10/2016, o STF concedeu medida cautelar para suspender todos os processos e efeitos de decisões no âmbito da Justiça do Trabalho que discutam a aplicação da ultratividade de normas de acordos e de convenções coletivas, já constituindo um retrocesso dos direitos trabalhistas.
Ultratividade da norma coletiva PL 6787/2016 O projeto de lei estabelece que os instrumentos coletivos terão força de lei quando dispuserem sobre a ultratividade da norma ou do instrumento coletivo, levando para o âmbito de discussão entre trabalhador e empregador a possibilidade de a convenção ou o acordo ter sua vigência estendida até a celebração de novo instrumento.
Adesão ao Programa de Seguro Emprego PSE PL 6787/2016 Os empregados abrangidos pelo PSE, caso seja feita a adesão mediante acordo coletivo, sofrerão decréscimo remuneratório e de carga horária laboral de até 30% (art. 5º caput), fazendo jus à compensação a ser custeada pelo Fundo de amparo ao Trabalhador FAT.
Alterações no contrato de trabalho temporário: LEI Nº 6.019/1974 PL 6787/2016 O trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, nas seguintes hipóteses: atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente; ou acréscimo extraordinário de serviços. Possibilita que o trabalho seja prestado por pessoa física a: empresa de trabalho temporário; diretamente a empresa tomadora de serviço; ou cliente. Configura como acréscimo extraordinário de serviços, entre outros, aquele motivado por alteração sazonal na demanda por produtos e serviços.
Alterações no contrato de trabalho temporário: LEI Nº 6.019/1974 PL 6787/2016 O contrato de trabalho não poderá exceder ao prazo de 90 (noventa) dias; O contrato de trabalho poderá ter duração de até 120 (cento e vinte) dias, podendo ser prorrogado por mais 120 (cento e vinte) dias.
Comentários A sazonalidade como configuração de serviço extraordinário pode ser interpretada como qualquer alteração que influi nos lucros da empresa. No projeto, essa sazonalidade não está bem conceituada, dando margem para efetuação do trabalho temporário a qualquer tempo; O novo parágrafo traz a possibilidade de contratação temporária por tempo indeterminado, limitando apenas à concessão de aposentadoria.