PERFIL DOS HOSPITAIS EM RELAÇÃO AO USO DE FÓRMULAS ENTERAIS NAS CIDADES DE UBERLÂNDIA, UBERABA E ARAGUARI- MG. RESUMO Introdução:Nutrição enteral (NE) é definida como alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.o mercado possui grande variedade de fórmulas para uso enteral,entretanto, o critério essencial na seleção da fórmula enteral baseia-se em diversos dados clínicos, entre eles a capacidade digestiva e absortiva, o estado nutricional e metabólico do paciente, que norteiam as necessidades nutricionais individualizadas.objetivos:conhecer o perfil dos hospitais em relação ao uso de formulas enterais padrão, especializada, sistema aberto e sistema fechado, nas cidades de Uberlândia, Uberaba e Araguari no estado de Minas Gerais. Metodologia:Este é um estudo transversal em que a coleta de dados foi realizada por meio de um levantamento de dados a partir de relatórios mensais do consumo dos hospitais em relação ao uso de fórmulas enterais.conclusão: Observou-se que a maioria dos hospitais está no caminho certo em relação ao perfil de formulas enterais, já que utilizam fórmulas especializadas e padrão, porém é necessário ressaltar que a utilização de dieta enteral sistema aberto não é recomendado em virtude do risco de contaminação aumentado. PALAVRAS-CHAVE: Hospitais,fórmula enteral padrão, fórmula enteral especializada.
1 INTRODUÇÃO Nutrição enteral (NE) é definida pela ANVISA como alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2000). As dietas enterais, no seu pioneirismo, eram pouco planejadas em relação às necessidades nutricionais, bem como aos nutrientes mais apropriados para atendêlas. Nesta época, a NE era feita com a utilização de dietas artesanais, que era constituída pelos alimentos utilizados na dieta via oral, porém, liquidificados (HENRIQUES, 1999). As contaminações, diarreias, a falta de estabilidade e incerteza da formulação química das dietas artesanais, estimularam o desenvolvimento das dietas enterais industrializadas, que proporcionaram maior segurança na prática clínica (LAMEU, 2005). Genericamente, as dietas enterais industrializadas são classificadas em: 1) fórmula enteral padrão e 2) fórmula enteral especializada ou modificada. As fórmulas enterais padrão são constituídas de nutrientes na sua forma intacta, em quantidades próximas as recomendações para um individuo normal. As fórmulas enterais especializadas diferenciam- se das padrões pela ausência, redução, aumento ou adição de nutrientes específicos de acordo com estado clínico do paciente (CEREDA, 2009). O mercado dispõe de grande variedade de fórmulas para uso enteral, que encontramos em duas formas de apresentação: a) sistema aberto, onde a dieta é manipulada na hora da preparação e/ou na administração da mesma, pode ser pó (que deverá ser reconstituído em água) e líquida pronta para o uso, ocorrendo assim maior possibilidade de contaminação e b) sistema fechado, em que não há manipulação, ou seja, a dieta está na forma liquida pronta para o uso(cereda, 2009). entretanto, O critério essencial na seleção da fórmula enteral, entretanto, baseia-se em diversos dados clínicos, entre eles a capacidade digestiva e absortiva, o estado nutricional e metabólico do paciente que norteiam as necessidades nutricionais
individualizadas. De acordo com estas variáveis, a seleção da fórmula enteral considera a sua densidade energética, presença ou não de fibra, o grau de hidrólise da proteína e do lipídeo, distribuição energética do lipídeo e do carboidrato, além da restrição ou acréscimo de nutrientes específicos(silva, 2003). Nos países como o Brasil, o uso de dietas industrializadas cresce gradativamente (ARAÚJO, 2006). Uma estimativa não atualizada é que cerca de 50% dos hospitais brasileiros não as utilizam e, possivelmente, outros 20% as adquirem apenas em casos selecionados (ARAÚJO, 2006). Embora fórmulas industrializadas estejam disponíveis há mais de 20 anos, muitas instituições preferem usar as dietas enterais preparadas na unidade hospitalar, por razões econômicas e culturais (STEPHAN, 2003) ou, ainda, por questões logísticas (JONKERS, 2008). Portanto, o objetivo do presente trabalho foi conhecer o perfil dos hospitais em relação ao uso de formulas enterais padrão, especializada, sistema aberto e sistema fechado, nas cidades de Uberlândia, Uberaba e Araguari no estado de Minas Gerais. 2 METODOLOGIA Este é um estudo transversal com coleta de dados realizada por meio de levantamento de dados a partir de relatórios mensais do consumo dos hospitais em relação ao uso de fórmulas enterais. O relatório de consumo de dietas de sete hospitais foram analisados, sendo três na cidade de Uberlândia, três em Uberaba e um em Araguari tendo como serviço prestado de particular, com Convênios, concomitante com o Sistema Único de saúde ( SUS) e apenas com SUS. Os relatórios analisados foram de aquisição de dietas por estes hospitais por período de XXX???? (quantos) meses.foram cedidos pela empresa que fornece as fórmulas. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO No presente estudo, a tabela 1 mostra a relação dos hospitais de acordo com o tipo de atendimento prestado.
Tabela 1 Hospitais e seu sistema de atendimento. Cidade Hospitais Sistema de Atendimento Uberlândia A Convênios e Particular Uberlândia B Convênios e Particular Uberlândia C Convênios e Particular Uberaba D Convênios e Particular Uberaba E Convênios, Particular e SUS* Uberaba F Convênios, Particular e SUS Araguari G Exclusivamente SUS *SUS: Sistema Único de Saúde Através da Tabela 1 podemos observar que a maioria, ou seja, 4 dos hospitais analisados atendem convênios e pacientes particulares; 2 atendem todos os públicos (convênios, particular e SUS) e apenas 1 atende exclusivamente os pacientes do SUS. A Tabela 2 mostra os hospitais quanto ao uso de fórmulas enterais padrão e fórmulas enterais especializadas. Tabela 2 Hospitais e os tipos de fórmulas enterais. Cidade Hospitais Tipo de fórmula enteral Uberlândia A Padrão e Especializada Uberlândia B Padrão e Especializada Uberlândia C Padrão e Especializada Uberaba D Padrão e Especializada Uberaba E Padrão e Especializada Uberaba F Padrão e Especializada Araguari G Padrão e Especializada Observamos na Tabela 2 que todos os hospitais utilização tanto as fórmulas enterais padrão, quanto a especializada. Isto é um resultado extremamente satisfatório, pois mostra que todos os hospitais, sejam públicos ou privados estão aptos a atender aos diversos tipos de pacientes. Para conhecermos melhor o perfil do hospital, a Tabela 3 aponta quais os tipos de fórmulas especializadas são utilizadas.
Tabela 3 Tipos de fórmulas especializadas. Cidade Hospitais Tipo de fórmula especializada Uberlândia A Renal em dialise, Diabético, Paciente Critico, Idosos, Diarreia e Imunodeprimidos. Uberlândia B Renal em dialise, Diabético, Paciente Critico, Idosos, Diarreia e Imunodeprimidos. Uberlândia C Diabético e Paciente Critico. Uberaba D Renal em dialise, Diabético e Diarreia. Uberaba E Renal em dialise e Diabético. Uberaba F Diabético e Idosos. Araguari G Diabético e Diarreia. Observa-se que na Tabela 3 as formulas enterais especializadas para diabéticos são comuns em todos os hospitais demonstrando que o paciente diabético é publico bastante comum. Além disso, os hospitais que possuem e disponibilizam maior variedade de fórmulas são os localizados na cidade de Uberlândia. Ao avaliar qual o tipo de fórmula enteral é utilizada nos hospitais é necessário saber também qual o tipo de apresentação é usada. Na Tabela 4 é possível verificar esta informação. Tabela 4 Hospitais e a forma de apresentação usada de fórmulas enterais. Cidade Hospitais Apresentação da fórmula enteral Uberlândia A Apenas SF* Uberlândia B Apenas SF Uberlândia C Apenas SF Uberaba D Apenas SF Uberaba E SF e SA** Uberaba F Apenas SF Araguari G SF e SA *SF: sistema fechado; ** SA: sistema aberto Ao avaliar a Tabela 4 é possível verificar que dos 7 hospitais avaliados, apenas 2 fazem uso de fórmulas enterais sistema aberto. Edado é um resultado importante pois significa que a maioria possui um menor risco de contaminação das dietas do que os hospitais que fazem uso do SF. Em relação aos que utilizam AS podemos supor que esta maior aquisição e preferência esteja baseada no uso destas dietas para
pacientes do SUS, visto que o SUS busca um preço menor nas dietas e as dietas AS possuem custo meno que as SF. 4 CONCLUSÃO Neste trabalho foi possível verificar que entre os hospitais analisados a maioria prefere a aquisição e uso de fórmulas especializadas, pela ausência, redução, aumento ou adição de nutrientes específicos de acordo com estado clínico do paciente, ou fórmulas padrão, com quantidades próximas as recomendações para um individuo normal independente da patologia que o paciente apresenta. O uso de fórmulas de sistema fechado também compuseram a maioria das aquisições e uso em hospitais com exceção dos apoiados no sistema único de Saúde. Neste último caso o uso de fórmulas aberta, e com possível maior risco de contaminação, foram as de maior aquisição e consumo.
REFERÊNCIAS Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº. 63 de 06 de julho de 2000. Aprova o Regulamento Técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral. Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitária; 2000. ARAÚJO, E.M; MENEZES, H.C. Formulações com alimentos convencionais para nutrição enteral ou oral. Cienc. TecnolAliment. 2006;26:533-8. HENRIQUES, G.S; ROSADO, G.P. Formulação de dietas enterais artesanais e determinação da osmolalidade pelo método crioscópico. Rev Nutr. 1999;12:225-32. JONKERS, C.F. Dietas na nutrição enteral. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Rubio; 2008. p. 196-8. LAMEU, E. A história da nutrição enteral e parenteral no Brasil. In: Lameu E, editor. Clínica nutricional. Rio de Janeiro: Revinter; 2005. p. 15-8. SILVA, A.F.F; CAMPOS, D.J; SOUZA, M.H; SHIEFERDECKER, M.A. Capacidade da Terapia Nutricional Enteral em fornecer as Necessidades Calórico-protéicas ao Paciente. Disponível em:< http://www.sbnpe.com.br/>. Acesso em: 07 de set. 2014. STEPHAN,A.B;BRITO, S.; MONTONE, M. Perfil nutricional dos pacientes com terapia nutricional enteral em assistência domiciliária.revbras Home Care. 2003;93:26-8.