CIRURGIAS PERIODONTAIS

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Transcrição:

CIRURGIAS PERIODONTAIS Classificação das Técnicas Cirúrgicas empregadas em Periodontia I Quanto à área a ser atingida: - Gengivais - Periodontais - Mucogengivais II Quanto à intenção: - eliminação de bolsas - redução da profundidade de bolsas - estética - pré-protética - reconstrutiva III Quanto aos tecidos envolvidos: - Gengival - Gêngivo-periosteal - Gêngivo-mucoso - Gêngivo muco-periosteal - Ósseo CIRURGIAS RESSECTIVAS Ressecção: corte, amputação, excisão (AAP) São as técnicas cirúrgicas que visam eliminar ou reduzir por excisão ou amputação os tecidos que constituem a parede ou paredes da bolsa periodontal. Esta excisão pode incluir a remoção de tecidos gengivais, ósseos e/ou estruturas dentárias. (Duarte, 2002) Objetivos: - eliminação ou redução de bolsas periodontais. - obtenção de morfologia condizente com as demandas funcionais. - obtenção de condições anatômicas que permitam o controle do biofilme subgengival. CLASSIFICAÇÃO DOS RETALHOS São classificados de acordo com um conjunto de fatores tais como: grau de rebatimento do retalho, quantidade de tecido deslocado, tipos de incisões, posição final do retalho e tecidos moles envolvidos na manipulação cirúrgica.

RETALHO MUCOPERIOSTEAL Também chamado de retalho de espessura total ou retalho total. É o retalho mais comumente empregado em cirurgia periodontal. A gengiva, mas quase sempre gengiva e mucosa alveolar, são rebatidas das superfícies ósseas e radiculares. Indicada quando necessitamos acesso ao osso. Quanto à sutura final, pode ser classificado em reposicionado, deslocado apicalmente e deslocado coronariamente. RETALHO MUCOGENGIVAL Neste tipo de retalho, o periósteo da área é preservado. A incisão inclui o tecido gengival, parte do tecido conjuntivo subjacente e a mucosa alveolar, de forma que o osso permaneça coberto por uma camada de tecido conjuntivo e pelo periósteo. Nesta classificação têm-se os retalhos divididos e aqueles com a finalidade de preparo de leito para enxertos gengivais e conjuntivos. INCISÕES - HORIZONTAIS -Bisel Interno -Intra-sulcular -Interdentária - VERTICAIS - OBLÍQUAS INCISÃO EM BISEL INTERNO É a primeira a ser feita se houver quantidade suficiente de gengiva inserida. Feita apicalmente à margem gengival livre com a ponta da lâmina de bisturi tocando a margem da crista óssea. INCISÃO EM BISEL INTERNO - finalidades - Permite a remoção da parede mole da bolsa. - Possibilita a conservação suficiente de gengiva sadia. - Produz uma margem gengival afilada que assegura melhor adaptação da junção dente-osso. INCISÃO INTRA-SULCULAR É a única utilizada quando a faixa de gengiva inserida for pequena, e é a segunda quando já foi feita anteriormente a incisão em bisel interno. Feita diretamente dentro do sulco gengival com a ponta da lâmina do bisturi tocando a margem óssea. Remove EJ e ES.

INCISÕES RELAXANTES Preferencialmente oblíquas. Feitas em uma ou nas duas extremidades da incisão horizontal e utilizadas somente quando for necessário um melhor acesso á raiz e ao tecido ósseo subjacente ou ainda, quando houver indicação de reposicionamento. INCISÕES RELAXANTES - requisitos - Devem ultrapassar a LMG atingindo a área de mucosa alveolar. - Devem ser localizadas nas proximais dos dentes, incluindo ou excluindo totalmente a papila. - Nunca devem ser feitas no centro da papila ou na porção mediana do dente RETALHOS Definição: Libertação cirúrgica de uma porção de tecido através de incisões planejadas, com o objetivo de se ter acesso ao osso alveolar e superfícies radiculares que dele emergem. Objetivos: 1. Visão direta (condições retentivas de raízes) 2. Eliminação ou redução da profundidade de bolsa ou bolsas profundas que ultrapassem a LMG. 3. Eliminação ou redução de áreas de retenção de placa. 4. Eliminar sensibilidades radiculares. 5. Correção da morfologia gengival; minimizar efeitos estéticos. 6. Aumento de coroa clínica (trepanações, fraturas) 7. Aumentar ou criar faixa de gengiva inserida 8. Correção de defeitos ósseos. 9. Tratamento de furcas 10. Procedimentos reconstrutivos Requisitos básicos 1. O retalho deve ser grande o suficiente para expor qualquer defeito ósseo subjacente 2. A base do retalho deve ser ampla o bastante para manter um suprimento sanguíneo adequado 3. as incisões devem permitir o movimento do retalho sem tensão 4. nenhum vaso ou nervo importante deve ser danificado, ao se levantar o retalho

Classificação - TOTAL (Mucoperiósteo): é levantado por um elevador periosteal - DIVIDIDO (Mucoso ou parcial): a gengiva é dissecada a partir do periósteo subjacente que é deixado no osso. Este tipo de retalho é mais difícil de ser levantado e seu uso é restrito a situações especiais. RETALHO DE WIDMAN MODIFICADO Proposto por Ramfjord e Nissle para designar o desenho de retalho que permite acesso à raiz e favorece um contato pós-operatório mais íntimo entre os tecidos conjuntivo da gengiva sadia e as superfícies radiculares instrumentadas. TÉCNICA - três incisões: (1) bisel interno: da borda gengival em direção à crista óssea alveolar (2) Intra-sulcular: para remover em bloco o tecido excisado (3) horizontal: da base da última incisão até a superfície dentária RETALHO DESLOCADO APICALMENTE Objetivo primário: permitir o deslocamento de todo o conjunto mucoperiosteal, visando eliminar bolsas e preservar quase que totalmente a gengiva inserida, permitindo maior acesso para instrumentação radicular e cirurgia óssea. Indicações: - aumento de coroa clínica - acesso a cáries subgengivais DEFEITOS ÓSSEOS O processo de perda óssea horizontal pode ocorrer no sentido horizontal (bolsa supraóssea) ou no vertical (bolsa intra-óssea). A perda óssea vertical leva a alterações morfológicas denominadas por Goldman e Cohen como defeitos ósseos, que foram classificados de acordo com as paredes remanescentes em: 1, 2 e 3 paredes. A esta classificação Prichard acrescentou o defeito de 4 paredes ou, segundo a AAP, defeito circunferencial. CIRURGIAS ÓSSEAS - OSTEOTOMIA - OSTEOPLASTIA - REGENERAÇÃO TECIDUAL GUIADA

Schluger: A borda óssea em torno do dente deve apresentar a aparência de lâmina da faca; e o principal objetivo da cirurgia é criar uma arquitetura óssea compatível com a manutenção de uma arquitetura gengival fisiológica. OSTEOPLASTIA Intervenção que se processa única e exclusivamente no processo alveolar, sem remoção do osso de suporte, ou seja, não há eliminação de ligamento periodontal (LP), com a finalidade de se obter uma forma mais fisiológica. OSTEOTOMIA Quando a intervenção exige a excisão do osso de suporte (OA). Neste caso o LP é removido (decisão cuidadosa, porque em proximais de molares pode originar crateras Indicações: - exposição da coroa clínica - exposição de cáries subgengivais - dentes fortemente inclinados para mesial - rebordo ósseo espesso, tórus ou exostoses - defeitos ósseos nas áreas de furcas - crateras ósseas rasas - defeitos angulares pequenos Contra-indicações: - limitações anatômicas - limitações estéticas - níveis de inserção inadequados - situações onde existam medidas terapêuticas mais adequadas. SUTURAS Têm como função coaptar as bordas da ferida cirúrgica, levando-as o mais próximo possível de uma reparação por primeira intenção. Podem ser: - contínuas: geralmente para retalhos longos - descontínuas: para menores áreas cirúrgicas ou áreas mais amplas onde não há uniformidade na arquitetura óssea e gengival entre os dentes SUTURAS - Proximal de laço simples (circunferencial) - Proximal de laço em oito - Proximal de Colchoeiro - Suspensória interrompida (única): utilizada para adaptar o retalho em volta do dente. - Suspensória contínua: utilizada para adaptar os retalhos V e L sem atar o retalho V ao retalho L.

COLCHOEIRO - Vertical: para papilas mais delicadas - Horizontal: para papilas mais espessas, em especial na área posterior Vantagem: aproxima conjuntivo com conjuntivo e epitélio com epitélio, favorecendo a reparação por 1ª intenção. Complicações associadas às Cirurgias Periodontais - Hemorragia - Dor - Edema - Hematoma - Retardo na cicatrização - Reações alérgicas ao cimento