Paredes Estucadas em Edifícios Antigos Gypsum Plastered Walls in Old Buildings Paulo Malta da Silveira Mestre em Construção, IST, Lisboa, Portugal Maria do Rosário Veiga Doutorada em Engenharia Civil, Investigadora Auxiliar, LNEC, Lisboa, Portugal, rveiga@lnec.pt Jorge de Brito Doutorado em Engenharia Civil, Professor Associado, IST, Lisboa, Portugal, jb@civil.ist.utl.pt SUMÁRIO: Os elementos estucados dos edifícios antigos encerram um conjunto de informação relativo tanto aos materiais como aos processos construtivos tradicionais, passados durante muito tempo de pais para filhos. A perda deste património dificulta o estudo, tomadas de decisão e processos de recuperação do imobiliário histórico à luz da moderna teoria da conservação. No presente artigo faz-se uma breve descrição e esquematização dos diferentes tipos de paredes que nos edifícios antigos eram habitualmente estucadas. Descreve-se depois a constituição do revestimento estucado, que era prática corrente como acabamento interior. PALAVRAS-CHAVE: Alvenaria, Frontais, Tabiques, Estuques antigos. ABSTRACT: Gypsum plastered elements in old buildings have much information not only about old materials but also about traditional techniques, passed through time from parents to children. The loss of that patrimony makes it harder to study, make decisions and select rehabilitation processes of historical buildings according to the modern theory of conservation. In the present paper the different types of walls usually gypsum plastered in the old buildings, are described and analysed: masonry walls, timber framed main walls and partition walls. The gypsum plaster coating that was normally used in the interior is afterwards described. KEYWORDS: Masonry, Timber framed main walls, Partition walls, Ancient gypsum plasters. INTRODUÇÃO Os edifícios antigos transportam para o presente mensagens do passado sobre os materiais e técnicas, muitas vezes centenários, utilizados pelas gerações que nos precederam. A perda deste conjunto de informação dificulta o estudo dos edifícios antigos, nomeadamente o diagnóstico patológico e a escolha de soluções de conservação ou reparação. O presente artigo pretende recuperar algo do conjunto de informação relativo aos estuques antigos. Considera-se, no entanto, que não é possível a correcta percepção do modo de execução e funcionamento destes revestimentos sem se conhecerem os seus suportes, nomeadamente um dos mais importantes - as paredes. Apresenta-se pois uma breve descrição dos diferentes tipos de paredes que nos edifícios antigos eram habitualmente estucadas, descrevendo-se depois a constituição do revestimento estucado comum, que era utilizado
como acabamento interior. As paredes mais comuns das edificações antigas, podem agrupar-se em três grandes grupos: as paredes de alvenaria, os frontais e os tabiques. PAREDES DE ALVENARIA As paredes de alvenaria eram constituídas em geral por blocos de pedra e tijolo cerâmico maciço. Em muitas situações, eram utilizados em simultâneo blocos pétreos, tijolos, escacilhos e cacos de tijolo, materiais argilosos ou mesmo terra vegetal no interior, formando conjuntos frequentemente pouco homogéneos. Outras vezes, as paredes eram constituídas por dois panos de alvenaria de pedra razoavelmente aparelhada, ligados entre si por material de enchimento diverso. Este tipo de suporte formava as paredes exteriores ou as paredes interiores resistentes, estas últimas em geral nas caixas de escadas dos edifícios ordinários. Estas paredes eram a solução geral para todas as edificações, mesmo as de algum relevo arquitectónico, e na linguagem comum designavam-se por paredes-mestras. Estas paredes eram em geral assentes sobre caboucos, de espessura superior à sua, preenchidos pelas pedras de maiores dimensões. Em outro tipo de construção, existente na baixa Pombalina de Lisboa, as fundações eram constituídas por estacas de madeira sobre as quais assentavam paredes e arcos, e só então eram erigidas as paredes de elevação. Fig. 1 - Esqueleto ou gaiola de parede exterior, com 3 vãos [5] Com o advento da construção anti-sísmica Pombalina, generalizou-se a utilização da estrutura de madeira interior, que, junto ao paramento interior das paredes exteriores, servia
também de suporte aos peitoris e aos aros da caixilharia em madeira. Esta estrutura (fig. 1) assentava em frechais ( F fig. 1), que se dispunham recuados dos paramentos interiores das paredes cerca de 5 cm, para permitir que os prumos pudessem formar orelhas daquela largura para descansar sobre os frechais [8], onde se apoiava também o vigamento do pavimento ( Vp fig. 1). Os prumos ( P fig. 1) definiam lateralmente os vãos das portas e janelas, e eram contraventados horizontalmente por travessanhos ( T fig. 1) ou por vergas de vãos ( V fig. 1). As vergas eram ligadas ao frechal superior através dos pendurais ( p fig. 1). Sobre o vigamento do último pavimento, assentava o contra-frechal ( Cf fig. 1) onde se apoiava o madeiramento do telhado. Enquanto a estrutura de madeira não era envolvida pela alvenaria, evitava-se a sua deformação pela pregagem das travadouras, que eram duas tábuas em geral costaneiras (fig. 2), pregadas nos prumos limite dos vãos ( t fig. 1), e dispostas em cruz de Santo André, ou fixas no vigamento do sobrado ( t fig. 1). Fig. 2 - Costaneira Como costaneiras, designavam-se a primeira e última tábua de um tronco serrado em folhas. Este tipo de tábuas tinham um aproveitamento muito limitado, pois, apesar de terem uma face completa, tinham a outra com forte descaio. A gaiola de madeira ligava-se por fim à alvenaria através de peças da madeira denominadas mãos ( m fig. 1). As paredes exteriores dos edifícios Pombalinos tinham espessuras da ordem de 0,90 m ao nível do rés-do-chão, e eram gradualmente aligeiradas na sua espessura até ao piso mais elevado. Nos edifícios gaioleiros, surgidos mais tarde, as paredes exteriores variavam também de espessura à medida que se caminhava em altura, de forma brusca ao nível dos pavimentos, sendo mesmo frequente a passagem de alvenaria de pedra para alvenaria de tijolo. Outro aspecto presente em todo este tipo de construção é o aligeiramento da gaiola Pombalina. Precedendo a aplicação de qualquer revestimento estucado, estas paredes deviam ser estabilizadas e superficialmente uniformizadas, respectivamente do ponto de vista geométrico e de absorção de água. A camada de regularização da parede poderia ser executada como um reboco tradicional, por exemplo pela técnica dos pontos e mestras, utilizando-se uma argamassa de cal e areia.
FRONTAIS Os frontais eram paredes de estrutura mista de madeira e alvenaria, assentes sobre caboucos de alvenaria ou, em situações menos frequentes, sobre arcos ou abóbadas de alvenaria apoiados em estacas de madeira. Já existiam de forma pouco elaborada antes do terremoto de 1755, e passaram depois a fazer parte integrante das gaiolas Pombalinas. Formavam pois as principais paredes divisórias interiores dos edifícios ordinários surgidos a partir da segunda metade do século XVIII [8]. Os frontais utilizavam-se pouco nas paredes exteriores, mas eram a solução mais comum das mansardas. Tinham a vantagem de formar paredes de pequena espessura, mais leves e mais dúcteis que as de alvenaria. Fig. 3 - Frontal tecido [5] Havia várias formas de construir os frontais, mas a disposição mais comum era a do frontal tecido constituído por prumos ( P fig. 3) de secção (0,10 a 0,15) m x (0,08 a 0,10) m, encaixados e pregados em cima e em baixo, respectivamente nas vigas do pavimento ( Vp fig. 3), e nas vigas do tecto ( Vt fig. 3), formando nembos (zona maciça de alvenaria entre vãos) com cerca de 1 m de largura. Como boa norma de execução, podiam ser empregues dois frechais ( F fig. 3), um em baixo sobre o vigamento do pavimento, e outro em cima contra o vigamento superior, para neles se pregarem por orelha os prumos de todo o frontal. Dividida a altura do pé-direito em partes iguais, assentavam-se travessanhos ( T fig. 3) horizontais de prumo a prumo. Nos rectângulos formados entre os prumos e os travessanhos, introduziam-se escoras ( E fig. 3) na diagonal. A formação de triângulos pelas cruzes de Santo André conferia indeformabilidade e ductilidade à estrutura, melhorando a sua capacidade de resistir a um sismo.
A aderência da argamassa de revestimento à madeira não era suficiente, se não houvesse o cuidado de tornar áspera, picada ou mesmo endentada, a superfície das faces de madeira à vista. Para este fim, davam-se de espaço a espaço cortes com a enxó (fig. 4), dos quais resultavam lascas salientes da madeira (fig. 5), entre as quais a argamassa se introduzia. Fig. 4 - Enxó [3] Fig. 5 - Frontal com a madeira lascada O conjunto de conectores de madeira que era criado, mobilizava as resistências ao corte, essenciais para o bom desempenho das ligações entre a madeira e o revestimento estucado, materiais com características, como o módulo de elasticidade ou o coeficiente de retracção, muito diferentes. Como alternativa menos eficaz, realizava-se apenas o picado da madeira, com a enxó, um formão estreito (fig. 6) ou mesmo uma picadeira (fig. 7). As soluções anteriores podiam ainda ser complementadas ou substituídas pela pregagem dos elementos de madeira, deixando salientes as cabeças dos pregos. Fig. 6 - Formão Fig. 7 - Picadeira [7] Noutras situações, o frontal podia ser fasquiado, mas as fasquias eram significativamente afastadas entre si (fig. 8). Se, por um lado, era substancialmente melhorada a aderência do revestimento estucado, por outro as fasquias poderiam ter sido necessárias por causa da má qualidade da alvenaria.
Fig. 8 - Frontal de caixa de escada com vestígios do fasquiado TABIQUES Os tabiques constituíam as paredes interiores secundárias, destinadas sob o ponto de vista arquitectónico à compartimentação das divisões mais pequenas. Tinham em geral pequena espessura, não excedendo os 0,10 m, para não roubarem muito espaço interior [5]. Com a vantagem de serem leves, assentavam nos pavimentos ou nas paredes ortogonais e, quando tinham sequência na vertical entre pisos, de acordo com as regras construtivas Pombalinas, conferiam um acréscimo de resistência sísmica ao edifício, formando um todo com as restantes paredes. Podiam ser executados de diversas formas, de que se exemplificam a seguir o tabique simples, o tabique aliviado e o tabique ligeiro. O tabique mais comum era em geral formado por tábuas, ripas, fasquias e até canas secas no interior, e revestido nos paramentos por reboco e acabamento estucado. Fig. 9 - Tabique simples [4] Fig. 10 - Tabique aliviado em vão de porta [5]
O chamado tabique simples (fig. 9), construído depois do vigamento do pavimento ( Vp fig. 9 e 10), podia ser constituído por uma ordem de tábuas costaneiras ( C fig. 9 e 10) não limpas, nem aplainadas, espaçadas entre si pelo menos 1 cm, e pregadas ao alto em calhas ( Ca fig. 9) que se fixavam uma sobre o soalho, e outra sob o tecto. As tábuas tinham espessuras de cerca de 0,04 m (semelhantes à de solho), e as calhas eram sarrafões com um rebaixo para o assentamento das costaneiras. Para conferir maior rigidez ao conjunto, eram por vezes pregadas aspas ( A fig. 9) e, por fim, as fasquias ( f fig. 9 e 10). Designava-se por tabique aliviado ou suspenso (fig. 10) a solução utilizada quando a parede tinha um comprimento elevado, ou o pavimento não estava muito apto a receber a sua sobrecarga no seu local de aplicação. Neste tipo de tabique, realizado em simultâneo com o pavimento, parte do seu peso era transferido para as paredes laterais, através de aspas ( A fig. 10) assentes nas paredes, junto ao pavimento, sobre frechais ( F fig. 10). Os vãos das portas eram definidos por prumos ( P fig. 10) ligados por malhetes à viga superior, aspas e vergas ( V fig. 10). As costaneiras pregavam-se às aspas com dois pregos que deviam ficar torcidos ou embuzinados, ou seja, pregados de lado obliquamente, e eram assentes em calhas com rebaixo ( Ca fig. 10) ao que se seguia a pregagem das fasquias. Entre o tabique e a viga inferior era deixado um espaço ( e fig. 10) necessário para a introdução das tábuas de solho. As tábuas utilizadas nos tabiques, em pinho ou casquinha, eram muitas vezes as costaneiras, por serem as de mais baixo preço. Não tinham necessidade de se encostarem bem umas às outras e, pelo contrário, entendia-se que devia ser assim, para pelas fendas resultantes a argamassa poder passar de um lado ao outro, juntando-se e formando um todo mais resistente [4]. Na construção mais cuidada, era utilizada a madeira de solho, com 2,5 cm de espessura. Fig. 11 - Estrutura do tabique ligeiro Fig. 12 - Estuque sobre tabique ligeiro
A designação de tabique ligeiro dava-se às divisórias constituídas apenas por uma estrutura aligeirada de sarrafões (fig. 11), que suportavam, de um e outro lado, placas de estafe pregadas, na formação dos seus paramentos. As placas eram depois esboçadas e estucadas pelos processos correntes (fig. 12). Fig. 13 - Tipos de secções do fasquiado Nos tabiques formados por tábuas ao alto, a ligação do reboco às paredes era feita por fasquias, cuja forma de execução contribuía, de forma mais ou menos acentuada, para a qualidade da ligação entre a madeira e a argamassa. O fasquiado de secção trapezoidal ( 1 fig. 13), pregado pela sua face menor sobre as pranchas de tabique, originava uma superfície de contacto que, pela sua geometria, aumentava de forma eficiente a resistência da ligação à tracção e ao corte. As fasquias de secção rectangular ( 2 fig. 13), utilizadas na construção menos cuidada, conferiam o mesmo efeito, mas de forma menos eficaz, devendo por isso ficar menos espaçadas que as anteriores. O pinho era a madeira mais utilizada neste tipo de trabalhos, sendo também utilizada a casquinha. Em tempos mais remotos, utilizouse, como solução de fasquiado, o arco de castanho rachado a meio, pregado com a superfície curva voltada para a parede ( 3 fig. 13). Esta solução acabou, no entanto, por ser posta de parte e substituída pelo pinho e pela casquinha, que eram mais vantajosos por terem secção regular e uniforme [8]. O fasquiado, formado pelas ripas de secção trapezoidal, tinha as bases com cerca de 10 e 18 milímetros, respectivamente, e a altura de 12 mm, correspondendo à espessura das tábuas de casquinha a cinco fios. As fasquias eram pregadas em linhas horizontais, com distâncias entre elas que variavam dos 2 aos 4 cm, utilizando-se o prego fasquiado n.º 4 (38,1 mm), com afastamento em cada fasquia de cerca de 0,20 m [8]. Após prévio humedecimento, podia-se linhar o fasquiado, suas emendas e ligações, a fim de eliminar quaisquer irregularidades ou descontinuidades. Esta operação era realizada através de sisal em linhadas abertas e comprimidas, e uma calda de gesso fluída e sem grânulos, prevenindo futura fissuração [9]. Uma vez limpa a superfície fasquiada, e tendo esta algum teor de humidade, procedia-se à aplicação do revestimento estucado e respectiva base de assentamento. A aplicação de argamassa sobre fasquias muito secas ou muito húmidas, e a sua consequente absorção de água, podiam originar o aparecimento de fissuração no reboco ou, mais tarde, já no estuque, motivada pela retracção anisotrópica de secagem da madeira. Esta situação podia ser contrariada pela aplicação das camadas sucessivas, só após a precedente estar razoavelmente seca.
EXECUÇÃO DO REVESTIMENTO ESTUCADO O revestimento estucado é constituído por diferentes camadas de argamassa ou pasta de cal aérea e gesso, e destina-se essencialmente à execução de revestimentos interiores de paredes e tectos. Tradicionalmente, era executado nas seguintes três camadas: o reboco, que era constituído por uma argamassa de cal aérea, assentava sobre o suporte, e era também chamado camada de enchimento ou pardo; o esboço, que era formado por uma pasta de cal com gesso e areia de esboço, aplicava-se sobre a camada precedente, e tinha uma espessura de 3 a 5 mm; o estuque, que era executado depois de seco o esboço, era também chamado camada de dobrar ou estender, e era constituído por uma pasta de gesso e cal aérea, com cerca de 3 mm de espessura. O número e características dos estratos eram, no entanto, muito variáveis, podendo em edifícios correntes, ser executados em mais de três estratos. Na execução das diferentes camadas devia também ter-se em consideração que as camadas deviam ser sucessivamente menos fortes a partir do suporte para o exterior [10], sendo essa variação conseguida, não não só através da redução dosagem de ligante, mas também através da utilização de granulometrias mais finas [6]. Fig. 14 - Execução de reboco sobre fasquiado O reboco de enchimento, destinado a regularizar e uniformizar o suporte, podia assentar sobre fasquias ou directamente sobre a alvenaria. Só devia ser executado após limpeza e humedecimento da base, e era normalmente constituído por uma argamassa de cal apagada, ao traço volumétrico entre 1:1,5 e 1:3 [6]. Sobre a alvenaria, e sempre que tal fosse necessário, a aplicação do reboco devia ser precedida de operações de encasque. O reboco era uma mistura de muito lento endurecimento, que devia ser executada numa camada com espessura de 10 a 15 mm. No caso de serem necessárias espessuras superiores, devido por exemplo a grande irregularidade na alvenaria, podiam executar-se duas camadas, podendo assim atingir-se os 20 mm [10]. Sobre as fasquias, o reboco era aplicado na sua direcção perpendicular, a fim de bem se introduzir entre os seus espaços e devia cobri-las pela face exterior, numa espessura de 1 a 2 cm (fig. 14).
O esboço de regularização corrente era composto por uma argamassa bastarda de cal apagada com areia de esboço, à qual se adicionava gesso escuro ou pardo no momento da aplicação. O traço volumétrico tradicional para o gesso, cal em pasta e areia era 1:2:1 [2]. Apesar de apresentar um princípio de presa mais tardio em relação às argamassas de gesso sem cal, era mesmo assim aconselhável o emprego de retardadores de presa. A camada de esboço podia ser aplicada à talocha, contendo esta a massa que era levada à parede, onde se encostava pelo bordo e, inclinando-a para cima de modo a fazer chegar massa à parede, estendia-se a massa pelo resvalamento do bordo encostado, de baixo para cima. A seguir, tinha de ser desempenada à régua e novamente alisada à talocha, funcionando esta como desempenadeira. O esboço podia também ser aplicado pela técnica dos pontos e mestras, em tudo semelhante à aplicação dos rebocos, utilizando no entanto pedaços de gesso para marcação dos pontos, em vez de tacos de madeira. A camada estucada tradicional obtinha-se de uma mistura de cal aérea apagada, à qual se adicionava por vezes areia muito fina ou pó de pedra, e se juntava gesso e um retardador de presa, no momento da aplicação. A proporção aproximada de cal aérea, gesso e areia era de 3:1:1 a 1:1:0 [2]. Esta camada de acabamento era aplicada à talocha, de forma semelhante à camada precedente [5]. Corria-se depois a superfície em diversas direcções, com um pano molhado e dobrado, desfazendo as imperfeições. REFERÊNCIAS 1. Branco, J. Paz - Manual de estuques e modelação. Colecção Aprender construção civil. 2ª. edição. Queluz: EPGE, 1993. 2. Branco, J. Paz - Manual do pedreiro. Lisboa: LNEC, 1981. 3. Branco, J. Paz - Obras de madeira em tosco e limpo na construção civil. Colecção Aprender construção civil. 2ª. edição. Queluz: EPGE, 1993. 4. Costa, F. Pereira da - Enciclopédia prática da construção civil. Edição do autor. Lisboa: Portugália editora, 1955. 5. Leitão, Luiz Augusto - Curso elementar de construcções. Elaborado segundo o programa da Escola Central da Arma de Engenharia. Lisboa: Imprensa Nacional, 1896. 6. Lucas, José A. Carvalho - Classificação e descrição geral de revestimentos para paredes de alvenaria ou de betão. ITE 24. Lisboa: LNEC, 1990. 7. Manual do formador e estucador. Biblioteca de instrução profissional. 2ª. edição. Lisboa: Livrarias Aillaud e Bertrand. 8. Segurado, João Emílio dos Santos - Trabalhos de carpintaria civil. Biblioteca de instrução profissional. 8ª. edição revista. Lisboa: Livraria Bertrand. 9. Sobral, Carlos; Gomes, José - Restauro de alvenarias, rebocos e estuques. Projecto ADAPT - TREAT, formação em restauro. Lisboa: CENFIC, 1997. 10. Veiga, Maria do Rosário; e outros - Curso de especialização sobre revestimentos de paredes. Lisboa: LNEC, 1995.